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Na sequência de resposta anterior, coloco aqui Jerusalém no Mapa do Livro da Marinharia (João de Lisboa, m. 1525)




O Livro de Marinharia é uma fonte de surpresas...


No detalhe do mapa podemos ver Jerusalém com as "5 quinas" como bandeira...
(e no mapa geral podemos ver uma possível localização do Lago Vitória, nascente do Nilo)

Nem se trata de caso isolado, há outros mapas, de fonte diversa, como o Mapa de Cantino, que evidenciam bandeiras cristãs em Jerusalém (há também em Jaffa - actualmente Tel Aviv), e por todo o Mar Vermelho.

Jerusalém. O domínio do Mar Vermelho, Mar Pérsico, e da Península Arábica é efectivo no tempo de Afonso de Albuquerque, que conquista Suez, junto ao Sinai. Invencível, em 1515, ameaça a conquista de Meca para em troca do corpo do Profeta Maomé, obter as cidades santas. Nesse mesmo ano, é urgentemente substituído por Lopo Soares de Albergaria... Consta oficialmente que o "César do Oriente" terá então morrido, "combalido com o desgoto".

- Poderá ter acontecido que Jerusalém não precisasse de ser conquistada? Que a prerrogativa de paz/guerra que D. João II tinha auferido, e que Poliziano menciona, lhe permitisse ter o acesso de Jerusalém, a troco do acesso dos muçulmanos a Meca?...

Afonso de Albuquerque terá feito demasiadas conquistas em pouco tempo... Talvez seja por isso que D. Manuel irá insistir com o filho, Brás de Albuquerque, para que adopte o nome do pai, e assim lhe sejam tardiamente assacadas parte daquelas conquistas extemporâneas. Porém, o filho não terá aceite! No pequeno tempo de luzes posterior, com D. Sebastião, consegue uma publicação corrigida das cartas do pai.

Lago Vitória. Apesar de oficialmente o interior de África não ter sido explorado nesta altura, etc, etc... podemos ver neste mapa uma localização razoável para o Lago Vitória, enquanto nascente do Nilo, onde até se notam ilhas internas ao lago.

Tejo Mahalay. Após o post anterior, recebi uma mensagem [de Knight-Templar], assinalando que se discutia que o monumento "mais belo do mundo" teria efectivamente o nome do Rio Tejo.
De facto, pode-se seguir uma discussão corrente num fórum da BBC.... gerada por um livro de 1965 de Shri P. N. Oak, que o associa a um Templo de Shiva, hindú. No entanto, julgo que ninguém procurou associar nada à presença portuguesa. Terá sido obra dos "senhores de Agra"...
Parece ninguém estranhar o facto de Agra ter sido fundada (ou refundada) em 1504... numa altura em que Francisco de Almeida era Vice-Rei da Índia. Francisco de Almeida que dizia justamente ser melhor política colocar/apoiar "marajás colaborantes", do que andar permanentemente em guerra.
Terá sido isto a continuidade da política de paz, de D. João II, que tanto Poliziano elogiava?
Acras. Não será também estranho haver:
  • Acra (Terra Santa),
  • ..... e surgirem na transição de 1500:
  • Accra (África, perto da Fortaleza da Mina), e
  • Agra (na Índia)...
A bandeira portuguesa alternou entre 7 e 8 castelos, durante os reinados de D. João II/D. Manuel. As arquitecturas octogonais estão presentes na Charola do Convento de Cristo (de origem no início templário), na Cúpula da Rocha em Jerusalém, e também de forma mais discreta no tal "Tejo Mahalay", conforme parece que os senhores de Agra lhe chamavam:

Tejo Mahalay
... que tal como uma estória camoniana, ficou imortalizado como um monumento ao amor.

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publicado às 19:14


10 comentários

De Anónimo a 21.04.2010 às 20:29

Caro Da Maia

Eu já tinha reparado que tudo corre bem até 1499, e depois, descamba.

Colombo, é preso por Bobadilha, e D. Manuel inícía, a senda do disparate, passando logo pela destruição da Estátua Equestre da Ilha do Corvo. E embora Damião de Góis nada diga sobre o Dístico, mais importante que a Estátua em si, já que continha um texto, que seria da maior relevância para a interpretação de toda a História, também deve ter sido destruído.

Ou então....


Não sei se Dom João preferiria o Tejo Mahalay. Embora não me parecesse dado a manias de grandezas, é natural que visitasse aquela zona, por questões Políticas.

Vejo a Cidade Velha, como local estratégico de controle, e a verdade é que Vasco da Gama pára na Cidade Velha em 1497, à ida para a Índia, e Cristóvão Colombo também para na Cidade Velha, em 1498, na 3ª viagem.
Duarte Pacheco Pereira nunca é claro com rotas e paragens, mas conhecia muito bem Cabo Verde. Seguramente também lá pára em 1498.

Alguém está em Cabo Verde. Alguém com quem todos coordenam as Viagens.
Também é nessa altura, que João Fernandes Labrador, parte para a Gronelândia.

Mas pode ser alguém da confiança de Rei. Duarte Pacheco Pereira, por exemplo.

E Vasco da Gama, quando regressa da Índia, não vem para Lisboa. Envia Nicolau Coelho, e fica cerca de um mês na Terceira, talvez porque nessa altura Dom João estivesse gravemente doente e tivesse sido Vasco da Gama quem trouxe o corpo do Rei para Portugal.

Se Dom João viveu no Taj, foi antes de Gama chegar à Índia.
Entre 1495 e ?

Não me lembro de momento, se mais alguém andava à deriva por essa altura, mas Colombo andava há dois anos na Segunda Viagem, e ainda ficou mais um ano, não se sabe bem a fazer o quê.
Pelo que pode muito bem ter deixado a espanholada nas Américas, e sabemos que deixou por lá uns marinheiros a povoar uma das Ilhas, ter regressado a Lagos, onde apanhou o "falecido", Rei, e rumado à Índia, pelo Panamá, por exemplo, ou pela passagem do Sudoeste!!!

É dito que Juan de La Cosa, que passa por ser Armador, acompanha Colombo na 2ª Viagem e que perde a sua Nau, de uma maneira pouco clara.
Pode ser que seja nessa Nau que Colombo e Dom João viajem para Agra.

Realmente o Rei pode ter ficado na Índia, e ter regressado com Vasco da Gama, teria assim sido o primeiro Rei/Navegador a fazer a Viagem de Circum Navegação.

Desta ou de outra maneira, desejo sinceramente que Dom João e Colombo tenham ido ao Tejo Mahalay.

Pensar que Dom João II, que orientou TUDO, ficou confinado ao Rectângulo toda a vida, é quase inadmissível.
Se alguém mereceu ter dado a volta ao Mundo, foi ele.

E aqui para nós, se foi isso que aconteceu, não queria estar na pele desta escumalha, que nos tem atormentado a vida.


Maria da Fonte

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