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O site espanhol Proel.org tem uma excelente página linguística onde se estabelece uma árvore genealógica dos alfabetos antigos:
Origem do gráfico: Proel.org

É um exercício interessante estabelecer ligações desta forma, que não se prendam exactamente com o lugar atribuído e as convenções habituais... 
Por exemplo, sinalizamos que o indiano Brahmi é ligado ao Fenício como desvio do Aramaico, com uma particularidade que os autores desse blog dizem no início:
El brahmi es un sistema de escritura silábico con un lapso de uso que va desde el siglo V a. C. hasta el V d. C. El sentido de la escritura era al principio de derecha a izquierda, pero en el siglo III a. C. cambia en sentido contrario.
O que se passa para uma escrita subitamente mudar, deixando de se escrever segundo a sua influência fenícia original - de nascente para poente, passando a escrever-se de poente para nascente, copiando a influência grega? 
Estando reportado ao Séc. III a.C. ocorre já depois da incursão de Alexandre Magno, e por isso está localizada uma forte possibilidade de influência!
Já aqui apontámos essa diferença da direcção de escrita, num texto anterior.

Espanca - Ourique
A propósito dos Tartéssios (a que se costuma ligar Tarsis, e os Cónios) e da sua língua, nesse site são referenciadas diversas estelas em Espanca, Ourique, Bensafrim. A escrita tartéssia é considerada irmã da hebraica, da púnica, da aramaica, ou do grego antigo, no sentido em que derivam directamente do fenício original. Já aqui tínhamos mencionada a estela da Abóbada
com uma eventual ligação às siglas poveiras, mas fica agora claro que há todo um registo que liga a uma cultura tartéssia do sudoeste ibérico. Citamos os referidos autores, de novo, a este propósito:
Por ello y por su riqueza minera, Tartessos alcanzó inmenso poderío. El país de los tartesios es citado con mucha frecuencia en la Biblia y siempre en términos de un pueblo rico y rebosante de esplendor (1 Reyes 10:22; 2 Crónicas 20:36-37; Ezequiel 27:12; 38:13).
Esta língua, tal como a fenícia, usava a direcção nascente-poente... e como já aqui demos a entender, terá terminado os seus dias com aqueles que seguiram a direcção poente-nascente, e tal como os púnicos de Cartago, a civilização foi aniquilada pelos Romanos. O pormenor da escrita Brahmi inverter o seu sentido, após a presença de Alexandre, é revelador de que só havia uma direcção a seguir. Os próprios gregos tinham invertido esse sentido, já que o grego antigo até ao Séc. VIII a.C. usava a direcção fenícia, tal como o Etrusco... outra civilização que irá tombar. Os gregos mudam a sua direcção e influenciam a direcção romana, que tomará conta da Pax. Seguindo a linha do aramaico, apenas os judeus e os árabes vão manter a direcção oposta.

A influência da escrita fenícia, através do aramaico, é colocada pelos autores para além do Brahmi indiano, e chega à Sibério, ao Mongol e Manchú... mas com direcções já diferentes. Os autores ilustram as direcções de influência num esquema interessante.

Distinguiria dois períodos, que me parecem confundir-se quanto à Fenícia. Um primeiro período que não colocaria necessariamente no Líbano, já que a sua influência se confunde com a própria civilização oceânica europeia, em interacção com os Celtas. Um outro período, colocado na habitual zona do Líbano/Síria, onde se teria cimentado o aramaico como desvio do fenício original.

Disco de Phaitos
Uma outra linha interessante, e que tem sido associada ao mito da Atlântida, está relacionada com a escrita encontrada em Creta. É sobejamente conhecido o chamado Disco de Phaitos:
Estas escritas minóicas foram depois genericamente classificadas como Linear A ou B, seguindo o sentido greco-romano. Não é o caso do Disco de Phaitos, que apesar de não estar decifrado, assume-se correr no sentido fenício... se é que a distinção faz muito sentido num alinhamento espiral.

Quanto a tratar-se de algum legado da civilização Atlântida, parece-me ser inconsistente com os relatos de grande avanço civilizacional. A escrita longe de estar simplificada, está alinhada de forma rudimentar, de forma semelhante a muitos outros registos de civilizações da Idade do Bronze. A Atlântida poderá ter existido enquanto civilização avançada anterior ou na Idade do Bronze, mas conforme já referi há algumas extrapolações exarcebadas relativamente ao seu desenvolvimento. Parece bastante mais natural que uma Atlântida, situada na costa Atlântica, provavelmente africana (é aí que encontramos persistentemente referenciados os Atlantes), tenha sido vítima de uma mudança climática. De uma época fria, em que os gelos concentravam a água nos pólos, poderá ter havido uma mudança súbita, que originou uma inundação da sua capital. O clima temperado dará origem a uma mudança na relação de forças, admitindo que anteriormente os Atlantes subjugavam os povos mediterrânicos, de acordo com o relato de Platão. A civilização marítima fenícia ou a minóica poderão ter sido suas herdeiras, directamente ou pelo resultado do contacto com essa civilização perdida, mas não terão sido necessariamente casos únicos...

Pedra de Kafkania
Relativamente à língua minóica, não deixa de ser interessante os autores colocarem uma origem anterior, vários milénios antes de Cristo, na zona da Transilvânia... a que vão chamar língua Tartária. Ainda revelador é o mapa da civilizações "paleo-balcânicas" que apresentam:

É revelador, porque os autores datam estas civilizações entre 6000 a.C. e 3000 a.C., e como podemos observar os focos (a verde) estariam longe de qualquer zona costeira actual, mas já não seria bem assim se admitirmos o nível do mar mais elevado, conforme temos apresentado.

Nesta sequência, que leva aos minóicos, e para além do Disco de Phaitos, há uma pequena pedra que tem inscrições similares, e que foi descoberta recentemente, próximo de Kafkania-Olimpo:

Levantam-se algumas dúvidas sobre a autenticidade do achado de 1995, por razões bizarras que podem ser lidas na wikipedia. É interessante ter sido encontrada fora de Creta, em Kafkania.

Através deste pequeno artefacto, fomos chegados neste processo a Kafkania, vila próxima do Olimpo.
Mas tal como em O Processo, este nosso processo também parece ainda não ter fim à vista! 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 06:15


O site espanhol Proel.org tem uma excelente página linguística onde se estabelece uma árvore genealógica dos alfabetos antigos:
Origem do gráfico: Proel.org

É um exercício interessante estabelecer ligações desta forma, que não se prendam exactamente com o lugar atribuído e as convenções habituais... 
Por exemplo, sinalizamos que o indiano Brahmi é ligado ao Fenício como desvio do Aramaico, com uma particularidade que os autores desse blog dizem no início:
El brahmi es un sistema de escritura silábico con un lapso de uso que va desde el siglo V a. C. hasta el V d. C. El sentido de la escritura era al principio de derecha a izquierda, pero en el siglo III a. C. cambia en sentido contrario.
O que se passa para uma escrita subitamente mudar, deixando de se escrever segundo a sua influência fenícia original - de nascente para poente, passando a escrever-se de poente para nascente, copiando a influência grega? 
Estando reportado ao Séc. III a.C. ocorre já depois da incursão de Alexandre Magno, e por isso está localizada uma forte possibilidade de influência!
Já aqui apontámos essa diferença da direcção de escrita, num texto anterior.

Espanca - Ourique
A propósito dos Tartéssios (a que se costuma ligar Tarsis, e os Cónios) e da sua língua, nesse site são referenciadas diversas estelas em Espanca, Ourique, Bensafrim. A escrita tartéssia é considerada irmã da hebraica, da púnica, da aramaica, ou do grego antigo, no sentido em que derivam directamente do fenício original. Já aqui tínhamos mencionada a estela da Abóbada
com uma eventual ligação às siglas poveiras, mas fica agora claro que há todo um registo que liga a uma cultura tartéssia do sudoeste ibérico. Citamos os referidos autores, de novo, a este propósito:
Por ello y por su riqueza minera, Tartessos alcanzó inmenso poderío. El país de los tartesios es citado con mucha frecuencia en la Biblia y siempre en términos de un pueblo rico y rebosante de esplendor (1 Reyes 10:22; 2 Crónicas 20:36-37; Ezequiel 27:12; 38:13).
Esta língua, tal como a fenícia, usava a direcção nascente-poente... e como já aqui demos a entender, terá terminado os seus dias com aqueles que seguiram a direcção poente-nascente, e tal como os púnicos de Cartago, a civilização foi aniquilada pelos Romanos. O pormenor da escrita Brahmi inverter o seu sentido, após a presença de Alexandre, é revelador de que só havia uma direcção a seguir. Os próprios gregos tinham invertido esse sentido, já que o grego antigo até ao Séc. VIII a.C. usava a direcção fenícia, tal como o Etrusco... outra civilização que irá tombar. Os gregos mudam a sua direcção e influenciam a direcção romana, que tomará conta da Pax. Seguindo a linha do aramaico, apenas os judeus e os árabes vão manter a direcção oposta.

A influência da escrita fenícia, através do aramaico, é colocada pelos autores para além do Brahmi indiano, e chega à Sibério, ao Mongol e Manchú... mas com direcções já diferentes. Os autores ilustram as direcções de influência num esquema interessante.

Distinguiria dois períodos, que me parecem confundir-se quanto à Fenícia. Um primeiro período que não colocaria necessariamente no Líbano, já que a sua influência se confunde com a própria civilização oceânica europeia, em interacção com os Celtas. Um outro período, colocado na habitual zona do Líbano/Síria, onde se teria cimentado o aramaico como desvio do fenício original.

Disco de Phaitos
Uma outra linha interessante, e que tem sido associada ao mito da Atlântida, está relacionada com a escrita encontrada em Creta. É sobejamente conhecido o chamado Disco de Phaitos:
Estas escritas minóicas foram depois genericamente classificadas como Linear A ou B, seguindo o sentido greco-romano. Não é o caso do Disco de Phaitos, que apesar de não estar decifrado, assume-se correr no sentido fenício... se é que a distinção faz muito sentido num alinhamento espiral.

Quanto a tratar-se de algum legado da civilização Atlântida, parece-me ser inconsistente com os relatos de grande avanço civilizacional. A escrita longe de estar simplificada, está alinhada de forma rudimentar, de forma semelhante a muitos outros registos de civilizações da Idade do Bronze. A Atlântida poderá ter existido enquanto civilização avançada anterior ou na Idade do Bronze, mas conforme já referi há algumas extrapolações exarcebadas relativamente ao seu desenvolvimento. Parece bastante mais natural que uma Atlântida, situada na costa Atlântica, provavelmente africana (é aí que encontramos persistentemente referenciados os Atlantes), tenha sido vítima de uma mudança climática. De uma época fria, em que os gelos concentravam a água nos pólos, poderá ter havido uma mudança súbita, que originou uma inundação da sua capital. O clima temperado dará origem a uma mudança na relação de forças, admitindo que anteriormente os Atlantes subjugavam os povos mediterrânicos, de acordo com o relato de Platão. A civilização marítima fenícia ou a minóica poderão ter sido suas herdeiras, directamente ou pelo resultado do contacto com essa civilização perdida, mas não terão sido necessariamente casos únicos...

Pedra de Kafkania
Relativamente à língua minóica, não deixa de ser interessante os autores colocarem uma origem anterior, vários milénios antes de Cristo, na zona da Transilvânia... a que vão chamar língua Tartária. Ainda revelador é o mapa da civilizações "paleo-balcânicas" que apresentam:

É revelador, porque os autores datam estas civilizações entre 6000 a.C. e 3000 a.C., e como podemos observar os focos (a verde) estariam longe de qualquer zona costeira actual, mas já não seria bem assim se admitirmos o nível do mar mais elevado, conforme temos apresentado.

Nesta sequência, que leva aos minóicos, e para além do Disco de Phaitos, há uma pequena pedra que tem inscrições similares, e que foi descoberta recentemente, próximo de Kafkania-Olimpo:

Levantam-se algumas dúvidas sobre a autenticidade do achado de 1995, por razões bizarras que podem ser lidas na wikipedia. É interessante ter sido encontrada fora de Creta, em Kafkania.

Através deste pequeno artefacto, fomos chegados neste processo a Kafkania, vila próxima do Olimpo.
Mas tal como em O Processo, este nosso processo também parece ainda não ter fim à vista! 

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