Este tem sido um cenário histórico colocado a par dos bravos desacatos do Colete Amarelo, ocorridos em Paris, no passado fim-de-semana e repetidos moderadamente neste.
Não é de estranhar que a moderação tivesse ocorrido uma semana depois, dado o número de efectivos policiais e militares, chamados para patrulhar a capital... que incluíam tanques estilo chaimite:
Bom, com efeito, recuamos ainda mais... e vamos começar com o culto de Mitra:
Consta que o culto de Mitra teria sido tão influente no império romano que se media em popularidade com o cristianismo, antes da adopção da religião cristã por Constantino. Na figura vemos a cena típica desse culto - Mitra executa o sacrifício taurino, na presença do deus Sol, para quem se vira; enquanto o touro está virado para a deusa Lua, representada com os cornos do crescente lunar. Um corvo está junto ao Sol, um caranguejo ataca o touro nos testículos, um cão e uma cobra bebem o sangue taurino. Mitra usa o
barrete frígio, que o liga a Àtis, a Páris de Tróia, ou aos reis magos.
Como já mencionei algumas vezes, esta figuração indicia reflectir o fim do calendário e culto lunar, e a sua substituição pelo calendário e culto solar.
Os mais típicos homens de barrete ligados ao touro são, em Portugal, os campinos ribatejanos.
Além disso, ainda que o seu barrete não seja frígio, o seu típico colete levou à instituição das "festas do colete encarnado".
Acontece que, também os artistas ligados à maçonaria passaram a pintar a
liberdade munida de um barrete frígio, como no caso típico do
quadro de Delacroix, em que lidera os movimentos revolucionários populares. Não é o caso destes proletários que, mais seduzidos pela melodia do que pela letra, de uma canção de não conhecem, arranjaram-se com os coletes de segurança, de quem é vítima de um acidente social, e passaram a ser conhecidos por isso mesmo.
Não tanto por aqueles que vão pela festa, os 150 jovens do liceu de Mantes-La-Jolie experimentaram a dureza de um estado policial afamado pela sua brutidade e falta de jeito, sendo as primeiras vítimas colaterais do processo.