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Num comentário ao texto Livro de Fortalezas nas Índias, José Manuel Oliveira (remetendo para livro de Manuel Mira) trouxe um interessante e bizarro erro num mapa de Nova Iorque, à época holandesa nomeada Nova Amesterdão.
O mapa nada tinha a ver com Nova Iorque, era sim um mapa de Lisboa, com os nomes mudados.

Vejamos o mapa de Nowel Amsterdam en L'Amerique, de Gérard Jollain (1672).

Com efeito, à excepção dos barcos, e das legendas, todo o desenho é igual ao mapa de Georg Brun, incluído na compilação Civitates orbis terrarum (5º volume) terminada em 1617.


Como os ingleses conquistaram a cidade em 1664, o mapa feito em 1672 já deveria ter o nome Nova Iorque, pois o nome da cidade foi mudado imediatamente. Além disso designações como "Chateau Nassau" podem referir-se a fortificações nomeadas pelos holandeses, ex: Fort Nassau (norte e sul).
Mais estranha é a referência a um "Quebec"... ou Bikerque.

O erro de colocar o mapa de Lisboa no lugar de Nova Iorque, é demasiado grotesco.
Não parece ser um mero descuido, ou uma propositada preguiça de cópia - se assim fosse, qual o interesse em mudar o desenho dos barcos, colocando até um a disparar?

Porquê confundir com Lisboa, especificamente?
Não havendo outra informação, voltamos ao assunto do Livro de Fortalezas nas Índias, ou seja, que não é de excluir que Nova Iorque, ou antes Nova Amesterdão, tivesse sido uma primitiva colónia portuguesa, com um forte semelhante ao de Diu, instalado em Manhattan.

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publicado às 04:53


19 comentários

De Anónimo a 29.11.2019 às 21:11

... não acredito que Nova Iorque ou Nova Amesterdão tivesse sido uma "Nova Lisboa".
... mas gostaria de saber mais...

Cumprimentos a todos,
IRF

De Alvor-Silves a 30.11.2019 às 04:57

Por acaso, Nova York sendo "Nova Eboraca", parece mais "Nova Évora" (https://odemaia.blogspot.com/2019/11/nebulosidades-auditivas-76.html).

Acreditar ou não é pouco relevante.

Se alvos esposos tiverem uma pérola negra como filha, será o marido um racista por duvidar da fidelidade conjugal?
A versão oficial carimbada pelo médico local é que casos destes, sendo raros, podem acontecer. O marido desconfia, talvez porque seja racista e o médico congolês.

Neste caso, aparecer Lisboa num mapa de Nova York, é de desconfiar, ou estamos a ser mauzinhos?
São casos raros, mas acontecem, diz-lhe a versão oficial.

Maridos que acreditam sem limites podem ser os mais felizes?

Cumprimentos.

De José Manuel a 30.11.2019 às 13:50

Isto das Novas é tirado dum contesto muito maior… para alargar novas perspetivas pedia-lhe que lê-se o

A Gentleman of Elvas
A Narrative of the expedition of Hernando de Soto into Florida published at Evora in 1557

Elvas, Fidalgo de. Elvas (Portugal), p. t. s. xvi – ?, s. xvi. Cronista y conquistador.
Nacido en Portugal, seguramente en Elvas, se presume que su nombre era Álvaro Fernández, pero no se ha podido confirmar. Fue uno de los hidalgos lusos que acompañaron a Soto durante su expedición a la Florida (1539-1542). Escribió el relato más completo y fidedigno de aquellos hechos, titulado Relaçao verdadeira dos trabalhos que o Governador Fernando de Souto y outros pasaron no descobrimiento da Florida, impreso en Évora (Portugal) en 1557.

Obras de ~: Relaçao verdadeira dos trabalhos que o Governador Fernando de Souto y outros pasaron no descobrimiento da Florida, Évora (Portugal), 1557.

http://dbe.rah.es/biografias/94431/fidalgo-de-elvas

Já aqui escrevi que:
O Queirós escreveu uns 60 livrecos a relatar as suas viagens, foi publicado e serviu provavelmente a holandeses e britânicos a “descobrirem” o que ele já tinha feito... [a Austrália] como do Fidalgo de Elvas, todos leram o seu relato para colonizarem a América do Norte, Queirós e este fidalgo são duas das muitas ilustres figuras da história universal que ficam fora dos “quinhentos” e por culpa dos portugueses, não vejo qual é a dúvida que desembarcou em Nan Madol, o relato pode ser consultado em inglês ou castelhano sem ir ver ao “barman ET Däniken”.

Isto era acerca duma possível rota megalítica seguida pelos portugueses,

durante a união das coroas ibéricas os feitos dos portugueses foram diluídos nos dos castelhanos,

são centenas de narrativas mais provas escritas e genéticas da enorme presença portuguesa na América do Norte antes de Colombo, a união das coroas ibéricas apagou esse feito, atualmente a culpa é dos portugueses submissos às luzes de Paris.

cumprimentos

De José Manuel a 30.11.2019 às 14:20

Portugueses envolvidos na da Nova Suécia? O forte lembra construção militar portuguesa…
https://en.wikipedia.org/wiki/Fort_Christina#/media/File:Model_of_Fort_Cristina.jpg

Fort Christina (also called Fort Altena) was the first Swedish settlement in North America and the principal settlement of the New Sweden colony. Built in 1638 and named after Queen Christina of Sweden, it was located approximately 1 mi (1.6 km) east of the present downtown Wilmington, Delaware, at the confluence of the Brandywine River and the Christina River, approximately 2 mi (3 km) upstream from the mouth of the Christina on the Delaware River.

“Entre 1636 e 1637, Peter Minuit e Samuel Blommaert negociaram com o governo a fundação da Nova Suécia, a primeira colónia sueca no Novo Mundo. Em 1638, Minuit ergueu o Forte Cristina em Wilmington, no Delaware. O rio Cristina também recebeu o nome em sua honra.”

“[Cristina]Teve uma longa conversa com António de Sousa de Macedo, o intérprete do embaixador de Portugal. António era um jesuíta e, em Agosto de 1651, levou consigo uma carta secreta de Cristina para o Superior Geral da Companhia de Jesus em Roma. Como resposta, dois jesuítas viajaram para a Suécia numa missão secreta na Primavera de 1652, disfarçados de nobres do campo e utilizando nomes falsos.”

cumprimentos

De Anónimo a 30.11.2019 às 17:39

Não vejo relevância.
Não me parece haver provas ou indícios de que Nova York tivesse sido uma Nova Évora ou uma Nova Lisboa.

Mas investigue-se.

Cumprimentos
IRF

De Anónimo a 30.11.2019 às 17:42

"são centenas de narrativas mais provas escritas e genéticas da enorme presença portuguesa na América do Norte antes de Colombo"

Por favor, meu caro, não me desiluda e diga mais. Mais, mais!
Convença-me, por favor, se para aí estiver virado...

Cumprimentos
IRF

De Alvor-Silves a 01.12.2019 às 03:03

Não trazendo nada ao assunto, é irrelevante que o IRF veja ou não veja relevância.

Cumprimentos,
da Maia

De Alvor-Silves a 01.12.2019 às 04:18

Reparei que parte das citações estão na wikipedia acerca da Rainha Cristina da Suécia, mas creio que não estão completamente correctas.
António de Macedo foi embaixador em Inglaterra e na Holanda, creio que nunca foi à Suécia.

O que pude apurar foi isto:
Para a Dinamarca e a Suécia partiu o embaixador Francisco de Sousa Coutinho. Levou como secretário António Moniz de Carvalho, desembargador no Porto. A Dinamarca estava em negociações com a Casa de Áustria e arrastou a embaixada durante um mês.
Sousa Coutinho viajou depois para Estocolmo. Falou em latim com a rainha Cristina da Suécia. E em latim se redigiram as cláusulas do tratado de paz. Estabeleciam o livre comércio entre os portos de Portugal e da Suécia. O embaixador comprou três navios de guerra e trouxe artilharia, armas e munições, segurando com drogas o retorno.


https://books.google.pt/books?id=Q-bSDgAAQBAJ&pg=PT24

Portanto o tal António jesuíts deveria ser António Moniz de Carvalho e não António de Sousa Macedo, que teve um papel bem mais relevante nos assuntos do estado.

Cumprimentos.

De Anónimo a 01.12.2019 às 16:15

Concordo.

"Não é de excluir que Nova Iorque, ou Nova Amesterdão, tivesse sido uma primitiva colónia Portuguesa".

O relevante é que o assunto não leva a conclusão nenhuma, nem sequer a indícios que apontem para qualquer desenvolvimento.
Por essa lógica nada pode ser excluído mas também nenhum passo pode ser dado ruma a uma conclusão ou sequer ao levantar de uma hipótese...

E como nestes assuntos temos sempre informação que "nos" é oculta ou que desconhecemos "pessoalmente", tinha sempre a hipótese de estar a ver mal a coisa, não contando com um outro pedaço de informação que me teria escapado.
Mas parece que não.

Cumprimentos,
IRF

Eu venho aqui ao seu blogue sempre à procura e à espera de desvendar mais um bocadinho da tal informação oculta...

De José Manuel a 01.12.2019 às 16:33

Não é preciso ser historiador para se perceber que os portugueses ao se desfazerem das possessões no norte da América escolheram dá-las aos inimigos dos holandeses, ou melhor deram preferência a negociar com as coroas tradicionalmente aliadas do reino de Portugal, mas isto seria aceitável se admitissem que os portugueses tinham fortificado da Terra Nova dos Bacalhaus até à Florida, o que é atestado nos autos da santa inquisição,
mas eu vou mais atrás e dou como sendo a primeira evidencia da fortificação ou colonização da América o abandono das sete capelas na Hvalsey Church , 7 construções de pedra como as portuguesas…
penso ter abordado isto aqui com este comentário:
Olá,
Junto aqui uma recolha de dados que era par comentar noutro blog sobre Colombo e sua viagem à Groenlândia, ou Canada possivelmente, quererem esconder a existência desta colónia e não ensinarem nas escolas que Colombo não descobriu a América é no mínimo estranho, como o é não encontrar os resultados do ADN dalguns destes 4.000 colonos! continuam pouco divulgadas estas seis capelas junto a Hvalsey Church, 7 construções de pedra como as portuguesas… apesar de ser candidata a património mundial da humanidade pela UNESCO!
61°00′N 45°25′E / 61°N 45.417°E / 61; 45.417
no norte da Gronelândia encontraram vestígios de grandes casas comunais de pedra muito mais antigas, anteriores aos esquimós… usavam o urso polar xamânico como o encontrado na "Pedra furada do Brasil", mas isto é outra história (das cavernas….).

Esta Hvalsey (aldeia das sete cidades?) foi certamente construída no período de estrema seca na Península Ibérica e do degelo do sul da Groenlândia por volta de 1300, a expedição luso dinamarquesa dos Corte Real poderia ter sido feita em busca destes colonos que abandonaram Hvalsey onde ainda hoje estão as ruinas de 7 construções de pedra que lembram o estilo mais português que escandinavo…

Sobre fortificações na América do Norte anteriores à colonização espanhola e inglesa, e que podem bem ser atribuídas aos portugueses, há também a de Ninigret com um canhão que o médico luso-americano Dr. Luciano da Silva e esposa professora, residentes na ária, pela primeira vez levantaram a hipótese de ser português, só os portugueses tinham canhões idênticos e eram os de João II, o canhão de Ninigret para mim é evidente ser português! Mas este artigo de Gregory Pettys é mais completo sobre este assunto que o do livro do Dr. Luciano da Silva:

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