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Este é um daqueles textos que já deveria ter sido escrito há mais tempo... e diz respeito à ortografia.
Antigamente, escrever-se-ia orthographia pela derivação do grego ορθογραφία.
Duarte Nunes de Leão, no Séc. XVI, é muito claro relativamente a este assunto - diz que não deveríamos perder a raiz histórica das palavras, e assim foi convenção europeia que o θ tinha como correspondente o th, e que o φ tinha correspondente no ph. 
Essa ligação histórica perdeu-se no português e castelhano no Séc. XX, já depois de se ter perdido no italiano, mas manteve-se no norte da Europa. O sul terá sido conduzido a uma via fonética...
A ligação fonética até nos poderia levar ainda a tempos mais remotos, mas na prática o que faz é conduzir-nos a uma baralhação de curto prazo, e acentuada perda de memória. 

Aliás, a sociedade está a ser induzida num processo de progressivo Alzheimer, em que só importa o que ocorre no dia de hoje, e que amanhã será esquecido, renascendo sempre infantilmente.
Isso será especialmente notado por quem se dedicar a inspeccionar o sótão da nossa História...

Até aqui... nada de muito novo, e por isso vamos buscar um livro de Plínio ao sótão.
No Livro VII, Cap. 57, Plínio tem um interessante texto sobre as diversas invenções humanas.
Vale a pena ler todas, mas vamos aqui falar da "invenção das letras".
Plínio considera serem de origem Assíria, o que mostra a sua sensatez, mas depois dá outras versões:
- no Egipto, inventadas por Mercúrio!
- pelos Sírios... digamos Fenícios, e que Cadmus teria levado 16 letras para Grécia.

Surge depois o ponto notável, ao estabelecer que outras letras estavam ligadas à Guerra de Tróia:
 θ ξ φ χ      - teriam sido inventadas por Palomedes (que enviou Ulisses a Tróia, e foi traído por ele);
 ζ  η  ψ ω    - teriam sido inventadas pelo poeta Simonides (à época das Termópilas).

Refere ainda que Aristóteles colocava como 18 e não apenas 16 letras originais, a saber:
α β γ δ ε ζ ι κ λ μ ν ο π ρ ς τ υ φ
a que correspondem
A B G D E Z I C L M N O P R S T U F
e em termos de sons, faltam apenas aqui o J e o V, que os gregos não usaram. Jasão era escrito Iasonas, por exemplo, enquanto que o V parece ter sido mesmo ausente.
A substituição dos B pelos V não é só pronúncia do Norte, é também sintoma grego... aliás convém referir que essa é uma relação que pode sustentar a suposta presença grega no Minho.

Estas 18 letras parecem mais plausíveis, pois o ζ e o φ seriam precisos para sons comuns como Z e F.
Já as restantes letras inventadas pelos gregos vieram acrescentar confusão...
- O θ pouco substitui o T, que passou a Th nas transcrições.
- O ξ poderia ser escrito Cs... a menos que tivesse sido pretendido fazer o som Ch. Isto é importante, porque a maioria das línguas europeias usa o som, mas não tem uma só letra para ele. Nós não dizemos "Alecsandre", dizemos "Alechandre"... Um substituto próximo seria o J para "Alejandre" (é isso que os espanhóis fazem, mas fazendo-o R), mas essa letra também não constava no grego.
- Quanto ao χ não fazia falta dado haver o κ ou o ς. O mesmo se passando com os  η, ψ, ω cujo som estava no E, PS, O... a menos que se pretendesse distinguir Ê e É ou Ô e Ó, mas devemos ter em atenção que os gregos usavam acentos.

Poderíamos continuar o relato de Plínio, para a surpreendente revelação de que os Babilónios/Caldeus, teriam registos das estrelas durante centenas de milhares de anos... mas vamos focar-nos na questão das letras.

Uma das letras que os gregos não tinham era o Y.
Já aqui falámos na confusão entre Lusitânia e Lysitânia, e relação com a Lídia ou a Lícia...
Convém perceber melhor porquê. É que o Y (ipsilon) foi usado como substituto do upsilon acentuado ύ e por isso, quando se escreve Cyprus, os gregos escrevem Κύπρος.
Certo!... Mas, e se por acaso se perder o acento na transcrição?
Bom, nesse caso passamos a Κυπρος, Cuprus, que já nada tem a ver com Chipre, tem a ver com Cobre, Cuprum, cujo símbolo químico é aliás Cu...
Acidental, dir-se-à habitualmente e repetidamente... tantos são os acidentes e as coincidências. Porém, voltamos a Plínio, que nos esclarece que a exploração do Cobre teria tido a sua origem onde? No Chipre, pois claro!

Será caso único? Claro que não é, é aliás muito frequente.
Estamos habituados a ouvir falar das Guerras Púnicas... e o que é que Púnico tem a ver com Cartago ou com os fenícios? A própria wikipedia explica:
O adjectivo "púnico" deriva do nome dado aos cartagineses pelos romanos 
(Punici) (de Poenici, ou seja, de ascendência fenícia)
Poenici... porque faltou o H, e deveria ser Phoenici.
Cai uma letra nas transcrições, a moda pega rapidamente, e a palavra passa a ser usada.
Tivesse a coisa sido necessária e os púnicos nada teriam a ver com os fenícios, sem que houvesse suspeita... de tal forma a fonética tinha sido corrompida.

Por isso, quando vamos buscar textos gregos e vemos Lysitanos, devemos lembrar que a diferença para com Lusitanos é só num acento: Λύσιτανῶν ou Λυσιτανῶν e graficamente, se quisermos admitir corrupção em textos antigos é fácil que Lusia: Λυσια, tenha passado para Lydia: Λύδια.
É por isso que é mais importante manter algum espírito e questionar a letra... os relatos de ouro nos rios vinha dos rios lusitanos, enquanto que o rio Pactolo do Rei Creso (ou Midas) só lendariamente foi associado a ouro.
Curiosamente, os franceses mantêm uma pronúncia ambígua no U fazendo soar um I, talvez justamente como resto desta ligação Upsilon-Ypsilon.

Lembrei-me disto, a propósito de uma interessante conversa com Calisto sobre os cavalos lusitanos. Dizia Calisto:
Os cavaleiros ibéricos evoluíam nos campos de batalha de uma forma característica. Tirando enorme partido da obediência e agilidade das suas montadas, movimentavam-se com rápidas transições e bruscas mudanças de direcção, o que dificultava em muito as manobras dos seus inimigos. Esta equitação peculiar, foi dada a conhecer ao mundo pelos Cynetes, quando esta tribo do sudoeste da Península combateu na Grécia contra os Atenienses, auxiliando a vitória dos Espartanos na guerra do Peloponeso (séc. IV a.C.). Tal facto justifica a origem do termo “gineta”, ainda hoje utilizado para classificar esta forma de montar.
Para além do interesse próprio do texto, que espero que o Calisto complete, a referência a Cynetes levou-me imediatamente à variação do Y em U, com a possibilidade de ser Cunetes, e assim referir-se aos Cúnios (ou Cónios). Isto tem algum relevo no sentido da discussão anterior, já que os lusitanos das montanhas, que combatiam a pé e em emboscada, não seriam esses típicos cavaleiros. Houve uma perda do legado dos Cúnios (passando tudo a Lusitano), cujas razões já aqui tentámos explicar...
A transformação do C em G, essa já é mais recente, mas também muito conhecida, por isso o Cynete passou a Ginete... mas de "ginetes" até à ligação com os cónios é que fica a grande distância da suposição de alteração.

Não se trata aqui de encontrar relações soltas... essas podem ser casuais, e haverá certamente muitas que nos levam em erro. Interessa mostrar os casos claros, e alertar para estas diferentes alterações.
A reconstrução tem que ser feita mais pelo espírito da consistência do que pela letra exacta.
Importaria não perder o rasto, já que ele fica mais ténue, a cada mudança ortográfica... perde-se a memória, e perde-se a identidade. Por vezes, surgem surpresas, pelo efeito oposto, como é o caso de Egito e Egitânia... mas dificilmente terá sido essa a intenção, pelo contrário! Temos que contar com os ingleses e franceses para manter a etimologia...

Curiosamente, e a propósito de Egipto, na menção grega de Estrabo tanto aparece Αἰγύπτῳ (Aegypto) como Αἰγυπτῳ (Aegupto)... e se os ingleses têm o Y correctamente, há muito que perderam o AE que era usado pelos romanos neste caso (e também em Etiópia). E se o som PT se mantinha à época romana, a haver alguma conexão em Egitânia, ela perder-se-à nas areias do tempo...

Terminamos apenas com um interessante pormenor, a propósito da relação entre C e G... a cidade de Málaga era denominada Malaca pelos romanos. Aqui não é preciso explicar sobre que outra Malaca falamos... interessa notar que estas alterações produzem um quase total despiste. Nem sequer podemos associar o G ao C... ambas foram terceiras letras de alfabeto, porque o G acabou por ser usado para se substituir a outras letras, ganhando um significado especial até como símbolo maçónico.
Da mesma forma, o H encontrado em textos gregos, como por exemplo em Ἡρακλῆς (Herácles: Hércules) será apenas a forma maiúscula do η (eta), pelo que Eracles seria apropriado... e é por essa razão que não nos importamos de tirar o H a hebreus, ficando Ebreus. Mas, o importante, é que essa razão não basta, é apenas mais um elemento para o acumular de razões... a letra conta, mas apenas como mais um elemento na consistência que pode dar corpo ao espírito de pesquisa.

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publicado às 23:55

Já foi aqui colocada várias vezes a questão da longitude, mas faltará referir a forma que provavelmente seria mais usada - declinação magnética. Pensei em fazê-lo depois de ler o Tratado da Agulha de Marear, incluso no Tratado de Marinharia, mas a caligrafia não é das mais atractivas e compreensíveis... e por outro lado, tendo sido transcrito por Luís de Albuquerque, mereceu atenção recente por um especialista, não sendo necessária outra contribuição. 
Posso abordar a questão doutra forma.
Como o pólo norte e o pólo norte magnético são diferentes, é possível cruzar dados para ter uma noção da longitude.
Segundo Manuel de Figueiredo (Chronographia e repetório dos tempos, 1603, pág. 134), os marinheiros mais experimentados para além de saberem que as agulhas de marear "não atiravam direito ao verdadeiro pólo", diziam que se fixava em 8 partes do globo, uma das quais os Açores. Diz ainda que em Portugal tomavam 7º25' como declinação. Dá ainda a entender que esta diferença de norte estaria compreendida no tamanho da flor-de-lis que na rosa-de-ventos indicava o norte.
Como vemos, se não houvesse declinação nos Açores e havendo 7º em Portugal, entre os dois pontos seria marcada uma diferença contínua que permitiria avaliar a proximidade de um ou do outro ponto, não apenas em termos de latitude, mas assim também em termos de longitude. 
Seria isso que se usaria nas viagens regulares entre Portugal e os Açores, ou outras?
- Aqui o grande problema seria a estabilização da agulha em alto mar... no entanto, poderia ser usado.

Convém notar que o pólo norte magnético varia consideravelmente, sendo reportada a mudança de 1100 Km durante o Séc. XX, para além de variações diárias num órbita elíptica de 80 Km (ver wikipedia).
Ou seja, os valores reportados no Séc. XV estariam desactualizados nos Séc. XVI ou posteriores, e isso talvez justifique algumas consideráveis mudanças nos mapas que fossem assim construídos.
Mais, as agulhas também não apontam exactamente para o pólo norte magnético... complicando bastante as coisas!
Ou seja, a variação da declinação com a posição está longe de ser uma função simples, depende razoavelmente do local, como se pode ver num mapa de dados no ano 2000:


Para além dos Açores, Manuel de Figueiredo dá mais dois pontos de declinação zero (a 45º a noroeste e nordeste dessas ilhas), tornando claro que estavam cientes da complexidade das linhas. Dá-nos uma pista histórica para a localização das linhas no Séc. XVI, com 3 pontos para uma linha de declinação zero.
Qualquer mapa formado com base nas declinações magnéticas teria as deformações decorrentes da complexidade destas linhas, o que justificaria algumas formas mais estranhas nos mapas (mas não todas... algumas foram propositadas, como já sabemos).

Quanto à razão desta diferença magnética, diz Manuel de Figueiredo:
Ainda até agora se não deu na causa porque esta pedra de sevar não atira direita ao pólo do mundo, e nem por que atira para o norte, muitos dão muitas razões, mas nenhuma delas acerta(...)
Apesar da justificação com o núcleo ferro-magnético da Terra, a situação está longe de ser muito diferente da reportada por Figueiredo. Duvido que haja algum bom modelo capaz de prever a variação das linhas para saber onde estarão em 2050... onde há que ter em conta as anomalias.
Apesar de se pretender um grande conhecimento, o que se conhece do interior da Terra é tão pouco, ou menor, do que se conhece do espaço exterior. Pelo conhecimento da nossa crosta, pretendemos saber tudo... o que tem algo de simbólico, já que o egocentrismo e comunocentrismo (egocentrismo de uma comunidade) tem esta capacidade de, pela crosta, almejar conhecer o infinito e mais além...


Hiparco e longitudes
Acerca de latitudes e longitudes, Estrabo cita Hiparco (Livro 1, Cap.1):
`(...) For instance, no one could tell whether Alexandria in Egypt were north or south of Babylon, nor yet the intervening distance, without observing the latitudes. Again, the only means we possess of becoming acquainted with the longitudes of different places is afforded by the eclipses of the sun and moon.’ Such are the very words of Hipparchus.
Portanto, quando colocámos aqui a questão das medições de longitude, torna-se claro que elas se reportavam à Antiguidade, usando o método de eclipses que encontrámos descrito por Carvalho da Costa, e Manuel de Figueiredo. Este conhecimento nunca terá deixado de estar presente.

Como já dissémos, Estrabo tem muita informação, e aproveitamos para colocar mais algumas:
(1) Estrabo fala da circumnavegação da África por Menelau:
At the same time the idea of this circumnavigation, which owes its origin to Crates, is not necessary; we do not mean it was impossible, (for the wanderings of Ulysses are not impossible)
(2) Estrabo fala da "ideia de Colombo" de atingir a Índia:
So that if the extent of the Atlantic Ocean were not an obstacle, we might easily pass by sea from Iberia to India, still keeping in the same parallel; the remaining portion of which parallel, measured as above in stadia, occupies more than a third of the whole circle
 (3) Estrabo fala das tentativas de circumnavegação da Terra:
Nor is it likely that the Atlantic Ocean is divided into two seas by narrow isthmuses so placed as to prevent circumnavigation: how much more probable that it is confluent and uninterrupted! Those who have returned from an attempt to circumnavigate the earth, do not say they have been prevented from continuing their voyage by any opposing continent, for the sea remained perfectly open, but through want of resolution, and the scarcity of provision. 
(4) Estrabo fala sobre o que era conhecido:
For in the east the land occupied by the Indians, and in the west by the Iberians and Maurusians, is wholly encompassed [by water], and so is the greater part on the south and north. And as to what remains as yet unexplored by us, because navigators, sailing from opposite points, have not hitherto fallen in with each other, it is not much, as any one may see who will compare the distances between those places with which we are already acquainted.
O pouco que faltava para se encontrarem os que partiam da India e da Iberia/Mauritânia, poderia ser um pequeno istmo que impedia a circumnavegação, faltava a América central... faltava a resolução, faltavam as provisões... ou antes, faltava a licença de mencionar a Merica?

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publicado às 05:27

Já foi aqui colocada várias vezes a questão da longitude, mas faltará referir a forma que provavelmente seria mais usada - declinação magnética. Pensei em fazê-lo depois de ler o Tratado da Agulha de Marear, incluso no Tratado de Marinharia, mas a caligrafia não é das mais atractivas e compreensíveis... e por outro lado, tendo sido transcrito por Luís de Albuquerque, mereceu atenção recente por um especialista, não sendo necessária outra contribuição. 
Posso abordar a questão doutra forma.
Como o pólo norte e o pólo norte magnético são diferentes, é possível cruzar dados para ter uma noção da longitude.
Segundo Manuel de Figueiredo (Chronographia e repetório dos tempos, 1603, pág. 134), os marinheiros mais experimentados para além de saberem que as agulhas de marear "não atiravam direito ao verdadeiro pólo", diziam que se fixava em 8 partes do globo, uma das quais os Açores. Diz ainda que em Portugal tomavam 7º25' como declinação. Dá ainda a entender que esta diferença de norte estaria compreendida no tamanho da flor-de-lis que na rosa-de-ventos indicava o norte.
Como vemos, se não houvesse declinação nos Açores e havendo 7º em Portugal, entre os dois pontos seria marcada uma diferença contínua que permitiria avaliar a proximidade de um ou do outro ponto, não apenas em termos de latitude, mas assim também em termos de longitude. 
Seria isso que se usaria nas viagens regulares entre Portugal e os Açores, ou outras?
- Aqui o grande problema seria a estabilização da agulha em alto mar... no entanto, poderia ser usado.

Convém notar que o pólo norte magnético varia consideravelmente, sendo reportada a mudança de 1100 Km durante o Séc. XX, para além de variações diárias num órbita elíptica de 80 Km (ver wikipedia).
Ou seja, os valores reportados no Séc. XV estariam desactualizados nos Séc. XVI ou posteriores, e isso talvez justifique algumas consideráveis mudanças nos mapas que fossem assim construídos.
Mais, as agulhas também não apontam exactamente para o pólo norte magnético... complicando bastante as coisas!
Ou seja, a variação da declinação com a posição está longe de ser uma função simples, depende razoavelmente do local, como se pode ver num mapa de dados no ano 2000:


Para além dos Açores, Manuel de Figueiredo dá mais dois pontos de declinação zero (a 45º a noroeste e nordeste dessas ilhas), tornando claro que estavam cientes da complexidade das linhas. Dá-nos uma pista histórica para a localização das linhas no Séc. XVI, com 3 pontos para uma linha de declinação zero.
Qualquer mapa formado com base nas declinações magnéticas teria as deformações decorrentes da complexidade destas linhas, o que justificaria algumas formas mais estranhas nos mapas (mas não todas... algumas foram propositadas, como já sabemos).

Quanto à razão desta diferença magnética, diz Manuel de Figueiredo:
Ainda até agora se não deu na causa porque esta pedra de sevar não atira direita ao pólo do mundo, e nem por que atira para o norte, muitos dão muitas razões, mas nenhuma delas acerta(...)
Apesar da justificação com o núcleo ferro-magnético da Terra, a situação está longe de ser muito diferente da reportada por Figueiredo. Duvido que haja algum bom modelo capaz de prever a variação das linhas para saber onde estarão em 2050... onde há que ter em conta as anomalias.
Apesar de se pretender um grande conhecimento, o que se conhece do interior da Terra é tão pouco, ou menor, do que se conhece do espaço exterior. Pelo conhecimento da nossa crosta, pretendemos saber tudo... o que tem algo de simbólico, já que o egocentrismo e comunocentrismo (egocentrismo de uma comunidade) tem esta capacidade de, pela crosta, almejar conhecer o infinito e mais além...


Hiparco e longitudes
Acerca de latitudes e longitudes, Estrabo cita Hiparco (Livro 1, Cap.1):
`(...) For instance, no one could tell whether Alexandria in Egypt were north or south of Babylon, nor yet the intervening distance, without observing the latitudes. Again, the only means we possess of becoming acquainted with the longitudes of different places is afforded by the eclipses of the sun and moon.’ Such are the very words of Hipparchus.
Portanto, quando colocámos aqui a questão das medições de longitude, torna-se claro que elas se reportavam à Antiguidade, usando o método de eclipses que encontrámos descrito por Carvalho da Costa, e Manuel de Figueiredo. Este conhecimento nunca terá deixado de estar presente.

Como já dissémos, Estrabo tem muita informação, e aproveitamos para colocar mais algumas:
(1) Estrabo fala da circumnavegação da África por Menelau:
At the same time the idea of this circumnavigation, which owes its origin to Crates, is not necessary; we do not mean it was impossible, (for the wanderings of Ulysses are not impossible)
(2) Estrabo fala da "ideia de Colombo" de atingir a Índia:
So that if the extent of the Atlantic Ocean were not an obstacle, we might easily pass by sea from Iberia to India, still keeping in the same parallel; the remaining portion of which parallel, measured as above in stadia, occupies more than a third of the whole circle
 (3) Estrabo fala das tentativas de circumnavegação da Terra:
Nor is it likely that the Atlantic Ocean is divided into two seas by narrow isthmuses so placed as to prevent circumnavigation: how much more probable that it is confluent and uninterrupted! Those who have returned from an attempt to circumnavigate the earth, do not say they have been prevented from continuing their voyage by any opposing continent, for the sea remained perfectly open, but through want of resolution, and the scarcity of provision. 
(4) Estrabo fala sobre o que era conhecido:
For in the east the land occupied by the Indians, and in the west by the Iberians and Maurusians, is wholly encompassed [by water], and so is the greater part on the south and north. And as to what remains as yet unexplored by us, because navigators, sailing from opposite points, have not hitherto fallen in with each other, it is not much, as any one may see who will compare the distances between those places with which we are already acquainted.
O pouco que faltava para se encontrarem os que partiam da India e da Iberia/Mauritânia, poderia ser um pequeno istmo que impedia a circumnavegação, faltava a América central... faltava a resolução, faltavam as provisões... ou antes, faltava a licença de mencionar a Merica?

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