De da Maia a 08.10.2018 às 12:35
Num artigo via "The Telegraph", foram colocadas aí as "maiores invenções do Séc. XXI":
https://www.msn.com/en-us/news/technology/most-important-inventions-of-the-21st-century-in-pictures/ss-BBt15bx
... ou seja, uma lista engraçada, mais ou menos previsível.
Começando pelas "tangas" do Steve Jobs:
- Existiam iPod antes, chamavam-se MP3 players.
- Existiam iPad antes, chamavam-se tablets, como o ThinkPad, ou o Newton.
- Existiam iPhones antes, chamavam-se smartphones.
Ainda assim, tudo era tecnologia existente nos computadores, muito antes.
O Kindle (da Amazon) era um tablet LCD, tal como o primeiro portátil nos anos 90 tinha também um écran LCD. O Android (da Google) é apenas uma plataforma como tantas outras antes.
A lista de software é também uma paródia:
Mozilla Firefox, Skype, Facebook, Youtube, BBC iPlayer, Spotify...
- O primeiro browser decente era o Netscape, protocolos de partilha de vídeo e mensagens, eram comuns na década de 1990... Na década de 1980, nas universidades, já se usava muito o Email, e lembro-me disso perfeitamente porque tinha um. Na década de 1990 construí uma espécie de facebook, mas apenas para malta amiga... ainda assim para aí uma meia centena de pessoas usou a coisa.
O Bluetooth, como o 4G, não era tecnologia nova, era um protocolo wireless.
A Nintendo Wii... bom, lembro-me de na década de 1970 jogar numas máquinas ligadas à TV, uma espécie de ténis com barrinhas.
Quanto ao Nissan Leaf, este Detroit Electric dá o mote de 1907.
O IBM Watson é outra paródia. Houve um ganho nos algoritmos de processamento de linguagem, mas não é tecnologia, é computação. Não faz mais do que processamento trivial, tal como fazia o Deep Blue que ganhou ao Kasparov em 1997.
Como ninguém o coração artificial AbioCor não substituiu corações danificados, nem foi feito o mesmo para outros órgãos, estamos a falar de projectos na gaveta.
Finalmente restará o carro Google, que é ainda um projecto no estaleiro, tal como foram tantos projectos de mobilidade nas cidades, sem condutor, como o Orlyval em Paris em 1991, que cheguei a usar.
Nada disto representa qualquer acréscimo tecnológico.
Pretende-se manter a ideia de constante evolução, e há alguma evolução prática de aplicações.
No entanto, estamos a usar tecnologia que teve os seus princípios no século passado, ou ainda antes disso, tal como o carro eléctrico, que data do Séc. XIX.
Diz-se, à boca fechada, que "avançámos demasiado depressa"...