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Magos (2)

11.10.10
(continuação de post anterior)

Zaratustra pode ter sido contemporâneo de Moisés (c. 1500 a.C), mas é normalmente tido como vivendo por volta de 1000 a.C. De acordo com os registos míticos, foi considerado como aquele que tudo percebeu, acabando por questionar uma hierarquia de uma casta de sacerdotes - Magos. Só séculos depois, a Pérsia Aqueménida, a grande rival grega, terá enveredado pela filosofia do Zoroastrismo até à chegada de Alexandre Magno. 
A Batalha de Gaugamela (Mosaico de Alexandre, na Casa do Fauno em Pompeia)

Qual a estranha situação por essa altura do milénio? As terras férteis situadas na Europa, por exemplo em Espanha ou França, estariam a salvo de incursões das diversas majestosas civilizações que se foram desenvolvendo... De acordo com a História conhecida, essas terras nunca mereceram atenção particular de egípcios, mesopotâmicos ou outros. As terras da Hispânia foram exploradas pelo comércio Fenício (talvez Hebreu), merecendo pouca atenção pelos gregos, egipicios ou persas. À excepção dos cartagineses, todas estas civilizações mais antigas desconsideraram a Itália, e a crescente presença romana. Os gregos apenas se estabeleceram no Sul de Itália e Sicília, na chamada Magna Grécia, nunca ousando caminhar para os territórios mais a norte, muito mais férteis. Os Gregos estabelecem-se em terrenos acidentados, próprios da pastorícia, mas inóspitos para a agricultura... os legados gregos parecem difusos na Hispânia mediterrânica, e mesmo no sul de França.

Independentemente de algumas alterações climáticas, é quase indiscutível que a civilização Egípcia se estabeleceu nas margens do Nilo, beneficiando de alguma fertilidade. Por outro lado isso dá a entender que não se aventuraram para terrenos longe do Nilo, nem são conhecidos registos significativos para além dessa circunscrição. Apesar de se conhecerem navegações egípcias e projectos de conquista, a antiquíssima civilização egípcia não parece ter-se afirmado para além do Nilo. 

O que condicionou antigas civilizações... a não procurar uma colonização noutras paragens, mesmo mediterrânicas... deixando os terrenos de Espanha, Itália, ou França, para povos pouco civilizados?
O que faz Alexandre Magno prosseguir a sua invasão para Oriente e não Ocidente, mesmo depois de derrotados Egípcios e Persas? 

Já no Séc. I a.C., o próprio Tito Lívio questiona como teria sido Roma capaz de se defender de Alexandre... isto ao mesmo tempo que é suposto Júlio César ter ficado frustrado com as proezas de Alexandre quando chegado à Hispania para o seu consulado. Depois de Alexandre ter derrotado o fenício rei de Tiro, o que impediria retaliações ou guerra com Cartago? O que teria deixado Alexandre com fama de conquistador mundial, se nem tão pouco se aventurou a ocidente da Grécia?

É mais atrás que começa a nossa estória... e com uma pergunta de Esfínge:
- quantos 3 séculos teve a humanidade para sair de carroças e entrar em foguetões?
Só seria possível nestes últimos 3 séculos e não noutros?
Ou antes, por que razão o conhecimento de máquinas, de Héron, de leis mecânicas, de Arquimedes, retrocedeu, ou foi perdido, por um povo altamente técnico e pragmático, como os Romanos?
Que sentido faz o achado arqueológico da Pilha de Bagdad, que funcionava como bateria eléctrica primitiva?
Pilha de Bagdad

De acordo com os dados arqueológicos, a inteligência criadora existe há vários milhares de anos, e houve muitos 3 séculos em tantos milhares de anos!
- Isso coloca a questão noutro ponto... haveria ou não a possibilidade de uma civilização antiga ter atingido o ponto de uma Atlântida?... Com as devidas condições de estabilidade, não é difícil aceitar que podem ter havido civilizações muito antigas, que tivessem evoluído para graus de desenvolvimento impensáveis, ao longo de milénios, enquanto numa determinada parte do mundo, uma parte esquecida, mais primitiva, continuaria em estado de subdesenvolvimento. 
Basta aliás pensar o choque civilizacional na altura dos descobrimentos, para entender que visitantes humanos bastante mais evoluídos poderiam ser vistos como deuses! Autênticos Gods/Gotts, palavras similares a Goths... ou seja, aos tais Godos que António Galvão quis como responsáveis pela estagnação civilizacional da Idade Média?


Quando vimos anteriormente as incongruências na datação de descobrimentos, que constavam em mapas anteriores (p.ex. Estreito de Bering), vemos que houve condicionantes para retenção das navegações.
Só a partir de certa altura, após Cook, houve licença para redescobrir o que faltava do mundo (a América a Norte da Califórnia e Austrália). 
Essa condicionante de rejeição, só encontra explicação em causas externas. Causas externas que condicionavam o desenvolvimento de civilizações humanas, a menos que um certo apaziguamento aos deuses, entidades externas, fosse apaziguado.
Era uma casta de sacerdotes, de magos, que se encarregava de comunicar a vontade desses deuses... deuses esses que poderiam não ser mais do que representantes de uma civilização mais avançada tecnologicamente.

As mudanças nas civilizações, o domínio de uma relativamente a outras, coincidiria com uma agenda externa. Progressos seriam admitidos quando autorizados, quando não autorizados, a religião e os seus magos encarregar-se-iam de suspender progressos civilizacionais.
Quando Akhenaton (ou Sócrates) questionam os deuses, e o seu poder, são os próprios magos a remediar essa dúvida. A ira desses deuses externos poderia ser medida na forma como foi destrutiva a intervenção por pilhagens dos Povos do Mar, eternos desconhecidos na sua origem.
É neste contexto que fica relevante uma chancela prévia dada pelos Reis Magos, ao nascimento de Cristo... é uma maneira de outorgar que essa mensagem civilizacional estaria pronta para ser difundida, pelo interior de um império bélico - o Império Romano. Todos os progressos são estagnados, havendo uma auto-censura de desenvolvimento, seria esse o acordo com a invasão dos godos.

Só muito mais tarde, após as navegações portuguesas, é autorizado um novo desenvolvimento, com a autorização de navegar a Colombo. Nessa fase, haveria um desfasamento de 1000 anos entre uma civilização que tivesse prosseguido o caminho técnico-científico que foi retomado no renascimento.
Essa autorização de navegação é limitada.... não permite alguns territórios proibidos, como a América do Norte, especialmente na sua Costa Oeste, ou toda a Austrália ou Nova Zelândia.
A partir da autorização de navegação a Cook dá-se o um novo progresso civilizacional que culmina na era industrial, e na exploração de mundos para além do nosso planeta. Mais uma vez, após o desígnio de navegar mais longe, de atingir a Lua, lançado por Kennedy, as explorações são interrompidas ou tímidas... 

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publicado às 03:53


5 comentários

De AlvorSilves a 12.10.2010 às 02:38

Caro José Manuel,

Talvez me feito entender mal:
- eu não disse que os egípcios não navegavam!
O que disse foi que "de acordo com a versão oficial da história" não eram navegadores, ou pelo menos ao ponto de se estabelecerem noutras paragens. E não há registos egípcios fora da zona do Nilo... e isso é que é estranho, ou "desconhecido" - conforme é constatado no link que apontou.

É um mito estúpido, mas é o que sempre fomos tendo... é suposto aceitar que as navegações atlânticas são coisas do fim da Idade Média.
Nem é só recentemente que isso é colocado em causa... basta ler António Galvão, ou Duarte Pacheco Pereira, que já o diziam no Séc. XVI.
E no entanto, esse "mito estúpido" manteve-se todos estes séculos...

Aliás, eu digo-lhe mais...
Houve indícios da presença de civilização egípcia, ou contemporânea, na Hispânia, Itália ou França?

O que queria frisar, era justamente a contradição entre ter um povo empreendedor, que navegava pelo Nilo (isso ninguém nega), e muito mais além... e o facto de estar preso a terrenos inóspitos, semi-desérticos, sujeito aos amores do Nilo para a fertilidade.

A propaganda do "Crescente Fértil", induziu que o clima seria muito mais agradável... e é natural que fosse um pouco - mas estou em crer que o Nilo se mantinha como oásis no meio do deserto egípcio - e a prova disso é que não foram encontrados monumentos ou cidades, para além dessa curta faixa de terreno. O mesmo se passava na Mesopotâmia, entre o Tigre e o Eufrates.
Ora, que circunstâncias faziam manter civilizações avançadas presas a alguns dos terrenos e climas mais abrasivos?
Por que razão não procuraram os terrenos mais férteis da Hispânia, da Gáulia ou de Itália?
Havia lá civilizações mais poderosas? Quais?
Houve tentativas nesse sentido, ou pura e simplesmente havia uma tal proibição que nem se atreveriam a tentar?

Aliás, vamos mais longe numa outra contradição aparente.
O Farol de Alexandria é uma construção da dinastia ptolomaica... mas com que propósito?
Que grandes navegações são conhecidas dos egípcios ptolomaicos, que justificassem o maior farol da humanidade?
- De acordo com os registos históricos, nada de especial... no entanto volto a insistir na descoberta relatada por Cândido Costa (final do séc. XIX)... um túmulo ptolomaico na cidade de Dores/Montevideo, no Uruguai!

E já agora, ainda acrescento mais:
- Qual a origem do nome Faro?
Não relataria a existência de um farol, talvez semelhante à Torre de Hércules, existente em La Coruña, na Galiza?
- Afinal é essa Torre de Hércules, o farol mais antigo em funcionamento do mundo, associado a mitos celtas irlandeses, de um povo Milesiano.

Segundo a história oficial, esse Farol de La Coruña foi construído pelos romanos... ainda que assim tivesse sido, qual eram as grandes navegações que o justificavam naquelas paragens?
Afinal, a Gália era romana, e era suposto usar-se a travessia mais simples para a Britânia, via canal da Mancha...
Ora, até este farol é um monumento que atesta frequentes passagens de circum-navegação da península ibérica, em pleno atlântico, onde os quadri-remes seriam pouco adequados. E com igual necessidade justificar-se-iam faróis na costa portuguesa!

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