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Na sequência de um comentário de OMC sobre o alelo genético HLA A25-B18-DR15, que será uma particularidade portuguesa, seguiram-se uma série de respostas de Maria da Fonte, José Manuel Oliveira, e João Ribeiro, que levaram a diferentes tópicos, em particular à presença neandertal.

Há o que se Queria, e há o que se Cria. Esse é o processo da Criação.
A Criação está reportada na Bíblia no capítulo do Genesis
Sim, não é no capítulo dos Genes, mas digamos que não queremos também que as coisas estejam escarrapachadas tão literalmente que nem seja preciso fazer um esforçozinho para as ler adequadamente.

Ninguém tem grandes dúvidas que os humanos tomaram nas suas mãos a Criação, pelo menos a Criação de animais domésticos. Fizeram-no de tal forma, que foram apurando as raças à sua melhor conveniência. Os animais silvestres ficaram dóceis e cada vez mais produtivos, tendo em vista o objectivo dos criadores... fosse esse objectivo a força de trabalho, a carne, o leite, o queijo, etc.
Podemos pensar que os humanos apenas fariam isso com animais, mas não haveria verdadeiramente nada que impedisse que o fizessem também com outros humanos.
Para guardar animais é normalmente construída uma Cerca, e ninguém lhe chama Jardim, muito menos lhe dá o nome de Éden, mas ainda que o dono da Cerca forneça toda a alimentação, e uma vida razoavelmente facilitada, onde os animais não têm que se esforçar para a subsistência, nós funcionaríamos como serpentes se avisássemos os animais domésticos que as intenções do dono podem não ser exactamente as melhores. É claro que alguns animais domésticos, tão reconhecidos pela generosidade do seu criador, que lhes fornece tudo o que precisam, a troco de nada, dificilmente acreditariam nessas informações serpentinas... seriam certamente motivadas pela inveja da serpente não ter sido escolhida para domesticação, mas isso é outra história. Os gatos podem ser desconfiados e solitários, mas os canídeos exibem um grau de fidelidade notável, mesmo com criadores perversos.

Claro que a utilização de humanos como "animais domésticos" acabou por se instituir de forma estranhamente natural, sob a designação de "escravos", mesmo em sociedades pretensamente democráticas, como na Grécia. Só raros espíritos livres, como Aristófanes, eram suficientemente audazes para ridicularizarem essa "democracia". 
Não se tratando de nenhuma "engenharia genética", mas sim de uma simples "engenharia sexual", reprodutiva, os animais foram sendo desviados duma "selecção natural", e foram conduzidos para uma Criação orientada, visando certos objectivos. Tal como os vencedores de corridas de cavalos são escolhidos como garanhões, no comércio esclavagista houve venda selectiva de escravos visando aumentar a resistência e a força de trabalho da sua prole.
Ou seja, em "criação" ouve-se também "queria são", se queria um corpo são, como sua criação. Ou ainda lê-se "que ria são", para uma mente sã que o "cria são".

Portanto, não precisamos de nenhuns Anunaki (nascidos de Anu, Anu-nasci), também ditos Anedotos (dotados por Anu), de origem extraterrestre, para pensar em malta que quisesse fazer engenharia sexual, tendo em vista um apuramento racial. Bastava que alguns fizessem com os humanos o mesmo que tinham feito com os animais... seleccioná-los pelas suas características. 
Estas ideias de "criação" ainda não desapareceram. Têm o nome de Eugenia e foram consideradas pelos nazis na tentativa de melhorar a pretensa "raça ariana", e fazem parte ainda de uma certa paranóia judaica, que levou a sério a sua criação domesticada pelo Senhor, com vista a vencerem talvez algum concurso de "povo eleito" entre a carneirada, e assim escaparem ao sacrifício pascal.

No caso humano, após a "engenharia sexual", apostou-se na "engenharia social", como forma de optimizar a produção "animal". Senão vejamos... é dispendioso ao dono dos animais assegurar a sua subsistência. Seria muito melhor se os animais domésticos tomassem isso a seu cargo, e continuassem a trabalhar com o mesmo empenho como bestas de carga. Com os humanos conseguiu-se isso na Idade Média usando o estatuto de "servo". Ao contrário do escravo, o dono do servo não se preocupava com a alimentação deste, e recebia à mesma o fruto do trabalho, pelo imposto. 
Aplicado a um burro, este deixava de ser chicoteado para levar a carga... passava a levar a carga de livre vontade, sabendo que só comeria cenouras se o fizesse... porque o campo das cenouras era do Senhor.
O problema nesse caso é que ficava demasiado evidente que o fruto do trabalho ia parar ainda ao Senhor, e assim não era muito produtivo. Os camponeses trabalhavam poucos dias por ano, e tinham imenso tempo livre. 
Muito melhor foi a passagem para o estatuto de "cidadão", onde o homem poderia gerir o seu tempo para obter riqueza pessoal... ainda que tivesse que trabalhar todos os dias. 
Aplicado ao burro, seria como se o burro à conta de receber elogios do Senhor, e cada vez mais cenouras, trabalhasse cada vez mais afincadamente e com mais entusiasmo, pedindo até mais carga. 
Estranhamente os burros não trabalham mais se os elogiarmos, se aparecerem na televisão, ou se lhes dermos a última albarda da moda... mas resulta muito bem com humanos! Mais estranho ainda, não encontramos burros capazes de inventar chicotes mais eficazes, para aumentar a produção dos burros, a troco de receberem elogios e prestígio na comunidade asinina.

Bom, mas isto é o aspecto da "engenharia social" dos últimos séculos, verdadeiramente eficaz.

Regressando ao aspecto da "engenharia sexual", convém notar que, exceptuando uma imposição pela força, a escolha de parceiro sexual foi definida naturalmente na natureza como sendo uma opção feminina. Portanto, a evolução genética depois de ser definida por critérios irracionais, instintivos, passou a ser uma opção inteligente, definida por mulheres inteligentes.
Podemos considerar que foi tudo aleatório, e sem nenhum propósito particular, mas atendendo a que há registos de primitivas sociedades matriarcais, dando efectivo relevo ao aspecto da procriação, ou melhor... da Criação, não devemos excluir a hipótese de que a evolução humana, do nosso ideal de beleza, tenha resultado de uma escolha consciente e inteligente, nem sempre irracional, feita pelo lado feminino.

Aspectos dessa prevalência matriarcal são as Vénus paleolíticas
Vénus de Dolni-Vestonice (Rep. Checa) e Vénus de Hohle Fels (Suévia alemã)

sendo ainda notado (documentário indicado por J. Ribeiro) que se tratou de uma transição abrupta, que marcou a diferença evolutiva e a posterior extinção,,, do homem de Neandertal.
Além disso (conforme notado pelo José Manuel), a presença de uma estatueta que é chamada "homem-leão", mas que é muito mais provavelmente uma "mulher-leoa", encontra notável consonância numa estatueta de Çatal Huyuk, onde vemos uma matrona dominante sentada num trono e ladeada por dois leões (ou leoas...):
Estatuetas de mulher-leoa (Suévia alemã) e matrona com leoas em Çatal Huyuk (Turquia)

Há uma mitologia suméria coincidente com a passagem de uma sociedade matriarcal para uma sociedade patriarcal, que provavelmente coincide com a passagem do Paleolítico para o Neolítico.
Na mitologia babilônica a morte de Tiamat pelo deus Marduk, que divide seu corpo em dois, é considerada um grande exemplo de como correu a mudança de poder do matriarcado ao patriarcado: "Tiamat, a Deusa Dragão do Caos e das Trevas, é combatida por Marduk, deus da Justiça e da Luz. Isto indica a mudança do matriarcado para o patriarcado". A mitologia grega também apresenta Apolo matando Píton, e dividindo seu corpo em dois, como uma acção necessária para se tornar dono do oráculo de Delfos 
in wikipedia, citando Gateways to Babylon. 
Depois dessa prevalência das sociedades femininas no Paleolítico, a estrutura social estabilizando-se com exércitos bélicos, de guerreiros masculinos, só terá tido o seu contraponto com a mítica presença das Amazonas em paragens da Cítia, que ainda terão feito Ciro perder a cabeça às suas mãos.

Portanto, é de considerar que na confluência entre Homo Sapiens e Neandertais, se tenha efectuado um apuramento de raça, conduzido conscientemente pelo lado feminino, talvez com apoio de xamãs. Assim, ao invés de um deus barbudo criador, poderia ser mais adequado uma deusa matrona feminina criando e seleccionando, como depois se iria fazer na domesticação animal. Na versão masculina que nos chegou da Bíblia, a vontade de criar um homem puro e casto, terá sido contrariada pela vontade feminina de manter na prole uma inteligência não completamente burra, o que poderá ter sido visto como uma tentação viperina... que estragou a colheita. Essa vontade de pureza aparece depois repetida aquando do degelo, que terá levado a sucessivas inundações, vistas como dilúvio, após a Idade do Gelo. Feita a selecção física, o que interessaria seria uma selecção moral, que evitasse um contínuo conflito humano... essa tentativa de selecção genética, condicionada pela moral, é essencialmente o que transparece na história bíblica, desde o Genesis.
Esse seria muito provavelmente o grande desígnio de orientação dos xamãs, que teriam conseguido evitar uma completa chacina e extinção humana em territórios da Oceania, fazendo algo tão simples como confundir as línguas (a Papua - Nova Guiné tem 800 línguas), e mantendo um controlo submerso acima de qualquer controlo visível.


Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:57

Na sequência de um comentário de OMC sobre o alelo genético HLA A25-B18-DR15, que será uma particularidade portuguesa, seguiram-se uma série de respostas de Maria da Fonte, José Manuel Oliveira, e João Ribeiro, que levaram a diferentes tópicos, em particular à presença neandertal.

Há o que se Queria, e há o que se Cria. Esse é o processo da Criação.
A Criação está reportada na Bíblia no capítulo do Genesis
Sim, não é no capítulo dos Genes, mas digamos que não queremos também que as coisas estejam escarrapachadas tão literalmente que nem seja preciso fazer um esforçozinho para as ler adequadamente.

Ninguém tem grandes dúvidas que os humanos tomaram nas suas mãos a Criação, pelo menos a Criação de animais domésticos. Fizeram-no de tal forma, que foram apurando as raças à sua melhor conveniência. Os animais silvestres ficaram dóceis e cada vez mais produtivos, tendo em vista o objectivo dos criadores... fosse esse objectivo a força de trabalho, a carne, o leite, o queijo, etc.
Podemos pensar que os humanos apenas fariam isso com animais, mas não haveria verdadeiramente nada que impedisse que o fizessem também com outros humanos.
Para guardar animais é normalmente construída uma Cerca, e ninguém lhe chama Jardim, muito menos lhe dá o nome de Éden, mas ainda que o dono da Cerca forneça toda a alimentação, e uma vida razoavelmente facilitada, onde os animais não têm que se esforçar para a subsistência, nós funcionaríamos como serpentes se avisássemos os animais domésticos que as intenções do dono podem não ser exactamente as melhores. É claro que alguns animais domésticos, tão reconhecidos pela generosidade do seu criador, que lhes fornece tudo o que precisam, a troco de nada, dificilmente acreditariam nessas informações serpentinas... seriam certamente motivadas pela inveja da serpente não ter sido escolhida para domesticação, mas isso é outra história. Os gatos podem ser desconfiados e solitários, mas os canídeos exibem um grau de fidelidade notável, mesmo com criadores perversos.

Claro que a utilização de humanos como "animais domésticos" acabou por se instituir de forma estranhamente natural, sob a designação de "escravos", mesmo em sociedades pretensamente democráticas, como na Grécia. Só raros espíritos livres, como Aristófanes, eram suficientemente audazes para ridicularizarem essa "democracia". 
Não se tratando de nenhuma "engenharia genética", mas sim de uma simples "engenharia sexual", reprodutiva, os animais foram sendo desviados duma "selecção natural", e foram conduzidos para uma Criação orientada, visando certos objectivos. Tal como os vencedores de corridas de cavalos são escolhidos como garanhões, no comércio esclavagista houve venda selectiva de escravos visando aumentar a resistência e a força de trabalho da sua prole.
Ou seja, em "criação" ouve-se também "queria são", se queria um corpo são, como sua criação. Ou ainda lê-se "que ria são", para uma mente sã que o "cria são".

Portanto, não precisamos de nenhuns Anunaki (nascidos de Anu, Anu-nasci), também ditos Anedotos (dotados por Anu), de origem extraterrestre, para pensar em malta que quisesse fazer engenharia sexual, tendo em vista um apuramento racial. Bastava que alguns fizessem com os humanos o mesmo que tinham feito com os animais... seleccioná-los pelas suas características. 
Estas ideias de "criação" ainda não desapareceram. Têm o nome de Eugenia e foram consideradas pelos nazis na tentativa de melhorar a pretensa "raça ariana", e fazem parte ainda de uma certa paranóia judaica, que levou a sério a sua criação domesticada pelo Senhor, com vista a vencerem talvez algum concurso de "povo eleito" entre a carneirada, e assim escaparem ao sacrifício pascal.

No caso humano, após a "engenharia sexual", apostou-se na "engenharia social", como forma de optimizar a produção "animal". Senão vejamos... é dispendioso ao dono dos animais assegurar a sua subsistência. Seria muito melhor se os animais domésticos tomassem isso a seu cargo, e continuassem a trabalhar com o mesmo empenho como bestas de carga. Com os humanos conseguiu-se isso na Idade Média usando o estatuto de "servo". Ao contrário do escravo, o dono do servo não se preocupava com a alimentação deste, e recebia à mesma o fruto do trabalho, pelo imposto. 
Aplicado a um burro, este deixava de ser chicoteado para levar a carga... passava a levar a carga de livre vontade, sabendo que só comeria cenouras se o fizesse... porque o campo das cenouras era do Senhor.
O problema nesse caso é que ficava demasiado evidente que o fruto do trabalho ia parar ainda ao Senhor, e assim não era muito produtivo. Os camponeses trabalhavam poucos dias por ano, e tinham imenso tempo livre. 
Muito melhor foi a passagem para o estatuto de "cidadão", onde o homem poderia gerir o seu tempo para obter riqueza pessoal... ainda que tivesse que trabalhar todos os dias. 
Aplicado ao burro, seria como se o burro à conta de receber elogios do Senhor, e cada vez mais cenouras, trabalhasse cada vez mais afincadamente e com mais entusiasmo, pedindo até mais carga. 
Estranhamente os burros não trabalham mais se os elogiarmos, se aparecerem na televisão, ou se lhes dermos a última albarda da moda... mas resulta muito bem com humanos! Mais estranho ainda, não encontramos burros capazes de inventar chicotes mais eficazes, para aumentar a produção dos burros, a troco de receberem elogios e prestígio na comunidade asinina.

Bom, mas isto é o aspecto da "engenharia social" dos últimos séculos, verdadeiramente eficaz.

Regressando ao aspecto da "engenharia sexual", convém notar que, exceptuando uma imposição pela força, a escolha de parceiro sexual foi definida naturalmente na natureza como sendo uma opção feminina. Portanto, a evolução genética depois de ser definida por critérios irracionais, instintivos, passou a ser uma opção inteligente, definida por mulheres inteligentes.
Podemos considerar que foi tudo aleatório, e sem nenhum propósito particular, mas atendendo a que há registos de primitivas sociedades matriarcais, dando efectivo relevo ao aspecto da procriação, ou melhor... da Criação, não devemos excluir a hipótese de que a evolução humana, do nosso ideal de beleza, tenha resultado de uma escolha consciente e inteligente, nem sempre irracional, feita pelo lado feminino.

Aspectos dessa prevalência matriarcal são as Vénus paleolíticas
Vénus de Dolni-Vestonice (Rep. Checa) e Vénus de Hohle Fels (Suévia alemã)

sendo ainda notado (documentário indicado por J. Ribeiro) que se tratou de uma transição abrupta, que marcou a diferença evolutiva e a posterior extinção,,, do homem de Neandertal.
Além disso (conforme notado pelo José Manuel), a presença de uma estatueta que é chamada "homem-leão", mas que é muito mais provavelmente uma "mulher-leoa", encontra notável consonância numa estatueta de Çatal Huyuk, onde vemos uma matrona dominante sentada num trono e ladeada por dois leões (ou leoas...):
Estatuetas de mulher-leoa (Suévia alemã) e matrona com leoas em Çatal Huyuk (Turquia)

Há uma mitologia suméria coincidente com a passagem de uma sociedade matriarcal para uma sociedade patriarcal, que provavelmente coincide com a passagem do Paleolítico para o Neolítico.
Na mitologia babilônica a morte de Tiamat pelo deus Marduk, que divide seu corpo em dois, é considerada um grande exemplo de como correu a mudança de poder do matriarcado ao patriarcado: "Tiamat, a Deusa Dragão do Caos e das Trevas, é combatida por Marduk, deus da Justiça e da Luz. Isto indica a mudança do matriarcado para o patriarcado". A mitologia grega também apresenta Apolo matando Píton, e dividindo seu corpo em dois, como uma acção necessária para se tornar dono do oráculo de Delfos 
in wikipedia, citando Gateways to Babylon. 
Depois dessa prevalência das sociedades femininas no Paleolítico, a estrutura social estabilizando-se com exércitos bélicos, de guerreiros masculinos, só terá tido o seu contraponto com a mítica presença das Amazonas em paragens da Cítia, que ainda terão feito Ciro perder a cabeça às suas mãos.

Portanto, é de considerar que na confluência entre Homo Sapiens e Neandertais, se tenha efectuado um apuramento de raça, conduzido conscientemente pelo lado feminino, talvez com apoio de xamãs. Assim, ao invés de um deus barbudo criador, poderia ser mais adequado uma deusa matrona feminina criando e seleccionando, como depois se iria fazer na domesticação animal. Na versão masculina que nos chegou da Bíblia, a vontade de criar um homem puro e casto, terá sido contrariada pela vontade feminina de manter na prole uma inteligência não completamente burra, o que poderá ter sido visto como uma tentação viperina... que estragou a colheita. Essa vontade de pureza aparece depois repetida aquando do degelo, que terá levado a sucessivas inundações, vistas como dilúvio, após a Idade do Gelo. Feita a selecção física, o que interessaria seria uma selecção moral, que evitasse um contínuo conflito humano... essa tentativa de selecção genética, condicionada pela moral, é essencialmente o que transparece na história bíblica, desde o Genesis.
Esse seria muito provavelmente o grande desígnio de orientação dos xamãs, que teriam conseguido evitar uma completa chacina e extinção humana em territórios da Oceania, fazendo algo tão simples como confundir as línguas (a Papua - Nova Guiné tem 800 línguas), e mantendo um controlo submerso acima de qualquer controlo visível.


Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 07:57

O ano passado publiquei aqui um postal sobre o Canal História e a inenarrável saga Alienada, que vai continuando a divulgar uma catadupa de disparates, mas... que ao mesmo tempo permite saber de algumas coisas, que doutra forma estariam normalmente fora dos circuitos de divulgação convencionais.

Foi assim que tomei conhecimento de um achado de que desconhecia a existência:
O recipiente de Fuente Magna (Lago Titicaca, Bolivia) 
(ver Fuente Magna Bowl)

Terá sido por volta de 1960 que o arqueólogo boliviano Don Max Portugal-Zamora (portanto, com um nome muito peculiar) deu atenção a uma descoberta que, ao que parece, teria sido usada como recipiente de alimentação de porcos... 
Havia inscrições nesse recipiente que eram largamente semelhantes a inscrições cuneiformes sumérias.
Fuente Magna bowl (Bibloteca Pleyades)

Como é óbvio, não se fala em inscrições sumérias na América sem levantar logo polémica, pela proibição instituída de considerar viagens pré-colombianas. Assim, podemos encontrar a versão crítica da descoberta, e dos problemas que se levantaram no site "bad archeology":
https://badarchaeology.wordpress.com/tag/fuente-magna-bowl/
... e curiosamente, o crítico não conseguindo afastar por completo a descoberta como falsa, acaba até por criticar a supressão da página da wikipédia relativa ao assunto.

Parecendo-me perfeitamente plausível considerar que os sumérios, tal como egípcios ou fenícios, poderiam fazer viagens atlânticas, o achado faz todo o sentido ser considerado como uma possível prova de presença. Pela mesma ignorância impertinente, se os polinésios não tivessem sido encontrados espalhados por todas as ilhas do Pacífico, os mesmos idiotas duvidariam das grandes viagens que esses exploradores primitivos efectuaram no Oceano Pacífico. Então se o povo polinésio com uma cultura tribal conseguia tal feito em jangadas, o que não seria de esperar de embarcações de povos que nos deixaram monumentais registos das suas capacidades criadoras, como os sumérios?
Não teria Sargão capacidade de atravessar os mares de Sargaços? Ainda que as cunhas fossem feitas com unhas bolivianas, a influência de uma mesma escrita cuneiforme pode ser evidente, mesmo que a língua fosse outra. 

Infelizmente temos puros idiotas nas nossas universidades que seriam até capazes de duvidar da nossa chegada ao Brasil, se os brasileiros não falassem hoje português.
Partilhando da mesma idiotice sem limites, mas noutro sentido, os "alienados" do Canal História concluem de forma mais caricata que as escritas seriam semelhantes, porque ambos tinham sido influenciados pelos Anunaki extraterrestres... sendo esses os Anedotos, a própria designação antevia que isto tudo serviria para anedota futura. 

Os blocos em Puma Punku
não exibem nenhuma perfeição
Só para dar um exemplo do tipo de ridículo da série, considerando que Puma Punku, ou outros monumentos, envolviam grande tecnologia, só capaz por ET's, o aspecto mais caricato ocorre quando na série se pretende que os blocos são executados na perfeição. Porém quando colocam uma régua para o mostrar, vê-se perfeitamente (11:20'') que a régua está longe de colar, havendo um razoável espaço entre a régua e a sua sombra. Aliás Puma Punku impressiona pouco se nos dermos conta que na Porta do Sol ou da Lua, o arco é tão pequeno que mais parece uma vulgar porta decorada, onde mal cabe uma pessoa... facto que é habitualmente omitido.




Monolito de Pokotia
Monolito de Pokotia
Próximo ainda desses locais, foi encontrado mais recentemente (em 2002) o chamado "Monolito de Pokotia" uma estátua de pedra com 2 metros de altura, que tem na base umas inscrições que também são consideradas próximas de escrita cuneiforme.
Estas são apenas duas descobertas menos conhecidas, e ainda que satisfaçam polémicas habituais, não deixam de ter o seu interesse... e por muito ridículos e alienantes que sejam estes programas que o Canal História se dedicou a promover, servem pelo menos para passar a informação de que estas coisas existem e são controversas. Este monolito de Pokotia tem aliás a particularidade de ter uma espécie de chapéu, ainda que não semelhante aos que encontramos depois na Ilha da Páscoa.


Ânforas do Rio de Janeiro
Há uns anos recebi a informação por email de Evany Fanzeres que me dava conta da descoberta de ânforas romanas no Brasil... na altura procurei mais informação, mas não encontrei.
Encontrei agora um relato dessa descoberta: 
There is a large submerged rock in Guanabara Bay near Rio de Janeiro in Brazil. Lying just three feet beneath the water’s surface, it is called Xareu Rock after the fish that congregate there. In the late 1970’s, a local fisherman using nets around Xareu Rock kept catching some large —3’ tall— heavy earthen jars. He mistakenly assumed they were macumba jars, which are used in voodoo ceremonies and then thrown into the sea. So, as the jars were hauled up, he smashed them with a hammer and tossed the pieces back into the water to prevent them from snagging his nets.
Eventually a scuba diver spear fishing around Xareu Rock found eight of the jars. He took them home and began selling them to tourists. He only had two left by the time Brazilian police stopped him and confiscated the jars. Archaeologists immediately identified them as Roman amphorae from the 1st Century BC.
Ex-marine, underwater explorer and treasure-hunter Robert Marx claims to have discovered a long-forgotten Roman shipwreck in the Bay of Guanabara. It appears to have hit the rock at a high speed, spilt apart and sank in 75 feet of water. While diving to examine the wreckage, Marx removed parts of the ancient amphorae. They eventually ended up in the hands of Dr. Elizabeth Lyding Will, an expert on Roman amphorae. She says they’re similar in shape to jars produced in kilns at Kouass, on the west coast of Morocco.
The Institute of Archaeology of the University of London performed thermo-luminescence testing, which is a more accurate dating process than Carbon 14 dating, and set the jar’s manufacture date around 19 B.C. Many more amphorae and some marble objects were recovered, as well as a Roman bronze fibula, a clasp device used to fasten a coat or shirt.                                                            
http://eglewis.blogspot.pt/2012/07/romans-in-americas.html
Não encontrei muito mais informação sobre a Pedra do Xaréu (existe outra em Recife, onde eventualmente inscrições recentes podem ter servido para encobrir inscrições antigas) na Baía de Guanabara... a mesma que poderia dar problemas de poluição no decurso dos Jogos Olímpicos.
Há um relato curioso num jornal L'Italo-Americano
In 1982, before leaving Brazil, to procure the necessary equipment, Robert Marx had obtained permission from the Brazilian government to explore the site.  He returned in 1983 to begin the salvage operation only to learn that the Brazilian government had had a change of heart.  As he explained it, “The Navy people I worked with told me the Navy had covered up the site to keep it from being plundered. They said this thing is causing too much controversy, it is better if you leave.”

Regardless of what the Navy said, Marx dove to the site of the wreckage and found it to be covered with a large mounds of new sand.  When he inquired about it, government officials told him, “
Brazilians don’t care about the past.  And they don’t want to replace Cabral as the discoverer.”  In other words, proof of Roman presence in Brazil would require Brazil to rewrite its recorded history which emphasizes Portuguese navigator Pedro Alvares Cabral as the person who discovered the country in the year 1500 and, as far as the Brazilian government was concerned, that’s the way it would stay.

Robert Marx was disappointed, to say the least.  He wondered what could have happened to cause the Brazilian government to put a halt to all further excavation of a site of such historic value.  Well, it seems that while he was away procuring the necessary equipment, a political controversy had developed.
It so happens that Brazil is home to a large Italian faction.  Upon hearing the news that the amphorae discovered at the bottom of the bay were believed to be of Roman origin, the Italians began to celebrate.
... que continua levando o assunto até para uma questão de prioridade de descobrimento, e sobre a possibilidade que tal descoberta daria aos italianos de requererem dupla nacionalidade brasileira, com muito maior facilidade - ou seria essa a intenção do embaixador italiano! 
A certa altura as ânforas foram dadas como sendo propriedade do milionário Américo Santarelli... que avançou uma explicação ardilosa - tinham sido réplicas encomendadas por si e colocadas no fundo do mar para "ganharem aspecto envelhecido".  
Conforme referiu um dos autores citados, o único problema dessa versão de Santarelli foi a semelhança com as ânforas romanas produzidas em Marrocos, na antiga província da Mauritania, e especialmente a datação feita pela Universidade de Londres, que as datava de 19 a.C.

Porém, conforme vemos, desde que haja unhas para manter as cunhas, a história continua a ser uma estória com autoria registada, e não parece passível de ser mudada, por mais evidências que saiam debaixo de terra ou do fundo dos mares. A verdade pode vir ao de cima, mas enquanto nos mantivermos chafurdando num mar de mentiras, os factos são um inconveniente à alienação pretendida.

Nota (04/01/2017) _________________________________
Imagem com os professores Claro Calazans Rodrigues e Ondemar Dias, apresentando as ânforas descobertas na Baía de Guanabara em 1975, num número da Revista Manchete (1978).

Artigos em jornais: 
Revista Manchete - O Mistério das ânforas gregas - 4/3/1978
Jornal do Brasil - Ânforas provam presença de fenícios no Brasil - 1° Caderno, 25/09/1982
Primeiro de Janeiro - Romanos no Brasil antes dos Portugueses - 7 /10/1982
Diário de Notícias - Romanos chegam ao Brasil antes de Pedro Álvares Cabral - 22/10/1982
Revista Mergulhar - O Mistério das Ânforas - dezembro/1982
Correio da Manhã - Romanos no Brasil 17 séculos antes de Cabral - 21/12/1982

Ainda podemos encontrar em abovetopsecret.com imagens de Robert F. Marx com uma das ânforas, bem como as duas ânforas que vemos na foto de cima:
 

Mas talvez mais significativo foi uma discussão que corria em 2007 no forum sci.archeology, onde alguém decide perguntar directamente à especialista mundial (falecida em 2009) :
- Elizabeth Lyding Will, professora na Univ. Massachussets, terá então respondido...
___________________  Jack Linthicum (29/05/2007)
I hate to break into this biplay but I did the unthinkable thing for a usenet newsgroup, I asked Dr. Will directly in an e-mail, yesterday. Here is her reply:
Thank you for your message.  I remember with pleasure my lecture to the Bagshot Archaeology Center several years ago.  A friend, June Sparey Green, who was active in the Center, arranged the lecture.As far as the Guanabara Bay amphoras are concerned, I have no reason to think they are not ancient.  I have a fragment of one of the jars here, and to the eye the clay looks to be North African of the 3rd century A.D.  It would be helpful if the Brazilian government were willing to permit further exploration of the underwater site where the amphoras were found, but I understand they are unwilling to do so.The late Harold Edgerton of MIT, who invented sidescan sonar, explored and photographed the site with Mr. Marx some years ago.  It was Professor Edgerton who initially consulted me about the wreck.  I understand from the Portugese Archaeological Service that there are several hundred Roman shipwreck-sites along the Brazilian coast, all apparently ships that had lost their sails and drifted across the Atlantic.
With best wishes,Elizabeth Lyding Will
Portanto o que a Profª Elizabeth Will sabia do "Serviço" Português de Arqueologia é que haveria várias centenas de naufrágios romanos ao longo da costa brasileira porque... (e esta é uma notável explicação) ... "os barcos romanos perdiam as velas e eram arrastados pelo Atlântico".
Ou seja, a arqueologia portuguesa continuava presa ao serviço... de ocultação!
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publicado às 06:48

O ano passado publiquei aqui um postal sobre o Canal História e a inenarrável saga Alienada, que vai continuando a divulgar uma catadupa de disparates, mas... que ao mesmo tempo permite saber de algumas coisas, que doutra forma estariam normalmente fora dos circuitos de divulgação convencionais.

Foi assim que tomei conhecimento de um achado de que desconhecia a existência:
O recipiente de Fuente Magna (Lago Titicaca, Bolivia) 
(ver Fuente Magna Bowl)

Terá sido por volta de 1960 que o arqueólogo boliviano Don Max Portugal-Zamora (portanto, com um nome muito peculiar) deu atenção a uma descoberta que, ao que parece, teria sido usada como recipiente de alimentação de porcos... 
Havia inscrições nesse recipiente que eram largamente semelhantes a inscrições cuneiformes sumérias.
Fuente Magna bowl (Bibloteca Pleyades)

Como é óbvio, não se fala em inscrições sumérias na América sem levantar logo polémica, pela proibição instituída de considerar viagens pré-colombianas. Assim, podemos encontrar a versão crítica da descoberta, e dos problemas que se levantaram no site "bad archeology":
https://badarchaeology.wordpress.com/tag/fuente-magna-bowl/
... e curiosamente, o crítico não conseguindo afastar por completo a descoberta como falsa, acaba até por criticar a supressão da página da wikipédia relativa ao assunto.

Parecendo-me perfeitamente plausível considerar que os sumérios, tal como egípcios ou fenícios, poderiam fazer viagens atlânticas, o achado faz todo o sentido ser considerado como uma possível prova de presença. Pela mesma ignorância impertinente, se os polinésios não tivessem sido encontrados espalhados por todas as ilhas do Pacífico, os mesmos idiotas duvidariam das grandes viagens que esses exploradores primitivos efectuaram no Oceano Pacífico. Então se o povo polinésio com uma cultura tribal conseguia tal feito em jangadas, o que não seria de esperar de embarcações de povos que nos deixaram monumentais registos das suas capacidades criadoras, como os sumérios?
Não teria Sargão capacidade de atravessar os mares de Sargaços? Ainda que as cunhas fossem feitas com unhas bolivianas, a influência de uma mesma escrita cuneiforme pode ser evidente, mesmo que a língua fosse outra. 

Infelizmente temos puros idiotas nas nossas universidades que seriam até capazes de duvidar da nossa chegada ao Brasil, se os brasileiros não falassem hoje português.
Partilhando da mesma idiotice sem limites, mas noutro sentido, os "alienados" do Canal História concluem de forma mais caricata que as escritas seriam semelhantes, porque ambos tinham sido influenciados pelos Anunaki extraterrestres... sendo esses os Anedotos, a própria designação antevia que isto tudo serviria para anedota futura. 

Os blocos em Puma Punku
não exibem nenhuma perfeição
Só para dar um exemplo do tipo de ridículo da série, considerando que Puma Punku, ou outros monumentos, envolviam grande tecnologia, só capaz por ET's, o aspecto mais caricato ocorre quando na série se pretende que os blocos são executados na perfeição. Porém quando colocam uma régua para o mostrar, vê-se perfeitamente (11:20'') que a régua está longe de colar, havendo um razoável espaço entre a régua e a sua sombra. Aliás Puma Punku impressiona pouco se nos dermos conta que na Porta do Sol ou da Lua, o arco é tão pequeno que mais parece uma vulgar porta decorada, onde mal cabe uma pessoa... facto que é habitualmente omitido.




Monolito de Pokotia
Monolito de Pokotia
Próximo ainda desses locais, foi encontrado mais recentemente (em 2002) o chamado "Monolito de Pokotia" uma estátua de pedra com 2 metros de altura, que tem na base umas inscrições que também são consideradas próximas de escrita cuneiforme.
Estas são apenas duas descobertas menos conhecidas, e ainda que satisfaçam polémicas habituais, não deixam de ter o seu interesse... e por muito ridículos e alienantes que sejam estes programas que o Canal História se dedicou a promover, servem pelo menos para passar a informação de que estas coisas existem e são controversas. Este monolito de Pokotia tem aliás a particularidade de ter uma espécie de chapéu, ainda que não semelhante aos que encontramos depois na Ilha da Páscoa.


Ânforas do Rio de Janeiro
Há uns anos recebi a informação por email de Evany Fanzeres que me dava conta da descoberta de ânforas romanas no Brasil... na altura procurei mais informação, mas não encontrei.
Encontrei agora um relato dessa descoberta: 
There is a large submerged rock in Guanabara Bay near Rio de Janeiro in Brazil. Lying just three feet beneath the water’s surface, it is called Xareu Rock after the fish that congregate there. In the late 1970’s, a local fisherman using nets around Xareu Rock kept catching some large —3’ tall— heavy earthen jars. He mistakenly assumed they were macumba jars, which are used in voodoo ceremonies and then thrown into the sea. So, as the jars were hauled up, he smashed them with a hammer and tossed the pieces back into the water to prevent them from snagging his nets.
Eventually a scuba diver spear fishing around Xareu Rock found eight of the jars. He took them home and began selling them to tourists. He only had two left by the time Brazilian police stopped him and confiscated the jars. Archaeologists immediately identified them as Roman amphorae from the 1st Century BC.
Ex-marine, underwater explorer and treasure-hunter Robert Marx claims to have discovered a long-forgotten Roman shipwreck in the Bay of Guanabara. It appears to have hit the rock at a high speed, spilt apart and sank in 75 feet of water. While diving to examine the wreckage, Marx removed parts of the ancient amphorae. They eventually ended up in the hands of Dr. Elizabeth Lyding Will, an expert on Roman amphorae. She says they’re similar in shape to jars produced in kilns at Kouass, on the west coast of Morocco.
The Institute of Archaeology of the University of London performed thermo-luminescence testing, which is a more accurate dating process than Carbon 14 dating, and set the jar’s manufacture date around 19 B.C. Many more amphorae and some marble objects were recovered, as well as a Roman bronze fibula, a clasp device used to fasten a coat or shirt.                                                            
http://eglewis.blogspot.pt/2012/07/romans-in-americas.html
Não encontrei muito mais informação sobre a Pedra do Xaréu (existe outra em Recife, onde eventualmente inscrições recentes podem ter servido para encobrir inscrições antigas) na Baía de Guanabara... a mesma que poderia dar problemas de poluição no decurso dos Jogos Olímpicos.
Há um relato curioso num jornal L'Italo-Americano
In 1982, before leaving Brazil, to procure the necessary equipment, Robert Marx had obtained permission from the Brazilian government to explore the site.  He returned in 1983 to begin the salvage operation only to learn that the Brazilian government had had a change of heart.  As he explained it, “The Navy people I worked with told me the Navy had covered up the site to keep it from being plundered. They said this thing is causing too much controversy, it is better if you leave.”

Regardless of what the Navy said, Marx dove to the site of the wreckage and found it to be covered with a large mounds of new sand.  When he inquired about it, government officials told him, “
Brazilians don’t care about the past.  And they don’t want to replace Cabral as the discoverer.”  In other words, proof of Roman presence in Brazil would require Brazil to rewrite its recorded history which emphasizes Portuguese navigator Pedro Alvares Cabral as the person who discovered the country in the year 1500 and, as far as the Brazilian government was concerned, that’s the way it would stay.

Robert Marx was disappointed, to say the least.  He wondered what could have happened to cause the Brazilian government to put a halt to all further excavation of a site of such historic value.  Well, it seems that while he was away procuring the necessary equipment, a political controversy had developed.
It so happens that Brazil is home to a large Italian faction.  Upon hearing the news that the amphorae discovered at the bottom of the bay were believed to be of Roman origin, the Italians began to celebrate.
... que continua levando o assunto até para uma questão de prioridade de descobrimento, e sobre a possibilidade que tal descoberta daria aos italianos de requererem dupla nacionalidade brasileira, com muito maior facilidade - ou seria essa a intenção do embaixador italiano! 
A certa altura as ânforas foram dadas como sendo propriedade do milionário Américo Santarelli... que avançou uma explicação ardilosa - tinham sido réplicas encomendadas por si e colocadas no fundo do mar para "ganharem aspecto envelhecido".  
Conforme referiu um dos autores citados, o único problema dessa versão de Santarelli foi a semelhança com as ânforas romanas produzidas em Marrocos, na antiga província da Mauritania, e especialmente a datação feita pela Universidade de Londres, que as datava de 19 a.C.

Porém, conforme vemos, desde que haja unhas para manter as cunhas, a história continua a ser uma estória com autoria registada, e não parece passível de ser mudada, por mais evidências que saiam debaixo de terra ou do fundo dos mares. A verdade pode vir ao de cima, mas enquanto nos mantivermos chafurdando num mar de mentiras, os factos são um inconveniente à alienação pretendida.

Nota (04/01/2017) _________________________________
Imagem com os professores Claro Calazans Rodrigues e Ondemar Dias, apresentando as ânforas descobertas na Baía de Guanabara em 1975, num número da Revista Manchete (1978).

Artigos em jornais: 
Revista Manchete - O Mistério das ânforas gregas - 4/3/1978
Jornal do Brasil - Ânforas provam presença de fenícios no Brasil - 1° Caderno, 25/09/1982
Primeiro de Janeiro - Romanos no Brasil antes dos Portugueses - 7 /10/1982
Diário de Notícias - Romanos chegam ao Brasil antes de Pedro Álvares Cabral - 22/10/1982
Revista Mergulhar - O Mistério das Ânforas - dezembro/1982
Correio da Manhã - Romanos no Brasil 17 séculos antes de Cabral - 21/12/1982

Ainda podemos encontrar em abovetopsecret.com imagens de Robert F. Marx com uma das ânforas, bem como as duas ânforas que vemos na foto de cima:
 

Mas talvez mais significativo foi uma discussão que corria em 2007 no forum sci.archeology, onde alguém decide perguntar directamente à especialista mundial (falecida em 2009) :
- Elizabeth Lyding Will, professora na Univ. Massachussets, terá então respondido...
___________________  Jack Linthicum (29/05/2007)
I hate to break into this biplay but I did the unthinkable thing for a usenet newsgroup, I asked Dr. Will directly in an e-mail, yesterday. Here is her reply:
Thank you for your message.  I remember with pleasure my lecture to the Bagshot Archaeology Center several years ago.  A friend, June Sparey Green, who was active in the Center, arranged the lecture.As far as the Guanabara Bay amphoras are concerned, I have no reason to think they are not ancient.  I have a fragment of one of the jars here, and to the eye the clay looks to be North African of the 3rd century A.D.  It would be helpful if the Brazilian government were willing to permit further exploration of the underwater site where the amphoras were found, but I understand they are unwilling to do so.The late Harold Edgerton of MIT, who invented sidescan sonar, explored and photographed the site with Mr. Marx some years ago.  It was Professor Edgerton who initially consulted me about the wreck.  I understand from the Portugese Archaeological Service that there are several hundred Roman shipwreck-sites along the Brazilian coast, all apparently ships that had lost their sails and drifted across the Atlantic.
With best wishes,Elizabeth Lyding Will
Portanto o que a Profª Elizabeth Will sabia do "Serviço" Português de Arqueologia é que haveria várias centenas de naufrágios romanos ao longo da costa brasileira porque... (e esta é uma notável explicação) ... "os barcos romanos perdiam as velas e eram arrastados pelo Atlântico".
Ou seja, a arqueologia portuguesa continuava presa ao serviço... de ocultação!
_____________________________________


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publicado às 06:48

No ano passado escrevi algumas coisas na Wikipedia (portuguesa) sobre o período das "Invasões bárbaras", e aproveitarei para trazer a história da imperatriz mãe Gala Placídia, do Conde Bonifácio, e do general Flávio Aécio... uma história que, mesmo que fosse inventada, mereceria ser contada.
Para já, colocamos as coisas no ambiente que antecede o colapso.

Será fácil entender que o colapso favoreceu apenas uma causa - a destruição das religiões pagãs, e da sociedade romana baseada nelas, visando a implantação do cristianismo como religião única. 
O cristianismo começou a destruição da Roma pagã ainda antes da chegada dos bárbaros, e isto foi convenientemente negligenciado, procurando responsabilizar apenas os bárbaros pela destruição.

O Cáspio e os Hunos
Normalmente a história bem conhecida, começa com a pressão dos Hunos, que saem da Ásia, possivelmente da Mongólia, e vão conquistando territórios em direcção à Europa, gerando uma fuga acumulada de refugiados, e uma pressão invasora sobre o Império Romano.
Na fuga, o que os une?... os Hunos.
O que teria mudado, para haver essa pressão asiática sobre a Europa?
Já avancei a hipótese do Mar Cáspio ter sido mesmo um mar e não apenas um lago, conforme apontam alguns historiadores da Antiguidade (hipótese que não se pode colocar na Wikipedia, como é óbvio). A mudança geográfica teria ocorrido com uma pequena transição climática, possivelmente no Séc. IV (ou seja, teria sido nessa altura que os romanos deixaram de mostrar as pernas!)
O recuo das águas do Mar Cáspio, foi dando origem a regiões pantanosas, que entretanto solidificaram com uma vegetação, que foi depois coberta pela taiga siberiana. Isso terá definitivamente fechado o Cáspio como lago, e terá permitido o avanço da cavalaria de mongóis em direcção às paragens europeias. Se foram convidados, ou se se fizeram convidados, pois isso é outra questão mais complicada, mas...
- os Hunos permitiriam a implantação do cristianismo como religião una.
Possível fecho do Mar Cáspio e avanço dos Hunos para a Europa (Séc. IV).
Há um primeiro registo de Guerra Gótica em 376, contra o Império Romano Oriental, que dura 6 anos, e é já justificada pela pressão da chegada dos Hunos. Apesar de diversas derrotas militares, os romanos obtêm uma vitória conseguindo resolver a ameaça, incorporando os Godos derrotados no seu exército e atribuindo-lhes terras nas fronteiras do Império.

Foederati
O problema dos Romanos era complicado. Com o cristianismo, a cultura de violência era menosprezada, o exército romano já não teria a dimensão e motivação doutrora. Numa cultura urbana, mais dada aos luxos das cidades, faltaria um número significativo de combatentes, nascidos numa cultura de guerra. Incorporar no seu exército elementos estrangeiros tinha sido sempre uma solução (tal como hoje em dia, no exército americano abundam emigrantes latino-americanos)... esses mercenários de tribos aliadas eram chamados "federados" (foederati). É assim que na transição para o ano 400 uma boa parte dos militares romanos teria origem germânica, e isso vai estar na origem de um problema seguinte - a ordem da chacina das suas famílias.
Para além da ameaça externa, a divisão entre Império Ocidental e Oriental, foi uma constante fonte de guerras civis, com as pretensões de um imperador de uma parte reclamar a outra. O último a agrupar ambos os lados foi Teodósio I, durante 3 anos, mas quando morreu em 395, dividiu de novo o império entre os filhos.

393 - Fim dos Jogos Olímpicos
Nesta altura, além de disputas pessoais, estava em curso a completa implantação do cristianismo como única religião. Com Teodósio I, terminou qualquer tolerância ao paganismo, o que implicou a destruição generalizada de templos na Grécia, especialmente com os éditos do ano 393. 
Os Jogos Olímpicos, com mais de mil anos de existência, eram dedicados a Zeus, e por serem considerados parte de um ritual pagão, foram igualmente suprimidos (já nem se tinham realizado em 392). 
Assim, outra fonte de guerra interna era a divisão religiosa, não apenas entre cristãos e pagãos, mas até entre as tendências cristãs (quando o arianismo tinha ainda um grande peso).
Porém o principal trabalho era o de desmantelar a velha cultura romana pagã, considerada impura e depravada. Com o objectivo de instaurar uma pureza cristã, que levaria às trevas da Idade Média, não faltaram vários "santos" cristãos, apelando e financiando a destruição dos antigos monumentos e templos (por exemplo, São João Crisóstomo, arcebispo de Constantinopla).

Santo Agostinho, na sua obra "A cidade de Deus", tenta responder aos que culpavam os cristãos sobre a destruição que chegaria a Roma e a todo o império, com os bárbaros.
No entanto, parece óbvio que o cristianismo ao pretender arrasar toda a estrutura pagã, em que assentava a sociedade romana, teria uma enorme vantagem em convocar os bárbaros à sua ajuda.
A ideia seria perigosamente simples.
Os éditos de Teodósio responsabilizavam o cristianismo pela destruição da Roma antiga, pagã. 
No entanto, ao favorecer uma invasão externa, seria esse inimigo, que seria responsabilizado pela destruição de Roma. Não seriam os cristãos, seriam os bárbaros. Este argumento foi ensaiado, e repetido à exaustão até hoje.
Santo Agostinho é claro no seu argumento... os romanos que abraçavam a religião cristã eram até poupados pelos bárbaros, porque afinal de contas, o trabalho de cristianizar os godos já estava em curso. Portanto, o problema de Roma não eram os cristãos - que os godos poupavam, por "piedade divina"... mas sim os pagãos, que não escapavam ao fio da espada, pela sua impiedade.
Santo Agostinho morrerá depois no decurso do cerco que os vândalos irão fazer a Hippo.

Os filhos de Teodósio
Teodósio divide na herança o império: Arcádio no Oriente, e Honório no Ocidente, ambos jovens, e com o poder delegado em tutores - Rufino no Oriente, e Estilicão no Ocidente. Rufino será morto no mesmo ano em que Arcádio toma posse, e o seu rival Estilicão será condenado à morte uns anos mais tarde. Por detrás do poder, está um poder de bastidores muito mais complicado e efectivo.

Estilicão era parcialmente de origem vândala, mas como para a maioria dos bárbaros em contacto com o império, Roma não era vista como um objectivo a abater, mas sim como um objectivo a alcançar. Estilicão tendo chegado ao topo da hierarquia militar romana, considerava-se defensor de Roma, e para Edward Gibbon terá sido o "último dos generais romanos".
No dia 31 de Dezembro de 406, passam a fronteira do Reno simultaneamente os Suevos, Alanos e Vândalos, e o pretexto para a entrada no império é a fuga aos Hunos, causando grande instabilidade na Gália.
Antes disso, a paz com os Visigodos terminara, também pela pressão dos Hunos, que levara o rei godo Radagaiso a sair da Hungria em direcção a Itália. Estilicão consegue parar a ameaça em Florença, e Radagaiso será morto (não cumprindo a sua promessa de sacrificar os senadores romanos aos seus deuses pagãos).
Apesar das diversas vitórias militares de Estilicão, a sua derrota será política. Não conseguindo ao mesmo tempo parar a entrada dos bárbaros pelo Reno, e demorando também a intervir decisivamente contra o rei godo Alarico, será acusado de conluio com este. O jovem imperador Honório, que ele protegera no trono, irá condená-lo à morte no ano 408.
Pior, é ao mesmo tempo lançada a suspeita de que todos os foederati de origem germânica eram efectivamente inimigos de Roma, e Honório emite ordem de morte a todos, inclusive famílias.
Perante tal ordem irracional, e com o começo das matanças familiares, os militares germânicos desertam em massa para o lado do rei godo Alarico, que tinha sido nomeado chefe do exército de Arcádio, irmão de Honório, imperador do Oriente.

410 - Saque de Roma
Ao contrário de Radagaiso, Alarico era cristão, ainda que ariano.
Assim, com Estilicão morto e o exército romano desfalcado, não é difícil a Alarico chegar a Roma e impor cercos.
No ano 410 as tropas de Alarico acabam por entrar na cidade de Roma, algo que não acontecera desde o tempo da incursão do gaulês Breno em 387 a.C. Não será Alarico a provocar nenhuma destruição significativa a Roma, essa acontecerá mais com a incursão dos Vândalos, alguns anos mais tarde.
Sendo Alarico cristão haveria a tal piedade com os que se refugiavam em igrejas cristãs, conforme salientava Santo Agostinho, antes deste ter sofrido o ataque e cerco vândalo à sua cidade de Hippo.
Assim, a incursão dos visigodos de Alarico em Roma, quando Honório estava refugiado em Ravena (a nova capital), foi essencialmente um saque.
Nestes cercos, alguns romanos, para não padecerem pelos sofrimentos dos cercos, acabavam mesmo por abrir os portões da cidade, calculando que o cerco causaria mais vítimas, por doença e fome, do que as espadas dos invasores.

Alarico acaba por morrer no ano seguinte, em 411, e é sucedido por Ataúlfo, que tinha casado com Gala Placídia, filha de Teodósio e meia-irmã de Honório. Ela irá desempenhar um papel fulcral nos últimos tempos da Roma imperial, sendo mãe do futuro imperador Valentiniano III.
Nesta altura, a ameaça não são apenas os povos que fogem dos Hunos, são os próprios Hunos.
Mas, conforme é relatado, o Papa Leão I toma então a iniciativa singular de ir ao encontro de Átila, evitando a incursão em Roma.
Por essa altura, poderá ter sido considerado que religião implantada já era Una, e a legião do Huno era dispensada!

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publicado às 07:53

No ano passado escrevi algumas coisas na Wikipedia (portuguesa) sobre o período das "Invasões bárbaras", e aproveitarei para trazer a história da imperatriz mãe Gala Placídia, do Conde Bonifácio, e do general Flávio Aécio... uma história que, mesmo que fosse inventada, mereceria ser contada.
Para já, colocamos as coisas no ambiente que antecede o colapso.

Será fácil entender que o colapso favoreceu apenas uma causa - a destruição das religiões pagãs, e da sociedade romana baseada nelas, visando a implantação do cristianismo como religião única. 
O cristianismo começou a destruição da Roma pagã ainda antes da chegada dos bárbaros, e isto foi convenientemente negligenciado, procurando responsabilizar apenas os bárbaros pela destruição.

O Cáspio e os Hunos
Normalmente a história bem conhecida, começa com a pressão dos Hunos, que saem da Ásia, possivelmente da Mongólia, e vão conquistando territórios em direcção à Europa, gerando uma fuga acumulada de refugiados, e uma pressão invasora sobre o Império Romano.
Na fuga, o que os une?... os Hunos.
O que teria mudado, para haver essa pressão asiática sobre a Europa?
Já avancei a hipótese do Mar Cáspio ter sido mesmo um mar e não apenas um lago, conforme apontam alguns historiadores da Antiguidade (hipótese que não se pode colocar na Wikipedia, como é óbvio). A mudança geográfica teria ocorrido com uma pequena transição climática, possivelmente no Séc. IV (ou seja, teria sido nessa altura que os romanos deixaram de mostrar as pernas!)
O recuo das águas do Mar Cáspio, foi dando origem a regiões pantanosas, que entretanto solidificaram com uma vegetação, que foi depois coberta pela taiga siberiana. Isso terá definitivamente fechado o Cáspio como lago, e terá permitido o avanço da cavalaria de mongóis em direcção às paragens europeias. Se foram convidados, ou se se fizeram convidados, pois isso é outra questão mais complicada, mas...
- os Hunos permitiriam a implantação do cristianismo como religião una.
Possível fecho do Mar Cáspio e avanço dos Hunos para a Europa (Séc. IV).
Há um primeiro registo de Guerra Gótica em 376, contra o Império Romano Oriental, que dura 6 anos, e é já justificada pela pressão da chegada dos Hunos. Apesar de diversas derrotas militares, os romanos obtêm uma vitória conseguindo resolver a ameaça, incorporando os Godos derrotados no seu exército e atribuindo-lhes terras nas fronteiras do Império.

Foederati
O problema dos Romanos era complicado. Com o cristianismo, a cultura de violência era menosprezada, o exército romano já não teria a dimensão e motivação doutrora. Numa cultura urbana, mais dada aos luxos das cidades, faltaria um número significativo de combatentes, nascidos numa cultura de guerra. Incorporar no seu exército elementos estrangeiros tinha sido sempre uma solução (tal como hoje em dia, no exército americano abundam emigrantes latino-americanos)... esses mercenários de tribos aliadas eram chamados "federados" (foederati). É assim que na transição para o ano 400 uma boa parte dos militares romanos teria origem germânica, e isso vai estar na origem de um problema seguinte - a ordem da chacina das suas famílias.
Para além da ameaça externa, a divisão entre Império Ocidental e Oriental, foi uma constante fonte de guerras civis, com as pretensões de um imperador de uma parte reclamar a outra. O último a agrupar ambos os lados foi Teodósio I, durante 3 anos, mas quando morreu em 395, dividiu de novo o império entre os filhos.

393 - Fim dos Jogos Olímpicos
Nesta altura, além de disputas pessoais, estava em curso a completa implantação do cristianismo como única religião. Com Teodósio I, terminou qualquer tolerância ao paganismo, o que implicou a destruição generalizada de templos na Grécia, especialmente com os éditos do ano 393. 
Os Jogos Olímpicos, com mais de mil anos de existência, eram dedicados a Zeus, e por serem considerados parte de um ritual pagão, foram igualmente suprimidos (já nem se tinham realizado em 392). 
Assim, outra fonte de guerra interna era a divisão religiosa, não apenas entre cristãos e pagãos, mas até entre as tendências cristãs (quando o arianismo tinha ainda um grande peso).
Porém o principal trabalho era o de desmantelar a velha cultura romana pagã, considerada impura e depravada. Com o objectivo de instaurar uma pureza cristã, que levaria às trevas da Idade Média, não faltaram vários "santos" cristãos, apelando e financiando a destruição dos antigos monumentos e templos (por exemplo, São João Crisóstomo, arcebispo de Constantinopla).

Santo Agostinho, na sua obra "A cidade de Deus", tenta responder aos que culpavam os cristãos sobre a destruição que chegaria a Roma e a todo o império, com os bárbaros.
No entanto, parece óbvio que o cristianismo ao pretender arrasar toda a estrutura pagã, em que assentava a sociedade romana, teria uma enorme vantagem em convocar os bárbaros à sua ajuda.
A ideia seria perigosamente simples.
Os éditos de Teodósio responsabilizavam o cristianismo pela destruição da Roma antiga, pagã. 
No entanto, ao favorecer uma invasão externa, seria esse inimigo, que seria responsabilizado pela destruição de Roma. Não seriam os cristãos, seriam os bárbaros. Este argumento foi ensaiado, e repetido à exaustão até hoje.
Santo Agostinho é claro no seu argumento... os romanos que abraçavam a religião cristã eram até poupados pelos bárbaros, porque afinal de contas, o trabalho de cristianizar os godos já estava em curso. Portanto, o problema de Roma não eram os cristãos - que os godos poupavam, por "piedade divina"... mas sim os pagãos, que não escapavam ao fio da espada, pela sua impiedade.
Santo Agostinho morrerá depois no decurso do cerco que os vândalos irão fazer a Hippo.

Os filhos de Teodósio
Teodósio divide na herança o império: Arcádio no Oriente, e Honório no Ocidente, ambos jovens, e com o poder delegado em tutores - Rufino no Oriente, e Estilicão no Ocidente. Rufino será morto no mesmo ano em que Arcádio toma posse, e o seu rival Estilicão será condenado à morte uns anos mais tarde. Por detrás do poder, está um poder de bastidores muito mais complicado e efectivo.

Estilicão era parcialmente de origem vândala, mas como para a maioria dos bárbaros em contacto com o império, Roma não era vista como um objectivo a abater, mas sim como um objectivo a alcançar. Estilicão tendo chegado ao topo da hierarquia militar romana, considerava-se defensor de Roma, e para Edward Gibbon terá sido o "último dos generais romanos".
No dia 31 de Dezembro de 406, passam a fronteira do Reno simultaneamente os Suevos, Alanos e Vândalos, e o pretexto para a entrada no império é a fuga aos Hunos, causando grande instabilidade na Gália.
Antes disso, a paz com os Visigodos terminara, também pela pressão dos Hunos, que levara o rei godo Radagaiso a sair da Hungria em direcção a Itália. Estilicão consegue parar a ameaça em Florença, e Radagaiso será morto (não cumprindo a sua promessa de sacrificar os senadores romanos aos seus deuses pagãos).
Apesar das diversas vitórias militares de Estilicão, a sua derrota será política. Não conseguindo ao mesmo tempo parar a entrada dos bárbaros pelo Reno, e demorando também a intervir decisivamente contra o rei godo Alarico, será acusado de conluio com este. O jovem imperador Honório, que ele protegera no trono, irá condená-lo à morte no ano 408.
Pior, é ao mesmo tempo lançada a suspeita de que todos os foederati de origem germânica eram efectivamente inimigos de Roma, e Honório emite ordem de morte a todos, inclusive famílias.
Perante tal ordem irracional, e com o começo das matanças familiares, os militares germânicos desertam em massa para o lado do rei godo Alarico, que tinha sido nomeado chefe do exército de Arcádio, irmão de Honório, imperador do Oriente.

410 - Saque de Roma
Ao contrário de Radagaiso, Alarico era cristão, ainda que ariano.
Assim, com Estilicão morto e o exército romano desfalcado, não é difícil a Alarico chegar a Roma e impor cercos.
No ano 410 as tropas de Alarico acabam por entrar na cidade de Roma, algo que não acontecera desde o tempo da incursão do gaulês Breno em 387 a.C. Não será Alarico a provocar nenhuma destruição significativa a Roma, essa acontecerá mais com a incursão dos Vândalos, alguns anos mais tarde.
Sendo Alarico cristão haveria a tal piedade com os que se refugiavam em igrejas cristãs, conforme salientava Santo Agostinho, antes deste ter sofrido o ataque e cerco vândalo à sua cidade de Hippo.
Assim, a incursão dos visigodos de Alarico em Roma, quando Honório estava refugiado em Ravena (a nova capital), foi essencialmente um saque.
Nestes cercos, alguns romanos, para não padecerem pelos sofrimentos dos cercos, acabavam mesmo por abrir os portões da cidade, calculando que o cerco causaria mais vítimas, por doença e fome, do que as espadas dos invasores.

Alarico acaba por morrer no ano seguinte, em 411, e é sucedido por Ataúlfo, que tinha casado com Gala Placídia, filha de Teodósio e meia-irmã de Honório. Ela irá desempenhar um papel fulcral nos últimos tempos da Roma imperial, sendo mãe do futuro imperador Valentiniano III.
Nesta altura, a ameaça não são apenas os povos que fogem dos Hunos, são os próprios Hunos.
Mas, conforme é relatado, o Papa Leão I toma então a iniciativa singular de ir ao encontro de Átila, evitando a incursão em Roma.
Por essa altura, poderá ter sido considerado que religião implantada já era Una, e a legião do Huno era dispensada!

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publicado às 07:53

Passados dois séculos das incursões bárbaras que devastaram o Império Romano, o que sucedera?

O que acontecera à língua que falavam os invasores godos?
- Desaparecera. A documentação oficial de toda a Idade Média seria escrita... em Latim.
O que acontecera à religião dos invasores godos?
- Desaparecera. A religião oficial mantinha-se o Cristianismo, com sede... em Roma.
O que acontecera à estrutura independente dos reinos godos?
- Desaparecera. Estava sujeita à chancela eclesiástica do poder papal com base... em Roma.
Portanto, o que sucedera a Roma?
- Roma.

Como já aqui referimos algumas vezes, a língua mais comum no Império Romano não seria o Latim, haveria uma vertente popular, a Língua Romana, depois chamada Língua Romance ou Provençal. Essa sim seria a língua dominante, estando espalhada nos territórios franceses, italianos (cisalpinos) e hispânicos. A origem desta língua romana é provavelmente celta, da Gália, do Languedoc. O latim seria apenas uma tentativa erudita de formalizar uma língua comum, tal como foi o esperanto, e muito provavelmente era só aprendida pela elite romana, e funcionários do Império... devendo-se a isso o seu completo desaparecimento, enquanto língua popular (que nunca o terá sido). A maior prova disso é que praticamente a complexidade da sua estrutura formal não foi herdada por nenhuma das línguas "latinas".
Como facto adicional podemos ver o que ocorreu no Império Bizantino, que sucedeu no Oriente ao Império Romano. A língua dos Romanos a Oriente, em Constantinopla, era o Grego, na variante Koine.

Portanto, em termos de linguagem temos a ocorrência de algo aparentemente contraditório...
No Império Ocidental, conquistado pelos Godos, a língua formal era ainda o Latim.
No Império Oriental, que manteve a herança romana, a língua formal passou a ser o Grego.
Acresce ainda o delicioso detalhe da Roménia estar na parte Oriental, numa região que só num curtíssimo período fez parte do Império Romano, e apesar de estar nessa parte Oriental, foi manter a sua vertente latina como popular.

Ocorreram mudanças a partir do Édito de Milão, em que o Cristianismo é consagrado como religião oficial do Império. Constantino ao definir a capital em Bizâncio-Constantinopla, não a muda apenas de Milão (Mediolanum, para onde já tinha sido transferida em 286 d.C. por Diocleciano). Essa mudança anterior não tinha sido tão radical para os Romanos, como foi a de Constantinopla, pela qual o centro de decisão começou efectivamente a fugir de Roma. Tal como não foi significativa a mudança final para Ravena em 402 d.C., quando já se anteviam os cercos dos bárbaros a Roma.

A importância de Roma era mantida como centro da nova religião do Império, o Cristianismo, sendo sede do poder papal e da cúria romana. Mesmo assim, as disputas entre o Império Ocidental e Oriental foram sendo sucessivas, mesmo no aspecto religioso, tendo levado à separação entre o cristianismo romano e ortodoxo.
Ora, pelo lado Ocidental, Roma reinventou-se. Caiu, para se poder erguer de novo, com uma estrutura de poder completamente diferente.
Assim, é considerado que o papa Gregório (590-604) ao manter sob sua alçada os reinos francos, ostrogodos e visigodos (que tinham antes optado pela vertente cristã-ariana), detinha muito mais poder do que qualquer dos últimos imperadores romanos.

A missão de Roma era reconquistar os territórios, agora não pelas armas, mas sim pela fé, espalhando o Cristianismo a ocidente, até às ilhas Britânicas. Roma recuperava assim o seu papel de centro do antigo Império do Ocidente... impondo até o Latim como língua litúrgica. A única influência que terá ficado dos Godos, pelo menos no nome, foi estética... com as "letras góticas" do alfabeto romano.

Na Europa, esta nova Roma foi além da anterior... a partir de Carlos Magno.
Ao consagrar Carlos Magno como Sacro-Imperador Germânico, em 800 d.C., o Cristianismo expandia fronteiras para a Alemanha, para além do Reno, onde antes ficara sempre a fronteira do Império Romano.
Até ao Séc. XI ainda irá mais longe.
Parecendo que os reinos cristãos estavam ameaçados a sul pelos árabes muçulmanos, e a norte pelas incursões vikings, que dizimavam as costas europeias, o estabelecimento da Normandia em 911 d.C., aparece como mais uma concessão aos invasores bárbaros do norte.
Só que passado pouco mais que um século e temos os mesmos Normandos a liderar as Cruzadas, contra os novos inimigos a oriente, os Turcos Seljúcidas. A partir desta altura, temos o Império Romano Oriental a sucumbir lentamente, enquanto Roma tem capacidade de enviar exércitos para ajudar a rival Constantinopla, e mesmo libertar Jerusalém.
Pouco tempo depois, toda a Escandinávia era cristianizada, os Vikings deixavam de ser inimigos dos cristãos, e passavam a inserir-se como reinos dependentes da chancela papal.

Portanto, sendo difícil entender isto como um plano a longo prazo, tão moroso de efectivar, acidentalmente ou não, a nova Roma, agora como centro de fé cristã, conseguiria expandir o seu poder na Europa, muito mais do que alguma vez tinha sido tentado pela antiga Roma imperial.

Ainda antes do Cisma que separaria definitivamente as Igrejas Romana e Ortodoxa, São Cirilo fazia a mesma expansão cristã pelo lado da Europa Oriental, bem caracterizado pela influência no alfabeto círilico, que permanece até hoje na Rússia. Portanto, pelo lado ocidental com as reformas de Carlos Magno, e pelo lado oriental com evangelização cultural de São Cirilo, toda a Europa ficava sob influência de novas expansões dos antigos impérios romanos.

Perder-se-ia neste processo toda a zona de influência islâmica, na parte sul e oriental do Mediterrâneo, anteriormente unida como uma só pela Roma imperial. Mas afinal não era o Islão uma religião cuja referência base era também o Antigo Testamento judaico?
- Não serviu também a expansão islâmica como forma de silenciar por completo as velhas religiões pagãs, em particular destruindo a memória da antiquíssima religião egípcia?

Apesar do violento confronto religioso definido pelas Cruzadas, não estava nessa altura todo o antigo mundo romano livre de religiões politeístas, centrado em religiões monoteístas, todas tendo como base o Antigo Testamento judaico? Para além disso tinha chegado muito mais longe. À Germânia, Escandinávia, ou Rússia, pelo lado cristão, e até à Pérsia pelo lado islâmico. Os pontos de contacto destas novas religiões, eram muito maiores do que alguma vez tinham sido antes, com as pagãs, mas estranhamente, dado o seu carácter belicoso e fundamentalista, iriam facilmente entrar em conflito e divisões por discordâncias em detalhes irrelevantes (basta ver que a diferença entre xiitas e sunitas se resume a considerar o genro de Maomé como seu único sucessor válido).

Tudo isto poderia parecer acidental, e sem nenhum fio condutor que ligasse os diversos assuntos.
Por coincidência, ou por mérito natural, os locais onde se tinham imposto as velhas religiões pagãs, gregas, romanas, egípcias, ou até celtas, estariam todos rendidos a uma filosofia religiosa monoteísta cujo registo mais antigo conhecido era o de Akenaton. Desse novo mundo saído do antigo império romano, partiriam nos descobrimentos os novos evangelizadores, missionários, levando a Bíblia, e a ideia de Deus único a todo o globo.

No entanto, o retrato seguinte, mostra outro preço desta transformação.
Este retrato é normalmente entendido (ainda que haja muitas dúvidas) como sendo o retrato da família imperial romana no início do Séc. V, ou seja a imperatriz mãe Gala Placídia e os seus filhos (o futuro imperador Valentiniano III, e Honória).

O preço da nova filosofia religiosa que iria atacar o antigo mundo romano seria dramático:
- Foram precisos mais de mil anos para se poderem voltar a retratar feições com este detalhe...
... e esta foi só uma pequena consequência da queda de Roma!

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publicado às 07:55

Passados dois séculos das incursões bárbaras que devastaram o Império Romano, o que sucedera?

O que acontecera à língua que falavam os invasores godos?
- Desaparecera. A documentação oficial de toda a Idade Média seria escrita... em Latim.
O que acontecera à religião dos invasores godos?
- Desaparecera. A religião oficial mantinha-se o Cristianismo, com sede... em Roma.
O que acontecera à estrutura independente dos reinos godos?
- Desaparecera. Estava sujeita à chancela eclesiástica do poder papal com base... em Roma.
Portanto, o que sucedera a Roma?
- Roma.

Como já aqui referimos algumas vezes, a língua mais comum no Império Romano não seria o Latim, haveria uma vertente popular, a Língua Romana, depois chamada Língua Romance ou Provençal. Essa sim seria a língua dominante, estando espalhada nos territórios franceses, italianos (cisalpinos) e hispânicos. A origem desta língua romana é provavelmente celta, da Gália, do Languedoc. O latim seria apenas uma tentativa erudita de formalizar uma língua comum, tal como foi o esperanto, e muito provavelmente era só aprendida pela elite romana, e funcionários do Império... devendo-se a isso o seu completo desaparecimento, enquanto língua popular (que nunca o terá sido). A maior prova disso é que praticamente a complexidade da sua estrutura formal não foi herdada por nenhuma das línguas "latinas".
Como facto adicional podemos ver o que ocorreu no Império Bizantino, que sucedeu no Oriente ao Império Romano. A língua dos Romanos a Oriente, em Constantinopla, era o Grego, na variante Koine.

Portanto, em termos de linguagem temos a ocorrência de algo aparentemente contraditório...
No Império Ocidental, conquistado pelos Godos, a língua formal era ainda o Latim.
No Império Oriental, que manteve a herança romana, a língua formal passou a ser o Grego.
Acresce ainda o delicioso detalhe da Roménia estar na parte Oriental, numa região que só num curtíssimo período fez parte do Império Romano, e apesar de estar nessa parte Oriental, foi manter a sua vertente latina como popular.

Ocorreram mudanças a partir do Édito de Milão, em que o Cristianismo é consagrado como religião oficial do Império. Constantino ao definir a capital em Bizâncio-Constantinopla, não a muda apenas de Milão (Mediolanum, para onde já tinha sido transferida em 286 d.C. por Diocleciano). Essa mudança anterior não tinha sido tão radical para os Romanos, como foi a de Constantinopla, pela qual o centro de decisão começou efectivamente a fugir de Roma. Tal como não foi significativa a mudança final para Ravena em 402 d.C., quando já se anteviam os cercos dos bárbaros a Roma.

A importância de Roma era mantida como centro da nova religião do Império, o Cristianismo, sendo sede do poder papal e da cúria romana. Mesmo assim, as disputas entre o Império Ocidental e Oriental foram sendo sucessivas, mesmo no aspecto religioso, tendo levado à separação entre o cristianismo romano e ortodoxo.
Ora, pelo lado Ocidental, Roma reinventou-se. Caiu, para se poder erguer de novo, com uma estrutura de poder completamente diferente.
Assim, é considerado que o papa Gregório (590-604) ao manter sob sua alçada os reinos francos, ostrogodos e visigodos (que tinham antes optado pela vertente cristã-ariana), detinha muito mais poder do que qualquer dos últimos imperadores romanos.

A missão de Roma era reconquistar os territórios, agora não pelas armas, mas sim pela fé, espalhando o Cristianismo a ocidente, até às ilhas Britânicas. Roma recuperava assim o seu papel de centro do antigo Império do Ocidente... impondo até o Latim como língua litúrgica. A única influência que terá ficado dos Godos, pelo menos no nome, foi estética... com as "letras góticas" do alfabeto romano.

Na Europa, esta nova Roma foi além da anterior... a partir de Carlos Magno.
Ao consagrar Carlos Magno como Sacro-Imperador Germânico, em 800 d.C., o Cristianismo expandia fronteiras para a Alemanha, para além do Reno, onde antes ficara sempre a fronteira do Império Romano.
Até ao Séc. XI ainda irá mais longe.
Parecendo que os reinos cristãos estavam ameaçados a sul pelos árabes muçulmanos, e a norte pelas incursões vikings, que dizimavam as costas europeias, o estabelecimento da Normandia em 911 d.C., aparece como mais uma concessão aos invasores bárbaros do norte.
Só que passado pouco mais que um século e temos os mesmos Normandos a liderar as Cruzadas, contra os novos inimigos a oriente, os Turcos Seljúcidas. A partir desta altura, temos o Império Romano Oriental a sucumbir lentamente, enquanto Roma tem capacidade de enviar exércitos para ajudar a rival Constantinopla, e mesmo libertar Jerusalém.
Pouco tempo depois, toda a Escandinávia era cristianizada, os Vikings deixavam de ser inimigos dos cristãos, e passavam a inserir-se como reinos dependentes da chancela papal.

Portanto, sendo difícil entender isto como um plano a longo prazo, tão moroso de efectivar, acidentalmente ou não, a nova Roma, agora como centro de fé cristã, conseguiria expandir o seu poder na Europa, muito mais do que alguma vez tinha sido tentado pela antiga Roma imperial.

Ainda antes do Cisma que separaria definitivamente as Igrejas Romana e Ortodoxa, São Cirilo fazia a mesma expansão cristã pelo lado da Europa Oriental, bem caracterizado pela influência no alfabeto círilico, que permanece até hoje na Rússia. Portanto, pelo lado ocidental com as reformas de Carlos Magno, e pelo lado oriental com evangelização cultural de São Cirilo, toda a Europa ficava sob influência de novas expansões dos antigos impérios romanos.

Perder-se-ia neste processo toda a zona de influência islâmica, na parte sul e oriental do Mediterrâneo, anteriormente unida como uma só pela Roma imperial. Mas afinal não era o Islão uma religião cuja referência base era também o Antigo Testamento judaico?
- Não serviu também a expansão islâmica como forma de silenciar por completo as velhas religiões pagãs, em particular destruindo a memória da antiquíssima religião egípcia?

Apesar do violento confronto religioso definido pelas Cruzadas, não estava nessa altura todo o antigo mundo romano livre de religiões politeístas, centrado em religiões monoteístas, todas tendo como base o Antigo Testamento judaico? Para além disso tinha chegado muito mais longe. À Germânia, Escandinávia, ou Rússia, pelo lado cristão, e até à Pérsia pelo lado islâmico. Os pontos de contacto destas novas religiões, eram muito maiores do que alguma vez tinham sido antes, com as pagãs, mas estranhamente, dado o seu carácter belicoso e fundamentalista, iriam facilmente entrar em conflito e divisões por discordâncias em detalhes irrelevantes (basta ver que a diferença entre xiitas e sunitas se resume a considerar o genro de Maomé como seu único sucessor válido).

Tudo isto poderia parecer acidental, e sem nenhum fio condutor que ligasse os diversos assuntos.
Por coincidência, ou por mérito natural, os locais onde se tinham imposto as velhas religiões pagãs, gregas, romanas, egípcias, ou até celtas, estariam todos rendidos a uma filosofia religiosa monoteísta cujo registo mais antigo conhecido era o de Akenaton. Desse novo mundo saído do antigo império romano, partiriam nos descobrimentos os novos evangelizadores, missionários, levando a Bíblia, e a ideia de Deus único a todo o globo.

No entanto, o retrato seguinte, mostra outro preço desta transformação.
Este retrato é normalmente entendido (ainda que haja muitas dúvidas) como sendo o retrato da família imperial romana no início do Séc. V, ou seja a imperatriz mãe Gala Placídia e os seus filhos (o futuro imperador Valentiniano III, e Honória).

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