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Afonso Álvares; Afonso Nunes. Álvaro Valasco; Angelo Pacense; António de Gama; Frei Antonio de Lisboa; Frei Antonio Dominico; Frei Antonio de Sena, dominicano; Frei Antonio de Sousa; Antonio Velez; Antonio Ferreira; Frei Bartolomeu Ferreira; Frei Baltasar de Santo Domingo; Cristovão da Costa; Frei Damião Dias de Santo Domingo; Frei Damião da Fonseca de Santo Domingo; Damaso I, Pontífice santo: Teologia, poesia; Diogo Pereira, sob D. Manuel: Poemas latinos; Diogo de Gouveia e Diogo de Teive, sob D. João III: Humanistas; Diogo de Paiva, sob D. Sebastião: Teologia; Frei Diogo de Stela; Diogo do Couto, sob Filipe II: História; Diogo de Sá; Diogo de Castro: Poesia; Frei Domingo de Paz, de Santo Domingo; Duarte Barbosa; Frei Estevão Leitão, de Santo Domingo; etc....
As cortes de Portugal correspondem às assembleias de França, dietas de Alemanha, e parlamentos de Inglaterra. Compõem-se dos três estados do reino, eclesiástico, nobreza, e povo, aos quaes costuma el rei convocar para as determinações públicas, e de grandes interesses. Juntam-se as pessoas dos três estados em uma sala ricamente adornada: na cabeceira d’ella se levanta um estrado de seis degraus com a elevação de sete palmos, que é para o trono d'el rei: na parte inferior arrimados à parede se põem bancos, e pelo corpo da sala, para se sentarem os chamados, que são os títulos, prelados, senhores de terras, e procuradores das cidades e vilas.
Principia este acto com a assistência d'el rei, o qual costuma vir com opa rossagante de brocado, e ceptro de ouro na mão. Vem diante dele o condestável do reino com o estoque levantado, e mais adiante o alferes mór com a bandeira real enrolada, precedendo os reis de armas, arautos, e passavantes vestidos em cotas, onde se vê bordado o escudo do reino. A estes antecedem os porteiros com maças de prata; e, se o acto é de juramento de algum príncipe, precedem a tudo os atabales, e clarins. Chegando el rei à cadeira, se acomodam todos nos seus assentos determinados.
Bancos (Preferência dos procuradores das cidades , e vilas do reino, que têm assento em acto de cortes)Nota adicional (25.11.2018):
1: Porto, Évora, Lisboa, Coimbra, Santarém, Elvas.
2: Tavira, Guarda, Viseu, Braga, Lamego, Silves.
3: Lagos, Faro, Leiria, Beja, Guimarães, Estremoz, Olivença.
4: Portalegre, Bragança, Tomar, Montemor o Novo, Covilhã, Setúbal, Miranda.
5: Ponte de Lima, Viana Foz de Lima, Vila Real, Moura, Montemor o Velho.
6: Sintra, Torres Novas, Alenquer, Óbidos, Alcácer do Sal, Almada.
7: Nisa, Torres Vedras, Castelo Branco, Aveiro.
8: Mourão, Serpa, Vila do Conde, Trancoso.
9: Avis, Arronches, Pinhel, Abrantes, Loulé.
10: Alter do Chão, Freixo de Espada à Cinta, Valença, Monção, Alegrete,
11: Castelo Rodrigo, Castelo de Vide, Penamacor, Marvão, Sertã.
12: Crato, Fronteira, Monforte, Veiros, Campo Maior.
13: Caminha, Torre de Moncorvo, Castro Marinho, Palmela, Cabeço de Vide.
14: Barcelos, Coruche, Monsanto, Garvão, Panoias, Ourém.
15: Arraiolos, Ourique, Albufeira, Borba, Portel.
16: Atouguia, Monsaraz, Vila Viçosa, Penela, Santiago de Cacém.
17: Viana junto de Évora, Vila Nova de Cerveira, Porto de Mós, Pombal.
18: Alvito, Mértola.
Tudo quanto tender, directa ou indirectamente, para extirpar dos usos nacionais os restos da barbárie de antigas eras, amaciar os animos, e espalhar ideias sensatas, suaves, e compassivas, é da estricta obrigação d'esta Sociedade lembral-o, pregoal-o, e persuadil-o quanto poder. Às auctoridades constituídas (sabe-o Vossa Magestade para ventura d'esta nação) compete propagar aquellas ideas sãs, empregar todos os meios para desenvolver no povo as tendencias humanitarias, e arrancal-o aos perigosos entretenimentos, que lhe acordam no peito o desamor, a ferocidade para com os animaes, e a final lhe endurecem o coração para com os seus próprios semelhantes.Entre os usos mais barbaros figuram em primeiro logar as repugnantes, as inqualificaveis corridas de touros, vestígio das civilisações cahoticas e sanguinarias de outros tempos, descendencia espuria dos circos romanos, escarneo ás ideas modernas, conservado para opprobrio da Peninsula em face da Europa culta, christã, e utilitaria, e em pleno seculo XIX!Não ha principio que as defenda; não ha lei que as auctorise; não ha consideração, que não as condemne bem alto.Vamos demonstral-o.INão ha principio moral que defenda as corridas de touros. Martyrisar durante horas, e sem motivo, uns desgraçados animaes, arrancados ao seu meio, á sua vida pacífica, arrastados a grande custo, e com grande risco, a enormes distancias, é (pelo menos) prova de uma ociosidade de animo e de uma crueza notaveis; muito mais, se considerarmos que as victimas são, antes de entrarem na praça, barbaramente espicaçadas a pampilho no recinto de poucos palmos que lhes serve de jaula, a fim de se acordar nellas maior furia, isto é mais pretextos a maior supplicio.Acabada a tourada, chega, em vez do descanço, o chamado curativo. O curativo das feridas feitas a sangue frio por homens adestrados n'aquelle triste mister, e talvez mais atormentador do que os dois supplicios que se acabam de infligir.E quem auctorisa o homem, o rei magnanimo da creação, a fazer das dores de algum ente vivo o joguete para horas frivolas, a suppliciar esses bons animaes, dos mais uteis sem duvida, dos nossos mais prestadios servidores, os bois, companheiros e instrumentos das lidas agrarias, servos constantes, e não salariados, do lavrador!?Quem permitte á praça de touros, ignobil e ridiculo Colliseu de taboas pintadas, recinto immoral, onde a crueldade se arvora praticamente em principio, a vir desmentir com ironias as doutrinas puras da escola primaria, onde se inoculam theoricamente nas creanças as ideas de compaixão e protecção para com os irracionaes?Vir-se-ha ainda invocar, pela millesima vez, a usança, a posse consuetudinaria, para justificar as corridas? fraco argumento na verdade, ante o qual cairiam sem duvida por terra todas as reformas, por mais uteis, por mais instadaslNão confundâmos a tradição, esse archivo sui generis das nações, com as praticas e costumagens da plebe inculta. Nada mais alto, Senhor, nada mais nobre, que as commemorações do passado; nada mais augusto, que a tradição dos povos. Nada mais odíoso que o preconceito, enferrujado grilhão da nossa escravidão moral.Adduzir-se-ha ainda o exemplo da nossa briosa visinha, a Hespanha, onde (pela força do vezo) as corridas são bem mais barbaras do que em Portugal? Mas essa sombra de rasão não poderia colher, visto que o pessimo alheio não justifica nunca o nosso mau.Julgar-se-ha defender as touradas affirmando serem ellas clara prova da dextreza dos cavalleiros e capinhas, signal do seu sangue frio e da sua hombridade, e mostra brilhante da victoria do engenho sobre a força? Mas, por Deus! quando tantas outras demonstrações podem blazonar aquelles luctadores da sua pericia e do seu valor, porque hão-de assim escolher para taes alardos o mais condemnavel dos passatempos, praticando sevicias inuteis, e (o que é mais grave) expondo a vida n'uma lucta ingloria, sem alvo nobre, sem motivo que saiba ao menos justificar os meios?
- "Não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização..."
The conquistadors Cortés and Alvarado found that some of the sacrificial victims they freed "indignantly rejected [the] offer of release and demanded to be sacrificed". [wikipedia - R. Townsend (1979) "State and Cosmos in the Art of Tenochtitlan"]
Saiba corrigir si e sua besta para bem parecer, e se mostrar bem, encobrindo o contrário de si e dela.
Tal jeito, como este de andar direito na besta, me parece que devíamos ter nos mais de nossos feitos, para sermos no mundo bons cavalgadores, e nos termos forte de não cair para as malícias com que muitos derrubam por esta guisa se ver em coisas contrárias, de feito, dito, cuidado, ou lembrança em tal guisa, que sentimos seu derrubamento em sanha, mal querença, tristeza, fraqueza do coração (...)
«Neste caso as tais inscrições diriam – leauté ferai ou j’aurai – a que respondia o resto da divisa – tant que serai, isto é: serei leal ou guardarei lealdade enquanto existir.»e esta interpretação tornou-se de tal forma aceite, que a podemos ouvir num dos programas de José Hermano Saraiva (ao minuto 14:00), sem qualquer menção às anteriores dúvidas. No entanto, olhando o escrito no mosteiro, não me parece assim tão convincente.