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"(O Malaio) mostrou-nos quatro ou cinco estrelas e disse-nos que uma delas era oposta à nossa estrela polar e que ele navegava pelo Norte (usando a bússola) porque o ponteiro apontava sempre para Norte.Ele também nos disse que do outro lado desta ilha (Java), para Sul, existem outras raças mais, que navegam por estas quatro ou cinco estrelas opostas ás nossas. E fizeram-nos compreender que para além dessa ilha o dia não dura mais de quatro horas e faz mais frio do que em qualquer outra parte do mundo".
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Estátua de Magalhães em Punta Arenas |
MVITO ALTO E MVITO PODEROSO REY E SENHOR, dito é de Platão
que se a virtude com os olhos corporais se visse, geraria amor de si mesma.
E por isso os poetas e sábios trabalharam de a ensinar declarando-a por metáforas, fingimentos de figuras, para o entendimento e coração a melhor sentir e conceber.
Os antigos faziam estátuas com que muito acendiam os ânimos nela, segundo SALVSTIO, e outros autores. E por que nos prémios que os príncipes dão aos bons, a proporção é necessária segundo as qualidades dos méritos. Coisa conveniente foi os que assinaladas virtudes fazem serem assinaladas com imagens de insignes armas. Com as quais guardando a imortalidade de suas famas, seus sucessores tivessem obrigação de os imitar, que muita parte dos homens se move mais pela fama que por outra virtude.
(...) per outra regra que manda não trazer metal sobre metal nem cor sobre cor: se verificaram muitas que falsas andavam, podendo-se presumir não serem verdadeiras.Um dos problemas com a actual bandeira portuguesa é que o verde toca directamente o vermelho, sem a separação por uma cor metálica, sendo praticamente caso único nas bandeiras europeias (as novas bandeiras de Alemanha e Rússia e de outros novos estados, têm problemas similares - veja-se a bandeira do império alemão, cortada pelo branco, enquanto na Rússia foi tradição).
Sempre conheci a bandeira Portuguesa "medieval" com as variantes constantes no sitio da wikipedia. Mas desde, há muito, que sei que o espólio de bandeiras e bandeirolas utilizadas não se limitava a esse conjunto de bandeiras da realeza.Ainda que a caligrafia seja difícil de decifrar, poderemos ler e traduzir(?):
Por outro lado, também reconheço da dificuldade existe hoje, na compreensão da heráldica Portuguesa, pois pelo que tenho lido nem os "especialistas" na área, por vezes conseguem determinar os porquês de certas vertentes.
Dito isto, segue a curiosidade de hoje. Título:Data de edição: 1401-1500 (estimada pelo bibliotecário)A página em questão é a fólio 123r, onde encontramos o separador para a lista heráldica das armas portuguesas que se seguem.
Onde eu pergunto, o que é isto?
Deveriam estar aqui representados as armas dos Reis de Portugal, possivelmente do Rei e da Rainha, mas será? Também poderiam ser as armas navais, caso fossem barcos ou 3 figuras estilizadas de galeras.
But he says the most likely scenario is that the Portuguese, who looted Kilwa in 1505, went on to set foot on Australian shores, bringing the coins with them. “The Portuguese were in Timor in 1514, 1515 – to think they didn’t go three more days east with the monsoon wind is ludicrous,” Hermes says.
De tal modo ficou Major abalado, e ressentido, com esta revelação, sentindo-se assim, redondamente enganado, e ignominiosamente humilhado, que, num penoso ungido, amesquinharia o português e as suas cartas, que o haviam induzido no execrável erro-passando a renegar o que antes dissera nos seus livros e proclamações de enaltecimento das glórias portuguesas.
"Vejo agora -- dizia -- que as supostas palavras portuguesas [dos mapas de Dieppe] são de facto palavras vlaamsch [dialeto francês medieval]. Rejeito, portanto, tudo quanto anterior-mente escrevi, e não acredito mais na descoberta da Austrália pelos portugueses."
A caso se descobrirão alguas ilhas da India Meridional, como pollos mercadores da Macao da China, que tendo a carga de sandalo de Tymor, com temporal aportou aquelle junco em hua do sul, da forma de Tymor, e na ilha dezembarcarão para fazer aguada e lenha, por ter agoa de fontes e espesos arvoredos de cravo, e palmas sem encontrar nhua gente nem pisadas de pessoas salvo de veados e animaes. E esta ilha conforme as confrontações, deve ser aquella de Petan, de Marco Polo Veneto, ao parcel de Maletur.
Outra embarcação de Malaca com correntes desgarrada por lo boqueirão de Bale, entre a Java e Bima, passou ao sul, e descobrio as ilhas Lucatambini (Luca Tambini), povoada somente de molheres como Amazonas com arcos e frechas deffenderão a praya para nhua pessoa desembarcar em terra. E estas molheres devem ter os maridos em outra ilha apartada e os annaes e lontares da Java fazem mençao de Lucatambini.
E esta mesma embarcação mais a sul, descobrio outra ilha, cujo ambito rodeou por 8 dias de viagem sem enxergar nhua pessoa nas prayas, onde virão em algus portos sumptuosos edifficios de pedra e tijolos, de grandes cidades e fortalezas despovoadas; em que mostra haver na India Meridional aparato de urbanidade e sciencias liberaes e mecanicas.
E o piloto da nao S. Paulo que se perdeo em Samattra, com temporal que teve nos Romeros, em altura de 36 gr. austrais, correo a leste muytos dias ate encontrar mais ao sul a ilha da Sera, por muytos paos de sera que acharão na praya marcados com letras differentes de Arabia. E esta sera estava pera se embarcar em algua embarcação que se recolheo depreça pera outra ponta da ilha povoada: porque não pode ser aquela sera da praya de naufragios, porque pudera estar deretida e desfaita com calor do sol. Antes parece sera de tratto de algua terra firme do sul, de mercadores políticos.Neste caso, Erédia dá a indicação de que a ilha de São Paulo (ou talvez a ilha Amsterdam) seria conhecida como Ilha da Cera (Erédia escreve "sera" em vez de "cera"), devido a paus de cera " com letras árabes" que aí tinham sido encontrados (talvez antes mesmo da viagem da São Paulo).
E outra nao de Portugal em altura de 40 gr. austraes descobrio a terra de Papagaios com temporal, e correndo costa acharão muytos papagaios como de banda; e aquela terra parece continente e firme e a mesma de Lucach.O nome "Terra de Papagaios" neste contexto não era aplicado ao Brasil, com é claro, e Erédia esclarece que eram semelhantes aos da Ilha de Banda, ou seja, eram mais pequenos, semelhantes aos piriquitos, e espécies similares, que como se sabe são típicos do continente australiano. Ou seja, mesmo que estivesse a tentar adivinhar... tinha acertado em cheio. Só faltaria mesmo falar em cangurus, mas os relatos que Erédia teve devem ter sido apenas de viagens costeiras.
A nao de Olanda com temporal em altura de 41 gr. austraes, descobrio aquella terra firme do sul, onde achou muytos Portuguezes filhos e netos de outros, que com naufrágio derão a costa, e tem as mesmas armas e artelharia em seu poder, mas andão despidos e mal empanados, e vivem de suas lavouras e trabalho, no anno de 1606.Isto significa que os próprios holandeses reportaram ter encontrado famílias de náufragos portugueses na Austrália, que basicamente sobreviviam, mal vestidos, mas ainda com armas e artilharia portuguesa em seu poder.
"Região dos papagaios, assim chamada pelos portugueses, devido ao incrível tamanho que nela têm as ditas aves". Papagaios na Antártica? Que loucura é essa? O historiador Luís Thomas, da Universidade Nova de Lisboa, não tem dúvidas: as tais aves de "incrível tamanho" não são outra coisa senão pingüins. Se a inscrição de Lavanha ainda dá margem a alguma controvérsia, o mesmo não pode ser dito de uma outra, que aparece num mapa elaborado por Manuel Godinho de Erédia.
E pera esta empreza, no mesmo tempo foi despachado e provido Manuel Godinho de Erédia, em o habito de Christo, e o titulo de Adelantado da India Meridional, pera passar ao sul com estas promessas, para efectuar os descobrimentos meridionaes e tomar posse daquellas terras pera e coroa de Portugal no ditto anno de 1601. E não teve effecto, porque estando em Malaca, prestes para fazer a viagem da India Meridional, sobrevierão as guerras daquella fortaleza com os Malayos e Olandezes que impidirão os descobrimentos, por ser necessária gente pera defensão de Malaca, sendo governador daquella fortaleza Andre Furtado de Mendonça.
(....) E com esta informação mandei com brevidade negocear e apetrechar 2 embarcações de remo e providas do necessario com pilotos e marinheiros Endes, e outros officiaes, para efectuar esta viagem de Luca Veach. E estando as embarcações a ponto para levar ancora e dar ao vellas, então os padres da ordem dos Pregadores como vigairos daquella Christandade e administradores do sul, me requererão com muyta instancia, impedisse em todo caso aquella viagem, porque os Christãos, como ignorantes daquella navegação, sem conhecimento de alturas, sem duvida tinham por certo sua perdição e mortes naquella Oceano. E por respecto deste requerimento solemne de religiosos, desfis o designo, e não teve efecto aquella rica viagem de Luca Veach, ou ilha de ouro. E por o descobridor Manuel Godinho de Eredia pedir esta enformação pera bem de sua viagem e empreza, e pollo que cumpre ao serviço del Rey, juro por los sanctos evangelhos passar tudo na verdade, e ser meu o sinal abaixo. Em Malaca aos 4 de Octub. do anno 1601. Pedro de Carvalhães.