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Tagus Aureo

26.04.10
Juvenal, Decimus Iunius Iuvenalis (~60-127) nas suas Sátiras menciona por duas vezes o Rio Tejo...

Ah! Let not all the sands of the shaded Tagus, and the gold which it rolls into the sea, be so precious in your eyes that you should lose your sleep, and accept gifts, to your sorrow, which you must one day lay down, and be for ever a terror to your mighty friend!
Juvenal (Sátira 3)

The man for whose desires yesterday not all the gold which Tagus and the ruddy Pactolus rolls along would have sufficed, must now content himself with a rag to cover his cold and nakedness, and a poor morsel of food, while he begs for pennies as a shipwrecked mariner, and supports himself by a painted storm!

Juvenal (Sátira 14)


Portanto, concluímos desta pequena referência que no Séc.I/II era do comum conhecimento romano que o sítio que forneceria a maior parte do ouro que chegava a Roma, vinha essencialmente do Rio Tagus. César foi quaestor da Lusitânia, e parte do seu sucesso está ligado às moedas de ouro com que pagava às suas legiões...

Não é completamente clara a referência de Juvenal ao "ouro que rola" pelo "sombrio Tejo", parecendo já querer aludir a algum mistério. Sobre o "ruivo" Rio Pactolus, apurei que seria na Lídia... região já por si também sombria, e que como tal uma boa parte de "regiões sombrias" foram sempre situadas na Ásia Menor. Nessa península turca, couberam muitos reinos poderosos, muitas vezes contemporaneamente, sem que se percebesse o que delimitaria fisicamente as suas fronteiras e como se processaria a sua convivência.

É num mundo contraído por uma História reescrita, que encontramos também demasiadas semelhanças de nomes.

À força de querer limitar as navegações gregas a paragens próximas, nomes como Iberia ou Albania, aparecem associados a reinos do Cáucaso, próximos de uma Cólquida, no Mar Negro, associada à viagem do intrépido Jasão e dos Argonautas.
Não será porém de considerar que esse Mar Negro, o Pontus Euxinus, não foi renomeado pela escuridão medieval que se associou ao Oceano Atlântico... e que a viagem de Jasão foi para além do Estreito de Dardanelos, servindo como alias do Estreito de Gibraltar.

Afinal não será natural que o Rei Dardanus (filho de Zeus e Electra, neto de Atlas) tenha casado com Batea (associando-a à Baetia, região romana do Guadalquivir ~ Baetis Fluvius)?
Isto coloca-nos na zona de Tróia....

Mas, afinal, não será natural que Olissipos-Lisboa, derive de Ulisses por alguma razão?
Seria assim justificável o nome de Tróia para a península... que sempre teve esse nome.
Setúbal, antiga cidade do Rei Túbal teria talvez sido a antiga Tróia, após o Dardanelos?
O Rio Sado, era pelo Romanos denominado Calipos Fluvius. Não será também de associar esse nome à ninfa Calipso, filha de Atlas, que reteve Ulisses por 7 anos? Qual seria a ilha... uma ilha onde há uma Orquídea cuja variedade se chama Calipso?

Por que razão limitar as grandes navegações gregas à Asia Menor?
Se Duarte Pacheco Pereira cita Estrabão, e diz que Menelau, marido de Helena de Tróia, contornou toda a África, por onde teria andado Ulisses que mereceu de Homero um poema muito maior, uma Odisseia?

Teria Ulisses ficado perdido num Mar Mediterrâneo que os Gregos conheciam tão bem, ou terá Ulisses ficado perdido no grande Oceano Atlântico?... quiçá, no meio de sereias que os portugueses voltaram a encontrar!
Se as ilhas gregas estavam mais distantes entre si do que Micenas estava da Tróia na Anatólia, faria sentido embarcarem todos numa longa viagem, que afinal era tão próxima? Não faria mais sentido que essa viagem visasse uma distante Tróia, situada após o Mar Mediterrâneo?

Será demasiado nacionalismo?... há falta de objectividade, ou depois de um Tejo Mahalay, teremos agora uma Helena de Tróia, raptada por um Páris setubalense...

É difícil distinguir as influências, mas seguindo esta linha, aparece ainda como consistente a ideia de Poliziano - Roma enquanto colónia Lusitana... É que segundo Virgílio, Afrodite terá sugerido a Eneias partir de Tróia, e fazer reviver a glória de Tróia numa outra parte... em Roma.

É nesta parte difícil distinguir o aproveitamento da lenda para interesse próprio... os portugueses do Séc. XV podem ter descoberto documentos nesta linha, ou podem ter seguido a linha de reescrever a história a seu belo prazer, associando alguns nomes convenientemente!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 04:15

Tagus Aureo

26.04.10
Juvenal, Decimus Iunius Iuvenalis (~60-127) nas suas Sátiras menciona por duas vezes o Rio Tejo...

Ah! Let not all the sands of the shaded Tagus, and the gold which it rolls into the sea, be so precious in your eyes that you should lose your sleep, and accept gifts, to your sorrow, which you must one day lay down, and be for ever a terror to your mighty friend!
Juvenal (Sátira 3)

The man for whose desires yesterday not all the gold which Tagus and the ruddy Pactolus rolls along would have sufficed, must now content himself with a rag to cover his cold and nakedness, and a poor morsel of food, while he begs for pennies as a shipwrecked mariner, and supports himself by a painted storm!

Juvenal (Sátira 14)


Portanto, concluímos desta pequena referência que no Séc.I/II era do comum conhecimento romano que o sítio que forneceria a maior parte do ouro que chegava a Roma, vinha essencialmente do Rio Tagus. César foi quaestor da Lusitânia, e parte do seu sucesso está ligado às moedas de ouro com que pagava às suas legiões...

Não é completamente clara a referência de Juvenal ao "ouro que rola" pelo "sombrio Tejo", parecendo já querer aludir a algum mistério. Sobre o "ruivo" Rio Pactolus, apurei que seria na Lídia... região já por si também sombria, e que como tal uma boa parte de "regiões sombrias" foram sempre situadas na Ásia Menor. Nessa península turca, couberam muitos reinos poderosos, muitas vezes contemporaneamente, sem que se percebesse o que delimitaria fisicamente as suas fronteiras e como se processaria a sua convivência.

É num mundo contraído por uma História reescrita, que encontramos também demasiadas semelhanças de nomes.

À força de querer limitar as navegações gregas a paragens próximas, nomes como Iberia ou Albania, aparecem associados a reinos do Cáucaso, próximos de uma Cólquida, no Mar Negro, associada à viagem do intrépido Jasão e dos Argonautas.
Não será porém de considerar que esse Mar Negro, o Pontus Euxinus, não foi renomeado pela escuridão medieval que se associou ao Oceano Atlântico... e que a viagem de Jasão foi para além do Estreito de Dardanelos, servindo como alias do Estreito de Gibraltar.

Afinal não será natural que o Rei Dardanus (filho de Zeus e Electra, neto de Atlas) tenha casado com Batea (associando-a à Baetia, região romana do Guadalquivir ~ Baetis Fluvius)?
Isto coloca-nos na zona de Tróia....

Mas, afinal, não será natural que Olissipos-Lisboa, derive de Ulisses por alguma razão?
Seria assim justificável o nome de Tróia para a península... que sempre teve esse nome.
Setúbal, antiga cidade do Rei Túbal teria talvez sido a antiga Tróia, após o Dardanelos?
O Rio Sado, era pelo Romanos denominado Calipos Fluvius. Não será também de associar esse nome à ninfa Calipso, filha de Atlas, que reteve Ulisses por 7 anos? Qual seria a ilha... uma ilha onde há uma Orquídea cuja variedade se chama Calipso?

Por que razão limitar as grandes navegações gregas à Asia Menor?
Se Duarte Pacheco Pereira cita Estrabão, e diz que Menelau, marido de Helena de Tróia, contornou toda a África, por onde teria andado Ulisses que mereceu de Homero um poema muito maior, uma Odisseia?

Teria Ulisses ficado perdido num Mar Mediterrâneo que os Gregos conheciam tão bem, ou terá Ulisses ficado perdido no grande Oceano Atlântico?... quiçá, no meio de sereias que os portugueses voltaram a encontrar!
Se as ilhas gregas estavam mais distantes entre si do que Micenas estava da Tróia na Anatólia, faria sentido embarcarem todos numa longa viagem, que afinal era tão próxima? Não faria mais sentido que essa viagem visasse uma distante Tróia, situada após o Mar Mediterrâneo?

Será demasiado nacionalismo?... há falta de objectividade, ou depois de um Tejo Mahalay, teremos agora uma Helena de Tróia, raptada por um Páris setubalense...

É difícil distinguir as influências, mas seguindo esta linha, aparece ainda como consistente a ideia de Poliziano - Roma enquanto colónia Lusitana... É que segundo Virgílio, Afrodite terá sugerido a Eneias partir de Tróia, e fazer reviver a glória de Tróia numa outra parte... em Roma.

É nesta parte difícil distinguir o aproveitamento da lenda para interesse próprio... os portugueses do Séc. XV podem ter descoberto documentos nesta linha, ou podem ter seguido a linha de reescrever a história a seu belo prazer, associando alguns nomes convenientemente!

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