De Alvor-Silves a 10.01.2020 às 17:57
Caro IRF,
claro que houve vários exemplos significativos, em que muito se perdeu, especialmente muitas vidas, com um aparente grande retrocesso civilizacional.
O caso russo será um exemplo, mas também não devemos ignorar que a Rússia recuperou tecnologicamente, e na transição 1950/60 tinha a tecnologia mais avançada que era conhecida à época, deixando os EUA numa crise de nervos. Também a França, depois do período miserável que se seguiu à revolução francesa, reergueu-se com Napoleão, para cair com estrondo e levantar-se de novo.
Um exemplo mais duradouro foi mesmo a "aparente" queda de Roma, que introduziu em toda a Europa uma época de trevas que durou quase um milénio.
Durante o Renascimento e depois quase até ao Séc. XIX esteve-se praticamente a recuperar tecnologia e estilo de vida greco-romano.
Assim, como terá compreendido, a afirmação que fiz não respeitava os que estão, mas sim aqueles estarão. Quando?
Não interessa assim tanto, e nessa excelsa paciência aprendemos com os primeiros cristãos, que tinham a certeza de que o resultado final faria justiça.
Eu partilho de convicção similar, mas de forma diferente.
Pelo tempo intermédio poderá haver muito sofrimento?
Sim, talvez, e por isso fiz aquele postal sobre o "horror", onde me parece ser claro que a humanidade nunca foi poupada a ele (sendo claro que uns foram e outros não). Mas, o que quis deixar claro era que essa via não trazia nada de relevante, a longo prazo.
O principal problema é que a maioria das atitudes resultam de um desespero com a aparente "fragilidade da vida humana" e com a sua "curta duração" (estou a citá-lo), e só mudará quando as pessoas entenderem o assunto de forma distinta. Não com planos imediatos, a dezenas ou centenas de anos no máximo, mas sim com planos a milhares de anos, no mínimo.
O problema é mesmo que ninguém se que entender sequer em qualquer planeamento, e o futuro não é previsto, é visto em desespero como algo acidental.
Não quis cair por esse lado, e quis perceber se as coisas teriam outro sentido.
Estou certo que têm, mas não é algo que se possa determinar quando...
Cumprimentos,
da Maia