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Há 170 anos, em 1848, a Europa foi contagiada pela "Primavera dos Povos"... uma série de revoluções em diferentes capitais que, fomentando algumas mudanças de governo, basicamente deixaram tudo na mesma, se exceptuarmos os milhares de mortos, e uma mensagem de bastidores.

Este tem sido um cenário histórico colocado a par dos bravos desacatos do Colete Amarelo, ocorridos em Paris, no passado fim-de-semana e repetidos moderadamente neste.

Não é de estranhar que a moderação tivesse ocorrido uma semana depois, dado o número de efectivos policiais e militares, chamados para patrulhar a capital... que incluíam tanques estilo chaimite:
Neste fim de semana as ruas de Paris ficaram plenas de forças policiais e militares.

Coletes amarelos em pose de rendição... lembrando a posição de rendição no liceu de Mantes-La-Jolie:

 

Ao ver estas imagens, só me lembrei de um vídeo premonitório dos Arcade Fire, resumo de um filme  distópico dirigido por Spike Jonze, apresentado depois no Festival de Berlim de 2011:

Arcade Fire - The Suburbs (2010)

Para contar esta história apropriadamente, convém notar que na lista de revoluções de 1848 não aparece a Revolução da Maria da Fonte, mas aparece a Matança da Galícia, ambas em 1846.

Bom, com efeito, recuamos ainda mais... e vamos começar com o culto de Mitra:

Consta que o culto de Mitra teria sido tão influente no império romano que se media em popularidade com o cristianismo, antes da adopção da religião cristã por Constantino. Na figura vemos a cena típica desse culto - Mitra executa o sacrifício taurino, na presença do deus Sol, para quem se vira; enquanto o touro está virado para a deusa Lua, representada com os cornos do crescente lunar. Um corvo está junto ao Sol, um caranguejo ataca o touro nos testículos, um cão e uma cobra bebem o sangue taurino. Mitra usa o barrete frígio, que o liga a Àtis, a Páris de Tróia, ou aos reis magos.
Como já mencionei algumas vezes, esta figuração indicia reflectir o fim do calendário e culto lunar, e a sua substituição pelo calendário e culto solar.

Os mais típicos homens de barrete ligados ao touro são, em Portugal, os campinos ribatejanos.
Além disso, ainda que o seu barrete não seja frígio, o seu típico colete levou à instituição das "festas do colete encarnado".
Acontece que, também os artistas ligados à maçonaria passaram a pintar a liberdade munida de um barrete frígio, como no caso típico do quadro de Delacroix, em que lidera os movimentos revolucionários populares. Não é o caso destes proletários que, mais seduzidos pela melodia do que pela letra, de uma canção de não conhecem, arranjaram-se com os coletes de segurança, de quem é vítima de um acidente social, e passaram a ser conhecidos por isso mesmo.
Não tanto por aqueles que vão pela festa, os 150 jovens do liceu de Mantes-La-Jolie experimentaram a dureza de um estado policial  afamado pela sua brutidade e falta de jeito, sendo as primeiras vítimas colaterais do processo.

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publicado às 04:33



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