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Quando falámos aqui sobre as Âncoras Suiças, já tinhamos também lido relatos de terem sido encontradas embarcações na Lagoa da Serra da Estrela. Coisa um pouco estranha... mas nada impedia terem sido feitas embarcações para a Lagoa (Comprida). Ao mesmo tempo esses relatos invocavam uma profundidade insondável e a suspeita dessa Lagoa ter comunicação com o mar... pelo que demos mais relevo ao relato notável da descoberta de âncoras incrustadas nas montanhas suiças, conforme afirmava António Galvão.

Na sequência do post anterior, voltamos a abordar a questão das âncoras suiças, porque fomos encontrar um relato notável de 1878, de Edward B. Tylor. Ele localiza a história que Galvão contava, porque Buffon na sua Teoria da Terra invoca essa descoberta:
Sur la montagne de Stella au Portugal, il y a un lac dans lequel on a trouvé des débris de vaisseaux, quoique cette montagen soit éloignée de la mer de plus de douze lieues (Voyez la Geographie de Gordon, édit. de Londres 1733, page 149). Sabinus, dans ses commentaires sur les métamorphoses d'Ovide, dit qu'il paroît para les monumens de l'Histoire, qu'en l'année 1460 on trouva dans une mine des Alpes un vaisseau avec ses ancres.
 Temos aqui o relato da Serra da Estrela, e ao mesmo tempo o relato da Suiça, mais detalhado.
A origem é Angelo Sabino que num comentário a um texto de Ovídio relata a descoberta do navio com as âncoras numa mina dos Alpes.
Barcos incrustados numa mina dos Alpes... e que forma teriam as suas proas?
Olhando para os símbolos dos cantões suiços, percebe-se que houve uma Jura em Basileia:
  
brasões dos 2 cantóes de Basileia e brasão do cantão do Jura
... a semelhança com proas de navios antigos fica justificada!

Para que se perceba o silêncio sobre o assunto... que deveria constar nalgum livro de teorias de conspiração, de civilizações antigas, ou algo semelhante... basta fazer uma pesquisa no Google sobre o assunto. Em particular experimente-se "mine des Alpes un vaisseau avec ses ancres"... alguém deveria ter citado o Conde Buffon, autor largamente conhecido, considerado percursor da teoria da evolução.
Ora, aparecem 5 resultados antes do Séc. XX, e a partir daí o assunto morre por completo, ou quase...
Poderá dizer-se que é por ser em francês... mas então vamos experimentar encontrar uma citação ao texto de Edward Tylor:
"in the year 1460 a vessel was found with its anchors"
ocorrem 3 resultados ligados ao próprio texto que encontrámos!      [as aspas são necessárias]
Se o Google estiver a funcionar bem, acrescem os novos resultados deste blog, após publicar o post. Ou seja, será que há quase 150 anos que não se publica nada sobre o assunto?!
É natural, os "teóricos da conspiração" seguem aquele caminho habitual que é seguir o guru anterior, e não fazem pesquisa própria... repetem o que é suposto ser repetido, interessam-se sobre aquilo que lhes é dito ser interessante, e vão calcorreando o caminho das pedras gastas. Como o objectivo é quase sempre o reconhecimento comunitário, não faz aí nenhum sentido caminhar isolado. Apesar de estarem habitualmente fora da academia oficial, vão desenvolvendo uma academia alternativa imitando a hierarquia pelos seus sucessos livreiros... e ficam assim facilmente manipuláveis, mesmo que alguns não o saibam.

Desculpando-me por estas divagações, resultado da irritação de ver mais um "assunto escaldante" que foi escondido com sucesso, regresso ao assunto principal.

Estamos em 1460, e uns mineiros da Suiça comunicam a descoberta de navios incrustados nas minas... o efeito deve ter sido avassalador! A Suiça que pouco mais seria do que um projecto de intenções anti-domínio Habsburgo fica subitamente armada com uma besta letal.
Se Hércules segurava uma Maça numa mão e uma Maçã na outra... Guilherme Tell apontou directamente à maçã, sendo certo que no tiro da besta arriscava a aniquilação do filho. 
A lenda de Guilherme Tell aparece não em 1460, mas sim por volta de 1470, e algumas décadas depois os suiços vão ocupar lugar de destaque na protecção do Papa. A partir daí a história da independência Suiça é uma história de sucesso, e apesar de alinharem pelo lado protestante ou calvinista, nunca deixarão de ter aquele lugar especial no coração ultra-católico do Vaticano.

Quer Buffon, quer Tylor, alongam-se no discurso sobre as eventuais evidências de um nível marítimo superior ao contemporâneo, nomeadamente pelo registo fóssil. Em particular é referida a evidência da presença marítima no deserto da Mongólia, conforme já abordámos.
Tylor apanha já a transição para o Darwinismo, e essa mudança de mentalidades é bem denunciada nalgumas frases:
            "In the ninth edition of Home's 'Introduction to the Scriptures,' published in 1846, the evidence of fossils is confidently held to prove the universality of the Deluge; but the argument disappears from the next edition, published ten years later."
Aproximava-se uma "entente cordiale" que recolocaria a educação no devido lugar.

Tylor vai ainda muito mais longe... 
Both in Scotland and in South America, upheaval of land in more or less modern times is a recognized fact, and the finding of boats, as of various other productions of human art, in places where they could hardly have been placed by man, is readily accounted for between this upheaval and the effects of ordinary accumulation and degradation.
(estes barcos e artefactos em posições estranhas não são muito relatados... a menos de algum conto de reis de Garcia Marquez, que colocava barcos em desertos)
... e atreve-se a falar na questão dos gigantes.
Deixo uma larga citação que é instrutiva em muitos aspectos:
In the Old World, myths both old and new connected with huge bones, fossil or recent, are common enough. Marcus Scaurus brought to Rome, from Joppa, the bones of the monster who was to have devoured Andromeda, while the vestiges of the chains which bound her were to be seen there on the rock; and the sepulchre of Antaeus, containing his skeleton, 60 cubits long, was found in Mauritania. 
Don Quixote was beforehand with Dr. Falconer in reasoning on the huge fossil bones so common in Sicily as remains of ancient inhabitants, as appears from his answer to the barber's question, how big he thought the giant Morgante might have been? "... Moreover, in the island of Sicily there have been found long-bones and shoulder-bones so huge, that their size manifests their owners to have been giants, and as big as great towers, for this truth geometry sets beyond doubt." Again, the fossil bones so plentifully strewed over the Sewalik, or lowest ranges of the Himalayas, belonged to the slain Rakis, [p.324] the gigantic Eakshasas of the Indian mythology. 
The remains of the Dun Cow that Guy Earl of Warwick slew are or were to be seen in England, in the shape of a whale's rib in the church of St. Mary Redcliffe, and some great fossil bone kept, I believe, in Warwick Castle. "The giant sixteen feet high, whose bones were found in 1577 near Heyden under an uprooted oak, and examined and celebrated in song by Felix Plater, the renowned physician of Basle, has been long ago banished by later naturalists into a very distant department of zoology; but the giant has from that time forth got a firm standing ground beside the arms of Lucerne, and will keep it, all critics to the contrary notwithstanding."
Ao contrário do que julgava Tylor, o brazão de Lucerna já não inclui nenhum gigante de Felix Plater, reportado com 18 ou 19 pés de altura, e que era citado por Júlio Verne na sua "Viagem ao centro da Terra"... Agora ficou bastante simplificado:

... em compensação temos o monumento de Lucerna, que ilustra a protecção que o leão dos mercenários suiços tentou fazer aquando da Revolução Francesa. A protecção da flor-de-lis da casa real francesa custou a vida a esses suiços, que tal como Buffon obedeciam ao rei francês, e que talvez lhe tivessem feito confidência do assunto esquecido das âncoras suiças.

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publicado às 22:35

A piada é simples, foi escrita por Vilhena Barbosa em 1860, mas por isso mesmo ele não poderia perceber que a estava a escrever:
No reinado de D. Maria I fizeram-se ali grandes escavações, que afinal não progrediram pela causa referida. Descobriram-se, contudo, alguns edifícios, e extraíram-se muitos objectos d'arte preciosos, medalhas, utensílios, etc. Entre os primeiros figura uma magnifica coluna de mármore branco arraiado de negro e cinzento, com um capitel de ordem corinthia, se bem nos lembramos, primorosamente cinzelado; a qual a mesma soberana mandou inaugurar n'uma praça de Setubal, onde ao presente se admira como um dos melhores adornos da cidade.
Passados onze anos, em 1871 foi inaugurada na praça de Setúbal um monumento de homenagem a Bocage.
Que monumento, que ainda se ergue hoje?
- Uma outra coluna de mármore branco sobre a qual se colocou uma estátua de Bocage:
O monumento a Bocage sobre uma coluna coríntia
... mas não a mesma que ali estava, retirada de Tróia.
[foto antiga no blog pracadobocage.wordpress.com]

É preciso explicar mais o humor dos nossos governantes?
Como o assunto é Bocage e Vilhena, apetece usar o vernáculo para exprimir sentimentos... mas lá está - é melhor observar, perceber, e sorrir. 
O sorriso é a melhor arma da impotência contra o absurdo da prepotência.

Já tínhamos escrito que o epíteto "louca" para D. Maria I revelaria uma outra coisa, tal como aconteceu com Afonso VI... mas não sabíamos que no seu reinado tinham sido feitas grandes escavações em Tróia. Claramente uma antecessora em 100 anos da busca que Schliemann levou depois para a Turquia. Fechada uma Tróia, era preciso abrir as escavações para outra...
Quando é que Schliemann começa as suas escavações em Hissarlik?
Exactamente na década em que se inaugurava a última piada du Bocage, colocada em Setúbal.
Estaremos a ser injustos, não foi provavelmente a última piada sobre Bocage, mas talvez sim a primeira...  sem intervenção do próprio.

Por outro lado, há ainda o "Pelourinho" de Setúbal, curiosamente também com uma coluna de mármore branco, mas cuja inscrição remete para o Marquês de Pombal, 1774, três anos antes de D. Maria I iniciar o seu reinado...


Colocamos ainda a imagem da página, para que não se pense que isto é piada... certamente que não será pensado pela meia-dúzia de leitores habituais, que já perceberam que os assuntos de aqui falo são do mais sério que se pode imaginar... mas poderia ser entendido como tal por algum leitor incauto.
Página 50 do Volume III das Cidades e Villas... de Vilhena Barbosa

Quando, há um ano atrás, referia a citação de Damião Castro sobre as Torres Altas... estava obviamente a lembrar-me dos empreendimentos Torralta, que caracterizaram Tróia.
Se de um lado do Promontório Magno estava uma Estrema Dura (com uma ilha Arrotrebae, quiçá a Arrábida), pelo lado de Tróia estava uma Estrema Arenosa. As areias dos tempos parece que decidiram ter sempre ali uma parte arenosa... e aproveito aqui para esclarecer que suspeitando ser a outra Estrema mais acima do nível do mar, na zona de Grandola... ou Cuba, a descoberta de artefactos tão antigos na península de Tróia tem um indicador diferente sobre a permanência daqueles areais ao longo dos tempos. Uma coluna coríntia é algo que não ilude pelo menos dois milénios...

Quando se fala da cimenteira de Outão, podemos responder com a Torre do Outão, quando se fala da Torralta, podemos responder com as Torres Altas da Tróia de Homero. E é claro que os empreendimentos não são só estes, nem ficaram pela zona de Setúbal... Vilhena faz nomeadamente referência à ribeira de Querteira, onde teria existido uma cidade antiquíssima. Na altura nada existia, mas no decurso do final do Século XX, como sabemos, foi levado a cabo um desenfreado ímpeto construtor no Algarve, que criou uma nova Querteira, chamada Quarteira.
A receita pode ser simples... os proprietários são confrontados com uma possibilidade de inibição de construir por cima de ruínas antigas, logo tornam-se eles próprios cúmplices de quaisquer descobertas. O essencial é prosseguir o empreendimento de pato-bravo... os bravios são apanhados como patos, e feitos cúmplices no sistema de ocultação. De bom grado desfazem-se a custo zero dos achados, sempre tidos como "romanos", e alegremente podem ocultar a paisagem e a história.

Bocage terá sido poeta da Nova Arcádia, e numa altura em que D. Maria I levara a cabo tais escavações em Tróia, o movimento da Arcádia Lusitana renascia, mas a coluna du Bocage, passados quase cem anos, vinha encerrar um movimento entretanto terminado... é revelador saber-se que Eça de Queirós esteve presente na inauguração da nova coluna, conforme se pode ler aqui.

O rasto da coluna troiana original, sendo perdido (a menos que seja o pelourinho), terá guarida nalguma colecção privada, particular, institucional ou estatal... talvez alguns dos artefactos tenham migrado para Turquia, para serem encontrados de novo, num local mais conveniente, por um qualquer Schliemann.

A voz que saiu de Setúbal nessa altura não foi propriamente a dos poetas da Arcádia, mas muito mais a voz de uma Luísa que tomou pelo casamento o nome de uma célebre montanha suiça, o Monte Todi... e coloco assim uma singela âncora para sinalização futura.

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publicado às 21:05

A piada é simples, foi escrita por Vilhena Barbosa em 1860, mas por isso mesmo ele não poderia perceber que a estava a escrever:
No reinado de D. Maria I fizeram-se ali grandes escavações, que afinal não progrediram pela causa referida. Descobriram-se, contudo, alguns edifícios, e extraíram-se muitos objectos d'arte preciosos, medalhas, utensílios, etc. Entre os primeiros figura uma magnifica coluna de mármore branco arraiado de negro e cinzento, com um capitel de ordem corinthia, se bem nos lembramos, primorosamente cinzelado; a qual a mesma soberana mandou inaugurar n'uma praça de Setubal, onde ao presente se admira como um dos melhores adornos da cidade.
Passados onze anos, em 1871 foi inaugurada na praça de Setúbal um monumento de homenagem a Bocage.
Que monumento, que ainda se ergue hoje?
- Uma outra coluna de mármore branco sobre a qual se colocou uma estátua de Bocage:
O monumento a Bocage sobre uma coluna coríntia
... mas não a mesma que ali estava, retirada de Tróia.
[foto antiga no blog pracadobocage.wordpress.com]

É preciso explicar mais o humor dos nossos governantes?
Como o assunto é Bocage e Vilhena, apetece usar o vernáculo para exprimir sentimentos... mas lá está - é melhor observar, perceber, e sorrir. 
O sorriso é a melhor arma da impotência contra o absurdo da prepotência.

Já tínhamos escrito que o epíteto "louca" para D. Maria I revelaria uma outra coisa, tal como aconteceu com Afonso VI... mas não sabíamos que no seu reinado tinham sido feitas grandes escavações em Tróia. Claramente uma antecessora em 100 anos da busca que Schliemann levou depois para a Turquia. Fechada uma Tróia, era preciso abrir as escavações para outra...
Quando é que Schliemann começa as suas escavações em Hissarlik?
Exactamente na década em que se inaugurava a última piada du Bocage, colocada em Setúbal.
Estaremos a ser injustos, não foi provavelmente a última piada sobre Bocage, mas talvez sim a primeira...  sem intervenção do próprio.

Por outro lado, há ainda o "Pelourinho" de Setúbal, curiosamente também com uma coluna de mármore branco, mas cuja inscrição remete para o Marquês de Pombal, 1774, três anos antes de D. Maria I iniciar o seu reinado...


Colocamos ainda a imagem da página, para que não se pense que isto é piada... certamente que não será pensado pela meia-dúzia de leitores habituais, que já perceberam que os assuntos de aqui falo são do mais sério que se pode imaginar... mas poderia ser entendido como tal por algum leitor incauto.
Página 50 do Volume III das Cidades e Villas... de Vilhena Barbosa

Quando, há um ano atrás, referia a citação de Damião Castro sobre as Torres Altas... estava obviamente a lembrar-me dos empreendimentos Torralta, que caracterizaram Tróia.
Se de um lado do Promontório Magno estava uma Estrema Dura (com uma ilha Arrotrebae, quiçá a Arrábida), pelo lado de Tróia estava uma Estrema Arenosa. As areias dos tempos parece que decidiram ter sempre ali uma parte arenosa... e aproveito aqui para esclarecer que suspeitando ser a outra Estrema mais acima do nível do mar, na zona de Grandola... ou Cuba, a descoberta de artefactos tão antigos na península de Tróia tem um indicador diferente sobre a permanência daqueles areais ao longo dos tempos. Uma coluna coríntia é algo que não ilude pelo menos dois milénios...

Quando se fala da cimenteira de Outão, podemos responder com a Torre do Outão, quando se fala da Torralta, podemos responder com as Torres Altas da Tróia de Homero. E é claro que os empreendimentos não são só estes, nem ficaram pela zona de Setúbal... Vilhena faz nomeadamente referência à ribeira de Querteira, onde teria existido uma cidade antiquíssima. Na altura nada existia, mas no decurso do final do Século XX, como sabemos, foi levado a cabo um desenfreado ímpeto construtor no Algarve, que criou uma nova Querteira, chamada Quarteira.
A receita pode ser simples... os proprietários são confrontados com uma possibilidade de inibição de construir por cima de ruínas antigas, logo tornam-se eles próprios cúmplices de quaisquer descobertas. O essencial é prosseguir o empreendimento de pato-bravo... os bravios são apanhados como patos, e feitos cúmplices no sistema de ocultação. De bom grado desfazem-se a custo zero dos achados, sempre tidos como "romanos", e alegremente podem ocultar a paisagem e a história.

Bocage terá sido poeta da Nova Arcádia, e numa altura em que D. Maria I levara a cabo tais escavações em Tróia, o movimento da Arcádia Lusitana renascia, mas a coluna du Bocage, passados quase cem anos, vinha encerrar um movimento entretanto terminado... é revelador saber-se que Eça de Queirós esteve presente na inauguração da nova coluna, conforme se pode ler aqui.

O rasto da coluna troiana original, sendo perdido (a menos que seja o pelourinho), terá guarida nalguma colecção privada, particular, institucional ou estatal... talvez alguns dos artefactos tenham migrado para Turquia, para serem encontrados de novo, num local mais conveniente, por um qualquer Schliemann.

A voz que saiu de Setúbal nessa altura não foi propriamente a dos poetas da Arcádia, mas muito mais a voz de uma Luísa que tomou pelo casamento o nome de uma célebre montanha suiça, o Monte Todi... e coloco assim uma singela âncora para sinalização futura.

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publicado às 21:05

A piada é simples, foi escrita por Vilhena Barbosa em 1860, mas por isso mesmo ele não poderia perceber que a estava a escrever:
No reinado de D. Maria I fizeram-se ali grandes escavações, que afinal não progrediram pela causa referida. Descobriram-se, contudo, alguns edifícios, e extraíram-se muitos objectos d'arte preciosos, medalhas, utensílios, etc. Entre os primeiros figura uma magnifica coluna de mármore branco arraiado de negro e cinzento, com um capitel de ordem corinthia, se bem nos lembramos, primorosamente cinzelado; a qual a mesma soberana mandou inaugurar n'uma praça de Setubal, onde ao presente se admira como um dos melhores adornos da cidade.
Passados onze anos, em 1871 foi inaugurada na praça de Setúbal um monumento de homenagem a Bocage.
Que monumento, que ainda se ergue hoje?
- Uma outra coluna de mármore branco sobre a qual se colocou uma estátua de Bocage:
O monumento a Bocage sobre uma coluna coríntia
... mas não a mesma que ali estava, retirada de Tróia.
[foto antiga no blog pracadobocage.wordpress.com]

É preciso explicar mais o humor dos nossos governantes?
Como o assunto é Bocage e Vilhena, apetece usar o vernáculo para exprimir sentimentos... mas lá está - é melhor observar, perceber, e sorrir. 
O sorriso é a melhor arma da impotência contra o absurdo da prepotência.

Já tínhamos escrito que o epíteto "louca" para D. Maria I revelaria uma outra coisa, tal como aconteceu com Afonso VI... mas não sabíamos que no seu reinado tinham sido feitas grandes escavações em Tróia. Claramente uma antecessora em 100 anos da busca que Schliemann levou depois para a Turquia. Fechada uma Tróia, era preciso abrir as escavações para outra...
Quando é que Schliemann começa as suas escavações em Hissarlik?
Exactamente na década em que se inaugurava a última piada du Bocage, colocada em Setúbal.
Estaremos a ser injustos, não foi provavelmente a última piada sobre Bocage, mas talvez sim a primeira...  sem intervenção do próprio.

Por outro lado, há ainda o "Pelourinho" de Setúbal, curiosamente também com uma coluna de mármore branco, mas cuja inscrição remete para o Marquês de Pombal, 1774, três anos antes de D. Maria I iniciar o seu reinado...


Colocamos ainda a imagem da página, para que não se pense que isto é piada... certamente que não será pensado pela meia-dúzia de leitores habituais, que já perceberam que os assuntos de aqui falo são do mais sério que se pode imaginar... mas poderia ser entendido como tal por algum leitor incauto.
Página 50 do Volume III das Cidades e Villas... de Vilhena Barbosa

Quando, há um ano atrás, referia a citação de Damião Castro sobre as Torres Altas... estava obviamente a lembrar-me dos empreendimentos Torralta, que caracterizaram Tróia.
Se de um lado do Promontório Magno estava uma Estrema Dura (com uma ilha Arrotrebae, quiçá a Arrábida), pelo lado de Tróia estava uma Estrema Arenosa. As areias dos tempos parece que decidiram ter sempre ali uma parte arenosa... e aproveito aqui para esclarecer que suspeitando ser a outra Estrema mais acima do nível do mar, na zona de Grandola... ou Cuba, a descoberta de artefactos tão antigos na península de Tróia tem um indicador diferente sobre a permanência daqueles areais ao longo dos tempos. Uma coluna coríntia é algo que não ilude pelo menos dois milénios...

Quando se fala da cimenteira de Outão, podemos responder com a Torre do Outão, quando se fala da Torralta, podemos responder com as Torres Altas da Tróia de Homero. E é claro que os empreendimentos não são só estes, nem ficaram pela zona de Setúbal... Vilhena faz nomeadamente referência à ribeira de Querteira, onde teria existido uma cidade antiquíssima. Na altura nada existia, mas no decurso do final do Século XX, como sabemos, foi levado a cabo um desenfreado ímpeto construtor no Algarve, que criou uma nova Querteira, chamada Quarteira.
A receita pode ser simples... os proprietários são confrontados com uma possibilidade de inibição de construir por cima de ruínas antigas, logo tornam-se eles próprios cúmplices de quaisquer descobertas. O essencial é prosseguir o empreendimento de pato-bravo... os bravios são apanhados como patos, e feitos cúmplices no sistema de ocultação. De bom grado desfazem-se a custo zero dos achados, sempre tidos como "romanos", e alegremente podem ocultar a paisagem e a história.

Bocage terá sido poeta da Nova Arcádia, e numa altura em que D. Maria I levara a cabo tais escavações em Tróia, o movimento da Arcádia Lusitana renascia, mas a coluna du Bocage, passados quase cem anos, vinha encerrar um movimento entretanto terminado... é revelador saber-se que Eça de Queirós esteve presente na inauguração da nova coluna, conforme se pode ler aqui.

O rasto da coluna troiana original, sendo perdido (a menos que seja o pelourinho), terá guarida nalguma colecção privada, particular, institucional ou estatal... talvez alguns dos artefactos tenham migrado para Turquia, para serem encontrados de novo, num local mais conveniente, por um qualquer Schliemann.

A voz que saiu de Setúbal nessa altura não foi propriamente a dos poetas da Arcádia, mas muito mais a voz de uma Luísa que tomou pelo casamento o nome de uma célebre montanha suiça, o Monte Todi... e coloco assim uma singela âncora para sinalização futura.

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publicado às 13:05

Já aqui abordámos várias vezes o assunto da Austrália... em particular sobre as maneiras como se escondia o desenho da sua costa noutros mapas, ou como é possível juntar dois mapas de Dieppe e dessa colagem ver directamente a Austrália.
A maior demonstração não é essa, é o bom senso. Quem pensar que os portugueses e espanhóis se tinham dedicado a descobrir todas as pequenas ilhas da redondeza, e tinham se esquecido de dar com o continente australiano, tem um problema de cognição. Se ainda se tratasse de falhar o Havai, ou algum arquipélago pequeno no meio do Pacífico... tudo bem. Porém era mais fácil não descobrir Timor do que não descobrir a Austrália que estava ao lado.

Não vou voltar a repisar todos os argumentos já explicados, havia um problema que se colocava nessas paragens, após o Trópico de Capricórnio... muito provavelmente estava instalado um reino "ilegal", de origem europeia, que não era reconhecido, primeiro pelo papado, e depois pelas nações de Vestfália. Até que o assunto fosse resolvido, pela eliminação completa evada a cabo pelos ingleses, a Austrália ficou fora da atenção e destinada à sua confusão com a parte gelada Austral.

A memória não é algo muito duradouro, e ao contrário do que se julga a informação não se espalha tão facilmente. Numa sociedade hierarquizada, de estrutura piramidal, basta secar as fontes num nível superior, onde se exerce o controlo em troca de benesses, ou em troca de não ter problemas. Os casos que indiciam algo diferente mostram apenas que as revoluções não são acidentais, são autorizadas.

Nuca Antara e Erédia
Sobre a Austrália, fomos encontrar a designação Nuca Antara (ou ainda, Luca Antara) por via da Biblioteca Digital Mundial e aí tomámos conhecimento de Manuel Godinho de Herédia (ou Emanuel Godinho de Erédia), um cartógrafo português de origem malaia, que terá feito explorações em território australiano. 

A Biblioteca Digital Mundial coloca a datação circa 1630, esclarecendo ao mesmo tempo que o primeiro avistamento teria sido realizado por Janszoon em 1606... aqui já não basta a viagem de Tasman, e é preciso ir ao mais desconhecido Janszoon, que não viu o Estreito de Torres, ao passo que Torres viu o Estreito, mas não viu um dos lados da terra, alguns meses antes. 
Isto foi certamente revoltante em tempos, para muitos amantes da Verdade, mas hoje passa por ser divertido... É interessante ver a capacidade de absurdo e desplante possível aos nossos contadores de estórias, que a transformam em História.

Continuamos, com um sorriso no rosto, mas com um certo amargo no coração.
Um dos amantes da verdade terá sido o inglês Richard Henry Major. Numa pequena pérola que fomos encontrar nas Memórias da Academia Real, em 1863, ele explica detalhadamente o 
"Descobrimento da Austrália pelos Portugueses em 1601"
e depois tenta argumentar... algo que é engraçado como desporto para passar o tempo, mas que é esforço inútil quando dirigido à maioria dos mortais, além de ser inútil para convencer quem não tem intenção de ceder. Sobram apenas os espíritos irrequietos, que se vão apoquentando com a descoberta da verdade... sendo certo que a verdade nada mais é do que aquilo que resta após expurgar as contradições e identificar os falsários.

Richard Major apresenta uma prova documental que encontra no Museu Britânico:

Nesta cópia encontra-se uma legenda, na posição do continente australiano, que não deixa grandes dúvidas:
Nuca Antara foi descoberta no ano de 1601 por Mano El Godinho de Erédia por mandado do Vice-Rei Aires de Saldanha. Terra descoberta pelos Holandeses a que chamaram Endracht ou Concordia.
Tudo isto é explicado por Richard Major, que acrescenta as razões pelas quais não se pode pensar em falsificação posterior da legenda.
Não explica, é claro, que espécie de Concórdia existiu para que fosse assim designada pelos holandeses ("Concórdias" há muitas... desde praças fundadas em 1755 embelezadas com um obelisco egípcio, até aviões supersónicos malfadados).

Estávamos em 1863... e o assunto não apareceu apenas na Academia das Ciências portuguesa, encontram-se registos em diversas academias de outros países. A comunicação de Major teve impacto à época, mas foi desaparecendo dos registos. É esse o destino das publicações inconvenientes... podem dar incómodo e/ou lucro aos editores, mas não afectam o resultado final.
Richard Major teve que retractar-se e dar o dito por não dito, afirmando depois que a viagem de Herédia não teria sido realizada.

Passados quase 150 anos, o assunto vai voltando à baila, seja por Keneth Macyntire, seja por Peter Trickett, no Beyond Capricorn, seja por quem for... o resultado acaba por ser sempre o mesmo, e o magister dixit de uma academia condicionada impõe-se sobre o entendimento do senso comum.

Gonneville
Convém aqui esclarecer que Richard Major estava ciente dos mapas de Dieppe, e diz até mais do que isso... refere que um francês teria reclamado o descobrimento da Austrália logo em 1503.
O seu nome era Gonneville e depois de ter passado o Cabo da Boa Esperança, uma tormenta teria-o levado à Austrália... ainda que ele argumente poder ser uma natural confusão com a Ilha de Madagascar. Daí teria trazido à Europa o filho do rei, e relatado o desejo de evangelização desses povos que classificava terem atingido algum grau de civilização. Esse grau de civilização, argumentava, era incompatível com o carácter selvagem dos povos aborígenes do norte da Austrália, segundo os relatos a que tinha acesso. 
Ora, esta descrição assenta muito bem com a junção que fizémos dos mapas de Dieppe, e que aqui relembramos:
Nas ilustrações do mapa, aparecem alguns aborígenes (a norte da ilustração, a oeste na junção), mas também uma evidente civilização de aspecto europeu (a sul na ilustração, a leste na junção), mas não tão sofisticada quanto a europeia, conforme o relato de Gonneville.

Manilio (séc. I)
A exposição de Major vai ainda um pouco mais longe, e para isso cita um autor romano - Manilio:
Ele não dá a tradução do latim, e também não a encontrei... porém a nossa língua tem fortes semelhanças que permitem deduzir que Manilio afirmava que a Terra era redonda e habitada pelas mais variadas gentes, em particular na parte Austral, que jazia sob os pés... ou seja, nos antípodas.
Há outros autores do Séc. XVI que voltam a falar nessa habitabilidade nos antípodas, mas há sempre forma de invocar o erro e a interpretação, dizendo que afinal a cor do cavalo branco de Napoleão era o preto, esquecendo que à época o erro em latitude não poderia ser tão grosseiro. 

E aqui permito-me à divagação fonética... será que afinal Manila, surge como uma Manilia de Manilio?
Uma pequena homenagem ao escritor romano, obrigada a ficar nas Filipinas, mas que deveria ter a sua localização numa Sidney ou Wellington, bem mais próximas dos antípodas do Império Romano?
A nome da cidade chegou a ser escrito como Manilha, certamente por influência espanhola (... e não tanto do jogo da "sueca", onde o 7 ganha um valor diferente do habitual). A manilha permitia afinal completar o círculo do globo sendo a cidade que simbolizava o fecho pelo anti-meridiano de Tordesilhas...

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publicado às 04:02

Já aqui abordámos várias vezes o assunto da Austrália... em particular sobre as maneiras como se escondia o desenho da sua costa noutros mapas, ou como é possível juntar dois mapas de Dieppe e dessa colagem ver directamente a Austrália.
A maior demonstração não é essa, é o bom senso. Quem pensar que os portugueses e espanhóis se tinham dedicado a descobrir todas as pequenas ilhas da redondeza, e tinham se esquecido de dar com o continente australiano, tem um problema de cognição. Se ainda se tratasse de falhar o Havai, ou algum arquipélago pequeno no meio do Pacífico... tudo bem. Porém era mais fácil não descobrir Timor do que não descobrir a Austrália que estava ao lado.

Não vou voltar a repisar todos os argumentos já explicados, havia um problema que se colocava nessas paragens, após o Trópico de Capricórnio... muito provavelmente estava instalado um reino "ilegal", de origem europeia, que não era reconhecido, primeiro pelo papado, e depois pelas nações de Vestfália. Até que o assunto fosse resolvido, pela eliminação completa evada a cabo pelos ingleses, a Austrália ficou fora da atenção e destinada à sua confusão com a parte gelada Austral.

A memória não é algo muito duradouro, e ao contrário do que se julga a informação não se espalha tão facilmente. Numa sociedade hierarquizada, de estrutura piramidal, basta secar as fontes num nível superior, onde se exerce o controlo em troca de benesses, ou em troca de não ter problemas. Os casos que indiciam algo diferente mostram apenas que as revoluções não são acidentais, são autorizadas.

Nuca Antara e Erédia
Sobre a Austrália, fomos encontrar a designação Nuca Antara (ou ainda, Luca Antara) por via da Biblioteca Digital Mundial e aí tomámos conhecimento de Manuel Godinho de Herédia (ou Emanuel Godinho de Erédia), um cartógrafo português de origem malaia, que terá feito explorações em território australiano. 

A Biblioteca Digital Mundial coloca a datação circa 1630, esclarecendo ao mesmo tempo que o primeiro avistamento teria sido realizado por Janszoon em 1606... aqui já não basta a viagem de Tasman, e é preciso ir ao mais desconhecido Janszoon, que não viu o Estreito de Torres, ao passo que Torres viu o Estreito, mas não viu um dos lados da terra, alguns meses antes. 
Isto foi certamente revoltante em tempos, para muitos amantes da Verdade, mas hoje passa por ser divertido... É interessante ver a capacidade de absurdo e desplante possível aos nossos contadores de estórias, que a transformam em História.

Continuamos, com um sorriso no rosto, mas com um certo amargo no coração.
Um dos amantes da verdade terá sido o inglês Richard Henry Major. Numa pequena pérola que fomos encontrar nas Memórias da Academia Real, em 1863, ele explica detalhadamente o 
"Descobrimento da Austrália pelos Portugueses em 1601"
e depois tenta argumentar... algo que é engraçado como desporto para passar o tempo, mas que é esforço inútil quando dirigido à maioria dos mortais, além de ser inútil para convencer quem não tem intenção de ceder. Sobram apenas os espíritos irrequietos, que se vão apoquentando com a descoberta da verdade... sendo certo que a verdade nada mais é do que aquilo que resta após expurgar as contradições e identificar os falsários.

Richard Major apresenta uma prova documental que encontra no Museu Britânico:

Nesta cópia encontra-se uma legenda, na posição do continente australiano, que não deixa grandes dúvidas:
Nuca Antara foi descoberta no ano de 1601 por Mano El Godinho de Erédia por mandado do Vice-Rei Aires de Saldanha. Terra descoberta pelos Holandeses a que chamaram Endracht ou Concordia.
Tudo isto é explicado por Richard Major, que acrescenta as razões pelas quais não se pode pensar em falsificação posterior da legenda.
Não explica, é claro, que espécie de Concórdia existiu para que fosse assim designada pelos holandeses ("Concórdias" há muitas... desde praças fundadas em 1755 embelezadas com um obelisco egípcio, até aviões supersónicos malfadados).

Estávamos em 1863... e o assunto não apareceu apenas na Academia das Ciências portuguesa, encontram-se registos em diversas academias de outros países. A comunicação de Major teve impacto à época, mas foi desaparecendo dos registos. É esse o destino das publicações inconvenientes... podem dar incómodo e/ou lucro aos editores, mas não afectam o resultado final.
Richard Major teve que retractar-se e dar o dito por não dito, afirmando depois que a viagem de Herédia não teria sido realizada.

Passados quase 150 anos, o assunto vai voltando à baila, seja por Keneth Macyntire, seja por Peter Trickett, no Beyond Capricorn, seja por quem for... o resultado acaba por ser sempre o mesmo, e o magister dixit de uma academia condicionada impõe-se sobre o entendimento do senso comum.

Gonneville
Convém aqui esclarecer que Richard Major estava ciente dos mapas de Dieppe, e diz até mais do que isso... refere que um francês teria reclamado o descobrimento da Austrália logo em 1503.
O seu nome era Gonneville e depois de ter passado o Cabo da Boa Esperança, uma tormenta teria-o levado à Austrália... ainda que ele argumente poder ser uma natural confusão com a Ilha de Madagascar. Daí teria trazido à Europa o filho do rei, e relatado o desejo de evangelização desses povos que classificava terem atingido algum grau de civilização. Esse grau de civilização, argumentava, era incompatível com o carácter selvagem dos povos aborígenes do norte da Austrália, segundo os relatos a que tinha acesso. 
Ora, esta descrição assenta muito bem com a junção que fizémos dos mapas de Dieppe, e que aqui relembramos:
Nas ilustrações do mapa, aparecem alguns aborígenes (a norte da ilustração, a oeste na junção), mas também uma evidente civilização de aspecto europeu (a sul na ilustração, a leste na junção), mas não tão sofisticada quanto a europeia, conforme o relato de Gonneville.

Manilio (séc. I)
A exposição de Major vai ainda um pouco mais longe, e para isso cita um autor romano - Manilio:
Ele não dá a tradução do latim, e também não a encontrei... porém a nossa língua tem fortes semelhanças que permitem deduzir que Manilio afirmava que a Terra era redonda e habitada pelas mais variadas gentes, em particular na parte Austral, que jazia sob os pés... ou seja, nos antípodas.
Há outros autores do Séc. XVI que voltam a falar nessa habitabilidade nos antípodas, mas há sempre forma de invocar o erro e a interpretação, dizendo que afinal a cor do cavalo branco de Napoleão era o preto, esquecendo que à época o erro em latitude não poderia ser tão grosseiro. 

E aqui permito-me à divagação fonética... será que afinal Manila, surge como uma Manilia de Manilio?
Uma pequena homenagem ao escritor romano, obrigada a ficar nas Filipinas, mas que deveria ter a sua localização numa Sidney ou Wellington, bem mais próximas dos antípodas do Império Romano?
A nome da cidade chegou a ser escrito como Manilha, certamente por influência espanhola (... e não tanto do jogo da "sueca", onde o 7 ganha um valor diferente do habitual). A manilha permitia afinal completar o círculo do globo sendo a cidade que simbolizava o fecho pelo anti-meridiano de Tordesilhas...

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