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Main Facts (1)

31.10.10
First thing: Common Sense
... to believe or not the Official "Columbus" Version?
Official dates for the discoveries (1434-1500)

Official facts:
1434-1488: Hundreds of navigations, first lead by Prince Henry "the Navigator" arrive to Sierra Leone, then lead by King John II, arrive at Congo, and at most at Cape of Good Hope (South Africa). Not a single voyage to the west... excluding the regular voyages to Azores (<1432), in the middle Atlantic.
1492 - A single voyage lead by Columbus, from Cadis arrives at the Antilles.
1498 - A single voyage lead by Gama, from Lisbon arrives at India.
1500 - A single voyage lead by Cabral, from Lisbon arrives at Brazil.
1500 - A single voyage lead by Corte-Real arrives at Greenland and Newfoundland/Labrador.

After the Tordesillas Treaty (1494), when the Pope divided the world between Portugal and Spain, King Manuel set the limits of his Hemisphere - on the north: Greenland/Labrador, on the south: Brazil, on the east: India. When he took power within 3 years (1498-1500) he uncovered... say "discovered", his part of the deal.

Why? - well, of course... the main stream version:
- People believed that the Earth was flat... of course, and surely they were falling while crossing the Equator, while Columbus was still a child. They were then enlightened by Columbus... LOL!
- The main stream version is quite nice as a joke like "Columbus egg" - it is so obviously false, but people are lead to believe in what they are told.

Why are we led to a wrong version? - don't ask me, although I have my answers (which are not nice)!

Map of the discoveries/possessions in 1515
King Manuel with Almeida and Albuquerque set the Indian Ocean as a Portuguese ocean, expelling the turkish domination and arrived to China (1515). At the same time the turks were invading eastern Europe, assaulting the fleets in the Mediterranean sea, the Portuguese were menacing Mecca, and conquered Suez.
The spanish Emperor Charles V was consolidating a considerable small domination in the Mexican Gulf, while the portuguese were establishing the biggest naval domination in History, as we may see in this map:
Discoveries until 1515. Portuguese (blue dots), Spanish (yellow dots).

Despite the portuguese arrival at Timor in 1514, Australia was only discovered by Cook in 1770... of course! - It makes a lot of sense, and all those that tried to prove otherwise had some trouble in publishing the proofs.

Well, since (almost) all maps before 1500 disapeared, it is time to present some main contradictions that have been left behind. 

1. Turning a Reinel Map (1485)
Reinel's map of 1485 was found in a library in France, only in 1960. Some people tried to date it after 1500, however there is Moorish flag in Granada, that only fell in Spanish hands in 1492, the year Columbus departed... This is only inconvenient if you turn the map around, since you might see a nice Central America contour, some years before Columbus voyage...
Surely this is just a remarkable coincidence... as this knowledge would only be possible according to the official version, until at least 50 years after. Is it so?

2. Map of part of America - João de Lisboa (died 1525)
In a partial map of central/south America, João de Lisboa decided to put some Portuguese (and moorish) flags in Peru/Colombia... however since the spanish Pizarro expedition to the Incas occurred in 1529-32, this is also an inconvenient map. Despite the book where these maps are, called "Livro de Marinharia", was signed by João de Lisboa saying "made in 1514", the official cartography dates this as 1560... after the author was dead! Even so, this does not justify Portuguese or Moor castle in the Incas territory. 
A map by João de Lisboa, in a book signed 1514.
(magenta squares show the portuguese/moor flag castles)

This is also a complementary proof to the Duchess Medina-Sidonia theory that the Moors were sailing to America before the Spanish... This was presented in the 500 anniversary of Columbus arrival, but kept aside from the general public! We believe that a Portuguese castle was the Castle of Saint George of the Mine - confusing itself with a similar name of a fortress in Africa. This was a general strategy - mixing african and american names.

3. Map of the World - João de Lisboa (died 1525)
In the same book by João de Lisboa, we find a remarkable world map:
World map by João de Lisboa, in a book signed 1514.
(yellow triangle is to be skipped and glued by the blue line spots)

Even if we accept the 1560 official date, this maps shows a very good world map, superior to most maps until Cook (1770). It has a contour of the western part of North America, that was "not allowed" after 1600... the contour does not close America to Asia, assuming an opening at the Bering Strait (Bering was born in 1680).
This map could never been dated to 1514, because it also shows the Magellan Strait, only crossed in 1521, and Japan, only uncovered in 1543. Unlike any other map around 1560 it does not mention the Magellan Strait, only the Cape of Good Hope... this is now justified, also Galvão (a portuguese hero of the XVI century) reports there were maps signaling Magellan Strait around 1428 - at that time it was called Dragon Cola (Dragon's Tail).
Furthermore, all small flags in this map are perfectly justified in a 1514 map, but not afterwards - for instance, Albuquerque conquests of 1515, in the Arabian peninsula, are not signaled.

(... to be continued)

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publicado às 23:25

No blog Portugalliae, há mais de um ano, foi evidenciada a complexidade da cerâmica encontrada na Civilização de Santarém (no Brasil) e Alter-do-Chão (também no Brasil...). José Manuel indicou ainda um artigo do Science Daily que revela as surpresas dessa Terra Preta do Índio.

Regressemos a Santarém, mas em Portugal...
Em vários blogs escabilitanos encontramos a chamada "Lenda de Abidis" (por exemplo, aqui ou aqui), em que se fala do Rei Gorgoris (que teria o cognome Melícola, por ter recebido dos deuses o segredo do mel), da sua filha Calipso e do filho que esta teve com Ulisses de Ítaca. Esse filho era Abidis, recolhido por uma loba (ou cerva), num local onde aí  fundou a cidade Esca-Abidis (manjar de Abidis), de onde viria o nome romano Scabili-castrum (castelo de Abidis). A variação e contracção faz-se de abidis para habilis. É ainda interessante a semelhança do mito de Abidis com a história de Rómulo e Remo, também alimentados por uma loba. Já aqui falámos dessa tradição mítica nacional associada a Noé e a Tubal, que fazia parte de qualquer história nacional, até ao século XVIII, e depois de Alexandre Herculano nem tão pouco sobreviveu como mito.

No entanto, esta Esca-Abidis acabou por permanecer Santarém.
Não longe de Santarém, há antigos registos romanos que situam Matusarum ou Matusalum
Não se chamava Matusalém, mas sim Matusarum... Duarte Nunes de Lião (séc. XVI) na sua Orthographia explica esta subtileza... os portugueses consideravam mais másculo o som do "R" em vez do "L", e por isso ao contrário de várias línguas, fizemos variações em que desapareceu o L: - em vez de "doblar" passou a "dobrar", "plaga" passou a "praga", etc... (pag.26 da Orthographia).
Fica aqui notada essa existência romana de Matusarum, próximo de Ponte de Sôr, num local que será agora Foros do Arrão, perto da barragem de Montargil. Prosseguindo na mesma direcção encontramos Alter do Chão, a portuguesa... a chamada terra do cavalo lusitano.

Matusalém seria, de acordo com o Genesis, o homem com maior longevidade, filho de Enoque e avô de Noé, o ano da sua morte teria coincidido com o Dilúvio.

Mais uma vez vamos encontrar o registo mítico bíblico associado à Hispânia, neste caso próximo de Santarém. Cidade que contava com uma especial atenção real, na época dos descobrimentos, nomeadamente por D. João II, e que é bem conhecida pelas suas Portas do Sol, viradas a nascente.
Santarém - Portas do Sol
É claro que as muralhas existentes no parque das Portas do Sol são bem mais recentes que outras Portas do Sol, como a de Tiahuanaco, ou tantas outras notáveis civilizações americanas pré-colombianas...
Tiahuanaco - Porta do Sol
No entanto, não deixa de ser interessante ter-se mantido este conjunto de mitos, e associações, numa cidade situada numa colina sobre um Rio Tejo navegável.

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publicado às 19:24

No blog Portugalliae, há mais de um ano, foi evidenciada a complexidade da cerâmica encontrada na Civilização de Santarém (no Brasil) e Alter-do-Chão (também no Brasil...). José Manuel indicou ainda um artigo do Science Daily que revela as surpresas dessa Terra Preta do Índio.

Regressemos a Santarém, mas em Portugal...
Em vários blogs escabilitanos encontramos a chamada "Lenda de Abidis" (por exemplo, aqui ou aqui), em que se fala do Rei Gorgoris (que teria o cognome Melícola, por ter recebido dos deuses o segredo do mel), da sua filha Calipso e do filho que esta teve com Ulisses de Ítaca. Esse filho era Abidis, recolhido por uma loba (ou cerva), num local onde aí  fundou a cidade Esca-Abidis (manjar de Abidis), de onde viria o nome romano Scabili-castrum (castelo de Abidis). A variação e contracção faz-se de abidis para habilis. É ainda interessante a semelhança do mito de Abidis com a história de Rómulo e Remo, também alimentados por uma loba. Já aqui falámos dessa tradição mítica nacional associada a Noé e a Tubal, que fazia parte de qualquer história nacional, até ao século XVIII, e depois de Alexandre Herculano nem tão pouco sobreviveu como mito.

No entanto, esta Esca-Abidis acabou por permanecer Santarém.
Não longe de Santarém, há antigos registos romanos que situam Matusarum ou Matusalum
Não se chamava Matusalém, mas sim Matusarum... Duarte Nunes de Lião (séc. XVI) na sua Orthographia explica esta subtileza... os portugueses consideravam mais másculo o som do "R" em vez do "L", e por isso ao contrário de várias línguas, fizemos variações em que desapareceu o L: - em vez de "doblar" passou a "dobrar", "plaga" passou a "praga", etc... (pag.26 da Orthographia).
Fica aqui notada essa existência romana de Matusarum, próximo de Ponte de Sôr, num local que será agora Foros do Arrão, perto da barragem de Montargil. Prosseguindo na mesma direcção encontramos Alter do Chão, a portuguesa... a chamada terra do cavalo lusitano.

Matusalém seria, de acordo com o Genesis, o homem com maior longevidade, filho de Enoque e avô de Noé, o ano da sua morte teria coincidido com o Dilúvio.

Mais uma vez vamos encontrar o registo mítico bíblico associado à Hispânia, neste caso próximo de Santarém. Cidade que contava com uma especial atenção real, na época dos descobrimentos, nomeadamente por D. João II, e que é bem conhecida pelas suas Portas do Sol, viradas a nascente.
Santarém - Portas do Sol
É claro que as muralhas existentes no parque das Portas do Sol são bem mais recentes que outras Portas do Sol, como a de Tiahuanaco, ou tantas outras notáveis civilizações americanas pré-colombianas...
Tiahuanaco - Porta do Sol
No entanto, não deixa de ser interessante ter-se mantido este conjunto de mitos, e associações, numa cidade situada numa colina sobre um Rio Tejo navegável.

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publicado às 19:24

A propósito de Egitânia, é de recordar o texto sobre Centum Cellas num antigo comentário por Calisto, que deveria ter aparecido como post na altura, ilustrado com algumas figuras.

Torre de Centum Cellas

Sobre Centum Cellas vou tentar ser sucinto. Das poucas escavações que por lá se fizeram (presumo que Aurélio Ricardo Belo), é de registar um pote de barro com ossos de criança calcinados.


Sem avançar nas explicações técnicas a existência de rasgos para encaixe de aros nas 3 janelas cimeiras que dizem respeito a um terceiro andar levam a colocar fora de dúvida a adaptação do edifício primitivo, a funções diferentes daquelas para que foi construido.


Origem de enormes furos que atravessam as paredes laterais e a do fundo, que alguns autores tomam como portas pode-se prender com a lenda da existência de um boi de ouro enterrado...logo andaram uns poucos à procura do dito boi.


As ruinas situam-se a 11km em linha recta do cabeço das Fráguas.

Inscrições em Cabeço das Fráguas

A zona tem possantes jazigos de cassiterite, e o Zêzere descrevia uma curva de maior amplitude do que aquela que agora descreve "(...) recebia a ribeira da Gaia no sítio dos Catraios, em frente a Centum Cellas (...)"


Edifício composto de um nucleo com anexos ligados às paredes laterais. Núcleo tinha 2 pavimentos os anexos 1. A planta do conjunto é rectangular e este era absolutamente simétrico a 1 plano axial.
Fachada principal virada para o nascer do sol nos maiores dias do ano.


Nas ombreiras de todas as portas do R/ch, há rasgos horizontais, junto das vergas, onde se encaixavam os tabuões. As portas giravam sobre 2 espigões fixos. Rasgos semelhantes existem nas ombreiras de vão de portas de certos templos do antigo Egipto.
Ignora-se o significado das 3 janelas rectangulares e desiguais (vê-se na foto que incluiu no artigo) que assentam nas vergas das portas exteriores, em Efeso a pia baptismal tem um grupo de 3 rectângulos que dizem ser símbolo da trindade...

Éfeso: pia baptismal

De acordo com o autor, Vitrúvio não aplicou a secção dourada e não refere na sua obra Arquitectura, se a conheceu, guardou segredo.
Das relações geométricas, vou deixar 2 ou 3 apontamentos para não me tornar muito extenso.
  • Sala do 2º pavimento (abrangia totalmente o 2º pavimento e cujs aberturas davam para uma varanda que a contornava, provavelmente o motivo principal do edifício). Parede (que se vê) que fica à esquerda na foto, composta de porta pequena, janela, porta grande, janela, porta pequena. Portas menor dimensão: a relação entre as 2 dimensões (altura, largura)é a dimensão da planta do partenon (rectangulo do partenon), a razão entre a diagonal e o segmento que une um dos vértices ao ponto médio do lado maior, oposto, é igual ao número de ouro.
  • A parede de topo que aparece na foto de frente (1 porta de maior dimensão ladeada por 2 janelas que parecem quadradas):o arquitecto procurou inscrever 2 secções douradas, justapostas pelos lados menores, num rectangulo de comprimento igual à largura da sala e altura igual à distancia que vai do pavimento às vergas da janela, a mesma em 12 vãos da sala. Porem para manter a medida de 2,18m e conservar a razão entre as 2 dimensões da secção dourada perfeita, o arquitecto foi obrigado a aumentar ligeiramente o lado maior destas. Assim este lado ultrapassa, de perto em 11mm , a metade da largura da sala. Na grande piramide de Gizé existe um corredor com 2,18m de altura. Mero acaso?
Tudo o que escrevi (e muitas mais relações, realmente impressionante) encontra-se no livro que referi, o que achei notável e fascinante foram as relações arquitectónicas/geométricas que o autor encontrou. Desculpe a extensão, mas foi a forma que encontrei para mostrar que as relações realmente existem.


Autor: Calisto (texto em comentário sobre Brito Bluteau, com algumas ilustrações incorporadas)

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:16

A propósito de Egitânia, é de recordar o texto sobre Centum Cellas num antigo comentário por Calisto, que deveria ter aparecido como post na altura, ilustrado com algumas figuras.
Torre de Centum Cellas
Sobre Centum Cellas vou tentar ser sucinto. Das poucas escavações que por lá se fizeram (presumo que Aurélio Ricardo Belo), é de registar um pote de barro com ossos de criança calcinados.


Sem avançar nas explicações técnicas a existência de rasgos para encaixe de aros nas 3 janelas cimeiras que dizem respeito a um terceiro andar levam a colocar fora de dúvida a adaptação do edifício primitivo, a funções diferentes daquelas para que foi construido.


Origem de enormes furos que atravessam as paredes laterais e a do fundo, que alguns autores tomam como portas pode-se prender com a lenda da existência de um boi de ouro enterrado...logo andaram uns poucos à procura do dito boi.


As ruinas situam-se a 11km em linha recta do cabeço das Fráguas.
 
Inscrições em Cabeço das Fráguas


A zona tem possantes jazigos de cassiterite, e o Zêzere descrevia uma curva de maior amplitude do que aquela que agora descreve "(...) recebia a ribeira da Gaia no sítio dos Catraios, em frente a Centum Cellas (...)"


Edifício composto de um nucleo com anexos ligados às paredes laterais. Núcleo tinha 2 pavimentos os anexos 1. A planta do conjunto é rectangular e este era absolutamente simétrico a 1 plano axial.
Fachada principal virada para o nascer do sol nos maiores dias do ano.


Nas ombreiras de todas as portas do R/ch, há rasgos horizontais, junto das vergas, onde se encaixavam os tabuões. As portas giravam sobre 2 espigões fixos. Rasgos semelhantes existem nas ombreiras de vão de portas de certos templos do antigo Egipto.
Ignora-se o significado das 3 janelas rectangulares e desiguais (vê-se na foto que incluiu no artigo) que assentam nas vergas das portas exteriores, em Efeso a pia baptismal tem um grupo de 3 rectângulos que dizem ser símbolo da trindade...
Éfeso: pia baptismal
De acordo com o autor, Vitrúvio não aplicou a secção dourada e não refere na sua obra Arquitectura, se a conheceu, guardou segredo.
Das relações geométricas, vou deixar 2 ou 3 apontamentos para não me tornar muito extenso.
  • Sala do 2º pavimento (abrangia totalmente o 2º pavimento e cujs aberturas davam para uma varanda que a contornava, provavelmente o motivo principal do edifício). Parede (que se vê) que fica à esquerda na foto, composta de porta pequena, janela, porta grande, janela, porta pequena. Portas menor dimensão: a relação entre as 2 dimensões (altura, largura)é a dimensão da planta do partenon (rectangulo do partenon), a razão entre a diagonal e o segmento que une um dos vértices ao ponto médio do lado maior, oposto, é igual ao número de ouro.
  • A parede de topo que aparece na foto de frente (1 porta de maior dimensão ladeada por 2 janelas que parecem quadradas):o arquitecto procurou inscrever 2 secções douradas, justapostas pelos lados menores, num rectangulo de comprimento igual à largura da sala e altura igual à distancia que vai do pavimento às vergas da janela, a mesma em 12 vãos da sala. Porem para manter a medida de 2,18m e conservar a razão entre as 2 dimensões da secção dourada perfeita, o arquitecto foi obrigado a aumentar ligeiramente o lado maior destas. Assim este lado ultrapassa, de perto em 11mm , a metade da largura da sala. Na grande piramide de Gizé existe um corredor com 2,18m de altura. Mero acaso?
Tudo o que escrevi (e muitas mais relações, realmente impressionante) encontra-se no livro que referi, o que achei notável e fascinante foram as relações arquitectónicas/geométricas que o autor encontrou. Desculpe a extensão, mas foi a forma que encontrei para mostrar que as relações realmente existem.


Autor: Calisto (texto em comentário sobre Brito Bluteau, com algumas ilustrações incorporadas)

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publicado às 18:16

No blog Portugalliae, há mais de um ano, foi evidenciada a complexidade da cerâmica encontrada na Civilização de Santarém (no Brasil) e Alter-do-Chão (também no Brasil...). José Manuel indicou ainda um artigo do Science Daily que revela as surpresas dessa Terra Preta do Índio.

Regressemos a Santarém, mas em Portugal...
Em vários blogs escabilitanos encontramos a chamada "Lenda de Abidis" (por exemplo, aqui ou aqui), em que se fala do Rei Gorgoris (que teria o cognome Melícola, por ter recebido dos deuses o segredo do mel), da sua filha Calipso e do filho que esta teve com Ulisses de Ítaca. Esse filho era Abidis, recolhido por uma loba (ou cerva), num local onde aí  fundou a cidade Esca-Abidis (manjar de Abidis), de onde viria o nome romano Scabili-castrum (castelo de Abidis). A variação e contracção faz-se de abidis para habilis. É ainda interessante a semelhança do mito de Abidis com a história de Rómulo e Remo, também alimentados por uma loba. Já aqui falámos dessa tradição mítica nacional associada a Noé e a Tubal, que fazia parte de qualquer história nacional, até ao século XVIII, e depois de Alexandre Herculano nem tão pouco sobreviveu como mito.

No entanto, esta Esca-Abidis acabou por permanecer Santarém.
Não longe de Santarém, há antigos registos romanos que situam Matusarum ou Matusalum
Não se chamava Matusalém, mas sim Matusarum... Duarte Nunes de Lião (séc. XVI) na sua Orthographia explica esta subtileza... os portugueses consideravam mais másculo o som do "R" em vez do "L", e por isso ao contrário de várias línguas, fizemos variações em que desapareceu o L: - em vez de "doblar" passou a "dobrar", "plaga" passou a "praga", etc... (pag.26 da Orthographia).
Fica aqui notada essa existência romana de Matusarum, próximo de Ponte de Sôr, num local que será agora Foros do Arrão, perto da barragem de Montargil. Prosseguindo na mesma direcção encontramos Alter do Chão, a portuguesa... a chamada terra do cavalo lusitano.

Matusalém seria, de acordo com o Genesis, o homem com maior longevidade, filho de Enoque e avô de Noé, o ano da sua morte teria coincidido com o Dilúvio.

Mais uma vez vamos encontrar o registo mítico bíblico associado à Hispânia, neste caso próximo de Santarém. Cidade que contava com uma especial atenção real, na época dos descobrimentos, nomeadamente por D. João II, e que é bem conhecida pelas suas Portas do Sol, viradas a nascente.
Santarém - Portas do Sol
É claro que as muralhas existentes no parque das Portas do Sol são bem mais recentes que outras Portas do Sol, como a de Tiahuanaco, ou tantas outras notáveis civilizações americanas pré-colombianas...
Tiahuanaco - Porta do Sol
No entanto, não deixa de ser interessante ter-se mantido este conjunto de mitos, e associações, numa cidade situada numa colina sobre um Rio Tejo navegável.

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publicado às 11:24

A propósito de Egitânia, é de recordar o texto sobre Centum Cellas num antigo comentário por Calisto, que deveria ter aparecido como post na altura, ilustrado com algumas figuras.
Torre de Centum Cellas
Sobre Centum Cellas vou tentar ser sucinto. Das poucas escavações que por lá se fizeram (presumo que Aurélio Ricardo Belo), é de registar um pote de barro com ossos de criança calcinados.


Sem avançar nas explicações técnicas a existência de rasgos para encaixe de aros nas 3 janelas cimeiras que dizem respeito a um terceiro andar levam a colocar fora de dúvida a adaptação do edifício primitivo, a funções diferentes daquelas para que foi construido.


Origem de enormes furos que atravessam as paredes laterais e a do fundo, que alguns autores tomam como portas pode-se prender com a lenda da existência de um boi de ouro enterrado...logo andaram uns poucos à procura do dito boi.


As ruinas situam-se a 11km em linha recta do cabeço das Fráguas.
 
Inscrições em Cabeço das Fráguas


A zona tem possantes jazigos de cassiterite, e o Zêzere descrevia uma curva de maior amplitude do que aquela que agora descreve "(...) recebia a ribeira da Gaia no sítio dos Catraios, em frente a Centum Cellas (...)"


Edifício composto de um nucleo com anexos ligados às paredes laterais. Núcleo tinha 2 pavimentos os anexos 1. A planta do conjunto é rectangular e este era absolutamente simétrico a 1 plano axial.
Fachada principal virada para o nascer do sol nos maiores dias do ano.


Nas ombreiras de todas as portas do R/ch, há rasgos horizontais, junto das vergas, onde se encaixavam os tabuões. As portas giravam sobre 2 espigões fixos. Rasgos semelhantes existem nas ombreiras de vão de portas de certos templos do antigo Egipto.
Ignora-se o significado das 3 janelas rectangulares e desiguais (vê-se na foto que incluiu no artigo) que assentam nas vergas das portas exteriores, em Efeso a pia baptismal tem um grupo de 3 rectângulos que dizem ser símbolo da trindade...
Éfeso: pia baptismal
De acordo com o autor, Vitrúvio não aplicou a secção dourada e não refere na sua obra Arquitectura, se a conheceu, guardou segredo.
Das relações geométricas, vou deixar 2 ou 3 apontamentos para não me tornar muito extenso.
  • Sala do 2º pavimento (abrangia totalmente o 2º pavimento e cujs aberturas davam para uma varanda que a contornava, provavelmente o motivo principal do edifício). Parede (que se vê) que fica à esquerda na foto, composta de porta pequena, janela, porta grande, janela, porta pequena. Portas menor dimensão: a relação entre as 2 dimensões (altura, largura)é a dimensão da planta do partenon (rectangulo do partenon), a razão entre a diagonal e o segmento que une um dos vértices ao ponto médio do lado maior, oposto, é igual ao número de ouro.
  • A parede de topo que aparece na foto de frente (1 porta de maior dimensão ladeada por 2 janelas que parecem quadradas):o arquitecto procurou inscrever 2 secções douradas, justapostas pelos lados menores, num rectangulo de comprimento igual à largura da sala e altura igual à distancia que vai do pavimento às vergas da janela, a mesma em 12 vãos da sala. Porem para manter a medida de 2,18m e conservar a razão entre as 2 dimensões da secção dourada perfeita, o arquitecto foi obrigado a aumentar ligeiramente o lado maior destas. Assim este lado ultrapassa, de perto em 11mm , a metade da largura da sala. Na grande piramide de Gizé existe um corredor com 2,18m de altura. Mero acaso?
Tudo o que escrevi (e muitas mais relações, realmente impressionante) encontra-se no livro que referi, o que achei notável e fascinante foram as relações arquitectónicas/geométricas que o autor encontrou. Desculpe a extensão, mas foi a forma que encontrei para mostrar que as relações realmente existem.


Autor: Calisto (texto em comentário sobre Brito Bluteau, com algumas ilustrações incorporadas)

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publicado às 10:16

Egitânia

24.10.10
Egitânia era o nome dado pelos suevos e visigodos à população de Idanha, significativamente diferente do que permaneceu, e ainda do romano Civitas Igaeditanorum. O novo acordo ortográfico tem destas surpresas no sentido oposto ao objectivo de perder ligação às raízes das palavras...
Agora devemos escrever Egito, e se Lusitânia deriva de Luso, pois Egitânia parece agora derivar de Egito...
Surge este texto a propósito do comentário[de Maria da Fonte] que fala do achado de um escaravelho egípcio numa escavação arqueológica romana em Alcácer do Sal, da época do faraó Pasmético (sec. VII a.C).
Pode sempre dizer-se que se tratou de uma peça trazida do Egipto, na altura romana... sabendo-se que encontrar o obelisco na Place Concorde também não significa que os egípcios tenham estado em Paris. Aliás, pela mesma ordem de ideias, encontrar as pirâmides no Egipto, também não significa que tenham sido feitas pelos egípicios... poderiam apenas ter sido transportadas (afinal, as pedras nem são originárias das redondezas).
Quando falamos de registos históricos, temos que guardar a devida distância de certezas...

Voltando a Egitânia, na Idanha portuguesa, encontramos alguns registos interessantes.
Estão a céu aberto algumas inscrições em pedras significativas:

umas parecerão mais romanas que outras... mas é já de alguma forma habitual o pouco cuidado que se tem na preservação destes registos. É significativo o registo monumental, de várias origens em Idanha, incluindo uma igreja visigótica que parece ter tido várias fases de construção. Várias fotos interessantes podem ser encontradas, e incluem uma estrada antiga (romana... certamente, como é suposto serem todas as estradas antigas!), uma denominada "torre templária", uma casa com a cruz de cristo , etc...
A entrada de Idanha-a-Velha é uma construção maciça com notáveis enormes pedras, que também parecem ter origem em tempos de diferente reconstrução (figura à esquerda), bem como um típico arco "episcopal" (à direita).

Apresentamos ainda uma ponte com um arco diferente, que procura ser mais triangular, característica partilhada com a porta lateral da catedral episcopal (de tal forma pronunciada, que passa o telhado).
Idanha (que não dista muito de Cento Cellas) é apenas mais um dos vários casos em que houve necessidade de haver uma Nova e uma Velha, sendo próximas neste caso, às vezes chegam a estar separadas por centenas de quilómetros, como é o caso de Montemor...

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publicado às 19:33

Egitânia

24.10.10
Egitânia era o nome dado pelos suevos e visigodos à população de Idanha, significativamente diferente do que permaneceu, e ainda do romano Civitas Igaeditanorum. O novo acordo ortográfico tem destas surpresas no sentido oposto ao objectivo de perder ligação às raízes das palavras...
Agora devemos escrever Egito, e se Lusitânia deriva de Luso, pois Egitânia parece agora derivar de Egito...
Surge este texto a propósito do comentário[de Maria da Fonte] que fala do achado de um escaravelho egípcio numa escavação arqueológica romana em Alcácer do Sal, da época do faraó Pasmético (sec. VII a.C).
Pode sempre dizer-se que se tratou de uma peça trazida do Egipto, na altura romana... sabendo-se que encontrar o obelisco na Place Concorde também não significa que os egípcios tenham estado em Paris. Aliás, pela mesma ordem de ideias, encontrar as pirâmides no Egipto, também não significa que tenham sido feitas pelos egípicios... poderiam apenas ter sido transportadas (afinal, as pedras nem são originárias das redondezas).
Quando falamos de registos históricos, temos que guardar a devida distância de certezas...

Voltando a Egitânia, na Idanha portuguesa, encontramos alguns registos interessantes.
Estão a céu aberto algumas inscrições em pedras significativas:

umas parecerão mais romanas que outras... mas é já de alguma forma habitual o pouco cuidado que se tem na preservação destes registos. É significativo o registo monumental, de várias origens em Idanha, incluindo uma igreja visigótica que parece ter tido várias fases de construção. Várias fotos interessantes podem ser encontradas, e incluem uma estrada antiga (romana... certamente, como é suposto serem todas as estradas antigas!), uma denominada "torre templária", uma casa com a cruz de cristo , etc...
A entrada de Idanha-a-Velha é uma construção maciça com notáveis enormes pedras, que também parecem ter origem em tempos de diferente reconstrução (figura à esquerda), bem como um típico arco "episcopal" (à direita).

Apresentamos ainda uma ponte com um arco diferente, que procura ser mais triangular, característica partilhada com a porta lateral da catedral episcopal (de tal forma pronunciada, que passa o telhado).
Idanha (que não dista muito de Cento Cellas) é apenas mais um dos vários casos em que houve necessidade de haver uma Nova e uma Velha, sendo próximas neste caso, às vezes chegam a estar separadas por centenas de quilómetros, como é o caso de Montemor...

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publicado às 19:33

Egitânia

24.10.10
Egitânia era o nome dado pelos suevos e visigodos à população de Idanha, significativamente diferente do que permaneceu, e ainda do romano Civitas Igaeditanorum. O novo acordo ortográfico tem destas surpresas no sentido oposto ao objectivo de perder ligação às raízes das palavras...
Agora devemos escrever Egito, e se Lusitânia deriva de Luso, pois Egitânia parece agora derivar de Egito...
Surge este texto a propósito do comentário[de Maria da Fonte] que fala do achado de um escaravelho egípcio numa escavação arqueológica romana em Alcácer do Sal, da época do faraó Pasmético (sec. VII a.C).
Pode sempre dizer-se que se tratou de uma peça trazida do Egipto, na altura romana... sabendo-se que encontrar o obelisco na Place Concorde também não significa que os egípcios tenham estado em Paris. Aliás, pela mesma ordem de ideias, encontrar as pirâmides no Egipto, também não significa que tenham sido feitas pelos egípicios... poderiam apenas ter sido transportadas (afinal, as pedras nem são originárias das redondezas).
Quando falamos de registos históricos, temos que guardar a devida distância de certezas...

Voltando a Egitânia, na Idanha portuguesa, encontramos alguns registos interessantes.
Estão a céu aberto algumas inscrições em pedras significativas:
umas parecerão mais romanas que outras... mas é já de alguma forma habitual o pouco cuidado que se tem na preservação destes registos. É significativo o registo monumental, de várias origens em Idanha, incluindo uma igreja visigótica que parece ter tido várias fases de construção. Várias fotos interessantes podem ser encontradas, e incluem uma estrada antiga (romana... certamente, como é suposto serem todas as estradas antigas!), uma denominada "torre templária", uma casa com a cruz de cristo , etc...
A entrada de Idanha-a-Velha é uma construção maciça com notáveis enormes pedras, que também parecem ter origem em tempos de diferente reconstrução (figura à esquerda), bem como um típico arco "episcopal" (à direita).

Apresentamos ainda uma ponte com um arco diferente, que procura ser mais triangular, característica partilhada com a porta lateral da catedral episcopal (de tal forma pronunciada, que passa o telhado).

Idanha (que não dista muito de Cento Cellas) é apenas mais um dos vários casos em que houve necessidade de haver uma Nova e uma Velha, sendo próximas neste caso, às vezes chegam a estar separadas por centenas de quilómetros, como é o caso de Montemor...

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publicado às 11:33

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