Continuamos a descrição "sucinta" do relato de Cândido Costa (1896):
- Interior do Brazil (em 1845): descobertas ruínas de uma grande cidade com soberbos edifícios e inscrições em língua desconhecida confirmaria que a história do Brasil seria mais antiga que a do Perú ou México.
- Vulcão de Puracé - Colômbia (Ricardo Gutierrez): Costa pergunta se afinal não seria conhecido o descobrimento de uma cidade ante-diluviana por Gutierrez, nas proximidades do Vulcão de Puracé...
Vulcão de Puracé, Colômbia
Seguidamente, Costa tenta argumentar que a população americana seria de origem asiática, por possível ligação antiga entre os dois continentes. Isto é especialmente curioso, pois mostra que a tese actual de migração asiática para territórios americanos, através do estreito de Bering, não era na altura bem aceite. Mais à frente (pág. 26) salienta que o próprio Galvão já seria dessa opinião.
- Pedra de Dighton - USA (Serval e Dauforth): seria considerado, por Court de Gibelin, um monumento fenício. Acrescenta ainda que se encontraram 3 outras inscrições púnicas em Boston, e que essa notícia teria sido publicada em França, em 1781.
A famosa pedra de Dighton, onde se encontram graffitis associados aos Corte-Real
- Montevideu (vila de Dores) - Uruguai (padre Martins): um fazendeiro teria descoberto uma lápide sepulcral, onde havia espadas antigas e um capacete danificados pela ferrugem, e uma jarra de barro de grande dimensão. O padre Martins teria lido em caracteres gregos:
- Alexandre, filho de Felipe, era rei da Macedónia na Olympiada 63: nestes lugares Ptolomeu... (faltava o resto) - encontrámos hoje este mesmo excerto na Gazeta de Lisboa, nº 103, 2 de Maio de 1832, onde na altura se começava por dizer que numerosas provas não deixavam dúvidas sobre a presença na América antes de Colombo...
Nos copos de uma das espadas estava gravada um esfinge que parecia ser de Alexandre, e no capacete estavam representadas várias figuras ilustrando Aquiles arrastando o cadáver de Heitor em redor dos muros de Tróia. Tal como no artigo da Gazeta, Costa supõe então que seria algum chefe de armadas de Alexandre, levado por uma tormenta - é aqui que Schwennagen dá uma melhor explicação, sugerindo uma batalha entre gregos e cartagineses, que teria levado a um final trágico dos gregos, enterrados em solo uruguaio.
Vaso grego com cena semelhante à descrita no capacete de Montevideu:
Aquiles arrastando o cadáver de Heitor à volta das muralhas de Tróia
- Citação de Séneca (perceptor de Nero): uma fértil terra existe no Oceano, além do qual outro mundo, outras praias despontam, pois em parte alguma desaparece a natureza e as coisas, mas onde se julga desaparecer, sempre uma nova se levanta.
Cândido Costa cita António Galvão, Manuel de Faria e Sousa, frei Bernardo Brito, para enfatizar outras opiniões de que os cartagineses já teriam alcançado a América. Argumenta ainda a existência de nomes de homens no Brasil com nomes tipicamente hebraicos, e que essa população primitiva (fala de Chus, Misvaim, e Josué) teria ocupado o litoral da América do Norte, com uma arquitectura semelhante à egípcia ou à mais antiga, do Indostão. Parece estar aqui a referir-se às pirâmides na América Central, salientando que estas seriam de uma raça mais industriosa do que a que era presente à altura dos conquistadores espanhóis (provavelmente falaria de Tiahuanaco ou Teotihuacan). Refere o misterioso desaparecimento, associando-o ao desaparecimento das colónias de Hannon em África ou dos dinamarqueses na Gronelândia... e anunciando que o mesmo iria acontecer aos Portugueses na África e na Ásia.
Costa refere ainda que os chineses e japoneses lembram um desembarque de Tártaros na América, por volta de 782 d.C e depois 1281 d.C, mas tendo como objectivo um desembarque no Japão!
- Ilha de Guadalupe (Antilhas) & Ilha dos Mortos - Rio Cubatão - São Paulo: fala da descoberta de ossadas humanas em estado de fossilização e acrescenta que a descoberta destes fósseis teria sido publicada na revista científica Trans. Phil. de Filadélfia. - Seria esta a base de argumentos cinematográficos dos anos 50/60 e depois desaparecidos - humanos contemporâneos de dinossauros?!... Aproveita para falar do contraste entre o gigantesco Patagão e o pequeno esquimó... na altura ainda não se tinha consumado o extermínio da raça na Patagónia, isso foi levado a cabo na transição para o séc. XX, pelo governo argentino.
- Cidades do México (cita Lascasas): "debaixo de qualquer aspecto que consideremos este país, testemunha de maior antiguidade que a que nos oferecem seus anais: a Cidade do México, Tlascala, Chulula, Tacuba, Zempoala, Tezeuco, eram comparadas pelos conquistadores às da primeira ordem de Espanha". Perguntamos nós... que vestígios restam destas cidades enumeradas?
Cândido Costa fala também do relato de Platão sobre a Atlântida, que seria secundado por Estrabão e Diodoro, e fala na possibilidade de um continente submerso englobando as ilhas da Macaronésia. Ao mesmo tempo cita Aristóteles, dizendo que a Atlântida teria sido descoberta pelos Cartagineses, mas que o seu Senado teria interditado a navegação sob pena de morte. Mais uma vez é natural confundir-se aqui a Atlântida com a própria América.
- Viagem de 8 árabes de Lisboa (citando Humboldt, Edrisi): esses árabes teriam saído c. 1147 e teriam aportado em ilhas atlânticas.
- Estátua da Ilha do Corvo - Açores (Damião de Goes): citando Damião de Góis (séc. XVI), para o relato da destruição da estátua equestre na ilha do Corvo:
- Destas ilhas a que está mais a norte é a do Corvo, que terá uma légua de terra: os mareantes chamam-lhe Ilha do Marco, porque com ela (por ser uma serra alta) se demarcam, quando vêm demandar qualquer uma das outras. No cume desta serra, da parte do noroeste se achou uma estátua de pedra, posta sobre uma lage, que era um homem vestido de uma capa como bedem, sem barrete, com uma mão na coma do cavalo e o braço direito estendido, e os dedos da mão encolhidos, salvo o dedo grande, a que os latinos chamam index, com que apontava contra o poente. Esta imagem, que toda saía maciça da mesma lage, mandou el-rei D. Manuel tirar pelo natural por um seu criado debuxador, que se chamava Duarte d'Armas, e depois que viu o debuxo, mandou um homem engenhoso, natural da cidade do Porto, que andara muito em França e Itália, que fosse a esta ilha, para com aparelhos, que levou, tirar aquela antigualha; o qual, quando dela tornou, disse a el-rei que a encontrara desfeita de uma tormenta, que fizera no inverno passado. Mas a verdade foi que a quebraram por mau azo, e trouxeram pedaços dela, a saber: a cabeça do homem e o braço direito, com a mão e uma perna, e a cabeça do cavalo e uma mão que estava dobrada e levantada, e um pedaço de uma perna; o que tudo esteve na guarda-roupa d'el-rei alguns dias, mas o que depois fez destas coisas, ou onde se puseram, eu não o pude saber. (...) Pero da Fonseca no ano de 1529 a foi ver e soube dos moradores que na rocha abaixo, onde estivera a estátua, estavam entalhadas na mesma pedra da rocha umas letras, e por o lugar ser perigoso, para se poder ir onde o letreiro está, fez abaixar alguns homens por cordas bem atadas, os quais imprimiram as letras, em cera, que para isso levaram; contudo as que trouxeram impressas já eram muito gastas e quase sem forma(..) Espanta-nos tanto esta antiguissima antigualha, por se achar no lugar em que se achou, que se pode dizer com razão o que diz Salomão:
"Não haver coisa que já não fosse, e que houve outros que já fizeram o que nós agora fazemos (...)
Caldeirão na Ilha do Corvo
(é possível ver ruínas desconhecidas nas duas margens na lagoa à direita, entre o espelho da água)
O relato não termina aqui, mas torna-se evidente que a destruição da estátua do Corvo, a ocultação dos achados de Montevideu, do vulcão Puracé, e o restante, são apenas mais alguns exemplos que nos mostram que não houve, nem há nenhuma intenção em trazer luz sobre estes assuntos. A política levou a genocídios para a ocultação de evidências, sem que as próprias populações percebessem a razão pela qual eram alvo de tal ódio.
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Não esperava encontrar um registo tão revelador e consistente, com uma versão alternativa da História, como a publicada pelo historiador Ludwig Schwennhagen, austríaco no Brasil, em 1928 (ano do crash bolsista), prosseguindo a linha de trabalho de Cândido Costa e Bernardo Ramos, que cita abundantemente.
A tese de Schwennhagen é consistente com muito do que já aqui foi escrito, mas é muito mais pormenorizada.
(i) Tartéssios e Atlantes seriam os sobreviventes do perdido reino da Atlântida (c. 2000 a.C).
(ii) Os atlantes fundariam no sul de Espanha e Marrocos, um império Atlante que se tornou conquistador. Ao lado, após as Colunas de Hércules, na zona de costeira atlântica, fundara-se o reino de Tartessos, capital na foz do rio Guadiana (rio Ton Tarsis), que preservava as navegações atlânticas.
(iii) O império Atlante teria tentado dominar os povos do Mediterrâneo, de onde surge o relato de Platão, contado pelos egípcios, sobre a derrota desses atlantes na Grécia. Maia foi filha do rei Atlas, e teria casado com um rei do Peloponeso.
(iv) O império Atlante teria sido destruído c. 1300 a.C. pela dinastia ibérica dos Geriões, que fundaram um império peninsular, com capital em Carteja (~Gibraltar).
(v) Ao contrário dos atlantes, os tartéssios limitaram-se ao seu império marítimo. Os fenícios teriam procurado uma aliança com os Geriões, aproveitando o fim do império atlante, e concordaram com os tartéssios que poderiam navegar para além do estreito de Gibraltar, fundando uma cidade entreposto em Gades (Cádis), por volta de 1200 a.C.
(vi) Em 1100 a.C. chega a primeira frota de Fenícios ao nordeste do Brasil, e em 1008 a.C. o rei Hirão de Tiro alia-se com o rei David dos judeus, para explorarem conjuntamente a Amazónia brasileira. E aqui, Schwennhagen cita David: "Deus me mostrou Hirão, rei da poderosa Tiro, que ganhou tantas riquezas pela sua aliança com os Tartéssios".
a lira do rei David
(vii) Ao mesmo tempo Schwennhagen coloca ainda viagens atlânticas de Etruscos/Tirrenos para a ilha de Marajó, associando a cerâmica e as muros de pedra.
ruínas e cerâmica na ilha do Marajó, Brasil.
(viii) Citando Diodoro de Sicília, relata que após a Guerra de Tróia, várias novas cidades foram denominadas Tróia, tendo sido os fenícios que transportaram essas populações derrotadas para novas Tróias, nomeando uma perto de Veneza/Etrúria, uma na costa de Marrocos e outra perto de Vigo (mas não se refere à de Setúbal). Associa ainda Tutóia, no Rio Grande do Norte, a uma outra fundação, pela contracção dos nomes Tur (Tiro) e Tróia.
(ix) Onfroy de Thoron (nome de cruzado do séc. XII...) publica em 1876 um texto, que é citado como prova de que o relato da frota de Salomão só poderia referir-se ao Amazonas. Schwennhagen acrescenta que haveria mesmo um triplíce aliança, juntando o Egipto a judeus e fenícios, mas que depois seria quebrada pelo faraó Chechonk, que prosseguiu sózinho a exploração de ouro na Amazónia.
(x) É reconhecido que Cartago não procurou socorrer Tiro, quando Alexandre Magno conquistou e chacinou os seus habitantes em 332 a.C, vendendo 30 mil mulheres e crianças como escravos. Os cartagineses continuavam as relações comerciais com o Brasil, sem os fenícios, até que acabaram por sucumbir às mãos romanas nas guerras púnicas.
(xi) No entanto, Alexandre procurou que a nova Alexandria substituísse Tiro nesse grande papel marítimo dominante. É então invocado o relato de Cândido Costa sobre a presença de uma tumba ptolomaica perto de Montevideu (em Dores).
(xii) Schwennhagen considera a existência de uma grande batalha entre gregos e cartagineses sobre o controlo brasileiro, e essa presença de um sepulcro com um grande número de armas seria o último registo dos sobreviventes gregos a essa grande batalha. Acresce a isso as inscrições na serra de Anastabia que seriam talvez um registo indígena dessa batalha.
- Em 1928 Schwennhagen não pressupõe que estes factos estão a ser deliberadamente ocultados. Não deixa de se insurgir contra a não aceitação na História dos relatos de viagens fenícias e cartaginesas explícitas na História Universal de Diodoro Sículo, salientando que sendo ele de origem grega não teria nenhum interesse em favorecer um relato fantasioso de uma cultura rival.
- A obra que lemos é uma reedição de Moacir Lopes em 1970, passados 42 anos, com uma esperança clara de que o texto de Schwennhagen não voltasse a cair no esquecimento. E no entanto, passados novos 40 anos, volta a constatar-se que o texto é raríssimo, pouco publicitado, e mesmo com o potencial de divulgação da internet, tudo continua praticamente na mesma! As coincidências repetem-se demasiadas vezes, porque não são coincidências...
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Não esperava encontrar um registo tão revelador e consistente, com uma versão alternativa da História, como a publicada pelo historiador Ludwig Schwennhagen, austríaco no Brasil, em 1928 (ano do crash bolsista), prosseguindo a linha de trabalho de Cândido Costa e Bernardo Ramos, que cita abundantemente.
A tese de Schwennhagen é consistente com muito do que já aqui foi escrito, mas é muito mais pormenorizada.
(i) Tartéssios e Atlantes seriam os sobreviventes do perdido reino da Atlântida (c. 2000 a.C).
(ii) Os atlantes fundariam no sul de Espanha e Marrocos, um império Atlante que se tornou conquistador. Ao lado, após as Colunas de Hércules, na zona de costeira atlântica, fundara-se o reino de Tartessos, capital na foz do rio Guadiana (rio Ton Tarsis), que preservava as navegações atlânticas.
(iii) O império Atlante teria tentado dominar os povos do Mediterrâneo, de onde surge o relato de Platão, contado pelos egípcios, sobre a derrota desses atlantes na Grécia. Maia foi filha do rei Atlas, e teria casado com um rei do Peloponeso.
(iv) O império Atlante teria sido destruído c. 1300 a.C. pela dinastia ibérica dos Geriões, que fundaram um império peninsular, com capital em Carteja (~Gibraltar).
(v) Ao contrário dos atlantes, os tartéssios limitaram-se ao seu império marítimo. Os fenícios teriam procurado uma aliança com os Geriões, aproveitando o fim do império atlante, e concordaram com os tartéssios que poderiam navegar para além do estreito de Gibraltar, fundando uma cidade entreposto em Gades (Cádis), por volta de 1200 a.C.
(vi) Em 1100 a.C. chega a primeira frota de Fenícios ao nordeste do Brasil, e em 1008 a.C. o rei Hirão de Tiro alia-se com o rei David dos judeus, para explorarem conjuntamente a Amazónia brasileira. E aqui, Schwennhagen cita David: "Deus me mostrou Hirão, rei da poderosa Tiro, que ganhou tantas riquezas pela sua aliança com os Tartéssios".
a lira do rei David
(vii) Ao mesmo tempo Schwennhagen coloca ainda viagens atlânticas de Etruscos/Tirrenos para a ilha de Marajó, associando a cerâmica e as muros de pedra.
ruínas e cerâmica na ilha do Marajó, Brasil.
(viii) Citando Diodoro de Sicília, relata que após a Guerra de Tróia, várias novas cidades foram denominadas Tróia, tendo sido os fenícios que transportaram essas populações derrotadas para novas Tróias, nomeando uma perto de Veneza/Etrúria, uma na costa de Marrocos e outra perto de Vigo (mas não se refere à de Setúbal). Associa ainda Tutóia, no Rio Grande do Norte, a uma outra fundação, pela contracção dos nomes Tur (Tiro) e Tróia.
(ix) Onfroy de Thoron (nome de cruzado do séc. XII...) publica em 1876 um texto, que é citado como prova de que o relato da frota de Salomão só poderia referir-se ao Amazonas. Schwennhagen acrescenta que haveria mesmo um triplíce aliança, juntando o Egipto a judeus e fenícios, mas que depois seria quebrada pelo faraó Chechonk, que prosseguiu sózinho a exploração de ouro na Amazónia.
(x) É reconhecido que Cartago não procurou socorrer Tiro, quando Alexandre Magno conquistou e chacinou os seus habitantes em 332 a.C, vendendo 30 mil mulheres e crianças como escravos. Os cartagineses continuavam as relações comerciais com o Brasil, sem os fenícios, até que acabaram por sucumbir às mãos romanas nas guerras púnicas.
(xi) No entanto, Alexandre procurou que a nova Alexandria substituísse Tiro nesse grande papel marítimo dominante. É então invocado o relato de Cândido Costa sobre a presença de uma tumba ptolomaica perto de Montevideu (em Dores).
(xii) Schwennhagen considera a existência de uma grande batalha entre gregos e cartagineses sobre o controlo brasileiro, e essa presença de um sepulcro com um grande número de armas seria o último registo dos sobreviventes gregos a essa grande batalha. Acresce a isso as inscrições na serra de Anastabia que seriam talvez um registo indígena dessa batalha.
- Em 1928 Schwennhagen não pressupõe que estes factos estão a ser deliberadamente ocultados. Não deixa de se insurgir contra a não aceitação na História dos relatos de viagens fenícias e cartaginesas explícitas na História Universal de Diodoro Sículo, salientando que sendo ele de origem grega não teria nenhum interesse em favorecer um relato fantasioso de uma cultura rival.
- A obra que lemos é uma reedição de Moacir Lopes em 1970, passados 42 anos, com uma esperança clara de que o texto de Schwennhagen não voltasse a cair no esquecimento. E no entanto, passados novos 40 anos, volta a constatar-se que o texto é raríssimo, pouco publicitado, e mesmo com o potencial de divulgação da internet, tudo continua praticamente na mesma! As coincidências repetem-se demasiadas vezes, porque não são coincidências...
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Não esperava encontrar um registo tão revelador e consistente, com uma versão alternativa da História, como a publicada pelo historiador Ludwig Schwennhagen, austríaco no Brasil, em 1928 (ano do crash bolsista), prosseguindo a linha de trabalho de Cândido Costa e Bernardo Ramos, que cita abundantemente.
A tese de Schwennhagen é consistente com muito do que já aqui foi escrito, mas é muito mais pormenorizada.
(i) Tartéssios e Atlantes seriam os sobreviventes do perdido reino da Atlântida (c. 2000 a.C).
(ii) Os atlantes fundariam no sul de Espanha e Marrocos, um império Atlante que se tornou conquistador. Ao lado, após as Colunas de Hércules, na zona de costeira atlântica, fundara-se o reino de Tartessos, capital na foz do rio Guadiana (rio Ton Tarsis), que preservava as navegações atlânticas.
(iii) O império Atlante teria tentado dominar os povos do Mediterrâneo, de onde surge o relato de Platão, contado pelos egípcios, sobre a derrota desses atlantes na Grécia. Maia foi filha do rei Atlas, e teria casado com um rei do Peloponeso.
(iv) O império Atlante teria sido destruído c. 1300 a.C. pela dinastia ibérica dos Geriões, que fundaram um império peninsular, com capital em Carteja (~Gibraltar).
(v) Ao contrário dos atlantes, os tartéssios limitaram-se ao seu império marítimo. Os fenícios teriam procurado uma aliança com os Geriões, aproveitando o fim do império atlante, e concordaram com os tartéssios que poderiam navegar para além do estreito de Gibraltar, fundando uma cidade entreposto em Gades (Cádis), por volta de 1200 a.C.
(vi) Em 1100 a.C. chega a primeira frota de Fenícios ao nordeste do Brasil, e em 1008 a.C. o rei Hirão de Tiro alia-se com o rei David dos judeus, para explorarem conjuntamente a Amazónia brasileira. E aqui, Schwennhagen cita David: "Deus me mostrou Hirão, rei da poderosa Tiro, que ganhou tantas riquezas pela sua aliança com os Tartéssios".
a lira do rei David
(vii) Ao mesmo tempo Schwennhagen coloca ainda viagens atlânticas de Etruscos/Tirrenos para a ilha de Marajó, associando a cerâmica e as muros de pedra.
ruínas e cerâmica na ilha do Marajó, Brasil.
(viii) Citando Diodoro de Sicília, relata que após a Guerra de Tróia, várias novas cidades foram denominadas Tróia, tendo sido os fenícios que transportaram essas populações derrotadas para novas Tróias, nomeando uma perto de Veneza/Etrúria, uma na costa de Marrocos e outra perto de Vigo (mas não se refere à de Setúbal). Associa ainda Tutóia, no Rio Grande do Norte, a uma outra fundação, pela contracção dos nomes Tur (Tiro) e Tróia.
(ix) Onfroy de Thoron (nome de cruzado do séc. XII...) publica em 1876 um texto, que é citado como prova de que o relato da frota de Salomão só poderia referir-se ao Amazonas. Schwennhagen acrescenta que haveria mesmo um triplíce aliança, juntando o Egipto a judeus e fenícios, mas que depois seria quebrada pelo faraó Chechonk, que prosseguiu sózinho a exploração de ouro na Amazónia.
(x) É reconhecido que Cartago não procurou socorrer Tiro, quando Alexandre Magno conquistou e chacinou os seus habitantes em 332 a.C, vendendo 30 mil mulheres e crianças como escravos. Os cartagineses continuavam as relações comerciais com o Brasil, sem os fenícios, até que acabaram por sucumbir às mãos romanas nas guerras púnicas.
(xi) No entanto, Alexandre procurou que a nova Alexandria substituísse Tiro nesse grande papel marítimo dominante. É então invocado o relato de Cândido Costa sobre a presença de uma tumba ptolomaica perto de Montevideu (em Dores).
(xii) Schwennhagen considera a existência de uma grande batalha entre gregos e cartagineses sobre o controlo brasileiro, e essa presença de um sepulcro com um grande número de armas seria o último registo dos sobreviventes gregos a essa grande batalha. Acresce a isso as inscrições na serra de Anastabia que seriam talvez um registo indígena dessa batalha.
- Em 1928 Schwennhagen não pressupõe que estes factos estão a ser deliberadamente ocultados. Não deixa de se insurgir contra a não aceitação na História dos relatos de viagens fenícias e cartaginesas explícitas na História Universal de Diodoro Sículo, salientando que sendo ele de origem grega não teria nenhum interesse em favorecer um relato fantasioso de uma cultura rival.
- A obra que lemos é uma reedição de Moacir Lopes em 1970, passados 42 anos, com uma esperança clara de que o texto de Schwennhagen não voltasse a cair no esquecimento. E no entanto, passados novos 40 anos, volta a constatar-se que o texto é raríssimo, pouco publicitado, e mesmo com o potencial de divulgação da internet, tudo continua praticamente na mesma! As coincidências repetem-se demasiadas vezes, porque não são coincidências...
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Já referimos o livro "O Descobrimento da América e do Brasil", publicado há mais de 100 anos, em 1896, por Cândido Costa. Começamos a enumerar os diversos registos antigos de que ele dá conta no seu livro, e usaremos a seguinte estrutura:
Local (autor do relato): descrição.
- Centro de Pernambuco (por Conde de Nassau, via Ferdinand Denis): pedras redondas e sobrepostas, e outras sobrepostas, pela mão do homem.
- Paraíba (por Koster): figuras desconhecidas numa pedra.
- Piauí : nas abas de diversos rochedos têm sido encontrados hieróglifos, em língua desconhecida, atribuídas aos índios Guegues.
provavelmente Costa referia-se à Serra da Capivara (img) - Serra da Ribeira do Curumatá: (idem)
- Margens do Iapurá: (idem)
- Espírito Santo (por Prince Maximiliano de Wied-Neuwied): encontrou nas ruínas de uma cidade do Estado do Espírito Santo inscrições semelhantes.
- Serra de Anastabia: inscrições que descrevem uma batalha (ver fig. pag. 280 do livro de F. Denis)
- Minas Gerais - Serra de Itaquatiara (Dr. Matheus): no alto da serra encontram-se três cruzes simbólicas e hieroglificas. Cândido Costa acrescenta que "Itaquatiara" significa na língua indigena, pedra riscada.
- Baía - margens do Rio de Contas (José Accioli): ao fazer as fundações da casa encontrou uma espada com copos de prata, bem como pedaços de louça puríssima da Ásia, e outros artefactos de vidro, bordados com douradura. Acrescenta Costa que nesse lugar, à profundidade encontrada, só poderiam ter-se passados muitos séculos.
Destes vários registos assinalados por Cândido Costa seria de esperar numerosas referências na internet... no entanto, para além dos sítios conhecidos, próximos da Pedra do Ingá e da Serra da Capivara, as outras referências são apenas vistas em textos antigos.
(continua)
E entretanto, enquanto preparávamos este texto, encontramos um texto surpreendente de Ludwig Schwennhagen:
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Já referimos o livro "O Descobrimento da América e do Brasil", publicado há mais de 100 anos, em 1896, por Cândido Costa. Começamos a enumerar os diversos registos antigos de que ele dá conta no seu livro, e usaremos a seguinte estrutura:
Local (autor do relato): descrição.
- Centro de Pernambuco (por Conde de Nassau, via Ferdinand Denis): pedras redondas e sobrepostas, e outras sobrepostas, pela mão do homem.
- Paraíba (por Koster): figuras desconhecidas numa pedra.
- Piauí : nas abas de diversos rochedos têm sido encontrados hieróglifos, em língua desconhecida, atribuídas aos índios Guegues.
provavelmente Costa referia-se à Serra da Capivara (img) - Serra da Ribeira do Curumatá: (idem)
- Margens do Iapurá: (idem)
- Espírito Santo (por Prince Maximiliano de Wied-Neuwied): encontrou nas ruínas de uma cidade do Estado do Espírito Santo inscrições semelhantes.
- Serra de Anastabia: inscrições que descrevem uma batalha (ver fig. pag. 280 do livro de F. Denis)
- Minas Gerais - Serra de Itaquatiara (Dr. Matheus): no alto da serra encontram-se três cruzes simbólicas e hieroglificas. Cândido Costa acrescenta que "Itaquatiara" significa na língua indigena, pedra riscada.
- Baía - margens do Rio de Contas (José Accioli): ao fazer as fundações da casa encontrou uma espada com copos de prata, bem como pedaços de louça puríssima da Ásia, e outros artefactos de vidro, bordados com douradura. Acrescenta Costa que nesse lugar, à profundidade encontrada, só poderiam ter-se passados muitos séculos.
Destes vários registos assinalados por Cândido Costa seria de esperar numerosas referências na internet... no entanto, para além dos sítios conhecidos, próximos da Pedra do Ingá e da Serra da Capivara, as outras referências são apenas vistas em textos antigos.
(continua)
E entretanto, enquanto preparávamos este texto, encontramos um texto surpreendente de Ludwig Schwennhagen:
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Já referimos o livro "O Descobrimento da América e do Brasil", publicado há mais de 100 anos, em 1896, por Cândido Costa. Começamos a enumerar os diversos registos antigos de que ele dá conta no seu livro, e usaremos a seguinte estrutura:
Local (autor do relato): descrição.
- Centro de Pernambuco (por Conde de Nassau, via Ferdinand Denis): pedras redondas e sobrepostas, e outras sobrepostas, pela mão do homem.
- Paraíba (por Koster): figuras desconhecidas numa pedra.
- Piauí : nas abas de diversos rochedos têm sido encontrados hieróglifos, em língua desconhecida, atribuídas aos índios Guegues.
provavelmente Costa referia-se à Serra da Capivara
- Serra da Ribeira do Curumatá: (idem)
- Margens do Iapurá: (idem)
- Espírito Santo (por Prince Maximiliano de Wied-Neuwied): encontrou nas ruínas de uma cidade do Estado do Espírito Santo inscrições semelhantes.
- Serra de Anastabia: inscrições que descrevem uma batalha (ver fig. pag. 280 do livro de F. Denis)
- Minas Gerais - Serra de Itaquatiara (Dr. Matheus): no alto da serra encontram-se três cruzes simbólicas e hieroglificas. Cândido Costa acrescenta que "Itaquatiara" significa na língua indigena, pedra riscada.
... apesar de haver muitas itacoatiaras, como a Pedra do Ingá, não encontrei nenhum registo para Minas Gerais. - Baía - margens do Rio de Contas (José Accioli): ao fazer as fundações da casa encontrou uma espada com copos de prata, bem como pedaços de louça puríssima da Ásia, e outros artefactos de vidro, bordados com douradura. Acrescenta Costa que nesse lugar, à profundidade encontrada, só poderiam ter-se passados muitos séculos.
Destes vários registos assinalados por Cândido Costa seria de esperar numerosas referências na internet... no entanto, para além dos sítios conhecidos, próximos da Pedra do Ingá e da Serra da Capivara, as outras referências são apenas vistas em textos antigos.
(continua)
E entretanto, enquanto preparávamos este texto, encontramos um texto surpreendente de Ludwig Schwennhagen:
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The most astonishing account of the
world discoveries that survived to our eyes, is probably the one by Galvão (Antonie Galvano). We cite the 1601 preface to the translation of
Discovery of the World, made by
Richard Hakluyt, addressed to Robert Cecil, Earl of Salsbury, spymaster at the service of Queen Elizabeth I:
"The work though small in bulk contained so much rare and profitable matter, as I know not where to seek the like, within so narrow and straight a compasse".
Hakluyt seemed truly surprised and marvelled with Galvano's account... in particular he emphasizes the causes of the alterations of courses from East to West, and the ceasing of all traffic by the Goths invasion. This means that this information was kept secret in England, even to Robert Cecil, a spymaster... high rank English officials were starting to discover a completely different story. Some years after this publication, a civil war would be lead against the monarchy, by Cromwell.
In Galvão you may found a consistent theory with statements of previous contacts between China, Europe and America. Some of these relations are now accepted, but most of them were lost in History books, some are made myths, or simply foolish theories - you pick!
King Tubal. Galvão starts to recall the Hispanic myth of King Tubal that in the year 143 after the Biblical Deluge travelled from the Caucasus to the Iberian Peninsula. This is quite interesting as the Caucasus may be divided in three regions, Colchis, Iberia and Albania. Colchis links to the east part of the Black Sea, Albania to west part of the Caspian Sea, and Iberia was in the middle… Mount Ararat is nearby, in Armenia.
Caucasus Kingdoms: a sketch in the “Atlas of Ancient and Classical Geography” by Samuel Butler
Colchis is associated to the trip of Jason and the Argonauts, searching the Golden Fleece of its King Aeetes (son of the sun-god Helios and of the oceanid Perseis).
The association of the Caucasian Iberia and the Iberian Peninsula is only kept through this legend?
It is worth noting also that Albania became a country located west, above Greece. These caucasian lands were later connected to the Alans that invaded the Iberian Peninsula in the 5th century AD. The name Lancaster was written in Portuguese as Alancastro, meaning “Castle of the Alans”… but this is a later story.
Galvão states that navigations already took place by the time of King Tubal.
The name Tubal was associated to the portuguese city Setubal and nearby Troia (Troy, in portuguese)... until the XIX century. You may think that after the Spanish Inquisition, no such thing exists anymore, or you may wonder if a soft inquisition takes place - secrets are kept with intelligence... and agencies!
A work that is not known is not a menace, you just have to control the damage... if it happens to be known to a larger audience, you descredit them with a respectable academic lobby. You just have to wait, and people will forget about it.
Galvão also talks about the mythical voyage of the amazon queen Semiramis to Ethiopia and the defeat of an Indian King Escorobatis, with a fleet of one thousand ships, near the Hindu river.
King Hispalo. Galvano continues, stating that by the year 650 after the Deluge, King Hispalo of the Iberian Peninsula sailed up to Cape Verde. He goes even further, saying that Gonzalo de Oviedo (in “Chronicas das Antilhas”) conjectured that Hispalo even went to the Antilles, and this was the reason why Antilles were called Hesperides in ancient times. He then relates in a subtle way the Atlantis account of Plato to the whole America, and goes even further saying that their Kings were at some time the Lords of “our lands”. He goes even further, and the text is worth reading… (for instance, he mentions lost islands of Calex and Frodisias, and that Azores and Madeira Islands were just a part of a whole land. Gibraltar Strait was closed, Sardinia and Corsica were gathered, Sicily and Italy too… )
Connecting islands to main lands in ancient times, he also states that Ceylon might have been connected to India, and Sumatra to the Malayan Peninsula, profiting to declare also a connection to a nearby firm land, that he does not name... but it could be seen as a report of Australia (only officially discovered centuries after Galvano’s text).
Going further on, he reports also a probable connection between Sumatra and Java (named Samatra and Jaoa in the text) and other islands until Borneo. He also mentions a probable ancient connection between China and Hainan (Aynao) island. These explanations were given to justify some difference to Ptolemy maps that he believed that should deserve more credit.
Pharaoh Senusret. Galvão also reports sailings in Pharaoh Senusret (Sesostres) time, around 900 years after the Deluge, before the War of Troy. He also mentions that Senusret made a channel between the Red Sea and the Nile at the city of Seroum (probably Sharuna). This was made to ease the trade between India with Europe. However he then states that this took no effect “otherwise Africa would be an island”!! Anyhow, from this information, using Google Maps, we noticed a huge valley going from the Nile into the Red Sea.
(to be continued)
Autoria e outros dados (tags, etc)
The most astonishing account of the
world discoveries that survived to our eyes, is probably the one by Galvão (Antonie Galvano). We cite the 1601 preface to the translation of
Discovery of the World, made by
Richard Hakluyt, addressed to Robert Cecil, Earl of Salsbury, spymaster at the service of Queen Elizabeth I:
"The work though small in bulk contained so much rare and profitable matter, as I know not where to seek the like, within so narrow and straight a compasse".
Hakluyt seemed truly surprised and marvelled with Galvano's account... in particular he emphasizes the causes of the alterations of courses from East to West, and the ceasing of all traffic by the Goths invasion. This means that this information was kept secret in England, even to Robert Cecil, a spymaster... high rank English officials were starting to discover a completely different story. Some years after this publication, a civil war would be lead against the monarchy, by Cromwell.
In Galvão you may found a consistent theory with statements of previous contacts between China, Europe and America. Some of these relations are now accepted, but most of them were lost in History books, some are made myths, or simply foolish theories - you pick!
King Tubal. Galvão starts to recall the Hispanic myth of King Tubal that in the year 143 after the Biblical Deluge travelled from the Caucasus to the Iberian Peninsula. This is quite interesting as the Caucasus may be divided in three regions, Colchis, Iberia and Albania. Colchis links to the east part of the Black Sea, Albania to west part of the Caspian Sea, and Iberia was in the middle… Mount Ararat is nearby, in Armenia.
Caucasus Kingdoms: a sketch in the “Atlas of Ancient and Classical Geography” by Samuel Butler
Colchis is associated to the trip of Jason and the Argonauts, searching the Golden Fleece of its King Aeetes (son of the sun-god Helios and of the oceanid Perseis).
The association of the Caucasian Iberia and the Iberian Peninsula is only kept through this legend?
It is worth noting also that Albania became a country located west, above Greece. These caucasian lands were later connected to the Alans that invaded the Iberian Peninsula in the 5th century AD. The name Lancaster was written in Portuguese as Alancastro, meaning “Castle of the Alans”… but this is a later story.
Galvão states that navigations already took place by the time of King Tubal.
The name Tubal was associated to the portuguese city Setubal and nearby Troia (Troy, in portuguese)... until the XIX century. You may think that after the Spanish Inquisition, no such thing exists anymore, or you may wonder if a soft inquisition takes place - secrets are kept with intelligence... and agencies!
A work that is not known is not a menace, you just have to control the damage... if it happens to be known to a larger audience, you descredit them with a respectable academic lobby. You just have to wait, and people will forget about it.
Galvão also talks about the mythical voyage of the amazon queen Semiramis to Ethiopia and the defeat of an Indian King Escorobatis, with a fleet of one thousand ships, near the Hindu river.
King Hispalo. Galvano continues, stating that by the year 650 after the Deluge, King Hispalo of the Iberian Peninsula sailed up to Cape Verde. He goes even further, saying that Gonzalo de Oviedo (in “Chronicas das Antilhas”) conjectured that Hispalo even went to the Antilles, and this was the reason why Antilles were called Hesperides in ancient times. He then relates in a subtle way the Atlantis account of Plato to the whole America, and goes even further saying that their Kings were at some time the Lords of “our lands”. He goes even further, and the text is worth reading… (for instance, he mentions lost islands of Calex and Frodisias, and that Azores and Madeira Islands were just a part of a whole land. Gibraltar Strait was closed, Sardinia and Corsica were gathered, Sicily and Italy too… )
Connecting islands to main lands in ancient times, he also states that Ceylon might have been connected to India, and Sumatra to the Malayan Peninsula, profiting to declare also a connection to a nearby firm land, that he does not name... but it could be seen as a report of Australia (only officially discovered centuries after Galvano’s text).
Going further on, he reports also a probable connection between Sumatra and Java (named Samatra and Jaoa in the text) and other islands until Borneo. He also mentions a probable ancient connection between China and Hainan (Aynao) island. These explanations were given to justify some difference to Ptolemy maps that he believed that should deserve more credit.
Pharaoh Senusret. Galvão also reports sailings in Pharaoh Senusret (Sesostres) time, around 900 years after the Deluge, before the War of Troy. He also mentions that Senusret made a channel between the Red Sea and the Nile at the city of Seroum (probably Sharuna). This was made to ease the trade between India with Europe. However he then states that this took no effect “otherwise Africa would be an island”!! Anyhow, from this information, using Google Maps, we noticed a huge valley going from the Nile into the Red Sea.
(to be continued)
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The most astonishing account of the
world discoveries that survived to our eyes, is probably the one by Galvão (Antonie Galvano). We cite the 1601 preface to the translation of
Discovery of the World, made by
Richard Hakluyt, addressed to Robert Cecil, Earl of Salsbury, spymaster at the service of Queen Elizabeth I:
"The work though small in bulk contained so much rare and profitable matter, as I know not where to seek the like, within so narrow and straight a compasse".
Hakluyt seemed truly surprised and marvelled with Galvano's account... in particular he emphasizes the causes of the alterations of courses from East to West, and the ceasing of all traffic by the Goths invasion. This means that this information was kept secret in England, even to Robert Cecil, a spymaster... high rank English officials were starting to discover a completely different story. Some years after this publication, a civil war would be lead against the monarchy, by Cromwell.
In Galvão you may found a consistent theory with statements of previous contacts between China, Europe and America. Some of these relations are now accepted, but most of them were lost in History books, some are made myths, or simply foolish theories - you pick!
King Tubal. Galvão starts to recall the Hispanic myth of King Tubal that in the year 143 after the Biblical Deluge travelled from the Caucasus to the Iberian Peninsula. This is quite interesting as the Caucasus may be divided in three regions, Colchis, Iberia and Albania. Colchis links to the east part of the Black Sea, Albania to west part of the Caspian Sea, and Iberia was in the middle… Mount Ararat is nearby, in Armenia.
Caucasus Kingdoms: a sketch in the “Atlas of Ancient and Classical Geography” by Samuel Butler
Colchis is associated to the trip of Jason and the Argonauts, searching the Golden Fleece of its King Aeetes (son of the sun-god Helios and of the oceanid Perseis).
The association of the Caucasian Iberia and the Iberian Peninsula is only kept through this legend?
It is worth noting also that Albania became a country located west, above Greece. These caucasian lands were later connected to the Alans that invaded the Iberian Peninsula in the 5th century AD. The name Lancaster was written in Portuguese as Alancastro, meaning “Castle of the Alans”… but this is a later story.
Galvão states that navigations already took place by the time of King Tubal.
The name Tubal was associated to the portuguese city Setubal and nearby Troia (Troy, in portuguese)... until the XIX century. You may think that after the Spanish Inquisition, no such thing exists anymore, or you may wonder if a soft inquisition takes place - secrets are kept with intelligence... and agencies!
A work that is not known is not a menace, you just have to control the damage... if it happens to be known to a larger audience, you descredit them with a respectable academic lobby. You just have to wait, and people will forget about it.
Galvão also talks about the mythical voyage of the amazon queen Semiramis to Ethiopia and the defeat of an Indian King Escorobatis, with a fleet of one thousand ships, near the Hindu river.
King Hispalo. Galvano continues, stating that by the year 650 after the Deluge, King Hispalo of the Iberian Peninsula sailed up to Cape Verde. He goes even further, saying that Gonzalo de Oviedo (in “Chronicas das Antilhas”) conjectured that Hispalo even went to the Antilles, and this was the reason why Antilles were called Hesperides in ancient times. He then relates in a subtle way the Atlantis account of Plato to the whole America, and goes even further saying that their Kings were at some time the Lords of “our lands”. He goes even further, and the text is worth reading… (for instance, he mentions lost islands of Calex and Frodisias, and that Azores and Madeira Islands were just a part of a whole land. Gibraltar Strait was closed, Sardinia and Corsica were gathered, Sicily and Italy too… )
Connecting islands to main lands in ancient times, he also states that Ceylon might have been connected to India, and Sumatra to the Malayan Peninsula, profiting to declare also a connection to a nearby firm land, that he does not name... but it could be seen as a report of Australia (only officially discovered centuries after Galvano’s text).
Going further on, he reports also a probable connection between Sumatra and Java (named Samatra and Jaoa in the text) and other islands until Borneo. He also mentions a probable ancient connection between China and Hainan (Aynao) island. These explanations were given to justify some difference to Ptolemy maps that he believed that should deserve more credit.
Pharaoh Senusret. Galvão also reports sailings in Pharaoh Senusret (Sesostres) time, around 900 years after the Deluge, before the War of Troy. He also mentions that Senusret made a channel between the Red Sea and the Nile at the city of Seroum (probably Sharuna). This was made to ease the trade between India with Europe. However he then states that this took no effect “otherwise Africa would be an island”!! Anyhow, from this information, using Google Maps, we noticed a huge valley going from the Nile into the Red Sea.
(to be continued)
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