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The Osma Beatus map (Plate XXXIV), although one of the latest (1203), is regarded as one which is in many of its important features most like its prototype. It gives, for instance, alone of all the copies, the pictures of the Twelve Apostles in the regions over which they ruled. It also gives a realistic picture of the inhabitants of the Southern continent or Antichthones, still unknown--those monstrous beings known as Skiapodes or Shadow-footed men, who must always lie or sit in such fashion that their great feet were as umbrellas shading them from the otherwise deadly Sun. There were other fabulous races of this austral land; one whose huge lips, instead of feet, protected them from the scorching fire of the Sun; another whose heads had sunk to a plane almost level with their shoulders; and still another whose heads had sunk quite below the shoulders and had become absorbed in the trunk of the body.
Um Domingo, quinze de Dezembro, havendo um mês, que virámos a terra do Cabo de Boa Esperança, no quarto da Alva, em querendo romper a manhã, que saiu aliás formosa e clara, vimos huma ilha três ou quatro léguas de nós por nossa proa; e saindo o Sol com seus dourados e resplandecentes raios, muito para alegrar todo o coração humano, e coisa mortal, a fomos descobrindo; seria ao parecer e juizo de todos de cinco ou seis léguas; foi por certo coisa muito para ver, e dar contentamento aos olhos, ver a Nau em popa com todas as velas, vento fresco, quanto ella podia sofrer, sobre a Ilha, coisa muito para pintar, como alguns fizeram; o dia claro, sereno, e mui quieto, toda a gente a bordo, dando todos muitas graças a Deus com muitas lágrimas; a Missa, e Pregação, que o Padre fez sobre isso, por descobrirmos terra nova, e Ilha nunca vista de outros olhos mortais, senão dos nossos, em mares tão remotos, e nunca navegados de nenhuma gente do mundo, metida tanto na grandeza do mar, e centro dele, que a mais vizinha terra firme, que tinhamos, era o Cabo do Comorim, de que estavamos Nordeste-Sudoeste mil e tantas léguas dele ao mar, tendo já diminuído boa parte do caminho, por que antes vinhamos.
Foi esta a mais formosa terra, e uma das bem postas Ilhas, que no mar se podem ver, mui alta, e bem assentada da banda do Sueste; vindo fazendo um valle abaixo e sombrio da banda do Nordeste, que parecia cheio de arvoredo, e ter nela parte bom surgidouro; no mais alto dela redonda e chã: por cima da banda do Sueste tinha um pico ou muro redondo muito formoso, e bem posto e talhado, que parecia um castelo feito à mão: está Norte e Sul com a Ilha dos Romeiros, e com a das Sete Irmãs, e Nornordeste e Susudoeste com toda a outra terra firme. Ficámos a barlavento da Ilha, e assim fomos correndo em redor; é toda limpa, sem nenhuma restinga, nem baixo; somente um ilhéu, que tem pegado com terra da banda do Sudeste; ao redor dela achámos muitos Lobos marinhos; e depois que a passámos, muitas camadas de umas ervas muito grandes, como as de Cama de Bretão, e de uma folha muito mais larga, que de uma mão travessa, e assim outras ervas, que traziam em si pegadas umas frutas redondas brancas, do tamanho de ameixas.
Estava esta Ilha em trinta e sete graus, e três quartos da banda do Sul; em esta altura foi posta, e arrumada em todas as cartas, e quarteirões, que na Nau iam. Sobre o pôr do nome houve muitos debates e diferenças, por quererem os Soldados, que se denominasse deles a Ilha dos Soldados, por um a ver primeiro que todos no quarto da Alva; e o Capitão querer que tivesse seu nome, dizendo ser assim costume às Ilhas novamente debaixo de suas Capitanias descobertas tomarem seus apelidos dos Capitães; o que o Piloto desejoso de glória e louvor não consentiu, nem teve conta com nada, senão depois de arrumada nas cartas em sua altura, lhe pôs seu nome, chamando-lhe a Ilha de António Dias; dizendo-lhe alguns, que bem entendiam, que aos baixos somente se davam, e tinham os nomes dos Pilotos; mas ele determinou brevemente esta questão de maneira, que com o mesmo vento, e governando ao rumo costumado deixámos à ré a Ilha, e a perdemos de vista antes do meio dia.
Giuseppe di Tomasi Lampedusa "Il Gattopardo" |
Que tenhamos fortalezas ao longo da costa mas apenas para proteger as feitorias porque a verdadeira segurança delas estará na amizade dos rajás indígenas por nós colocados nos seus tronos, por nossas armadas defendidos.
Nasci na Travessa do Guarda Joias e estava lá aquando do "incêndio no Palácio de Ajuda, que fez desaparecer a galeria de pintura fundada por Dom Luís I, e que continha quinhentas telas pintadas por nomes famosos da pintura portuguesa e muitos móveis do século XIX". Alguns óleos foram encontrados mais tarde à venda no estrangeiro…
Eu, em 80/81, quando comandante da guarda à CHESMATI de Campolide, antiga Farmácia Militar (cal madeira e pedra…telhado podre!), com um anexo novo do Centro de Audiovisuais-Cinemateca, nas minhas 24 h de serviço calhou-me na rifa um incêndio que destruiu o edifício onde funcionava o departamento cinema do CAV. Fiquei sempre a duvidar se o fogo não visaria o arquivo proscrito da guerra do ultramar, mutilações, chacinas aos brancos pelos turras, ou pior? Pois ninguém tinha acesso a esse arquivo da Cinemateca do Exército onde trabalhei, nada ardeu do arquivo, anexo em betão com gavetas de ferro. Sá Carneiro e Amaral tinham morrido há poucos meses. Nesse dia do atentado de Camarate recolhi ao BC5 às 21h - com ordens para sairmos para as ruas, fazer face a uma guerra civil anunciada… que não aconteceu.Passados dois anos do incêndio da CHESMATI, já desmobilizado, fui convocado à P.J. do Estado Maior, notei um desinteresse total da investigação em apurar causas. Foi arquivado. Nem sei bem o que diz o relatório, só conheço o que participei - estranho fogo propagava-se através do interior das paredes das águas furtadas com a instalação elétrica desligada. Suspeitei de um adido (retornado) alojado nas águas furtadas dessa Farmácia Militar, pois pedia indeminização por roupas de marca, queimadas, quando antes vestia miseravelmente. O que é comum a estes fogos é que não se apuram as causas, nem os responsáveis, e toda a gente beneficia do prejuízo, excepto o povinho que se está nas tintas... “deixa arder que o meu pai é bombeiro”.
Li agora que arderam 7 museus no Brasil nos últimos 10 anos:
https://www.sabado.pt/mundo/america/detalhe/sete-museus-arderam-nos-ultimos-dez-anos-no-brasil... um deles é exactamente a Cinemateca Brasileira, que já ardeu 4 vezes desde 1959, tendo-se perdido mais de 1000 rolos de filmes no último incêndio em 2016.Neste último incêndio creio que havia cópias digitais de tudo... mas mesmo assim havia quem não tivesse certeza (parece que estamos há 30 anos atrás).
Curiosamente os incêndios em museus são demasiado frequentes.
O Canadá em 1998 reportava uma média de 30 incêndios por ano (só destruição parcial):
https://www.canada.ca/en/conservation-institute/services/conservation-preservation-publications/canadian-conservation-institute-notes/museum-fires-losses.html
... e dizia-se que nos EUA e UK eram o dobro!A percentagem de fogo posto era de 2 em cada 3 incêndios, suspeitando-se que se tratavam de incêndios para encobrir roubos (vá lá que há quem perceba a ideia)!Como não vejo mesmo o interesse de convidar os amigos para verem o novo quadro receptado após um roubo de museu (aliás quem serão os amigos que não se escandalizam por o quadro não estar num museu?), só entendo estes roubos por completa parolice, ou então por vontade de ocultação.
(...) E que neste passo afirmam alguns autores modernos que El Rey de Portugal prometeu de ir às Cortes de Leão, tanto que se pudesse pôr a cavalo e melhorasse da perna quebrada. E que depois, estando já são, usara sempre o coche, por não estar obrigado a cumprir a promessa. É mera fábula contra o que deixaram escrito os autores antigos. O Arcebispo D. Rodrigo não afirma tal coisa, antes dá por razão de El Rey D. Afonso Henriques andar de coche, não poder subir a cavalo, pelo mau tratamento da perna. O mesmo diz com expressas palavras D. Lucas, Bispo de Tuy, autor também antigo e grave, e se afirma na Crónica geral d'el Rey Dom Afonso.(...)
(...) No Calvario a pouca distancia do palacio real de Belem, em um edificio construido de proposito por D. João V, acha-se uma collecção de coches antigos, talvez a mais admiravel que existe no mundo. É muito notavel o coche de galla do rei D. Afonso Henriques, (governou de 1128 até 1185), que tem sete bellos vidros Venezianos, cada um de oito a nove palmos em quadrado, assentos de estofo tecido com fio de ouro, pinturas, dourados, e ornatos de bronze dourado; particularmente os objectos de bronze dourado igualam os mais bellos trabalhos de or-moulu dos Francezes, ou talvez os excedem. Junto acha-se um desengraçado coche feito no Brazil, e coberto de ouro por toda a parte. Outro coche igualmente rico do grande rei D. Manoel, é todavia coberto de aprimorados relevos. Encontra-se tambem alli o coche de galla do rei D. Diniz, (que reinou de 1279 até 1325); a caixa tem flores e escudos de armas, pintados com a maior perfeição sobre um fundo de ouro; interiormente é forrada com brocado de ouro. (...)