As pedras de Ica são pequenos seixos de origem peruana que pretendem apresentar antigas ilustrações de fauna jurássica. Como exemplo, podemos ver nesta imagem várias espécies extintas de dinossauros.
Estes achados foram revelados por Javier Cabrera, mas aparentemente já o pai os colecionava desde os anos 1930. No entanto, são considerados uma fraude pelos processos de Inquisição actuais. Basicamente, alguém se prestou a dizer que fabricava pedras semelhantes para vender a turistas, evitando assim a prisão face à lei peruana que impede a venda do legado histórico. Era menos penalizador ser farsante do que ser expoliador... e o achado passou a fraude documentada.
Se há quem fale em Forbidden Archeology, também está na moda a Bad Archeology... que vai cobrindo as descobertas, na maioria das vezes com maus argumentos - dir-se-ia mais - Bad Archeology Arguments. Assim, não se vê um desmascarar destes achados por datação, mas sim por um testemunho condicionado. Mais engraçado e comum, usa-se o argumento do absurdo que será alguém supor possível a algum povo peruano fazer imagens de dinossauros. É a típica moderna argumentação do politicamente correcto - variação do magister dixit - a teoria diz que os dinossauros são muito anteriores aos humanos, e portanto qualquer coisa noutro sentido é absurda e ridicularizável. Ou seja, conforme é denunciado no livro Forbidden Archeology, as provas que colocam em causa a teoria vigente são suprimidas, ridicularizadas ou não divulgadas.
No caso em questão, é absolutamente irrelevante saber se as pedras são verdadeiras ou falsas.
Porque há um ligeiro detalhe bem mais importante, que escapa aos detractores de serviço:
- Por que razão não foram descobertos e ilustrados antes do Séc. XVIII vestígios de dinossauros?
Os sumérios, chineses, egípcios, indianos, fenícios, persas, gregos, romanos, etc... faziam escavações, muitas, quanto mais não fosse porque precisavam de minas para extrair os metais. Ora, parece ter acontecido que durante milénios ninguém encontrou ossadas de dinossauros. Já para não falar daquelas ossadas que se revelam sem escavação.
Manifesto azar, rapidamente compensado a partir do Séc. XVIII com imensas descobertas, os vestígios afinal encontravam-se quase a pontapé, mas tinham escapado aos olhares incultos de toda a população humana anterior.
As Pedras de Ica são especialmente importantes por fazerem notar que não é preciso haver contemporaneidade humana para se ilustrarem dinossauros. Pelas ossadas restantes não seria difícil pensar e ilustrar esses animais, o que é estranho, isso sim, é a ignorância permanente que durou milénios e foi partilhada nos legados de todas as civilizações humanas.
Todas? Bom, aqui aparece um registo igualmente interessante - no
templo khmer de Ta Prohm, perto de Angkor. Se o templo está parcialmente sepultado por raízes de árvores, mostrando a sua antiguidade (é considerado do Séc. XII/XIII), é ilustrativa esta pequena imagem do que aparenta ser um
estegossauroTemplo de Ta Prohm e um seu relevo, que aparenta ilustrar um Estegossauro
É claro que à maneira da "boa arqueologia" que faz a "Bad Archeology", ou ignora-se o assunto, ou há quem argumente que as escamas no bicho são afinal raios de um sol que se esconderia atrás do animal... e viva a imaginação! Será apenas por simples burrice que não admitem que se trate mesmo de um estegossauro, idealizado a partir de ossadas fossilizadas encontradas pelos khmers, qual seria o problema de tal coisa? Terem depois que explicar que só os khmers é que encontraram ossadas?
Afinal não seriam os dragões, que polvilharam o imaginário medieval, uma referência directa a essas ossadas ocultas? Afinal S. Jorge teria eliminado qual dragão?