Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



A Maria da Fonte suscitou a questão cromossómica, nomeadamente pela diferença no número de combinações reprodutivas entre os primatas. Os macacos usam 24 cromossomas de cada progenitor, enquanto os humanos usam 23.

Esta diferença no número de cromossomas não está directamente associada à questão da complexidade do organismo. Os cromossomas são diferentes e podem ser mais ou menos complexos, em termos da dimensão das cadeias de DNA que os constituem. Conforme é bem ilustrado na wikipedia...

das sequências de DNA (1) surgem suas ligações com histonas (2) que dão filamentos de cromatinas (3) que se unem pelo centrómero (4)... e várias coisas destas formam um cromossoma X (5).
No caso do cromossoma Y, o masculino, que é diferente de todos os outros, e é o mais pequeno... há mesmo assim 58 milhões de bases distribuídas por 86 genes.
Ou seja, não podemos reduzir a complexidade inerente à partição desta informação em 23+23 partes.

Não deixa de ser notável que a "Natureza" tenha decidido fazer dos seres vivos uma questão digital.
Este aspecto é suficientemente obscurecido, mas como aqui nos decidimos a trazer alguma luz sobre assuntos esquecidos, propositadamente ou não, é altura de dizer algo sobre isto.

As bases de DNA num humano são aproximadamente 2 500 milhões, onde há a possibilidade de escolher 4 tipos de moléculas: ACGT - adenina, citosina, guanina, timina (uracilo no caso do RNA), e têm a programação do que é um ser vivo. Usando uma daquelas analogias habituais, a informação acerca de um ser humano poderia ser bem comprimida numa Pen de 2 Gb. Não parece muito, mas é preciso notar que pelo mesmo critério de compressão, poderia caber nessa Pen toda a literatura universal relevante (note-se que sem artifícios especiais cabem aí 10 mil Lusíadas).

O interessante é a perspectiva digital... a menos de gémeos, cada ser vivo estaria codificado numa Pen de 2 Gb, sem imprecisões. Isto resultaria do cruzamento de duas Pen's de 1 Gb, divididas em 23 partições, chamadas cromossomas.
A evidência científica pretenderá que ocasionalmente duas Pen de 1 Gb se conhecem, uma da parte da mãe, outra da parte do pai, e dão origem a uma Pen filho(a) de 2 Gb. Essa Pen sozinha evolui misteriosamente em pouco tempo, dando origem a um ser humano. 
A informação está lá... disso parece não haver grandes dúvidas. Também podem estar lá as obras fundamentais da literatura... o que é preciso é saber interpretar a informação e transformá-la em algo real. A Pen de pouco nos serve, se não houver um computador para transformar os bytes em algo legível.
No caso dos seres vivos, esse computador parece ausente... ou dito de outra forma, é-nos feito crer que acidentalmente a "Natureza" se transformou nesse processador que pega em 2 Pen's de 1Gb e faz sair daí um ser vivo.

Os paradigmas computacionais vieram mostrar que é possível formatar uma realidade virtual, onde os seres virtuais interagem, simulando em muitos casos o que se passa na Natureza... porém em todos esses casos o que foi absolutamente impossível foi programar o computador para ser ele próprio o criador dessa realidade virtual. As simulações não existiram sem um programador prévio.
É esse programador que cria todo o ambiente e as leis que regem o mundo virtual.
No contexto da computação actual é impensável que algum programador crie objectos virtuais que desenvolvam uma consciência de que há um programador que os criou. Na fase actual da programação conseguirá no máximo fazer interagir os diversos seres por regras simples, automáticas.

Fico-me por aqui, pois doutra forma teria que ir para concepções filosóficas, em que o programador se interroga a si mesmo sobre se é resultado de semelhante programação externa. Teria que entrar no papel da sequência Úrano, Cronos, Zeus... e para esse efeito basilar ainda é necessário ir até à mitologia dos Vedas, para explicar melhor o problema fundamental. Ou então iria para uma encenação de ficção científica, onde ficaria bem a triologia Matrix... mas sem alternativa à realidade virtual. Ou seja, nesta explicação simplificada os seres têm apenas existência no contexto virtual - nada há para além dessa realidade... e é claro, o programador deixa sempre uma cláusula de intervenção que lhe permite alterar o curso dos acontecimentos. Poderia ser necessário refazer a programação com vista ao objectivo final, pelo que o mundo como o conhecemos poderia não ter sido sempre programado da mesma forma.

Surge aqui uma teoria muitas vezes ocultada, que é a Teoria Catastrofista de Cuvier.
Antes do absoluto consenso que se foi estabelecendo em torno da teoria evolucionista, que já aqui abordámos, os registos fósseis indicavam um cenário diferente. Esse cenário indicava uma estratificação das diferentes espécies, não havendo aparente conexão entre elas. Isso levou Cuvier a pensar num cenário catastrofista, onde não apareciam os "missing-links". As espécies eram diferentes, e as camadas fósseis revelavam essa diferença, sem aparecer uma evolução, como Lamarck pretendia sugerir... e depois Darwin. É já na transição para o Século XX que começam a aparecer fósseis que dariam justificação à evolução... e assim se esqueceu a primeira evidência, que levava a pensar em diversas catástrofes ao longo da história, e não numa evolução.

É claro que a teoria da evolução, apesar de simples, precisa de muita justificação adicional, e em particular para ser plausível teria que transportar a ideia de que a Terra não teria apenas uns milhares de anos, mas sim muitos milhões... coisa que é contraditória com as simples leis termodinâmicas, conforme já aqui explicámos, dado que o interior da Terra se mantém inexplicavelmente quente.

Apesar de nada ter de extraordinário haver 23 pares cromossomas humanos e não 24, como nos outros primatas, parece injustificada a diminuição da partição, que apenas leva a menor diversidade na  herança genética... O caso extremo de diversidade na combinação reprodutiva é dos primitivos fetos com 600 pares de cromossomas, havendo exemplos animais com número mais elevado que os primatas, como são os casos dos cavalos (32), dos galos (39), ou das borboletas (190)... sendo claro que não aparece uma relação directa com a complexidade do organismo.

No caso da teoria evolucionista tudo é acidental, sendo claro que os referidos números nada têm de especial, nem tão pouco estão associados a nada de místico.
A contrario do que aqui tem sido sugerido, nunca parece ter havido nenhuma sugestão mística antiga de particular relevância para o número 23 ou 46, que definia o património genético humano, por observação do número de cromossomas. Isso só foi observado na segunda metade do Século XIX.
Se temos por vezes sugerido evidências de um conhecimento antigo profundo, não apareceu nenhum registo associado a esta característica humana tão relevante, do ponto de vista genético, que sugerisse que tal conhecimento tinha sido detido por alguma civilização passada.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:48

Loxodrómia

24.05.11
Para que serve a Loxodrómia, curva associada à descoberta de Pedro Nunes?
A navegação pela bússola, orientada por uma rosa-dos-ventos, poderia fixar uma direcção... digamos Noroeste, e seguir esse rumo procurando aí uma localização conhecida. 
Rosa dos ventos numa carta de Jorge de Aguiar, 1492.

O que Pedro Nunes tornou claro é que isso serviria localmente, em latitudes longe dos pólos, mas tornar-se-ia bastante impreciso numa navegação no globo terrestre. É fácil perceber porquê... ao manter uma direcção que tivesse componente de Norte, por exemplo Noroeste, a cada passo iríamos aproximar mais do Pólo Norte, e no limite essa persistência levaria-nos numa espiral até ao pólo.
A concepção do mundo plano, no planisfério, chocava com os aspectos práticos de grandes navegações no globo esférico, ou quase esférico... 
Esse rumo em direcção ao pólo só seria evitado em direcções exactamente a oeste ou a leste, onde se seguiria o paralelo, pela latitude onde se estava.

Até aqui nada dizemos que não seja habitualmente dito desta ou doutra forma...
Porém convém esclarecer que a bússola nada traria de especial ao conhecimento de posição, exceptuando a possibilidade de orientação com condições atmosféricas adversas, em que a nebulosidade não permitisse avistar os astros de referência.
A identificação do Norte ou do Sul faz parte das designações que usamos:
- Meridional resulta do latim para meio-dia, sendo claro que a posição do Sol ao meio-dia, no hemisfério norte aponta sempre para sul (e de forma similar, no hemisfério sul aponta para norte).
- Setentrional estará associado às sete estrelas, ou sete-estrelo, que se justifica hoje pela posição norte da Ursa Menor, constelação em cuja cauda estaria a Estrela Polar. 

Escusado será dizer que também as Pleiades são denominadas sete-estrelo... mas isso colocaria o Norte em posições que apenas fariam sentido com uma posição completamente diferente, remetendo o assunto para posts anteriores, na orientação das pirâmides de Gizé.
Talvez seja de mencionar que as Pleiades poderiam ser escritas Peleiades, tornando quase foneticamente indistinguível as filhas de Atlas do não relacionado floco de pombas, cujo culto pertencia a outro oráculo famoso, o Oráculo de Dodona.
Seria ainda de mencionar uma provável origem fonética do termo Oriente de Órion, assim como é importante não deixar de considerar que Sírio tanto se refere à estrela mais brilhante, como à zona da antiga Fenícia, e que foneticamente não é distinguível de Círio, e até próximo de Ciro... lembrando ainda o que já foi dito sobre Sidónia.

Porém, concentrando-nos no tema da Loxodrómia, o importante é notar que a posição de latitude e a orientação dos pontos cardeais poderiam ser obtidas, de forma estática. O Sol a meio-dia dava a posição do Sul, e a sua altura no céu dava a latitude. Para esses efeitos a bússola seria desnecessária.

Onde entra o papel da bússola, sem ser na orientação sob nebulosidade?
A bússola permitia manter uma direcção, e mantendo uma direcção, pela diferença de latitude saber-se-ia a corresponde diferença de longitude.
Ou seja, a bússola permitia efectivamente uma navegação de longitude.
Damos um exemplo, para que fique mais claro. Ao nível das latitudes tropicais, e negligenciando o efeito das correntes marítimas, se fosse mantida uma direcção Noroeste (NW), medida a diferença de latitude, e regressando à latitude anterior por navegação Sudoeste (SW), percorreria-se o dobro da distância em longitude, conforme ilustramos:

Sem a bússola, manter essas direcções seria menos preciso, com o barco em movimento. O efeito das correntes seria negligenciável, se as correntes fossem as mesmas, apenas levaria a mapas menos correctos, mas não afectaria a navegação. A navegação à bolina, ou o ziguezaguear, tem a justificação clara de ser útil contra o vento, mas percebe-se ainda uma utilidade no posicionamento.
O erro desta abordagem é assumir uma abordagem planar, que faz sentido numa concepção que foi corrigida pelo trabalho de Pedro Nunes - a loxodrómia tornou claro que esta abordagem não poderia ser estendida a grandes distâncias fora da zona equatorial.

Conforme já abordámos anteriormente, o erro de longitude, que justificaria os atrasos até ao Século XVIII, para uma navegação mais exacta com o cronómetro, foi uma Estória colocada na História.
É muito natural que com uma bússola e um quadrante fosse mais do que possível fazer uma navegação global, com bastante orientação. Como a origem da bússola é assumidamente chinesa, e só introduzida na Europa pelos árabes, é perceptível que o método de navegação existia há muito!

Para além destas rosas-dos-ventos, e acerca dos outros ventos, algo foi explicado a D. Dinis: 
- São rosas, Senhor... são rosas!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:15

Loxodrómia

24.05.11
Para que serve a Loxodrómia, curva associada à descoberta de Pedro Nunes?
A navegação pela bússola, orientada por uma rosa-dos-ventos, poderia fixar uma direcção... digamos Noroeste, e seguir esse rumo procurando aí uma localização conhecida. 
Rosa dos ventos numa carta de Jorge de Aguiar, 1492.

O que Pedro Nunes tornou claro é que isso serviria localmente, em latitudes longe dos pólos, mas tornar-se-ia bastante impreciso numa navegação no globo terrestre. É fácil perceber porquê... ao manter uma direcção que tivesse componente de Norte, por exemplo Noroeste, a cada passo iríamos aproximar mais do Pólo Norte, e no limite essa persistência levaria-nos numa espiral até ao pólo.
A concepção do mundo plano, no planisfério, chocava com os aspectos práticos de grandes navegações no globo esférico, ou quase esférico... 
Esse rumo em direcção ao pólo só seria evitado em direcções exactamente a oeste ou a leste, onde se seguiria o paralelo, pela latitude onde se estava.

Até aqui nada dizemos que não seja habitualmente dito desta ou doutra forma...
Porém convém esclarecer que a bússola nada traria de especial ao conhecimento de posição, exceptuando a possibilidade de orientação com condições atmosféricas adversas, em que a nebulosidade não permitisse avistar os astros de referência.
A identificação do Norte ou do Sul faz parte das designações que usamos:
- Meridional resulta do latim para meio-dia, sendo claro que a posição do Sol ao meio-dia, no hemisfério norte aponta sempre para sul (e de forma similar, no hemisfério sul aponta para norte).
- Setentrional estará associado às sete estrelas, ou sete-estrelo, que se justifica hoje pela posição norte da Ursa Menor, constelação em cuja cauda estaria a Estrela Polar. 

Escusado será dizer que também as Pleiades são denominadas sete-estrelo... mas isso colocaria o Norte em posições que apenas fariam sentido com uma posição completamente diferente, remetendo o assunto para posts anteriores, na orientação das pirâmides de Gizé.
Talvez seja de mencionar que as Pleiades poderiam ser escritas Peleiades, tornando quase foneticamente indistinguível as filhas de Atlas do não relacionado floco de pombas, cujo culto pertencia a outro oráculo famoso, o Oráculo de Dodona.
Seria ainda de mencionar uma provável origem fonética do termo Oriente de Órion, assim como é importante não deixar de considerar que Sírio tanto se refere à estrela mais brilhante, como à zona da antiga Fenícia, e que foneticamente não é distinguível de Círio, e até próximo de Ciro... lembrando ainda o que já foi dito sobre Sidónia.

Porém, concentrando-nos no tema da Loxodrómia, o importante é notar que a posição de latitude e a orientação dos pontos cardeais poderiam ser obtidas, de forma estática. O Sol a meio-dia dava a posição do Sul, e a sua altura no céu dava a latitude. Para esses efeitos a bússola seria desnecessária.

Onde entra o papel da bússola, sem ser na orientação sob nebulosidade?
A bússola permitia manter uma direcção, e mantendo uma direcção, pela diferença de latitude saber-se-ia a corresponde diferença de longitude.
Ou seja, a bússola permitia efectivamente uma navegação de longitude.
Damos um exemplo, para que fique mais claro. Ao nível das latitudes tropicais, e negligenciando o efeito das correntes marítimas, se fosse mantida uma direcção Noroeste (NW), medida a diferença de latitude, e regressando à latitude anterior por navegação Sudoeste (SW), percorreria-se o dobro da distância em longitude, conforme ilustramos:

Sem a bússola, manter essas direcções seria menos preciso, com o barco em movimento. O efeito das correntes seria negligenciável, se as correntes fossem as mesmas, apenas levaria a mapas menos correctos, mas não afectaria a navegação. A navegação à bolina, ou o ziguezaguear, tem a justificação clara de ser útil contra o vento, mas percebe-se ainda uma utilidade no posicionamento.
O erro desta abordagem é assumir uma abordagem planar, que faz sentido numa concepção que foi corrigida pelo trabalho de Pedro Nunes - a loxodrómia tornou claro que esta abordagem não poderia ser estendida a grandes distâncias fora da zona equatorial.

Conforme já abordámos anteriormente, o erro de longitude, que justificaria os atrasos até ao Século XVIII, para uma navegação mais exacta com o cronómetro, foi uma Estória colocada na História.
É muito natural que com uma bússola e um quadrante fosse mais do que possível fazer uma navegação global, com bastante orientação. Como a origem da bússola é assumidamente chinesa, e só introduzida na Europa pelos árabes, é perceptível que o método de navegação existia há muito!

Para além destas rosas-dos-ventos, e acerca dos outros ventos, algo foi explicado a D. Dinis: 
- São rosas, Senhor... são rosas!

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:15


Alojamento principal

alvor-silves.blogspot.com

calendário

Maio 2011

D S T Q Q S S
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031



Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D