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Gaspar Barreiros escreve em 1561 uma "Corografia de alguns lugares que estão num caminho...", caminho que o próprio Barreiros teria feito de Badajoz a Milão.
É um título singularmente singelo, onde o autor aproveita para discursar sobre a história dos locais, e não apenas dos visitados...
A propósito de Badajoz começa por falar de um triângulo na Lusitania que reuniria três cidades principais definindo regiões jurídicas, denominadas conventos, e seriam estas segundo Plínio:
- Convento Pacense, de Pax Julia (Beja)
- Convento Scalabitano, de Scalabis (Santarém)
- Convento Emeritense, de Emerita Augusta (Mérida)
Isto surge sobre a indefinição das localizações, mesmo dos lugares romanos, e da pretensa associação castelhana de Badajoz a Pax Julia.

Apesar de Barreiros não alinhar na versão fabulosa dos reis míticos da Ibéria, tal como André de Resende, não deixará de fazer as suas censuras instrutivas... por exemplo, começa por dizer que Plínio citando Varro afirmava terem chegado à Hispania, para além de Iberos, Fenícios e Celtas, também os Persas e Poenos(?).

À época, queixava-se Gaspar Barreiros do antigo ser quase sempre atribuível a Hércules, pela tradição popular... coisa que foi cuidada desaparecer na passagem para os tempos modernos. Quando descreve uma torre de Mérida disse terem tentado associar um símbolo a duas serpentes que Hércules teria no berço, mas ele contesta:
(...) porque além desta cidade ser fundada muito tempo depois que foi Hercules como acima disse, & assim a obra da torre ser moderna, como na sua arquitectura se mostra, eu não creio que em Hespanha, nem em alguma outra parte do mundo haja cousa que com verdade se possa afirmar ser sua, por haver tanto tempo que foi, depois do qual sucederam tantas repúblicas e monarquias, em que afora uns desfazerem as obras dos outros, como os Godos fizeram a muitas dos Romanos & Gregos, ó mesmo tempo as desfizera e consumiria, ó qual se gastou as que estas duas tão ilustres & tão políticas duas nações (que agora nomeei) fabricaram, que menos fizera âs de Hercules sendo mais antigas, & em cujo tempo sabemos ser a arquitectura tão apagada como ainda então era, a qual teve depois entre os ditos Gregos e Romanos posta em toda sua perfeição, se não se ainda cremos nas profecias & torres de Toledo, nos espelhos da Crunha [Corunha], & calçadas de Calez [Cádis], & em tantas fábulas quantas nasciam de cabeças à sua Hydra. 
E  destas vaidades não à lugar nobre em Hespanha, que não tenha suas relíquias, ou em torres, ou em pontes, ou em quaisquer outros edifícios, como ora nestes de Merida, que a gente ignorante usurpa como por mostra & argumento de sua nobreza e antiguidade. Digo tudo isto porque nos mais dos lugares nobres de Hespanha me aconteceu achar sempre sempre qualquer cousa d'esta qualidade que o povo afirma com muita contumacia ser de Hércules, tão grande fortuna foi deste homem, que com uns poucos trabalhos & os mais deles fabulosos, roubou a fama de tantos alheios.
Gaspar Barreiros e António Galvão seguem o discurso da destruição levada a cabo pelos Godos, relativamente a todos os monumentos antigos.
O mais curioso é que depois deste discurso contra este exagero sobre Hércules, Barreiros vai sugerir que o símbolo das serpentes sejam afinal cordas... as cordas do Nó Górdio, e o atribua assim a uma alusão a Alexandre Magno. Isto é especialmente interessante pois para desvanecer Hércules faz aparecer uma conexão do episódio Górdio na Hispania, onde não poderia colocar Alexandre Magno.
Alexandre e o episódio do Nó Górdio...

O episódio do Nó Górdio tem um correspondente, alguns milénios depois, e chama-se Ovo de Colombo. As estórias produzidas são similares, procurando revelar um espírito audaz resolvendo um intrincado problema teórico com uma simplicidade agreste. Alexandre tocou o Oriente, e terá ido mais além, e o mundo outorgado a Alexandre manteve-se como "mundo autorizado" até que Colombo partiu a casca ao ovo, abrindo o novo conhecimento.

Regressando a Merida, convém notar, como Barreiros faz, que o cognome Augusta, em Emerita, se relaciona com ser cidade sagrada e não com alguma conexão ao imperador Octávio. Aliás, a adopção do nome Augusto veio acrescentar essa confusão entre o seu nome e os locais sagrados... talvez uma razão enebriante que levou a que a Era Hispânica começasse com a sua regência, conforme já abordámos.

Mérida conseguiu preservar vários monumentos antigos que Barreiros enumera, para além do aqueduto, é notável a enorme ponte "romana", que Barreiros diz contar mais de 70 arcos... coloco "romana" entre aspas, porque o próprio diz que a tradição a associava também a Hércules!
Aqueduto e ponte "romana" de Mérida

Ora, como não conhecemos outras pontes restantes que não sejam romanas, é difícil colocar em causa que a ponte seja ou não romana... é quase obrigatório que uma ponte da antiguidade seja romana. Caso contrário, será medieval... manda a escolástica que assim se pense.

No mesmo sentido fala Barreiros de um notável Arco de Triunfo... começando por esclarecer que nunca poderia ser arco de triunfo romano, pois esses só estariam autorizados a ser feitos em Roma.
De facto, se olharmos para o arco, é notável a sua concepção, com uma sustentação de pedra angular.
Arco em Mérida (ver e aqui)

Este arco é denominado de "Trajano", apesar de não se lhe conhecer a origem... diz Barreiros, por lhe chamarem "arco triunfal":
Assim que não tendo este arco de Mérida, nem escultura de imagens, nem letras, nem magestade na obra, como se pode chamar triunfal, pois nele não há feitos nem nome do que triunfou? 
(...) Parece que este trofeu posto que tão bárbaro seja, teve alguma grande fortuna de diversos vencimentos, porque segundo me disseram em Mérida, acham-se algumas medalhas antigas, as quais têm de uma parte umas letras que dizem EMERITA AUGUSTA, & no reverso um arco; 
Este arco, apesar de pouco referenciado, e inserido no contexto da cidade sem destaque, figura ainda no brasão de Mérida... porque talvez como diz Barreiros, os Emeritenses tivessem alguma grande vitória que fosse aí celebrada. Ou ainda... uma coisa que Barreiros nunca escreveria, porque talvez celebrasse a vitória de Hercules contra os Geriões!

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publicado às 06:26

Gaspar Barreiros escreve em 1561 uma "Corografia de alguns lugares que estão num caminho...", caminho que o próprio Barreiros teria feito de Badajoz a Milão.
É um título singularmente singelo, onde o autor aproveita para discursar sobre a história dos locais, e não apenas dos visitados...
A propósito de Badajoz começa por falar de um triângulo na Lusitania que reuniria três cidades principais definindo regiões jurídicas, denominadas conventos, e seriam estas segundo Plínio:
- Convento Pacense, de Pax Julia (Beja)
- Convento Scalabitano, de Scalabis (Santarém)
- Convento Emeritense, de Emerita Augusta (Mérida)
Isto surge sobre a indefinição das localizações, mesmo dos lugares romanos, e da pretensa associação castelhana de Badajoz a Pax Julia.

Apesar de Barreiros não alinhar na versão fabulosa dos reis míticos da Ibéria, tal como André de Resende, não deixará de fazer as suas censuras instrutivas... por exemplo, começa por dizer que Plínio citando Varro afirmava terem chegado à Hispania, para além de Iberos, Fenícios e Celtas, também os Persas e Poenos(?).

À época, queixava-se Gaspar Barreiros do antigo ser quase sempre atribuível a Hércules, pela tradição popular... coisa que foi cuidada desaparecer na passagem para os tempos modernos. Quando descreve uma torre de Mérida disse terem tentado associar um símbolo a duas serpentes que Hércules teria no berço, mas ele contesta:
(...) porque além desta cidade ser fundada muito tempo depois que foi Hercules como acima disse, & assim a obra da torre ser moderna, como na sua arquitectura se mostra, eu não creio que em Hespanha, nem em alguma outra parte do mundo haja cousa que com verdade se possa afirmar ser sua, por haver tanto tempo que foi, depois do qual sucederam tantas repúblicas e monarquias, em que afora uns desfazerem as obras dos outros, como os Godos fizeram a muitas dos Romanos & Gregos, ó mesmo tempo as desfizera e consumiria, ó qual se gastou as que estas duas tão ilustres & tão políticas duas nações (que agora nomeei) fabricaram, que menos fizera âs de Hercules sendo mais antigas, & em cujo tempo sabemos ser a arquitectura tão apagada como ainda então era, a qual teve depois entre os ditos Gregos e Romanos posta em toda sua perfeição, se não se ainda cremos nas profecias & torres de Toledo, nos espelhos da Crunha [Corunha], & calçadas de Calez [Cádis], & em tantas fábulas quantas nasciam de cabeças à sua Hydra. 
E  destas vaidades não à lugar nobre em Hespanha, que não tenha suas relíquias, ou em torres, ou em pontes, ou em quaisquer outros edifícios, como ora nestes de Merida, que a gente ignorante usurpa como por mostra & argumento de sua nobreza e antiguidade. Digo tudo isto porque nos mais dos lugares nobres de Hespanha me aconteceu achar sempre sempre qualquer cousa d'esta qualidade que o povo afirma com muita contumacia ser de Hércules, tão grande fortuna foi deste homem, que com uns poucos trabalhos & os mais deles fabulosos, roubou a fama de tantos alheios.
Gaspar Barreiros e António Galvão seguem o discurso da destruição levada a cabo pelos Godos, relativamente a todos os monumentos antigos.
O mais curioso é que depois deste discurso contra este exagero sobre Hércules, Barreiros vai sugerir que o símbolo das serpentes sejam afinal cordas... as cordas do Nó Górdio, e o atribua assim a uma alusão a Alexandre Magno. Isto é especialmente interessante pois para desvanecer Hércules faz aparecer uma conexão do episódio Górdio na Hispania, onde não poderia colocar Alexandre Magno.
Alexandre e o episódio do Nó Górdio...

O episódio do Nó Górdio tem um correspondente, alguns milénios depois, e chama-se Ovo de Colombo. As estórias produzidas são similares, procurando revelar um espírito audaz resolvendo um intrincado problema teórico com uma simplicidade agreste. Alexandre tocou o Oriente, e terá ido mais além, e o mundo outorgado a Alexandre manteve-se como "mundo autorizado" até que Colombo partiu a casca ao ovo, abrindo o novo conhecimento.

Regressando a Merida, convém notar, como Barreiros faz, que o cognome Augusta, em Emerita, se relaciona com ser cidade sagrada e não com alguma conexão ao imperador Octávio. Aliás, a adopção do nome Augusto veio acrescentar essa confusão entre o seu nome e os locais sagrados... talvez uma razão enebriante que levou a que a Era Hispânica começasse com a sua regência, conforme já abordámos.

Mérida conseguiu preservar vários monumentos antigos que Barreiros enumera, para além do aqueduto, é notável a enorme ponte "romana", que Barreiros diz contar mais de 70 arcos... coloco "romana" entre aspas, porque o próprio diz que a tradição a associava também a Hércules!
 
Aqueduto e ponte "romana" de Mérida

Ora, como não conhecemos outras pontes restantes que não sejam romanas, é difícil colocar em causa que a ponte seja ou não romana... é quase obrigatório que uma ponte da antiguidade seja romana. Caso contrário, será medieval... manda a escolástica que assim se pense.

No mesmo sentido fala Barreiros de um notável Arco de Triunfo... começando por esclarecer que nunca poderia ser arco de triunfo romano, pois esses só estariam autorizados a ser feitos em Roma.
De facto, se olharmos para o arco, é notável a sua concepção, com uma sustentação de pedra angular.
Arco em Mérida (ver e aqui)

Este arco é denominado de "Trajano", apesar de não se lhe conhecer a origem... diz Barreiros, por lhe chamarem "arco triunfal":
Assim que não tendo este arco de Mérida, nem escultura de imagens, nem letras, nem magestade na obra, como se pode chamar triunfal, pois nele não há feitos nem nome do que triunfou? 
(...) Parece que este trofeu posto que tão bárbaro seja, teve alguma grande fortuna de diversos vencimentos, porque segundo me disseram em Mérida, acham-se algumas medalhas antigas, as quais têm de uma parte umas letras que dizem EMERITA AUGUSTA, & no reverso um arco; 
Este arco, apesar de pouco referenciado, e inserido no contexto da cidade sem destaque, figura ainda no brasão de Mérida... porque talvez como diz Barreiros, os Emeritenses tivessem alguma grande vitória que fosse aí celebrada. Ou ainda... uma coisa que Barreiros nunca escreveria, porque talvez celebrasse a vitória de Hercules contra os Geriões!

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publicado às 22:26

Chefe

07.05.11
O alfabeto, uma organização fonética de escrita teve a sua origem atribuída a Agenor, de acordo com a mitologia grega, um lendário rei fenício. Nascido em Memphis, no Egipto, filho de Poseidon e Lybia, estava ainda ligado a Cartago, de acordo com Virgílio, que colocava Dido como sua descendente.
Heródoto considera que Agenor viveu antes de 2000 a.C., e sendo comum considerar Europa como sua filha, na Ilíada é também considerada como neta, filha de Fénix.
Na procura de Europa, raptada por Zeus sob forma de touro, Agenor enviaria os filhos Fenix, Cadmus e  Cilix. Para a história grega interessa especialmente Cadmus, que iria fundar a Tebas grega e passar o alfabeto fenício aos gregos.
  
Europa raptada por Zeus, na forma de um touro (terracota, séc V a.C., e fresco de Pompeia).

Um aspecto interessante coloca uma origem e a procura fenícia por Europa, talvez querendo reflectir uma primeira exploração sistemática da Europa por parte dos fenícios. O irmão de Cadmus que participa na busca de Europa é Fenix, que fixará uma Fenícia em África (Cartago?) e que vemos aqui representado com um barrete frígio:
Fenix, irmão de Europa 
(também considerado pai de Europa, na Ilíada)

Para além desta ligação recorrente à Frígia, também o irmão Cilix acabará por fundar a Cilícia, sempre na Ásia Menor, onde a confusão e aglomeração de reinos é bem ilustrada nesta imagem da wikipedia:
A complexidade de reinos na Ásia Menor, na Antiguidade,
não estando representados Hititas e ainda outros povos...

Cadmus,  o irmão mais velho, ajudado por Atena irá fundar Tebas semeando homens com dentes de um dragão, após ter tido aprovação dos deuses no casamento com Harmonia em Samotrácia. A referência à ilha de Samotrácia é também aqui colocada como pretexto para lembrar a Nike, talvez a estátua mais bela alguma vez esculpida. Sendo também de notar que o templo de Samotrácia estava ligado a cultos antigos da terra, de Démeter e da filha Perséfone, raptada por Hades.
Nike, Vitória de Samotrácia

O alfabeto fenício acabou por estar na origem de vários outros alfabetos, em particular o hebraico. Na Monarquia Lusitana, Fr. Bernardo de Brito em 1596 apresenta duas sequências de letras, as primeiras correspondentes a um alfabeto mais antigo que era encontrado em textos hebraicos, e as segundas na ortografia do alfabeto hebraico moderno (já à sua época):
Uma boa correspondência entre os diversos alfabetos pode ser encontrada aqui:

É fácil verificar que houve uma transformação significativa dos símbolos, sendo curioso que nalguns casos o proto-hebraico se assemelhava mais com a grafia latinizada, ou com o fenício. 
Podemos ver numa comparação como o tetragrama YHVH (Jeová)
(a leitura é feita de nascente para poente)

A forma dos símbolos é semelhante entre o aramaico e hebraico moderno, tal como o proto-hebraico se assemelha ao fenício, mas sendo bastante diferentes entre si.
Relativamente ao "tetragrama sagrado" convém notar que a sua leitura, como Jeová ou Javé, é estranha no sentido em que há uma repetição do E.
A fazer-se alguma leitura seria mais lógico JEVE... porém devemos reparar que os gregos não faziam distinção entre o F e o V (ou melhor, o V não existiria), e no hebraico nota-se a falta antiga do F (aliás nos nomes hebraicos antigos é  raro, talvez Jafet seja o mais conhecido, e desconheço se haveria algum nome começado por F).
Por outro lado, a pronúncia da letra J leva a uma semelhança fonética curiosa entre
JEFE ~ CHEFE
que pode ser quase imperceptível. Aliás, em espanhol, Chefe escreve-se exactamente Jefe...

Isto nada tem de extraordinário, a forma usual de tratamento como Senhor terá sido equivalente à forma antiga de Chefe. A diferença de tratamento, e de actual entendimento, considerará o Senhor numa posição de condição superior, enquanto o Chefe é alguém semelhante colocado em posição de liderança. Na concepção teológica cristã, sendo essa semelhança humana enfatizada, a palavra Chefe seria mais adequada... não fosse o sentido algo pejorativo que foi tomando, ao longo dos tempos.

Não deixa de ser notável que apesar das 2 letras serem iguais, se insista numa reinterpretação fonética, conduzida de forma a considerar natural interpretar uma letra como A e outra como E, no caso de Javé, ou a ainda mais estranha colocação de um EO e A final, no caso de Jeová.
Etimologicamente creio que o nome Chefe é uma designação tipicamente ibérica, e não é de excluir que haja uma associação - num sentido ou no outro.

Falando do duplo E, não deixo de lembrar uma imagem de uma pedra antiga que se encontra na povoação do Carvalhal, no concelho de Sátão, junto à Capela da Srª. do Barrocal:
 


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publicado às 04:59

Chefe

07.05.11
O alfabeto, uma organização fonética de escrita teve a sua origem atribuída a Agenor, de acordo com a mitologia grega, um lendário rei fenício. Nascido em Memphis, no Egipto, filho de Poseidon e Lybia, estava ainda ligado a Cartago, de acordo com Virgílio, que colocava Dido como sua descendente.
Heródoto considera que Agenor viveu antes de 2000 a.C., e sendo comum considerar Europa como sua filha, na Ilíada é também considerada como neta, filha de Fénix.
Na procura de Europa, raptada por Zeus sob forma de touro, Agenor enviaria os filhos Fenix, Cadmus e  Cilix. Para a história grega interessa especialmente Cadmus, que iria fundar a Tebas grega e passar o alfabeto fenício aos gregos.
  
Europa raptada por Zeus, na forma de um touro (terracota, séc V a.C., e fresco de Pompeia).

Um aspecto interessante coloca uma origem e a procura fenícia por Europa, talvez querendo reflectir uma primeira exploração sistemática da Europa por parte dos fenícios. O irmão de Cadmus que participa na busca de Europa é Fenix, que fixará uma Fenícia em África (Cartago?) e que vemos aqui representado com um barrete frígio:
Fenix, irmão de Europa 
(também considerado pai de Europa, na Ilíada)

Para além desta ligação recorrente à Frígia, também o irmão Cilix acabará por fundar a Cilícia, sempre na Ásia Menor, onde a confusão e aglomeração de reinos é bem ilustrada nesta imagem da wikipedia:
A complexidade de reinos na Ásia Menor, na Antiguidade,
não estando representados Hititas e ainda outros povos...

Cadmus,  o irmão mais velho, ajudado por Atena irá fundar Tebas semeando homens com dentes de um dragão, após ter tido aprovação dos deuses no casamento com Harmonia em Samotrácia. A referência à ilha de Samotrácia é também aqui colocada como pretexto para lembrar a Nike, talvez a estátua mais bela alguma vez esculpida. Sendo também de notar que o templo de Samotrácia estava ligado a cultos antigos da terra, de Démeter e da filha Perséfone, raptada por Hades.
Nike, Vitória de Samotrácia

O alfabeto fenício acabou por estar na origem de vários outros alfabetos, em particular o hebraico. Na Monarquia Lusitana, Fr. Bernardo de Brito em 1596 apresenta duas sequências de letras, as primeiras correspondentes a um alfabeto mais antigo que era encontrado em textos hebraicos, e as segundas na ortografia do alfabeto hebraico moderno (já à sua época):
Uma boa correspondência entre os diversos alfabetos pode ser encontrada aqui:
variantes ortográficas - hebraico, proto-hebraico, fenício, aramaico

É fácil verificar que houve uma transformação significativa dos símbolos, sendo curioso que nalguns casos o proto-hebraico se assemelhava mais com a grafia latinizada, ou com o fenício. 
Podemos ver numa comparação como o tetragrama YHVH (Jeová)
(a leitura é feita de nascente para poente)

A forma dos símbolos é semelhante entre o aramaico e hebraico moderno, tal como o proto-hebraico se assemelha ao fenício, mas sendo bastante diferentes entre si.
Relativamente ao "tetragrama sagrado" convém notar que a sua leitura, como Jeová ou Javé, é estranha no sentido em que há uma repetição do E.
A fazer-se alguma leitura seria mais lógico JEVE... porém devemos reparar que os gregos não faziam distinção entre o F e o V (ou melhor, o V não existiria), e no hebraico nota-se a falta antiga do F (aliás nos nomes hebraicos antigos é  raro, talvez Jafet seja o mais conhecido, e desconheço se haveria algum nome começado por F).
Por outro lado, a pronúncia da letra J leva a uma semelhança fonética curiosa entre
JEFE ~ CHEFE
que pode ser quase imperceptível. Aliás, em espanhol, Chefe escreve-se exactamente Jefe...

Isto nada tem de extraordinário, a forma usual de tratamento como Senhor terá sido equivalente à forma antiga de Chefe. A diferença de tratamento, e de actual entendimento, considerará o Senhor numa posição de condição superior, enquanto o Chefe é alguém semelhante colocado em posição de liderança. Na concepção teológica cristã, sendo essa semelhança humana enfatizada, a palavra Chefe seria mais adequada... não fosse o sentido algo pejorativo que foi tomando, ao longo dos tempos.

Não deixa de ser notável que apesar das 2 letras serem iguais, se insista numa reinterpretação fonética, conduzida de forma a considerar natural interpretar uma letra como A e outra como E, no caso de Javé, ou a ainda mais estranha colocação de um EO e A final, no caso de Jeová.
Etimologicamente creio que o nome Chefe é uma designação tipicamente ibérica, e não é de excluir que haja uma associação - num sentido ou no outro.

Falando do duplo E, não deixo de lembrar uma imagem de uma pedra antiga que se encontra na povoação do Carvalhal, no concelho de Sátão, junto à Capela da Srª. do Barrocal:
 


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publicado às 04:59

Chefe

06.05.11
O alfabeto, uma organização fonética de escrita teve a sua origem atribuída a Agenor, de acordo com a mitologia grega, um lendário rei fenício. Nascido em Memphis, no Egipto, filho de Poseidon e Lybia, estava ainda ligado a Cartago, de acordo com Virgílio, que colocava Dido como sua descendente.
Heródoto considera que Agenor viveu antes de 2000 a.C., e sendo comum considerar Europa como sua filha, na Ilíada é também considerada como neta, filha de Fénix.
Na procura de Europa, raptada por Zeus sob forma de touro, Agenor enviaria os filhos Fenix, Cadmus e  Cilix. Para a história grega interessa especialmente Cadmus, que iria fundar a Tebas grega e passar o alfabeto fenício aos gregos.
  
Europa raptada por Zeus, na forma de um touro (terracota, séc V a.C., e fresco de Pompeia).

Um aspecto interessante coloca uma origem e a procura fenícia por Europa, talvez querendo reflectir uma primeira exploração sistemática da Europa por parte dos fenícios. O irmão de Cadmus que participa na busca de Europa é Fenix, que fixará uma Fenícia em África (Cartago?) e que vemos aqui representado com um barrete frígio:
Fenix, irmão de Europa 
(também considerado pai de Europa, na Ilíada)

Para além desta ligação recorrente à Frígia, também o irmão Cilix acabará por fundar a Cilícia, sempre na Ásia Menor, onde a confusão e aglomeração de reinos é bem ilustrada nesta imagem da wikipedia:
A complexidade de reinos na Ásia Menor, na Antiguidade,
não estando representados Hititas e ainda outros povos...

Cadmus,  o irmão mais velho, ajudado por Atena irá fundar Tebas semeando homens com dentes de um dragão, após ter tido aprovação dos deuses no casamento com Harmonia em Samotrácia. A referência à ilha de Samotrácia é também aqui colocada como pretexto para lembrar a Nike, talvez a estátua mais bela alguma vez esculpida. Sendo também de notar que o templo de Samotrácia estava ligado a cultos antigos da terra, de Démeter e da filha Perséfone, raptada por Hades.
Nike, Vitória de Samotrácia

O alfabeto fenício acabou por estar na origem de vários outros alfabetos, em particular o hebraico. Na Monarquia Lusitana, Fr. Bernardo de Brito em 1596 apresenta duas sequências de letras, as primeiras correspondentes a um alfabeto mais antigo que era encontrado em textos hebraicos, e as segundas na ortografia do alfabeto hebraico moderno (já à sua época):
Uma boa correspondência entre os diversos alfabetos pode ser encontrada aqui:
variantes ortográficas - hebraico, proto-hebraico, fenício, aramaico

É fácil verificar que houve uma transformação significativa dos símbolos, sendo curioso que nalguns casos o proto-hebraico se assemelhava mais com a grafia latinizada, ou com o fenício. 
Podemos ver numa comparação como o tetragrama YHVH (Jeová)
(a leitura é feita de nascente para poente)

A forma dos símbolos é semelhante entre o aramaico e hebraico moderno, tal como o proto-hebraico se assemelha ao fenício, mas sendo bastante diferentes entre si.
Relativamente ao "tetragrama sagrado" convém notar que a sua leitura, como Jeová ou Javé, é estranha no sentido em que há uma repetição do E.
A fazer-se alguma leitura seria mais lógico JEVE... porém devemos reparar que os gregos não faziam distinção entre o F e o V (ou melhor, o V não existiria), e no hebraico nota-se a falta antiga do F (aliás nos nomes hebraicos antigos é  raro, talvez Jafet seja o mais conhecido, e desconheço se haveria algum nome começado por F).
Por outro lado, a pronúncia da letra J leva a uma semelhança fonética curiosa entre
JEFE ~ CHEFE
que pode ser quase imperceptível. Aliás, em espanhol, Chefe escreve-se exactamente Jefe...

Isto nada tem de extraordinário, a forma usual de tratamento como Senhor terá sido equivalente à forma antiga de Chefe. A diferença de tratamento, e de actual entendimento, considerará o Senhor numa posição de condição superior, enquanto o Chefe é alguém semelhante colocado em posição de liderança. Na concepção teológica cristã, sendo essa semelhança humana enfatizada, a palavra Chefe seria mais adequada... não fosse o sentido algo pejorativo que foi tomando, ao longo dos tempos.

Não deixa de ser notável que apesar das 2 letras serem iguais, se insista numa reinterpretação fonética, conduzida de forma a considerar natural interpretar uma letra como A e outra como E, no caso de Javé, ou a ainda mais estranha colocação de um EO e A final, no caso de Jeová.
Etimologicamente creio que o nome Chefe é uma designação tipicamente ibérica, e não é de excluir que haja uma associação - num sentido ou no outro.

Falando do duplo E, não deixo de lembrar uma imagem de uma pedra antiga que se encontra na povoação do Carvalhal, no concelho de Sátão, junto à Capela da Srª. do Barrocal:
 


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publicado às 20:59

Zenobia

04.05.11

A cidade de Palmira (hoje na Síria), ainda exibe impressionantes ruínas do que foi um suspiro de breve independência do Império Romano, 12 anos protagonizados pela rainha Zenobia, entre 260 e 272 d.C.

Zenóbia enquadrou-se numa sequência de rainhas míticas:
- Semiramis (Assíria, Babel)
- Dido (Fenícia, Cartago)
- Cleópatra (Egipto, Alexandria)
... sendo as duas primeiras consideradas lendárias, e da terceira feita a lenda.


 
Dido (e Eneias, segundo Virgilio), Cleopatra, Zenobia (ou mulher de Palmira)


Se do lado ocidental do Império Romano o "tempo" foi mais castigador na preservação de ruínas, na parte oriental do império, o deserto, os bizantinos e os árabes em vez dos godos, deixaram-nos alguns vestígios razoavelmente intactos de grandes construções, possíveis a estudo posterior.

O Império Romano teve um sobressalto de divisão involuntária após a prisão do imperador Valeriano na batalha de Edessa contra os Persas. Apesar dos sucessos de Claudio II (chamado Claudio Gótico, por ter derrotado os Godos), instalam-se o Impérico Gálico a ocidente, e o Império de Palmira a oriente.
É deste Claudio II que Faria e Sousa referia não se conhecer a ascendência, comparando com o caso do Conde D. Henrique.
Colapso do Império Romano em 268 d.C.

Do lado ocidental está o Império Gálico 260-270 d.C. com Postumus que une a Gália, a Britania e a Hispania sob seu controlo independente. Do lado oriental Zenobia sucede a seu marido num império oriental que reunia o Médio-Oriente com o Egipto.
Se Cleópatra ficou lendária, Zenobia tomou essa ascendência, legitimando-se como uma sucessora de rainhas. O Império Romano reorganizou-se sob o controlo de Aureliano, talvez o último imperador a restaurar a glória de Roma, e marchou sobre os dois recentes impérios que sucumbiram. Aureliano terá tentado convencer Zenobia a render-se, mas a sua resposta é esclarecedora sobre a personalidade:
Never was such an unreasonable demand proposed, or such rigorous terms offered by any but yourself. Remember, Aurelian, that in war whatever is done, should be done by valour. You imperiously command me to surrender; but can forget that Cleopatra chose rather to die with the title of queen, than live in any inferior dignity. We expect succours from Persia; the Saracens are arming in our cause: even the Syrian banditti have already defeated your army. Judge what you are to expect from a conjunction of these force. You shall be compelled to abate that pride, with which, as if you was absolute lord of the universe, you command me to become your captive.
Sobre Zenobia, apesar deste registo de ser no tom "antes morrer do que ser serva", os vencedores registaram que foi cativa, e apresentada como tal em Roma, juntamente com Tétrico, o sucessor ocidental de Postumus... ainda que esta versão tenha sido logo posta em causa pelos próximos de Zenobia. Sintoma da sua independência efectiva, Zenobia mandou cunhar moeda própria:

Zenobia liderou um império de Nabateus (que não devem ser confundidos com Nabantinos) por um breve período, mas talvez tenha deixado claro que o desejo de formar um império oriental, com o Egipto, não se tinha desvanecido com Cleópatra e as suas jogadas políticas. 
Da mesma forma, do lado ocidental havia um igual desejo independentista. Assim, estavam formadas as condições de pressão para a separação definitiva do Império Romano em duas partes. 

Ruínas de Palmyra

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publicado às 06:29

Zenobia

04.05.11

A cidade de Palmira (hoje na Síria), ainda exibe impressionantes ruínas do que foi um suspiro de breve independência do Império Romano, 12 anos protagonizados pela rainha Zenobia, entre 260 e 272 d.C.

Zenóbia enquadrou-se numa sequência de rainhas míticas:
- Semiramis (Assíria, Babel)
- Dido (Fenícia, Cartago)
- Cleópatra (Egipto, Alexandria)
... sendo as duas primeiras consideradas lendárias, e da terceira feita a lenda.


 
Dido (e Eneias, segundo Virgilio), Cleopatra, Zenobia (ou mulher de Palmira)


Se do lado ocidental do Império Romano o "tempo" foi mais castigador na preservação de ruínas, na parte oriental do império, o deserto, os bizantinos e os árabes em vez dos godos, deixaram-nos alguns vestígios razoavelmente intactos de grandes construções, possíveis a estudo posterior.

O Império Romano teve um sobressalto de divisão involuntária após a prisão do imperador Valeriano na batalha de Edessa contra os Persas. Apesar dos sucessos de Claudio II (chamado Claudio Gótico, por ter derrotado os Godos), instalam-se o Impérico Gálico a ocidente, e o Império de Palmira a oriente.
É deste Claudio II que Faria e Sousa referia não se conhecer a ascendência, comparando com o caso do Conde D. Henrique.
Colapso do Império Romano em 268 d.C.

Do lado ocidental está o Império Gálico 260-270 d.C. com Postumus que une a Gália, a Britania e a Hispania sob seu controlo independente. Do lado oriental Zenobia sucede a seu marido num império oriental que reunia o Médio-Oriente com o Egipto.
Se Cleópatra ficou lendária, Zenobia tomou essa ascendência, legitimando-se como uma sucessora de rainhas. O Império Romano reorganizou-se sob o controlo de Aureliano, talvez o último imperador a restaurar a glória de Roma, e marchou sobre os dois recentes impérios que sucumbiram. Aureliano terá tentado convencer Zenobia a render-se, mas a sua resposta é esclarecedora sobre a personalidade:
Never was such an unreasonable demand proposed, or such rigorous terms offered by any but yourself. Remember, Aurelian, that in war whatever is done, should be done by valour. You imperiously command me to surrender; but can forget that Cleopatra chose rather to die with the title of queen, than live in any inferior dignity. We expect succours from Persia; the Saracens are arming in our cause: even the Syrian banditti have already defeated your army. Judge what you are to expect from a conjunction of these force. You shall be compelled to abate that pride, with which, as if you was absolute lord of the universe, you command me to become your captive.
Sobre Zenobia, apesar deste registo de ser no tom "antes morrer do que ser serva", os vencedores registaram que foi cativa, e apresentada como tal em Roma, juntamente com Tétrico, o sucessor ocidental de Postumus... ainda que esta versão tenha sido logo posta em causa pelos próximos de Zenobia. Sintoma da sua independência efectiva, Zenobia mandou cunhar moeda própria:

Zenobia liderou um império de Nabateus (que não devem ser confundidos com Nabantinos) por um breve período, mas talvez tenha deixado claro que o desejo de formar um império oriental, com o Egipto, não se tinha desvanecido com Cleópatra e as suas jogadas políticas. 
Da mesma forma, do lado ocidental havia um igual desejo independentista. Assim, estavam formadas as condições de pressão para a separação definitiva do Império Romano em duas partes. 

Ruínas de Palmyra

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publicado às 06:29

Zenobia

03.05.11

A cidade de Palmira (hoje na Síria), ainda exibe impressionantes ruínas do que foi um suspiro de breve independência do Império Romano, 12 anos protagonizados pela rainha Zenobia, entre 260 e 272 d.C.

Zenóbia enquadrou-se numa sequência de rainhas míticas:
- Semiramis (Assíria, Babel)
- Dido (Fenícia, Cartago)
- Cleópatra (Egipto, Alexandria)
... sendo as duas primeiras consideradas lendárias, e da terceira feita a lenda.


 
Dido (e Eneias, segundo Virgilio), Cleopatra, Zenobia (ou mulher de Palmira)


Se do lado ocidental do Império Romano o "tempo" foi mais castigador na preservação de ruínas, na parte oriental do império, o deserto, os bizantinos e os árabes em vez dos godos, deixaram-nos alguns vestígios razoavelmente intactos de grandes construções, possíveis a estudo posterior.

O Império Romano teve um sobressalto de divisão involuntária após a prisão do imperador Valeriano na batalha de Edessa contra os Persas. Apesar dos sucessos de Claudio II (chamado Claudio Gótico, por ter derrotado os Godos), instalam-se o Impérico Gálico a ocidente, e o Império de Palmira a oriente.
É deste Claudio II que Faria e Sousa referia não se conhecer a ascendência, comparando com o caso do Conde D. Henrique.
Colapso do Império Romano em 268 d.C.

Do lado ocidental está o Império Gálico 260-270 d.C. com Postumus que une a Gália, a Britania e a Hispania sob seu controlo independente. Do lado oriental Zenobia sucede a seu marido num império oriental que reunia o Médio-Oriente com o Egipto.
Se Cleópatra ficou lendária, Zenobia tomou essa ascendência, legitimando-se como uma sucessora de rainhas. O Império Romano reorganizou-se sob o controlo de Aureliano, talvez o último imperador a restaurar a glória de Roma, e marchou sobre os dois recentes impérios que sucumbiram. Aureliano terá tentado convencer Zenobia a render-se, mas a sua resposta é esclarecedora sobre a personalidade:
Never was such an unreasonable demand proposed, or such rigorous terms offered by any but yourself. Remember, Aurelian, that in war whatever is done, should be done by valour. You imperiously command me to surrender; but can forget that Cleopatra chose rather to die with the title of queen, than live in any inferior dignity. We expect succours from Persia; the Saracens are arming in our cause: even the Syrian banditti have already defeated your army. Judge what you are to expect from a conjunction of these force. You shall be compelled to abate that pride, with which, as if you was absolute lord of the universe, you command me to become your captive.
Sobre Zenobia, apesar deste registo de ser no tom "antes morrer do que ser serva", os vencedores registaram que foi cativa, e apresentada como tal em Roma, juntamente com Tétrico, o sucessor ocidental de Postumus... ainda que esta versão tenha sido logo posta em causa pelos próximos de Zenobia. Sintoma da sua independência efectiva, Zenobia mandou cunhar moeda própria:

Zenobia liderou um império de Nabateus (que não devem ser confundidos com Nabantinos) por um breve período, mas talvez tenha deixado claro que o desejo de formar um império oriental, com o Egipto, não se tinha desvanecido com Cleópatra e as suas jogadas políticas. 
Da mesma forma, do lado ocidental havia um igual desejo independentista. Assim, estavam formadas as condições de pressão para a separação definitiva do Império Romano em duas partes. 

Ruínas de Palmyra

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