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Por este motivo se formou uma grande Companhia de Mulheres, para que unido um e outro esforço, masculino e feminino, pudesse mais fortemente resistir à fúria dos inimigos. Entre aquelas ficaram em memória os nomes de Grácia Rodrigues, Isabel Dias, Catharina Lopes, e Isabel Fernandes, governando a todas como Capitão Isabel Madeira. Estas, de tal sorte se houveram neste memorável cerco, que não só acudiam aos reparos dos muros e baluartes, senão que, ajudando aos mesmos Soldados, a elas se deveu o não ser rendida aquela Fortaleza.
No referido cerco de Diu, deu uma mui distinta prova do seu valor Catharina Lopes. Foi o caso, que querendo ela rechaçar o orgulho de um combatente inimigo, que se tinha avançado aos muros, caiu deles abaixo juntamente com o Soldado. Quis este fartar a sua ira, empregando todas as suas forças para suprimir as da valorosa Matrona. Esta porém, depondo a fraqueza natural, se revestiu de um tão varonil espírito, que vindo com ele à luta, o derrubou em terra, e não tendo arma alguma com que o ferir, se valeu das que o próprio furor lhe ministrava (porque como lá disse um Poeta: Furor arma ministrat. Virgil.) E assim metendo-lhe os dedos nos olhos, lhos arrancou; e depois socorrida dos seus escapou à raiva dos inimigos, que já com mão alçada corriam a vingar o insulto cometido. "Heroínas Portuguesas". O Recreio (jornal das famílias) nº8, 1842.Voltando ao texto épico de Jerónimo Corte Real, o assunto é colocado de forma algo simples...
Barbara Fernandes ostentou no cerco de Diu o maior valor, pois recebendo em seus braços a um filho morto, nem uma só lágrima derramou, mostrando a mesma, ou maior constância com a noticia da morte de outro, que também morrera no conflito. E enterrando a ambos, disse para os circunstantes: Não resta mais que morrer a mãe; e dito isto tomou armas, e com elas foi ajudar os combatentes, militando com tal distinção, que, a seu exemplo, os mesmos covardes obravam proezas singularíssimas. Vendo a necessidade que havia de Soldados, formou um luzido esquadrão de mulheres, com as quais fez acções tão ilustres, que nelas poucos a imitaram, nenhum a excedeu.
Por este motivo se formou uma grande Companhia de Mulheres, para que unido um e outro esforço, masculino e feminino, pudesse mais fortemente resistir à fúria dos inimigos. Entre aquelas ficaram em memória os nomes de Grácia Rodrigues, Isabel Dias, Catharina Lopes, e Isabel Fernandes, governando a todas como Capitão Isabel Madeira. Estas, de tal sorte se houveram neste memorável cerco, que não só acudiam aos reparos dos muros e baluartes, senão que, ajudando aos mesmos Soldados, a elas se deveu o não ser rendida aquela Fortaleza.
No referido cerco de Diu, deu uma mui distinta prova do seu valor Catharina Lopes. Foi o caso, que querendo ela rechaçar o orgulho de um combatente inimigo, que se tinha avançado aos muros, caiu deles abaixo juntamente com o Soldado. Quis este fartar a sua ira, empregando todas as suas forças para suprimir as da valorosa Matrona. Esta porém, depondo a fraqueza natural, se revestiu de um tão varonil espírito, que vindo com ele à luta, o derrubou em terra, e não tendo arma alguma com que o ferir, se valeu das que o próprio furor lhe ministrava (porque como lá disse um Poeta: Furor arma ministrat. Virgil.) E assim metendo-lhe os dedos nos olhos, lhos arrancou; e depois socorrida dos seus escapou à raiva dos inimigos, que já com mão alçada corriam a vingar o insulto cometido. "Heroínas Portuguesas". O Recreio (jornal das famílias) nº8, 1842.Voltando ao texto épico de Jerónimo Corte Real, o assunto é colocado de forma algo simples...
Barbara Fernandes ostentou no cerco de Diu o maior valor, pois recebendo em seus braços a um filho morto, nem uma só lágrima derramou, mostrando a mesma, ou maior constância com a noticia da morte de outro, que também morrera no conflito. E enterrando a ambos, disse para os circunstantes: Não resta mais que morrer a mãe; e dito isto tomou armas, e com elas foi ajudar os combatentes, militando com tal distinção, que, a seu exemplo, os mesmos covardes obravam proezas singularíssimas. Vendo a necessidade que havia de Soldados, formou um luzido esquadrão de mulheres, com as quais fez acções tão ilustres, que nelas poucos a imitaram, nenhum a excedeu.