Talvez por educação, talvez por falta de atenção, somos levados a certas convicções notáveis.
Se tivermos que explicar a alguém um caminho complicado, o que fazemos?
- Podemos dar direcções, 1ª à esquerda - depois em frente - 2ª à esquerda - frente - 2ª à direita.
No entanto, até mesmo crianças (e sem serem ensinadas na tarefa) sabem fazer um esboço de mapa!
Por razões inexplicáveis, certamente explicáveis com sapiência erudita, o Homem manteve-se incapaz de esboçar direcções, num simples traçar de linhas, durante milénios e milénios.
Foram apenas estes registos que restaram... ou havia incapacidade de orientação?
A nível erudito isso seria tese insustentável... havia geógrafos, que tinham mapas, como Ptolomeu e Eratóstenes.
- Afinal, o problema é só que nada disso nos chegou?
- Ou, o problema é maior, e nem sequer temos qualquer esboço de mapa, da Europa, à India e China... já para não falar de outras culturas, como Incas e Aztecas.
Chegaram-nos registos detalhados, de discursos romanos, de tratados gregos,
mas nem um único mapa!
Aparentemente,
só devemos dar como certo um primeiro mapa do mundo num esboço de Isidoro de Sevilha (séc. VII), que coloca os três continentes Ásia, Europa e África, rodeados por um Mar Oceano, num canto de uma página:
Dos mapas que é suposto terem existido na Geografia de Ptolomeu não nos chegou nenhum exemplar, e tal como de Heródoto ou Eratóstenes, apenas podemos julgar as interpretações no séc. XIV ou posteriores:
Interpretações: no Séc. XIV de Ptolomeu, e no Séc. XIX de Eratóstenes.
Qual é o panorama que nos é oferecido?
- Milhões de seres pensantes, incapazes de traçar um esboço, um mapa, que tivesse resistido alguns milhares de anos, fosse gravado numa rocha, numa escultura, numa decoração cerâmica, num documento que não tivesse desaparecido...
Porém, tudo desapareceu até à Alta Idade Média, idade em que temos os primeiros
portulanos mediterrânicos.
- É suposto ser isto uma situação normal?
Autoria e outros dados (tags, etc)