Egitânia era o nome dado pelos suevos e visigodos à população de Idanha, significativamente diferente do que permaneceu, e ainda do romano Civitas Igaeditanorum. O novo acordo ortográfico tem destas surpresas no sentido oposto ao objectivo de perder ligação às raízes das palavras...
Agora devemos escrever Egito, e se Lusitânia deriva de Luso, pois Egitânia parece agora derivar de Egito...
Surge este texto a propósito do
comentário[de Maria da Fonte] que fala do achado de um escaravelho egípcio numa escavação arqueológica romana em Alcácer do Sal, da época do faraó Pasmético (sec. VII a.C).
Pode sempre dizer-se que se tratou de uma peça trazida do Egipto, na altura romana... sabendo-se que encontrar o obelisco na Place Concorde também não significa que os egípcios tenham estado em Paris. Aliás, pela mesma ordem de ideias, encontrar as pirâmides no Egipto, também não significa que tenham sido feitas pelos egípicios... poderiam apenas ter sido transportadas (afinal, as pedras nem são originárias das redondezas).
Quando falamos de registos históricos, temos que guardar a devida distância de certezas...
Voltando a Egitânia, na Idanha portuguesa, encontramos alguns registos interessantes.
Estão a céu aberto algumas inscrições em pedras significativas:
umas parecerão mais romanas que outras... mas é já de alguma forma habitual o pouco cuidado que se tem na preservação destes registos. É significativo o registo monumental, de várias origens em Idanha, incluindo uma
igreja visigótica que parece ter tido várias fases de construção. Várias fotos interessantes podem ser encontradas, e incluem uma
estrada antiga (romana... certamente, como é suposto serem todas as estradas antigas!), uma denominada "
torre templária", uma
casa com a cruz de cristo , etc...
A entrada de Idanha-a-Velha é uma construção maciça com notáveis enormes pedras, que também parecem ter origem em tempos de diferente reconstrução (figura à esquerda), bem como um típico arco "episcopal" (à direita).
Apresentamos ainda uma ponte com um arco diferente, que procura ser mais triangular, característica partilhada com a porta lateral da catedral episcopal (de tal forma pronunciada, que passa o telhado).
Idanha (que não dista muito de Cento Cellas) é apenas mais um dos vários casos em que houve necessidade de haver uma Nova e uma Velha, sendo próximas neste caso, às vezes chegam a estar separadas por centenas de quilómetros, como é o caso de Montemor...
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