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Sobre as diversas especulações atlânticas atlantidas, há uma que me parece fazer mais sentido:
- o relato egípcio transmitido a Sólon e dado por Platão referir-se simplesmente à América.

Este foi o sentido tomado à época dos descobrimentos, desde logo por Poliziano, e conforme já abordei a propósito de uma mapa de Nicolas Sanson:

Atlantis Insula


A situação à época era simples. 
O relato de Platão referia-se a uma grande terra a Ocidente, além do Oceano Atlântico, de dimensões comparáveis à soma da Ásia e África. Ora, a descoberta da América revelava esse duplo aspecto - uma grande terra ocidental, uma ilha de dimensões continentais.
O mistério platónico estava resolvido e como diria Poliziano: "haveria eu também de absolver de toda a suspeita de falsidade o grande Platão e os annaes seculares do Egipto..."

Porém, houve conveniência na insistência de que o mistério permanecia insolúvel, porque de certa forma isto lançara a suspeita de ocultação propositada dos territórios ocidentais, que não se teriam submergido. Houve e há assim subsídios para a manutenção do mistério.

A hipótese América=Atlântida é uma hipótese consistente e documentada, que termina por completo com a fábula atlântica, mostrando que a submersão vigente era a da simples proibição de navegação.

No entanto, há outra hipótese mais remota que também faz sentido, e que o José Manuel abordou de novo num comentário, já se tendo pronunciado sobre ela no Portugalliae:
http://portugalliae.blogspot.pt/2013/09/teoria-da-atlantida-no-arquipelago-dos.html

Durante o período glaciar é sabido que o nível do mar esteve muito mais baixo, e assim não é difícil fazer uma projecção do que seria o terreno a descoberto, consoante o nível das águas. O José Manuel refere uma projecção que aparece sob o nome: 
Atlantis Sinking / Atlantis Rising no site Survey of Atlantis:


Isto não é muito diferente do que podemos obter, pegando no Google Maps, e fazendo a diferença entre as zonas submersas, mas que poderiam estar emersas à época glaciar:
Emersão de terrenos (a verde) hoje submersos, provável na época glaciar. 

... tal como podemos antever o que seria com um nível de águas maior:

... ou com um nível de águas menor ainda:
Isto resume-se simplesmente a definir outros contornos com as curvas de nível para águas mais baixas, da mesma forma que já o fizemos para águas mais altas (por exemplo, no texto Cáspio).

O período de 10 mil anos, estimado para esse período glaciar é razoavelmente curto, e podemos pensar que não houve outras grandes alterações geológicas, mas estamos a falar da zona açoriana, onde a falha resultante do movimento das placas tectónicas é maior. Ainda assim, podemos dizer que este tipo de mapas faz algum sentido - mais certamente do que o habitual pensar que a geografia foi sempre a mesma.

De qualquer forma, convém ainda referir que sob essa hipótese de grande descida das águas, não era apenas aquela zona açoriana que emergiria, haveria a nível mundial todo um conjunto de terrenos hoje submersos e que então poderiam estar acima do nível das águas. 
Já falámos disso no texto Lemuria, mas já agora deixamos aqui uma hipótese, caso o nível de águas fosse ainda mais baixo:

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publicado às 21:47


1 comentário

De Alvor-Silves a 05.11.2014 às 03:31

Essa é uma velha questão, Maria da Fonte.
Não sei se lembra, mas já falámos da "Ilha Grande de Joanes"
http://alvor-silves.blogspot.pt/2010/06/ulyssippo.html
que é hoje identificada à ilha do Marajó, na foz do Amazonas.

Porém, o próprio nome "Joanes" refere-se ao Oanes
http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/05/cobertura-de-anedotos.html
Este Joanes, ou Oanes, e Odacon eram "Anedotos", ou seja Anunaki, reportados ao Mar Eritreu, que seria Mar Vermelho, mas não o do Egipto, ou desse Egipto, mas sim o Eritreu a sul do Algarve...

Não me parece haver informação suficiente para perceber bem o que houve, com qualquer detalhe.
O que interessa é perceber em geral o que se passou.
E em geral, creio que estamos de acordo, a Maria da Fonte, o José Manuel, e eu, de que existiu uma civilização que desenvolveu capacidade tecnológica avançada, por altura da Idade do Gelo.
Essa civilização terá começado a entrar em colapso com o aumento do nível do mar, e o mito diluviano resultará do desaparecimento de cidades inteiras por via da subida de águas.

Na minha opinião, essa antiga civilização poderá ter chegado a aspectos da tecnologia do Séc. XIX, mas não é muito importante entrar nesse detalhe.
Há poucos dados para discutir isso.
O que será mais relevante será o registo de maçonaria exacta, capaz de talhar pedras com grande detalhe de encaixe... mas esses registos são dos povos pré-colombianos, e ninguém lhes atribui mais do que mil ou dois anos.
O problema é que os sistemas de datação vivem da crença, e raramente distinguem originais de inclusões. Basta ver que se enterrar uma pessoa a 20 metros de profundidade, os diversos movimentos da terra podem fazer que ela apareça depois numa zona com uma datação diferente em muitos milhares e até milhões de anos.
O artefacto de Coso ser uma "vela de ignição da Champion" é exemplo desse brutal erro que pode existir nos sistemas de datação que usamos:
http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/10/contas-antigas.html

Abraços

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