Este CSI leva à Gaiola por investigação submarina, e serve para ilustrar um género de títulos que normalmente evito, e já explicarei porquê.
Com efeito,
Gaiola é literalmente o nome de um interessante ilhéu próximo de Nápoles, conectado por uma ponte vertiginosa. É uma zona plena de actividade subaquática, e com vários vestígios arqueológicos, numa investigação a cargo do
Centro Studi Interdisciplinari (CSI) Gaiola.
A ponte do ilhéu de Gaiola. Investigação submarina - CSI Gaiola
Pelo lado das famosas séries policiais CSI (CSI Miami, CSI Las Vegas, etc.) faríamos aqui uma pequena piada trivial, com a relevância de CSI Gaiola estar dedicada à investigação arqueológica, conforme se nota pelas ânforas do seu emblema.
Só que, ainda que possa não parecer, evito misturar esse tipo de casualidades nos nomes com outras mais relevantes. Não fosse por esta introdução, e um título mais comum e apropriado aqui seria;
- Gaio lá na Gaiola.
O termo "gaiola" não aparece como comum em italiano, nem na zona napolitana, e a wikipedia apressa-se a ligar à origem do latim, por "cavea", e depois pelo dialecto local por "caviola", significando "pequena cave".
Só que a construção silábica do português dispensa-nos da erudição latina, para encontrar significado para o termo "gaiola" sem o ir buscar a "cavea" por via de "caviola". Cá a viola é outra, e um cave-a levaria a outro fundo. Cá a ave dessa cave é um Gaio lá, na gaiola de Gaia. Não é um caio pelo curso do Douro nas caves de Gaia, nem pelo curso do Guadiana na fronteira do Caia.
Simplesmente há um vi-me no vime e na gaiola há o perigo de um caio lá, que não é necessariamente para qualquer gaio lá.
Com efeito uma
gaiola de vime poderia atingir grandes proporções, e exemplo disso consta em ilustrações de tradições celtas - o chamado
Homem de Vime (
Wicker Man)
Homem de vime - gaiola humana para sacríficio celta
Portanto, é preciso ter alguma atenção moral pelas tradições imorais, porque o muro que nos separa da simples barbárie (relatada por Caio, ou melhor
Gaius, Julius Caesar) é apenas o mural da moral. Ainda que haja advogados de que tal sacrifício celta não tem fundamento, à falta de uma investigação CSI desta
Gaiola, não me parece
possidónio duvidar de
Posidónio, outra fonte antiga para
ceitas celtas.
Assim, quando vemos algum restauro destas tradições, como no movimento
wicca, convém não ser
weaker man sob o signo do
wicker man. Porque entre os trajos angelicais de algumas jovens Maias, nas celebrações de Maio, pode esconder-se uma celebração de um Gaio, uma
gaiola, e onde as Maias podem não ser bonecas de vime. Logo, entre
Gaios e
Gaias, nem sempre resultam só
Gaiatos provindos de uma certa balbúrdia entre
Gajos e Gajas, por respeito ao Homem de
Vime.
Adiante.
O propósito principal deste texto era a investigação submarina à volta da Gaiola napolitana.
Trata-se do Parque Submerso de Baía, que apresenta vestígios romanos(?), que mais parecem saídos das calçadas portuguesas:
Creio que se trata de um vestígio submarino muito raro, ainda que haja outros casos, por exemplo
Heracleion (ou Tónis), perto de Alexandria, e esta cidade submersa de Baia é dito ser resultante de um deslizamento de terras aquando dalguma erupção do Vesúvio.
Porém, o que me surpreendeu mais foi o aspecto de calçada portuguesa, que não se vê habitualmente nos pavimentos romanos. Não fosse outro o caso, e dir-se-ia que a Câmara de Lisboa já estaria a levar a cabo o seu "notável plano" de substituir a calçada portuguesa, atirando-a para o fundo do mar napolitano.