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Ocorreu hoje um desfile militar, a propósito do centenário do armistício da 1ª Guerra Mundial.
Uma semana de antecedência, ao que consta, por causa das comemorações oficiais que irão decorrer em França. Macron irá receber 60 chefes de estado, no dia 11 de Novembro, em França. Aliás, Macron serve um pouco como símbolo do armistício, já que o seu bisavó inglês, combatente no Somme, aí ficou, casou e constituiu família.
A excepção a essa convergência mundial para França é um pequeno cerimonial que a rainha de Inglaterra fará, no mesmo dia, com o presidente alemão, em Westminster.

O dia 11 de Novembro de 1918, fica célebre pela enorme falta de bom senso francesa. O acordo de paz, ou digamos, o acordo de rendição, foi assinado numa carruagem do marechal Foch, no bosque de Compiègne, forçando os alemães a uma humilhante negociação, que foi depois ainda agravada no Tratado de Versalhes, assinado no ano seguinte.
O Marechal Foch e a rendição alemã em Compiègne, 1918.

É claro que os franceses tentavam uma vingança da humilhação na derrota da Guerra Franco-Prussiana, em 1871, quando depois de conquistar Paris, Wihelm I  decidiu coroar-se imperador no Palácio de Versalhes. Quarenta e oito anos mais tarde, o Palácio de Versalhes seria usado para assinar o acordo do armistício da 1ª Guerra Mundial.

Também vinte e um anos mais tarde, em 22 de Junho de 1940, um soldado que havia combatido na 1ª Guerra Mundial, decidiu trazer a velha carruagem de Foch, e obrigou os franceses a assinarem uma humilhante rendição, exactamente no mesmo local - na floresta de Compiègne.
Adolf Hitler e a rendição francesa em Compiègne, 1940.

Serve este episódio para lembrar que a castanhada que os franceses quiseram dar, no São Martinho de 1918, teve como consequência alhos porros no São João de 1940. Pelo menos, isso foi aprendido, e se as negociações de paz em 1945 deixaram a Alemanha dividida durante 45 anos, o Plano Marshall foi pelo menos uma medida sensata e pacificadora.

Quanto à participação portuguesa na 1ª Guerra Mundial, foi feita à medida do país que era.
Se o hino republicano dizia "Contra os canhões, marchar, marchar..." pois foi nessa base de "carne para canhão" que funcionou toda a 1ª Guerra Mundial. As tropas saíam das trincheiras para perecerem alguns metros à frente, em vagas sucessivas de carnificina gratuita.
Na batalha de La Lys teve um herói ocasional - o soldado Aníbal Milhais, e pouco mais.
Este pequeno apontamento faz um bom resumo:
O Aliado esquecido - Portugal na primeira Grande Guerra

É claro que estas comemorações de hoje em Lisboa, são muito mais um tónico para esquecer os problemas que sofre o exército, em especial desde o roubo de armas em Tancos. Esta é daquelas vitórias que podemos comemorar, ao contrário da conquista de Ceuta. Mesmo que o politicamente correcto aconselhe Macron a não humilhar Angela Merkel com uma parada militar, parece que o mesmo decoro foi esquecido aqui. Diz-se, enfim, que Macron quererá também evitar falar de Pétain, que de herói da 1ª Guerra Mundial, passou a traidor na 2ª Guerra Mundial, por ter negociado a paz com os alemães. Ficamos à espera da comemoração dos 150 anos do fim da Guerra Franco-Prussiana, para saber se as comemorações se reduzem à única guerra com vitória francesa.

Ainda que o Corpo Expedicionário Português tenha envolvido mais de 50 mil homens, na 1ª Guerra Mundial não havia propriamente uma guerra de ideologias em curso, como aconteceu na 2ª Guerra Mundial. Apesar da maçonaria ter conseguido envolver o mundo inteiro no conflito, não passa de muito mais do que da afirmação de uma seita, que não pode ser assumida como tal, para entendimento público.

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