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Sair da Foz

11.07.11
Umas ruínas, das mais interessantes que se encontram em Portugal, são as da chamada "alfândega" de Salir do Porto:
Estando razoavelmente abrigadas do mar e da rebentação, a degradação das ruínas tem-se mantido branda ao longo das últimas décadas, e será talvez caso único de edifícios muito antigos, que ainda se encontram junto à orla costeira. A entrada da barra de Salir e S. Martinho do Porto serviria uma extensa baía que se estenderia até Alfeizerão, que era o Porto marítimo, muito importante até ao Séc. XVII, conforme já aqui assinalámos, havendo diversa documentação.

Diz Pinho Leal que o nome Salir do Porto será etimologicamente "Sair do Porto", pois o verbo "sair" dizia-se "salir", tal como ainda acontece em espanhol. Curiosamente, diz ainda que "salir" tinha outro significado antigo, o de "falecer"... e ao contrário do que chegámos a pensar, "salir" nada parece ter a ver com "salinas".

Originalmente a povoação chamar-se-ia "Salir da Foz", talvez invocando a foz do rio Tornada, ainda que hoje este se trate basicamente de um ribeiro. Pinho Leal não deixa de referir que se trata de uma povoação muito antiga:
Esta povoação é antiquissima, e ficava a pouca distância da famosa cidade da antiga Lusitania chamada Eburobriga.
Na sequência de registo já aqui colocado sobre a zona contígua da Pederneira, e pedras da Serra da Pescaria, importa observar as ruínas do edifício da "alfândega":
Parece-nos claro que podemos identificar diferentes tipos de construção sobre a mesma estrutura.
A parte do topo, mais recente, identificada por (1), é a que se encontra predominantemente em todo a estrutura dos edifícios adjacentes. Trata-se de um muro conglomerado de pequenas pedras irregulares, o que contrasta significativamente com a base que tem ficado visível. A parte seguinte mostra uma base de pedras bastante maiores, umas que estariam predominantemente à superfície (2), e outras que devem ter estado quase sempre imersas (3) e (4). A estrutura, especialmente da junção das pedras (4) denota uma construção regular antiga diferente da colocada depois em (3) e (2), provavelmente numa época romana, e especialmente da estrutura superior, provavelmente medieval. É possível que a estrutura (4) remonte a tempos anteriores aos romanos, dando razão à menção "antiquíssima" dada por Pinho Leal.

Estas ruínas do edifício da "alfândega" estão numa zona exígua, em que ainda hoje há pouco (ou quase nenhum) espaço entre o íngreme monte e a água. A povoação de Salir do Porto está situada bem mais longe, fora da zona da praia, talvez num nível que antigamente fosse apropriado ao nível marítimo. Estes edifícios surgem assim fora do conjunto da vila, e ainda que a finalidade fosse a alfândega ou outra (fala-se também na reparação de navios ao tempo de D. Dinis, ou da construção(!) da nau São Gabriel...), há ainda hoje um motivo de atracção, que leva aquele ponto muita gente das redondezas. Trata-se da chamada "Pocinha" de Salir, que é uma fonte de água doce que brota no meio das rochas marítimas. Tem apenas um cano largo, de aspecto muito antigo, por onde a água jorra abundantemente há séculos... e poderá ter servido como fonte de abastecimento de água natural, antes da saída dos navios para alto mar. Hoje há ainda alguma romaria local a essa fonte de água, baseada numa tradição popular de propriedades medicinais...

No topo desse monte, promontório sul da barra, do lado de Salir do Porto, encontra-se ainda uma capela em ruínas, denominada Capela de Sant'Ana, sobre a qual não consegui encontrar muitos pormenores - aparenta ter estado já abandonada na época do censo do Marquês de Pombal.
A sua construção parece basear-se no mesmo conglomerado que vemos na "alfândega", provavelmente de época medieval, mas o arco "romano" que ainda define a porta de entrada parece estar lá há bastante mais tempo. Se é possível associá-lo a uma primitiva construção medieval, também não será inverosímel que houvesse uma estrutura bem mais antiga, de onde se aproveitaram as colunas quadradas e o arco circular, que aparentam destoar da restante construção.
Capela de Sant'Ana (Salir do Porto).

Dentro dos limites da vila, encontra-se ainda um castro sinalizado, que chegou a merecer alguma atenção arqueológica. Estas outras estruturas mais visíveis não estão sinalizadas, ficaram quase propositadamente ao abandono dos tempos e dos elementos, sem que ainda hoje pareça haver nenhuma intenção de as conservar, são aquelas que nos prendem mais a atenção, pois parecem ser registos inconvenientes, convenientemente ignorados... 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:56

Apareceram hoje novas notícias sobre achados arqueológicos nos Açores. Seguimos os links que nos foram indicados por Calisto, e ainda o site da APIA:

  

Estas notícias de hoje seguem uma notícia anterior de Março, com novos dados e fotografias, colocando em cima da mesa a presença humana nas ilhas açorianas antes da colonização portuguesa.

Dadas as imagens supra, dificilmente podemos falar em "descobertas", trata-se muito mais de uma tentativa de "des-cobrir", no sentido das nossas explorações quinhentistas, ou seja, trata-se de "retirar do encobrimento" estes achados no Monte Brasil, perto de Angra do Heroísmo... que devem ser conhecidos dos locais e de alguns visitantes. O importante é reunir provas que não deixem dúvidas sobre a antiguidade dos monumentos... e esperar pela resposta do sistema - mas, desde a primária desvalorização, até bizarras explicações alternativas, tudo vai sendo possível para manter o encobrimento!

Ao mesmo tempo fomos encontrar no Arquivo da RTP-Açores um apontamento sobre o livro "Cavaleiro da Ilha do Corvo":
Refere o livro do Prof. Joaquim Fernandes, da Universidade Fernando Pessoa, sobre a estátua que já foi aqui referida várias vezes, mencionada por Damião de Góis, e que teve esboço de Duarte d'Armas.
Esboço da Estátua do Cavaleiro do Corvo (dita Ilha do Marco)

Há três anos, esse autor enviou ao blog.thomar.org um anúncio de publicação do livro "O Cavaleiro da Ilha do Corvo" na colecção Temas e Debates, do Círculo de Leitores, e vimos também agora uma referência à publicação em Abril de 2011, na editora Bússola, do Rio de Janeiro.

Para nosso registo, citamos aqui parte do texto que complementa a informação que já tinhamos:
A este estranho monumento juntou-se a descoberta, no século XVIII, de um não menos perturbador vaso de cerâmica, achado nas ruínas de uma casa, no litoral da mesma ilha, repleto de moedas de ouro e de prata fenícias, que, segundo numismatas da época e não só, datariam de, aproximadamente, entre os anos 340 e 320 antes de Cristo.

As descobertas fabulosas não se ficaram por aqui: viajantes estrangeiros, no decurso do século XVI, alegaram ter encontrado inscrições supostamente fenícias de Canaã (Palestina), numa gruta da ilha de S. Miguel. Por fim, em 1976, nesta mesma ilha, haveria de ser desenterrado um amuleto com inscrições de uma escrita fenícia tardia, entre os séculos VII e IX da era cristã.

Todas estas perplexidades levaram Joaquim Fernandes a encetar uma longa e exaustiva investigação bibliográfica e documental e a escrever O Cavaleiro da Ilha do Corvo.

No romance, o autor refere um testemunho que reforça de modo evidente o relato de Damião de Góis: um mapa dos irmãos Pizzigani, de 1367, descoberto em Parma, apresenta um desenho com uma figura explícita ostentando uma legenda em latim onde se diz: Estas eram as estátuas diante das colunas de Hércules... Ora esse desenho está colocado à latitude dos Açores, no meio do Atlântico, sugerindo a tradição das Estátuas como marcos-limites do oceano navegável ou conhecido e serviriam para avisar os perigos que corriam os navegadores mais ousados. Mais ainda: a historiografia árabe, do século X, por exemplo, faz referência a essas mesmas estátuas e à sua eventual função de marco dos limites navegáveis, o que credibiliza, por outra via, o testemunho de Damião de Góis. Demasiadas coincidências, pois, para um simples rumor ou lenda...


O Cavaleiro e os Corvos
aqui apontámos o facto sui generis de D. Afonso Henriques, indo para além de Ourique, teria feito uma incursão ao Algarve, então território muçulmano, para resgatar o corpo de S. Vicente que estaria no Promontório Sacrum
Concerteza que as "certezas" ficam para a historiografia oficial... aqui, sendo local de hipóteses e "estórias" pessoais, ficamos com uma dúvida pela tradição associada com a presença dos corvos na embarcação, onde seguiu o corpo de S. Vicente. Poderiam os corvos representar o corpo junto à estátua da ilha, no ponto mais ocidental... que ainda antes de ser descoberta já aparecia nos mapas com a referência Corvi Marini
Seria esse o limite de navegação para D. Fuas que ficou simbolizado na Nazaré?... sendo que a latitude em que se situa o Corvo é 39º40' e tem como correspondente continental os pinhais acima da Nazaré, com o Sítio/Pederneira colocado a 39º36' ? Uma diferença de apenas 4 minutos do grau...
Teria resistido D. Fuas a seguir a direcção americana apontada pelo Cavaleiro do Corvo?


Ponta Delgada
Convém notar que nem sempre é preciso afastar-mo-nos muito para encontrarmos peças de interesse.
Numa zona que já faz parte de Ponta Delgada, tirei esta fotografia num baldio que está já delimitado e pronto para intervenção de construção:
Ficamos com a sensação clara de haver aí uma ponte antiga, soterrada por terras agora removidas pelo construtor. Talvez um incómodo para o empreiteiro, mas que arrisca a ser temporário... 
Em Ponta Delgada não podemos fazer aquele exercício habitual de classificar todas as pontes como romanas ou medievais...
Os detalhes intrigantes aparecem-nos à vista desarmada, resta saber se os queremos ver e questionar, ou se nos deixamos guiar como caolhos!


Nota adicional (12/07/2011):
Para além do esboço acima, a conhecida imagem da estátua equestre de Marco Aurélio corresponde razoavelmente à descrição feita por Damião de Góis (a mão direita também aponta uma direcção, porém a esquerda não se coloca sobre o dorso do cavalo). Já tinha colocado antes um comentário sobre uma possível ligação da estátua a Marco Aurélio (ou Alexandre), mas dado o esboço a invocação da estátua equestre de Marco Aurélio quase dispensaria comentários adicionais.
Acrescentamos que após Marco Aurélio, com o filho Cómodo o Império Romano entrou num período conturbado (retratado no filme Gladiador).
Se a pequena Ilha do Corvo foi também chamada Ilha do Marco, talvez dispensasse o Aurélio... já que a direcção apontava para as áureas riquezas americanas. É possível que Marco Aurélio tivesse sido tentado a passar o limite colocado no Marco da ilha, seguindo na direcção do Cavaleiro do Corvo, pelo que se teria associado com uma estátua equestre semelhante.

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publicado às 02:15

Apareceram hoje novas notícias sobre achados arqueológicos nos Açores. Seguimos os links que nos foram indicados por Calisto, e ainda o site da APIA:

  

Estas notícias de hoje seguem uma notícia anterior de Março, com novos dados e fotografias, colocando em cima da mesa a presença humana nas ilhas açorianas antes da colonização portuguesa.

Dadas as imagens supra, dificilmente podemos falar em "descobertas", trata-se muito mais de uma tentativa de "des-cobrir", no sentido das nossas explorações quinhentistas, ou seja, trata-se de "retirar do encobrimento" estes achados no Monte Brasil, perto de Angra do Heroísmo... que devem ser conhecidos dos locais e de alguns visitantes. O importante é reunir provas que não deixem dúvidas sobre a antiguidade dos monumentos... e esperar pela resposta do sistema - mas, desde a primária desvalorização, até bizarras explicações alternativas, tudo vai sendo possível para manter o encobrimento!

Ao mesmo tempo fomos encontrar no Arquivo da RTP-Açores um apontamento sobre o livro "Cavaleiro da Ilha do Corvo":
Refere o livro do Prof. Joaquim Fernandes, da Universidade Fernando Pessoa, sobre a estátua que já foi aqui referida várias vezes, mencionada por Damião de Góis, e que teve esboço de Duarte d'Armas.
Esboço da Estátua do Cavaleiro do Corvo (dita Ilha do Marco)

Há três anos, esse autor enviou ao blog.thomar.org um anúncio de publicação do livro "O Cavaleiro da Ilha do Corvo" na colecção Temas e Debates, do Círculo de Leitores, e vimos também agora uma referência à publicação em Abril de 2011, na editora Bússola, do Rio de Janeiro.

Para nosso registo, citamos aqui parte do texto que complementa a informação que já tinhamos:
A este estranho monumento juntou-se a descoberta, no século XVIII, de um não menos perturbador vaso de cerâmica, achado nas ruínas de uma casa, no litoral da mesma ilha, repleto de moedas de ouro e de prata fenícias, que, segundo numismatas da época e não só, datariam de, aproximadamente, entre os anos 340 e 320 antes de Cristo.

As descobertas fabulosas não se ficaram por aqui: viajantes estrangeiros, no decurso do século XVI, alegaram ter encontrado inscrições supostamente fenícias de Canaã (Palestina), numa gruta da ilha de S. Miguel. Por fim, em 1976, nesta mesma ilha, haveria de ser desenterrado um amuleto com inscrições de uma escrita fenícia tardia, entre os séculos VII e IX da era cristã.

Todas estas perplexidades levaram Joaquim Fernandes a encetar uma longa e exaustiva investigação bibliográfica e documental e a escrever O Cavaleiro da Ilha do Corvo.

No romance, o autor refere um testemunho que reforça de modo evidente o relato de Damião de Góis: um mapa dos irmãos Pizzigani, de 1367, descoberto em Parma, apresenta um desenho com uma figura explícita ostentando uma legenda em latim onde se diz: Estas eram as estátuas diante das colunas de Hércules... Ora esse desenho está colocado à latitude dos Açores, no meio do Atlântico, sugerindo a tradição das Estátuas como marcos-limites do oceano navegável ou conhecido e serviriam para avisar os perigos que corriam os navegadores mais ousados. Mais ainda: a historiografia árabe, do século X, por exemplo, faz referência a essas mesmas estátuas e à sua eventual função de marco dos limites navegáveis, o que credibiliza, por outra via, o testemunho de Damião de Góis. Demasiadas coincidências, pois, para um simples rumor ou lenda...


O Cavaleiro e os Corvos
aqui apontámos o facto sui generis de D. Afonso Henriques, indo para além de Ourique, teria feito uma incursão ao Algarve, então território muçulmano, para resgatar o corpo de S. Vicente que estaria no Promontório Sacrum
Concerteza que as "certezas" ficam para a historiografia oficial... aqui, sendo local de hipóteses e "estórias" pessoais, ficamos com uma dúvida pela tradição associada com a presença dos corvos na embarcação, onde seguiu o corpo de S. Vicente. Poderiam os corvos representar o corpo junto à estátua da ilha, no ponto mais ocidental... que ainda antes de ser descoberta já aparecia nos mapas com a referência Corvi Marini
Seria esse o limite de navegação para D. Fuas que ficou simbolizado na Nazaré?... sendo que a latitude em que se situa o Corvo é 39º40' e tem como correspondente continental os pinhais acima da Nazaré, com o Sítio/Pederneira colocado a 39º36' ? Uma diferença de apenas 4 minutos do grau...
Teria resistido D. Fuas a seguir a direcção americana apontada pelo Cavaleiro do Corvo?


Ponta Delgada
Convém notar que nem sempre é preciso afastar-mo-nos muito para encontrarmos peças de interesse.
Numa zona que já faz parte de Ponta Delgada, tirei esta fotografia num baldio que está já delimitado e pronto para intervenção de construção:
Ficamos com a sensação clara de haver aí uma ponte antiga, soterrada por terras agora removidas pelo construtor. Talvez um incómodo para o empreiteiro, mas que arrisca a ser temporário... 
Em Ponta Delgada não podemos fazer aquele exercício habitual de classificar todas as pontes como romanas ou medievais...
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Nota adicional (12/07/2011):
Para além do esboço acima, a conhecida imagem da estátua equestre de Marco Aurélio corresponde razoavelmente à descrição feita por Damião de Góis (a mão direita também aponta uma direcção, porém a esquerda não se coloca sobre o dorso do cavalo). Já tinha colocado antes um comentário sobre uma possível ligação da estátua a Marco Aurélio (ou Alexandre), mas dado o esboço a invocação da estátua equestre de Marco Aurélio quase dispensaria comentários adicionais.
Acrescentamos que após Marco Aurélio, com o filho Cómodo o Império Romano entrou num período conturbado (retratado no filme Gladiador).
Se a pequena Ilha do Corvo foi também chamada Ilha do Marco, talvez dispensasse o Aurélio... já que a direcção apontava para as áureas riquezas americanas. É possível que Marco Aurélio tivesse sido tentado a passar o limite colocado no Marco da ilha, seguindo na direcção do Cavaleiro do Corvo, pelo que se teria associado com uma estátua equestre semelhante.

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