Tarso é um conjunto de ossos do pé, em que se inclui o calcanhar (calcâneo), e em particular estaria aí o Calcanhar de Aquiles, cujo nome ficou associado ao tendão.
onde podemos ver a confusão de estarem aí nomeadas duas Antióquias no percurso.
No mapa vemos nomeada a Galácia, vizinha da Frígia, da Lídia, e da Lícia.
Creso acabará derrotado pelo persa Ciro, o mesmo que irá reencaminhar os hebreus do cativeiro para Israel, e aí surge um pormenor interessante. Há uma diferença entre os judeus que falavam o aramaico e outros que falavam hebreu, ao ponto de surgirem os
Targus (decidi colocar assim o plural de Targum, apesar de ser indicado targumim) - traduções para aramaico do original hebreu. Nota-se por isso que são dois povos separados, juntos na mesma região, o que corre no sentido aqui várias vezes mencionado sobre os
Ebreus do Ebro.
A ligação a Tarso, surge agora por via de Tarsis... cujo nome bíblico é Tarshish, e que pode ser associada a Tartesso. Conforme diz William Smith (no
Concise dictionary of the Bible. pág. 921):
"Tartessus being merely Tarshish in the Aramaic form"
... entre outras razões para associação entre a Tarsis bíblica e Tartessos na Ibéria, ao mesmo tempo que descarta a natural confusão de Tarso na Ásia Menor com Tarsis (todo o texto de William Smith merece ser lido). Uso ainda aqui uma citação breve, via
wikipedia:
De fato, o Rei Salomão tinha naves de Tarsis no mar junto com as naves de Hirão. As naves de Tarsis vinham uma vez a cada três anos e traziam ouro, prata, marfim, bugios e pavões. (I Reis 10: 22)
Se há Tarso, em que de Paulo se sustentará o cristianismo, a Tarsis ibérica sustentava um comércio com paragens distantes
(provavelmente africanas e americanas, dada a carga...) a cada três anos. E quando William Smith diz que, no Livro das Crónicas,
Tarshish teria ligação ao Mar Vermelho, não precisamos de colocar a localização longe da Hispania, pelas razões que já explicámos nos
sinais vermelhos.
Calcanhar de AquilesUma boa parte da nomenclatura anatómica pode ser encontrada em
Galeno, médico de Marco Aurélio, que vemos aqui representado com um barrete frígio:
Galeno (129-217 d.C)
Se a associação a Tarso foi casual, feita pela sustentação de Paulo, pela fragilidade na localização de Tarsis, ou por outra razão, pois é tão dúbio quanto uma
crux, e podemos seguir várias direcções.
Ao mergulhar Aquiles no
rio Estige do Hades, Tétis deixou vulnerável a sustentação do aqueu, o seu calcanhar, o Tarso... talvez uma fragilidade de sustentação dos aqueus acerca do poderio de uma antiga Tarsis, que prolongou a guerra de Tróia. Quem quebrará essas muralhas será um ardil de Ulisses, através do cavalo de Tróia... Ulisses que seguirá depois um
caminho atlântico, qual Tarsis.
Para dar um exemplo da utilidade das designações anatómicas, lembramos o
cúbito, afinal um osso do antebraço (também chamado ulna), que nos daria uma ideia da antiga unidade de comprimento egípcia, também representada por um antebraço - mas que implicaria antebraços de meio metro... bastante maiores que os actuais, digamos quase de gigantes!
Ficamos por aqui... já que não vamos falar do rádio, outro osso do antebraço, pois a conjunção "Rádio" com "Galeno" parece fortuita. Não encontramos já um motivo não linguístico para o associar ao
Rádio de Galena, ainda que essa forma primitiva de Rádio AM seja baseada no Galeno (sulfeto de chumbo), material que foi usado como
cosmético entre os egípcios.
Afinal, aprendemos que o
desenvolvimento eléctrico, que vai de Alessandro Volta (nomeado conde por Napoleão), até aos rádios de Marconi (ou anteriores), dura menos de 100 anos, e por isso aceitamos ser absolutamente ridículo pensar que os egípcios pudessem ter ideias eléctricas, apesar dos vários milhares de anos de civilização. Digamos que devemos ter ficado mais espertos...
Radius, significa ainda raio, e pode ser explicado pela possibilidade de movimento circular no antebraço, pelo que seria tão gratuito como fazer outras associações linguísticas, seja ao
elemento rádio, ou até ao facto de termos começado o texto sobre ossos com uma radiografia! Isso seriam estórias completamente diferentes destas...
Aliás, do tarso não seguimos para o metatarso, pelos cuneiformes, sob pena de invocar ainda as falanges!
[este post estava previsto aparecer em 29 de Junho... porém às vezes as dificuldades no blogger surgem, e compreendemos!]