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De acordo com Hesíodo, Perséfone filha de Démeter, teria sido raptada por Hades para o seu inferno e salva pela mãe. Porém, ao ter comido uma romã(*) oferecida por ele, houve um acordo de passar metade do tempo no submundo e outra metade fora das trevas.
Falamos hoje sobre as estações do ano... em dia de solstício e início de Verão!
Perséfone e a peneira (liknon) dos mistérios agícolas.

A alegoria de Perséfone, tal como a mãe Démeter ligada à agricultura, explicaria duas estações, uma mais fria (onde estaria com Hades), e outra mais quente. Esta diferença é marcada pelo rapto de Hades... ou seja, pode ter acontecido que antes não fosse assim. Quando? Como muitas outras coisas, a diferença é marcada pela transição entre a Idade do Bronze e do Ferro.

Porém, ainda assim, o clima na antiguidade tem que ser considerado moderado, e dificilmente podemos falar no clima que presenciamos hoje em dia. A razão mais simples para esta afirmação resulta das numerosas representações que nos chegaram. Usar uma simples toga parecia ser o mais comum, e os militares exibiam uniformes com as pernas descobertas... tudo indica um clima ameno, próprio de dias primaveris ou de verão! Exceptuando este registo de Perséfone, não conhecemos obras literárias, anteriores ao Séc. II, que falem do clima frio durante o inverno.


  
Augusto, Sétimo Severo, Justiniano
a mudança de trajo faz-se notar
repare-se especialmente nas pernas dos soldados de Justiniano.

Num dos poucos registos que encontrámos sobre o clima (o principal será Meteora de Aristóteles), citamos Plínio (Livro 2, Cap. 39):
For who can doubt that summer and winter, and the annual revolution of the seasons are caused by the motion of the stars? As therefore the nature of the sun is understood to influence the temperature of the year, so each of the other stars has its specific power, which produces its appropriate effects.
Plinio fala apenas de duas estações, e se associa a diferença de temperatura ao Sol, vai depois mais longe dizendo que os outros planetas também têm a sua quota parte! Explicita mesmo:
(...) this is particularly observable with respect to Saturn, which 
produces a great quantity of rain in its transits.

Para Plínio, um trânsito de Saturno provocaria chuva... esta afirmação só é compreensível se não fosse abundante no inverno.
O significado de "trânsito de Saturno" é desconhecido, já que astrologicamente é relativo aos signos (signos deve ler-se sinais) e astronomicamente só é aplicável a planetas interiores, na passagem pelo Sol... fenómeno difícil de observar.

O que pretendemos afirmar é que na transição para o final do Império Romano, e especialmente na Idade Média, o clima sofreu profundas alterações.
Mais concretamente, na antiguidade o Trópico de Cancer deveria estar situado não a 23º44', mas bem mais abaixo, provavelmente na zona dos 10º.
  
Inclinação de 23º44' da Terra face à sua órbita solar, e seu efeito nas estações do ano.

A diferença de inclinação poderia justificar não apenas a questão do clima, mas também a da orientação... ou seja, se não houvesse inclinação, o sol nasceria exactamente a Leste, e iria por-se a Oeste. Porém, o efeito da inclinação provoca uma mudança significativa, e dependendo da época do ano e da latitude, os erros podem justificar diferenças de 45º como aquelas que temos vindo a assinalar... isso seria tanto mais notório, quanto maior fosse a latitude. Não justifica erros para identificar o sul (seria sempre o meio-dia), mas poderia ser uma confusão para erros leste-oeste, dependendo até da nomenclatura.

Uma mudança deste género tornaria a vida complicada para os gauleses e outros povos do norte da Europa! Ou seja, a pressão climática pressionaria de forma desesperada a uma invasão de territórios situados mais a sul. Portanto, as invasões bárbaras do Império Romano podem ter resultado dessa mudança climática... progressivamente a situação afectaria as colheitas e tornar-se-ia insustentável para os Godos, que procuraram estabelecer-se a Sul. Quem permaneceu nessas latitudes ficou confrontado com uma vida de servidão medieval difícil... especialmente bem ilustrada no Livro de Horas do Duque de Berry:
Les Très Riches Heures du Duc de Berry (Fevereiro) 

De escravos em clima temperado sob égide do Império Romano, passavam a "homens livres" no novo estatuto de servidão medieval, sob condições climáticas agravadas. Assim, se antes os Romanos distinguiam essencialmente duas estações "Ver" e "Hiems", com Isidoro de Sevilha, no Séc. VII já vamos encontrar uma bizarra divisão dos meses, numa clara preocupação com as Estações... preocupação praticamente ausente na maioria dos geógrafos e escritores anteriores.
Uma curiosa rosa de meses, de Isidoro de Sevilla (Séc. VII)

É claro que a divisão em quatro estações era sempre conhecida - havendo periélio e afélio tem que haver dois equinócios. Os nomes Primavera e Verão são ambíguos face ao latino "Ver", procurando talvez invocar uma primeira "Ver" (Prima Ver), e uma "Ver" propriamente dita (Verão)... sendo que em latim Ver corresponde à Primavera e AEstas ao Verão (de onde vem o prefixo de estival).
Já mais interessante é a designação dada ao "Inverno"... se atendermos a que a usual confusão entre F e V leva directamente a "Inferno". Ao contrário de Outono que no latim é Autumnus, aqui não parece haver qualquer raiz latina, pois o termo Inverno é bastante diferente de Hiems.

O novo inverno medieval foi visto como um autêntico inferno...
Se isto parece estranho face à concepção que se foi enraizando de um inferno enquanto "profundezas escaldantes", devemos relembrar que essa concepção não é a do último círculo de Dante - no seu Nono Anel, onde está o próprio Lucifer, o mundo infernal é gelado. Essa seria a concepção medieval...

Há ainda uma outra questão complicada, esta inclinação de 23º da eclíptica (que define o plano orbital, e está na nossa esfera armilar) está injustificadamente bastante inclinada... e apesar de se pretender que há um outro efeito de rotação,  com período de 40 mil anos, estes valores dos astrofísicos actuais têm quase tanto significado como as previsões da evolução dos mercados... modelos de extrapolação básica e pretensiosa, que aliás vieram da mesma escola de física. É bastante mais natural supor que, dadas as forças de gravidade envolvidas, a inclinação do eixo não tem que ser fixa.

Haveria mais a dizer, notamos apenas que se a nomenclatura dos meses foi propagada quase literalmente na maioria das línguas europeias (tal como no caso dos dias da semana... a excepção católica é portuguesa), o mesmo não se passou no caso das estações onde há diferenças assinaláveis, exceptuando na designação do Outono.
No nosso caso, ficou-nos a oposição entre uma Primavera, primeira verdade, e um Inverno infernal... como lembrança etimológica.

Nota:
(*) Romã, em português é demasiado próximo de Roma para não ser notado. Especialmente se notarmos que em Espanha se denomina "granado", e esta raiz está presente em vários países. Lineu decidiu denominá-la punica granatum, juntando Cartago e Granada... dois reinos desaparecidos!
Pode ainda juntar-se a isto, o relato dos espiões de Moisés que lhe trouxeram este fruto como amostra da fertilidade da Terra Prometida... pois bem um fruto que junta Punica e Granada, e atendendo a Cartagena, é difícil ser mais concordante com a Estória que aqui coloquei sobre os Ebreus do Ebro...
O jardim e as suas frutas - laranjas portuguesas e romãs granadinas/andaluzes.

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publicado às 21:45

Sinais vermelhos

21.06.11
Quando há uns meses colocámos aqui um post com o título Traffic Signs, não estávamos exactamente a pensar no que Estrabo (passarei a usar esta variante do nome, mais apropriada) nos tinha para revelar (Livro 1):
All those who have sailed along the coasts of Libya, whether starting from the Arabian Gulf, or the Pillars, after proceeding a certain distance, have been obliged to turn back again on account of a variety of accidents;
Se tivesse sabido desta passagem de Estrabo, teria sido usada nesse cartoon de Março.
Mas podemos hoje acrescentar algo mais...
Estávamos concentrados na proibição em navegar para além dos Pilares (Estreito de Gibraltar), ao longo da costa de África, e faltou-nos o outro lado... que ele chama o Golfo Arábico, ou seja o Mar Vermelho.

Ao ler a transcrição somos imediatamente confrontados com alguns problemas que se colocaram aos tradutores... digamos que se viram gregos (língua do original, que desconheço largamente), e misturam termos recentes com termos antigos, nomeadamente sobre o Mar Eritreu (Erythraen Sea). A confusão será já própria de Estrabo, que invoca Eratóstenes sobre uma antiga passagem entre o Mar Vermelho e o Mediterrâneo, por inundação. Estrabo contesta a inundação argumentando que o nível do mar seria uniforme, pelo contacto entre todos os mares. Com o nível do mar elevado, podemos ver que essa ligação pode ter existido:
Médio-Oriente com o nível do mar elevado
(o Mar Morto seria mesmo um mar, ou baía, 
e a África ficava separada, como uma ilha)

Porém a verdadeira questão é outra... é que o Mar Eritreu também foi designação aplicada ao golfo que se situava no exterior das Colunas de Hércules, na altura em que a ilha Eriteia era situada a oeste dos Pilares, conforme já abordámos a propósito do Lago Tritonis.

Ou seja, havia um Mar Vermelho a Ocidente e outro a Oriente. Só para confusão?
Em parte sim, mas creio que havia outra questão que Estrabo torna clara:
- quem se arriscasse a navegar para além destes pontos, arriscava os mais diversos acidentes!
Acidentalmente, ou o acidental mente... porque os acidentes sistemáticos deixam de ser acidentes.
Se pensámos que o Acidental era Ocidental, Estrabo reporta que também se aplicava às navegações africanas pelo lado oriental.

Onde estavam os Sinais? 
- Um Sinai estava junto ao Mar Vermelho, próximo do Egipto...
- Creio que o outro Sinai estava do outro lado, na península que definia a zona de Tingis, a antiga Tanger, na Mauritania Tingitana.
Tratavam-se de Sinais Vermelhos... a proibição de navegar não poderia passar aqueles mares "vermelhos", em direcção a África.

Porquê?
Pela razão que Aristóteles invocava sobre Cartago... o medo de que os refractários se instalassem nos territórios paradisíacos. Se cidadãos instruídos formassem novas civilizações fora da alçada do controlo central, as colónias passariam a ser uma ameaça para os territórios originais. Dada a extensão africana... e americana, a proibição seria a primeira arma de controlo, caso contrário poderia formar-se um reino suficientemente poderoso que ameaçaria o poder instalado no Mediterrâneo, e os seus segredos sobre as terras virgens ficariam ameaçados. Esse problema teve que ser resolvido na Austrália, antes da sua descoberta oficial por Cook. Digamos que a América, os EUA, foram a primeira experiência autorizada para uma colónia independente dos velhos poderes europeus!

Aliás, se pensarmos bem, só uma política de ocultação justificaria a ausência de contactos reportados entre romanos, indianos ou chineses. Será ridículo pensar que a República Romana não sentiu curiosidade de enviar os seus navios pelo mundo fora, pelo menos na rota de Alexandre Magno... que já o teria feito! Há apenas o incidente relatado por Cornélio Nepote, de que já falámos, e processou-se no sentido inverso, com uma visita à Europa.


A partir daqui fica ainda mais claro que a passagem do Mar Vermelho ou Eritreu, tanto se poderia dar pelo lado oriental ou ocidental, indo no mesmo sentido daquilo que já dissemos sobre o Mar Eritreu e sobre os Ebreus do Ebro.


Aditamento (22/06/2011)
Esqueci-me de tornar explícita a relação com o texto sobre o Mar Vermelho apontado nos mapas do Séc. XVI de Ortelius, Ghisolfi e Agnese:
Os dois mares vermelhos, coloridos no mapa de Agnese, 1544.

O que estes autores pretenderiam colocar em evidência é que havia um novo Sinai Vermelho... a Califórnia! Esta península seria o novo Sinai, onde se colocava um novo Mar Vermelho - as navegações acima da Califórnia ficariam proibidas!
Não admira pois que essa seja o foco de concentração de muitos judeus, especialmente no Séc. XX, tratava-se de assinalar um novo Sinai... na Califórnia.

A estória será esta... Moisés abriu caminho pelo Mar Vermelho, passando o Mar Proibido, sujeitando-se aos Mandamentos divinos, e assim atingiu a Terra Prometida. Conseguiu uma libertação temporária para o seu povo, mas esqueceram o problema de libertação universal... Digamos que os magos de Nabucodonosor fizeram lembrar aos judeus essa universalidade com o preço do cativeiro. Quando Ciro acaba por restituir alguma liberdade aos judeus, volta a estar implementada a restrição universal dos Sinais vermelhos! O que é surpreendente, é que esta restrição é de tal forma poderosa que não podemos olhá-la em termos europeus... nenhuma nação asiática entrou em contacto directo com a Europa, durante milénios.

Primeiro o Infante D. Henrique, e depois Colombo acabam por ter assim papel fundamental na nova autorização de levantar o cobrimento, ou seja, a autorização de descobrimento, dos novos territórios... em certo sentido figurado poderia ser-lhes atribuído um papel messiânico, ao nível de Moisés.

Porém, fica claro que houve uma nova proibição no Séc. XVI, que é ilustrada neste mapa de Agnese, e que já identificámos várias vezes... a Austrália e o Noroeste Americano ficariam proibidos até Cook, que será na mesma linha o próximo a ter autorização para descobrir a parte restante.

Se colocamos demasiado o foco no papel da Hispânia, é porque ele se vai revelando, mas não ignoramos o detalhe da migração judaica para a zona da Etiópia, também aqui marcando a transposição do outro Mar Vermelho. O Obelisco de Psamético na praça de Montecitorio, de que falámos, usado como relógio de Sol por Augusto, é afinal o último marco de conquista egípcia nos territórios núbios a sul. Nesse sentido pode dizer-se que se a alguns judeus foi aberta a passagem para a Etiópia, aos Egípcios ela esteve sempre fechada.

Para quem seguiu ainda o outro blog alvorsilves, saberá que no último dia de 2009 decidimos marcar a passagem para 2010 no fuso californiano, e desde então usámos aqui a hora do Pacific Time.
A estória vai batendo certo, e se isso é algo surpreendente pela positiva, é mais surpreendente pela negativa revelando a dimensão do controlo. Talvez quando houver autorização para passar ao Planeta Vermelho, Marte, nos seja autorizado perceber toda a nossa História!
Até lá, o novo Sinai Vermelho parece ser o planeta nomeado pelo deus da guerra... quanto a Vénus, planeta da deusa do amor, que tanto passou por Lucifer, portador da luz a nascente, como por Hesper, sinal de esperança a poente, Vénus continua proibido a observações!

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publicado às 05:33

Sinais vermelhos

21.06.11
Quando há uns meses colocámos aqui um post com o título Traffic Signs, não estávamos exactamente a pensar no que Estrabo (passarei a usar esta variante do nome, mais apropriada) nos tinha para revelar (Livro 1):
All those who have sailed along the coasts of Libya, whether starting from the Arabian Gulf, or the Pillars, after proceeding a certain distance, have been obliged to turn back again on account of a variety of accidents;
Se tivesse sabido desta passagem de Estrabo, teria sido usada nesse cartoon de Março.
Mas podemos hoje acrescentar algo mais...
Estávamos concentrados na proibição em navegar para além dos Pilares (Estreito de Gibraltar), ao longo da costa de África, e faltou-nos o outro lado... que ele chama o Golfo Arábico, ou seja o Mar Vermelho.

Ao ler a transcrição somos imediatamente confrontados com alguns problemas que se colocaram aos tradutores... digamos que se viram gregos (língua do original, que desconheço largamente), e misturam termos recentes com termos antigos, nomeadamente sobre o Mar Eritreu (Erythraen Sea). A confusão será já própria de Estrabo, que invoca Eratóstenes sobre uma antiga passagem entre o Mar Vermelho e o Mediterrâneo, por inundação. Estrabo contesta a inundação argumentando que o nível do mar seria uniforme, pelo contacto entre todos os mares. Com o nível do mar elevado, podemos ver que essa ligação pode ter existido:
Médio-Oriente com o nível do mar elevado
(o Mar Morto seria mesmo um mar, ou baía, 
e a África ficava separada, como uma ilha)

Porém a verdadeira questão é outra... é que o Mar Eritreu também foi designação aplicada ao golfo que se situava no exterior das Colunas de Hércules, na altura em que a ilha Eriteia era situada a oeste dos Pilares, conforme já abordámos a propósito do Lago Tritonis.

Ou seja, havia um Mar Vermelho a Ocidente e outro a Oriente. Só para confusão?
Em parte sim, mas creio que havia outra questão que Estrabo torna clara:
- quem se arriscasse a navegar para além destes pontos, arriscava os mais diversos acidentes!
Acidentalmente, ou o acidental mente... porque os acidentes sistemáticos deixam de ser acidentes.
Se pensámos que o Acidental era Ocidental, Estrabo reporta que também se aplicava às navegações africanas pelo lado oriental.

Onde estavam os Sinais? 
- Um Sinai estava junto ao Mar Vermelho, próximo do Egipto...
- Creio que o outro Sinai estava do outro lado, na península que definia a zona de Tingis, a antiga Tanger, na Mauritania Tingitana.
Tratavam-se de Sinais Vermelhos... a proibição de navegar não poderia passar aqueles mares "vermelhos", em direcção a África.

Porquê?
Pela razão que Aristóteles invocava sobre Cartago... o medo de que os refractários se instalassem nos territórios paradisíacos. Se cidadãos instruídos formassem novas civilizações fora da alçada do controlo central, as colónias passariam a ser uma ameaça para os territórios originais. Dada a extensão africana... e americana, a proibição seria a primeira arma de controlo, caso contrário poderia formar-se um reino suficientemente poderoso que ameaçaria o poder instalado no Mediterrâneo, e os seus segredos sobre as terras virgens ficariam ameaçados. Esse problema teve que ser resolvido na Austrália, antes da sua descoberta oficial por Cook. Digamos que a América, os EUA, foram a primeira experiência autorizada para uma colónia independente dos velhos poderes europeus!

Aliás, se pensarmos bem, só uma política de ocultação justificaria a ausência de contactos reportados entre romanos, indianos ou chineses. Será ridículo pensar que a República Romana não sentiu curiosidade de enviar os seus navios pelo mundo fora, pelo menos na rota de Alexandre Magno... que já o teria feito! Há apenas o incidente relatado por Cornélio Nepote, de que já falámos, e processou-se no sentido inverso, com uma visita à Europa.


A partir daqui fica ainda mais claro que a passagem do Mar Vermelho ou Eritreu, tanto se poderia dar pelo lado oriental ou ocidental, indo no mesmo sentido daquilo que já dissemos sobre o Mar Eritreu e sobre os Ebreus do Ebro.


Aditamento (22/06/2011)
Esqueci-me de tornar explícita a relação com o texto sobre o Mar Vermelho apontado nos mapas do Séc. XVI de Ortelius, Ghisolfi e Agnese:
Os dois mares vermelhos, coloridos no mapa de Agnese, 1544.

O que estes autores pretenderiam colocar em evidência é que havia um novo Sinai Vermelho... a Califórnia! Esta península seria o novo Sinai, onde se colocava um novo Mar Vermelho - as navegações acima da Califórnia ficariam proibidas!
Não admira pois que essa seja o foco de concentração de muitos judeus, especialmente no Séc. XX, tratava-se de assinalar um novo Sinai... na Califórnia.

A estória será esta... Moisés abriu caminho pelo Mar Vermelho, passando o Mar Proibido, sujeitando-se aos Mandamentos divinos, e assim atingiu a Terra Prometida. Conseguiu uma libertação temporária para o seu povo, mas esqueceram o problema de libertação universal... Digamos que os magos de Nabucodonosor fizeram lembrar aos judeus essa universalidade com o preço do cativeiro. Quando Ciro acaba por restituir alguma liberdade aos judeus, volta a estar implementada a restrição universal dos Sinais vermelhos! O que é surpreendente, é que esta restrição é de tal forma poderosa que não podemos olhá-la em termos europeus... nenhuma nação asiática entrou em contacto directo com a Europa, durante milénios.

Primeiro o Infante D. Henrique, e depois Colombo acabam por ter assim papel fundamental na nova autorização de levantar o cobrimento, ou seja, a autorização de descobrimento, dos novos territórios... em certo sentido figurado poderia ser-lhes atribuído um papel messiânico, ao nível de Moisés.

Porém, fica claro que houve uma nova proibição no Séc. XVI, que é ilustrada neste mapa de Agnese, e que já identificámos várias vezes... a Austrália e o Noroeste Americano ficariam proibidos até Cook, que será na mesma linha o próximo a ter autorização para descobrir a parte restante.

Se colocamos demasiado o foco no papel da Hispânia, é porque ele se vai revelando, mas não ignoramos o detalhe da migração judaica para a zona da Etiópia, também aqui marcando a transposição do outro Mar Vermelho. O Obelisco de Psamético na praça de Montecitorio, de que falámos, usado como relógio de Sol por Augusto, é afinal o último marco de conquista egípcia nos territórios núbios a sul. Nesse sentido pode dizer-se que se a alguns judeus foi aberta a passagem para a Etiópia, aos Egípcios ela esteve sempre fechada.

Para quem seguiu ainda o outro blog alvorsilves, saberá que no último dia de 2009 decidimos marcar a passagem para 2010 no fuso californiano, e desde então usámos aqui a hora do Pacific Time.
A estória vai batendo certo, e se isso é algo surpreendente pela positiva, é mais surpreendente pela negativa revelando a dimensão do controlo. Talvez quando houver autorização para passar ao Planeta Vermelho, Marte, nos seja autorizado perceber toda a nossa História!
Até lá, o novo Sinai Vermelho parece ser o planeta nomeado pelo deus da guerra... quanto a Vénus, planeta da deusa do amor, que tanto passou por Lucifer, portador da luz a nascente, como por Hesper, sinal de esperança a poente, Vénus continua proibido a observações!

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