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Estava convencido que tinha publicado aqui um texto sobre os dois processos de descolonização, mas constato que não publiquei.
O assunto é interessante, e em ambos os casos envolve a maçonaria... com um pequeno detalhe, a maçonaria esteve fortemente envolvida no segundo processo de colonização, que começou assim que fez terminar o primeiro.
Apesar das evidências serem mais que muitas, ninguém menciona o assunto.

1) Descolonização das Américas
Na transição para 1800, quando Napoleão exibia o seu poder, as únicas colónias independentes eram os recém-formados EUA e o Haiti.
Em 1825, passados apenas 25 anos, em praticamente toda a América havia reinos independentes.
E é claro, já havia repúblicas feitas à medida dos EUA, ou seja, produtos da maçonaria.

Repare-se que na 1ª Grande Guerra "Mundial" (1803-1815) o adversário era Napoleão, o grande portador da Revolução Francesa, que foi completamente derrotado, não sem que os ideais dessa revolução, ou seja, uns tantos versos da maçonaria francesa, dita do "grande oriente", se tivessem imposto nas agendas liberais, e tivessem alterado a sociedade do Séc. XIX.
Aqui, a Inglaterra derrotou a França, sem ajuda dos Estados Unidos.

Será que a descolonização na América foi total?
É claro que o império espanhol foi totalmente estilhaçado, ficou com umas ilhas, entre as quais Cuba.
Os portugueses, antecipando destino similar no Brasil, com a liderança de D. Pedro IV, inventaram uma independência manhosa, mantendo o território ligado à coroa nacional.
Mas e os outros, a Inglaterra libertou o Canadá, a França e a Holanda saíram das Guianas?
Claro que não! Aí o ardente desejo de independência não ardeu.
Libertadores, segundo o credo da maçonaria: San Martin, D. Pedro IV, Simon Bolivar

2) Colonização da África e da Ásia
Ok, mas os ideais maçónicos eram bons, visavam a igualdade, a libertação do homem, etc, etc...
De facto, os ideais maçónicos parece que visaram sempre atacar as dimensões ibéricas, e pouco mais do que isso. Nesse aspecto, parecia cumprir-se o rancor judaico contra as potências ibéricas que os expulsaram, com requintes inquisitórios.
Ao mesmo tempo que a Espanha e Portugal eram libertados das suas colónias americanas, poderia pensar-se que os holandeses iriam ter movimentos independentistas na Indonésia, os ingleses iriam ser pressionados na África do Sul, na Índia, Austrália, etc... 
Nada disso!

Com efeito, se a colonização americana pelos europeus já tinha sido feita, a presença dos europeus em África, ou na Ásia, mesmo na Índia, era razoavelmente suave. 
Não tinha havido propriamente uma exterminação das culturas anteriores, como aconteceu no caso azteca ou inca. A África talvez por ser demasiado caótica, e a Ásia por ser demasiado populosa, tinham resistido, e mantinham-se sob grande influência europeia (exceptuando talvez a China e Japão), mas ainda como reinos razoavelmente autónomos.

Como poderia a maçonaria entrar subrepticiamente nesses poderes, desconfiados dos europeus?
Pois, por isso, antes de descolonizar, era preciso forçar a colonização.
Surgiu assim na segunda metade do Séc. XIX, uma vontade incontrolável de colonizar.
Foi o tempo dos grandes (!) "exploradores de África", como Stanley e Livingstone, que basicamente se arrastavam, e arrastavam consigo inúmeros carregadores, para se conseguirem deslocar em África.

É claro que, como os "descobrimentos terrestres portugueses" não podiam ser sabidos, agora era tudo coisa nova, novidade do mais novo e progressista, que só a maçonaria poderia alcançar.
Tudo o que era projecto de país na Europa ocidental teve direito à sua nesga de terreno para colonizar, inclusive a Bélgica, que garantiu o Congo. É claro que o pedaço de leão ia para a Inglaterra e a França, duas versões do mesmo avental. Portugal aguentou Angola e Moçambique, que antes pouco mais eram que Luanda e Benguela, Lourenço Marques, Nampula e Sofala.
À Espanha, para não ficar a chorar de pranto, depois de ter perdido todas as colónias americanas, ficou com a Guiné Equatorial. 

A França abocanhou quase toda a África Ocidental, para além da Indochina, na Ásia.
Onde andavam os direitos humanos, aquela linda carta que a revolução francesa trazia?
Estavam em stand-by... por mais umas décadas, que era preciso entrar em força, para depois sair.

Convém lembrar que o Sião, talvez por causa do nome que agradava à judiaria, escapou à colonização, mas os seus reis (da Tailândia) tudo fizeram para não apoquentar os europeus. 
A China depois das Guerras do Ópio, viu-se forçada a ceder na influência, e quando tal correu mal, foram as 8 nações dar um pulinho para invadir Pequim em 1900. O Japão, apesar dos prantos dos samurais e da Madame Butterfly, acabou por aceder à modernização, e tratou de invadir a Coreia, como forma de se juntar aos grandes, e evitar a pressão do vizinho gigante... a Rússia.

Com efeito, a Rússia foi o primeiro país a efectuar a grande colonização, tão grande que ninguém se lembra da Tartária que era suposto existir antes de Pedro I, o Grande. É que antes disso, a Rússia não passava do campo europeu... só depois ousou atravessar os Urais até Vladivostok.
A agenda maçónica nesse aspecto sempre trabalhou bastante bem na Rússia.

3) Descolonização da Ásia e da África 
Estando garantidos todos os desejos, certamente existentes (na Ásia), e quando inexistentes, inventados (na África), após a 2ª Guerra Mundial - e é de perguntar - por que não após a 1ª Grande Guerra? - reuniram-se as condições, para as conspirações da treta, que levaram os países à independência. 
É claro que houve um Ghandi, um Amílcar Cabral, e outros tantos heróis locais que lutaram pela independência dos respectivos países... mas o problema é que todos se podem reduzir às mesmas décadas 1950-1970, o que torna os seus actos heróicos num aspecto menor, do maior acto encenado, que era a descolonização.
Já antes teriam havido movimentos, em muitos casos, mais louváveis, porque sem apoios lutaram contra uma dimensão incomensurável para si, mas estiveram condenados ao insucesso.
No entanto, após 1950, a ordem era descolonizar, e foi cumprida quase sem atrasos, e nem mesmo o caso português se atrasou muito... pois, porque afinal de contas não surgiram os guerrilheiros da Guiana, e mesmo assim a Holanda lá libertou o Suriname, mas só em 1975.
Quanto à França... não nos digam que a França se esqueceu de libertar a Guiana Francesa?
Ah! É claro, é para lançar os foguetões da ESA...

Sim, porque isto havia alucinados portugueses que viam o país de Timor ao Corvo, mas já quando são franceses, ingleses ou americanos, não são alucinados.

4) Globalização ou Colonização (2)
A fase de descolonização tinha que estar pronta nos anos 70, porque vinham aí as décadas da globalização. Com efeito, logo no princípio dos anos 70, acabada a Guerra do Vietname, Nixon foi à China tratar desse papel principal na fase seguinte, que seria liderada por Deng Xiaoping.

A Rússia tinha sido importante na fase de experimentar o comunismo... e com que consequências(!), mas era tempo de finalizar o ensaio, arrumar tudo, e declarar o capitalismo como vencedor da Guerra Fria. Claro que foi bastante útil no apoio a todos os movimentos independentistas, contra o colonialismo europeu, mas havia chegado o fim dessa fase, e entrava-se na nova era.

Qual o propósito da Globalização?
A Globalização é a versão 2.0 do Colonialismo. Pode-se falar em Colonização (2).
Porquê?
Porque todos os estados quiseram ser independentes, para depois concluírem que é melhor estarem todos unidos, numa grande família. 
Qual seria o melhor exemplo? - A união europeia!
Não havia estados com maiores rivalidades, cuja acção tivesse dilacerado vidas atrás de vidas.
A Europa era o barril de pólvora, que seria apaziguado em união, na prodigiosa UE.
Isso serviria para um domínio global?

O que ficava claro é que os países (africanos, em especial), que tinham acabado de ficar independentes, estavam imediatamente dependentes de ajudas externas, endividavam-se até ao tutano, e eram corrompidos de alto a baixo, pelas elites locais.
No fundo, a sua independência passava a ser uma dependência completa dos mercados.

Só que isto não acontecia apenas para os recentes países, acabava por acontecer com todos!
Governos sobreviviam ou caíam, consoante a saúde financeira da sua economia, e portanto passava-se a um novo termo experimental de colonização, já praticada pelos portugueses na Índia - os marajás que se portavam bem, eram favorecidos, enquanto os outros tinham problemas (ver texto).

Por muito que isso custe aos franceses, ganhou-se uma língua universal de comunicação, que é o inglês, e esse aspecto, a que se uniu a circunstância "casual" de existir uma internet, uma organização mundial de comércio, um fundo monetário internacional, etc... são tudo pequenos detalhes que foram relevantes para o sucesso desta história.

Agora estamos na fase de perceber se isto serve para alguma coisa, para algo mais do que inventar mentiras (como o aquecimento global, ou a ameaça islâmica), e fazer com que todos acreditem nelas...

No fundo, o ponto primordial de todo o animal é ser auto-suficiente, e com isso livre. Isso só não acontece em animais sociais, por clara incapacidade de sucesso, de outra forma.
Se a sociedade quiser continuar a evoluir no sentido de formar monstros gigantescos, a que se chamam estados, organizações, companhias, sociedades, empresas, grupos, etc... só mais tarde perceberá que esse caminho não levará a lado nenhum, que não seja irracionalidade e desgraça.
Como já aqui mencionei, a única organização social que deve existir é aquela que, garantindo a máxima liberdade aos cidadãos, impeça qualquer protagonismo de outra organização social. Nenhum homem deve ficar exposto solitariamente contra a vontade de uma multidão.

Ficamos à espera... entretanto, se esta pandemia serve para alguma coisa, é para perceber do quanto dependemos uns dos outros, e que o isolamento não será certamente nenhum caminho a trilhar.

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publicado às 06:22


30 comentários

De Anónimo a 11.05.2020 às 00:58

Os capitalistas holandeses eram isso mesmo.
Como sabe, as Companhia das Índias eram sociedades por quotas. Julgo que a primeira Bolsa de Capitais teria surgido em Amesterdão devido a esse grande empreendimento por parte dos protestantes holandeses.

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