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... [o Rei de Portugal] nè vogliono che si sappian nè queste nè molte altre cose. & sopra tutto è vietato il poter navigar oltra il capo di Buona Speranza à dritta linea verso il polo Antartico, dove é opinione appresso tutti il pilotti Portoghesi chi vi sia un grandissimo continente di terra ferma, la qual corra levante & ponente sotto il polo Antartico. & dicono che altre volte uno eccellente huomo Fiorentino detto Amerigo Vespuccio con certe navi de i detti Re la trovò & scorse per grande spatio, ma che dapoi é stato prohibito che alcun vi possa andare.Pareceria estranho dar a Américo Vespúcio a honra de um tão grande continente como a América, por opinião cartográfica de Waldseemüller, ou por outra pequena razão.
Agora sobre as nuvens os subiamSuficiente para sustentar uma viagem de Coelho e Vespúcio até às "íntimas entranhas do Profundo", a um Pólo que "alumiava a noite negra" mostrando a "máquina do mundo"...
As ondas de Netuno furibundo;
Agora a ver parece que desciam
As íntimas entranhas do Profundo.
Noto, Austro, Bóreas, Aquilo queriam
Arruinar a máquina do mundo:
A noite negra e feia se alumia
Com os raios, em que o Pólo todo ardia.
No ano de 1543, um oficial da marinha, chamado Blasco de Garay, ofereceu-se a mostrar ao imperador Carlos V uma máquina, por meio da qual se faria andar um navio sem a ajuda de velas ou remos. Não obstante que a proposta se julgasse ridícula, o homem mostrava-se tão certo do que afirmava, que o imperador nomeou uma comissão para examinar, e dar conta do resultado da experiência. Com efeito teve ela lugar em 17 de Junho de 1543, em um navio chamado a Trinidad, do lote de duzentas toneladas, o qual pouco antes havia chegado de Colibre com uma carga de trigo.
O navio, diz o escriptor, foi visto, no dia aprazado, andar rapidamente, e virar em todos os bordos, segundo se quería, sem ser impelido por velas ou remos, e mesmo sem que se lhe percebesse mecanismo algum, à excepção de uma enorme caldeira com água a ferver, e um certo jogo de rodas e pás.
A multidão que se achava presente rompeu em gritos de admiração , e o porto de Barcelona ressoou com os seus aplausos. Os comissários do governo participaram do entusiasmo geral, e deram conta favorável ao imperador, excepto um deles, o tesoureiro Ravago. Este homem, por algum motivo que se ignora, declarou-se contra o inventor e a sua máquina: fez toda a diligência por a desacreditar, dizendo entre outras cousas que a invenção não oferecia vantagem alguma, pois que apenas podia fazer andar uma embarcação duas léguas no espaço de quatro horas; que a máquina era dispendiosa, e complicada, e finalmente que apresentava o grande e frequente perigo de arrebentar a caldeira. Acabada a experiência, Garay retírou o seu maquinismo, entregando no arsenal o que aí se fizera, levou o resto para sua casa.
Apesar das invejosas observações de Ravago, Garay foi aplaudido pelo seu invento. O imperador o protegeu, promoveu-o ao posto imediato, e lhe mandou dar dozentos mil maravis; ordenando mais que o tesoureiro invejoso pagasse todas as despesas da experiência. Mas Carlos V achava-se então muí ocupado com suas expedições militares, e tratando só de devastar a humanidade deixou desaproveitado o novo invento que a podia beneficiar; inventor e invenção ficaram no esquecimento; e a honra que Barcelona poderia ter recebido do aperfeiçoamento desta tão útil descoberta, ficou reservada para uma cidade, que ainda então não havia entrado na carreira da existência.
No ano de 1543, um oficial da marinha, chamado Blasco de Garay, ofereceu-se a mostrar ao imperador Carlos V uma máquina, por meio da qual se faria andar um navio sem a ajuda de velas ou remos. Não obstante que a proposta se julgasse ridícula, o homem mostrava-se tão certo do que afirmava, que o imperador nomeou uma comissão para examinar, e dar conta do resultado da experiência. Com efeito teve ela lugar em 17 de Junho de 1543, em um navio chamado a Trinidad, do lote de duzentas toneladas, o qual pouco antes havia chegado de Colibre com uma carga de trigo.
O navio, diz o escriptor, foi visto, no dia aprazado, andar rapidamente, e virar em todos os bordos, segundo se quería, sem ser impelido por velas ou remos, e mesmo sem que se lhe percebesse mecanismo algum, à excepção de uma enorme caldeira com água a ferver, e um certo jogo de rodas e pás.
A multidão que se achava presente rompeu em gritos de admiração , e o porto de Barcelona ressoou com os seus aplausos. Os comissários do governo participaram do entusiasmo geral, e deram conta favorável ao imperador, excepto um deles, o tesoureiro Ravago. Este homem, por algum motivo que se ignora, declarou-se contra o inventor e a sua máquina: fez toda a diligência por a desacreditar, dizendo entre outras cousas que a invenção não oferecia vantagem alguma, pois que apenas podia fazer andar uma embarcação duas léguas no espaço de quatro horas; que a máquina era dispendiosa, e complicada, e finalmente que apresentava o grande e frequente perigo de arrebentar a caldeira. Acabada a experiência, Garay retírou o seu maquinismo, entregando no arsenal o que aí se fizera, levou o resto para sua casa.
Apesar das invejosas observações de Ravago, Garay foi aplaudido pelo seu invento. O imperador o protegeu, promoveu-o ao posto imediato, e lhe mandou dar dozentos mil maravis; ordenando mais que o tesoureiro invejoso pagasse todas as despesas da experiência. Mas Carlos V achava-se então muí ocupado com suas expedições militares, e tratando só de devastar a humanidade deixou desaproveitado o novo invento que a podia beneficiar; inventor e invenção ficaram no esquecimento; e a honra que Barcelona poderia ter recebido do aperfeiçoamento desta tão útil descoberta, ficou reservada para uma cidade, que ainda então não havia entrado na carreira da existência.