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Segue-se uma concatenação de três comentários no texto "César, Kaisers e Czares", enviados por Bartolomeu Lança. É o oitavo desta série de textos trazidos "dos comentários", e que apropriadamente calha abordar o 8 de Octávio, para além do oitavo mês do calendário, onde ficou como Augustus.
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Julio César levou 7 anos a submeter a Gália aos seus exércitos. Na Lusitânia, Roma só conseguiu instalar o seu direito após 199 anos de guerra.
Os Lusitanos, não só deram 199 anos de batalha aos Romanos, foram sim durante muitos séculos desde Viriato, Sertório ou Púnico, o povo que provavelmente mais baixas causou a Roma. No Século V, Giserico Rei dos Vandalos (batizado em Lisboa, Cristão Ariano), depois de falhado o cerco de 10 anos para a conquista de Cartago, contratou uma Armada Lusitana para proteger o seu exército e deu-se uma batalha naval em Tunis, onde os Lusos defrontaram a maior Armada Romana alguma vez reunida, mais de 1000 navios em que aproximadamente 300.0000 soldados a compunham, os guerreiros Lusitanos usavam técnicas muitos avançadas de guerrilha e contra-guerrilha, como os lança-chamas e a vela latina (séculos antes dos Árabes) que lhes permitia virar o seus navios a 45º em apenas meio minuto enquanto um navio Romano levava meia hora para a mesma manobra, a batalha durou apenas um dia.
Neste episódio dos antigos, mais uma vez sobressai o 'disparate' do encontro de forças em números que sempre impressionam. Encontramos esta relação descrita em "Os Lusíadas" no canto oitavo: "Que os muitos, por ser poucos não temamos", que ipsis verbis está no listel da heráldica do grupo de Operações Não Convencionais do exército português, membro honorário da Ordem de Aviz, actualmente com sede em Lamego, conhecidos popularmente como 'Rangers'.
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Representação de Octávio como Zeus

Julio e Augusto, terão tido uma importância enorme nas reformas de Roma. De Augusto não só um mês tem o seu nome de imperador (após ser iniciado) como também o seu nome de nascimento familiar, Otavianus, o oitavo mês. Ora, antes destes dois personagens, Julho e Agosto eram Quintilus e Sextilus, Setembro era o sétimo mês, embora o calendário tivesse 12 meses o ano começava em Março, até estes dois homens, o calendário era proclamado pelos Reis Sabinos, depois deixou de assim ser, o poder mudou de centro.

Propondo que "as barreiras da Antiguidade" são simbólicas, estando ligadas ao percurso solar e ao complexo de Caronte [Caronte aparece na Divina Comédia e no tecto da Capela Sistina. É o barqueiro de Hades, o barqueiro do inferno]. Assim, sem dúvida alguma que foram as navegações do Reino de Portugal que mudaram o mundo, que deram Novos Mundos ao Mundo, as Américas foram o nascimento do Novo Homem, as Indias representaram a demanda espiritual, Jerusalém o destino celestial. Oriente, América, India, Jerusalém, não eram pontos cardeais ou locais no mapa (não será por acaso que se dizia e ainda se diz, que Cabral se enganou quando ia para a India, entre outras análises que fazemos de viés), o Sul não existia como referência...só apareceu com o Cruzeiro do Sul (é interessante estudar a figura estrelar que nos indica o Sul). Então, a concepção dos ciclos de nascimento, vida e morte, foi alterada, o Espírito Santo expandiu-se das estepes Mongóis aos quatro cantos do mundo, embora o culto tivesse sido iniciado pelos Cristãos Arianos, o Espírito Santo levou séculos até ser implementado e fez correr muito sangue para não ser 'descoberto'. O ser nasce e é registado pelo Estado, casa e é registado pelo Estado, morre e é registado pelo Estado, sendo que a sua Alma está ao cuidado da instituição religiosa durante toda a sua vida até mesmo depois da morte, mas o espírito não...uma revolução daquelas faraónicas! Portanto, o Templo é o espírito e não está subjugado a nenhum poder, seja ele estatal ou religioso.
A coroa do Sacro-Império Romano (com apenas um arco que fecha)

Foi o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Otto I, o primeiro a coroar uma criança com a coroa imperial (onde estava representado o corpo, a alma e o espírito, com quatro pontas, uma cruz com uma rosa embebida nessa mesma cruz, e uma pomba, respetivamente), no sec I. Esse acontecimento provocou uma onda de violência e intolerância que durou séculos. Um Rei, também ele Germânico, Frederico Barba Ruiva foi um dos maiores percursores e adeptos do culto, bisavô de Santa Isabel Rainha de Portugal que conjuntamente com El-Rey D Dinis semearam de vez o culto no Reino de Portugal de Aquém e Além Mar (mar também terá outro significado à época, não designando precisamente o mar feito de água que envolve as placas continentais). Os Cristãos Arianos não rejeitavam Deus, só que o seu culto indicava que não eram precisos intermediários para o divino, eles cultuavam na cama, na cozinha, nos rios, nos oceanos, nas florestas.
O último Império é regido por uma criança, sem mais Reis ou Bispos. Não é matéria, não é de barro nem de metal.
A carochina, que carinhosamente indicou, parece-me de facto, uma reforma das mais importantes para a humanidade, tudo feito e comunicado pela encriptação...tinha de ser assim, tal como outros falaram por parábolas, aos portugueses coube outra missão, descobrir, isto é, por a descoberto, revelar.

A palavra também pode ser um signo. Por isso, devemos olhar para além do que vemos ou lemos com o olhos.
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Octávio Augusto, o Oitavo Filho Sagrado.
Um 8 deitado tem outra 'carga'. Oito é o número de lados nas charolas Templárias (também está na cruz pátea), é o número de direcções nas escolas de kung fu, é o número de braços de Vixnu, o número de pontos cardeais, é o número de pétalas do lotus, é o número da palavra - o verbo, é o número da ressureição de Cristo, ou seja, do nascimento do novo homem.
Augusto foi o 1º Imperador Romano, terá sido por acaso?!?!?!

"Ou seja, o uso dos metais é necessariamente posterior a uma sedentarização. Porquê?"
Porque a sedentarização trouxe a casa e a cidade, portanto, a disputa pela terra, a guerra. Os nómadas não têm esse problema, toda a terra é deles (os Masai não roubam gado, todo o gado no mundo pertence-lhes).
A agricultura pode ser uma boa variável para a interrogação, mas quando observamos os povos que viviam do mar, como podemos atribuir a classificação de nomadismo ou sedentarismo?
Será que os desenhos das cavernas são da caça ou são um ritual?
Eram sobre o passado ou para o futuro?
A caverna era uma casa ou templo?
Lá por não se verem construções não quer dizer que elas não possa ter havido, tipo camas de rede com um sistema de peles à prova de água e frio. Do lyceu também não há vestígios e não há dúvidas que existiu.

Arianos.
Aries. O Carneiro. Genitivo. Primeiro signo do zodíaco, um dos tríplices dos signos do fogo, ligado a Marte, o primeiro mês no antigo calendário romano antes de Augusto. O símbolo do carneiro é um aparelho reprodutor feminino. 
Aries Y Ovaries... a gens do ovo.

Pai, mãe e filho. Sem estes três não há família e a espécie acaba.
Explicar isto a barbudos cuja preocupação era correr atrás dos coelhos, não devia ser 'pêra doce'. Ao mesmo tempo havia "outra chatice", quando ela ficava barriguda, ninguém podia ir para muito longe, quanto mais ser nómada. (agora tb não se pode, mas pronto, sempre há o benfica/sporting)
Na minha imaginação, foi ela que comandou isto, reduzindo de um enorme tempo de gestação (que era necessário para a cria vir com o chip completo) para os recentes 9 meses e assim o grupo podia dar seguimento à diáspora, mas depois veio outra dor de cabeça, a cria nasceu sem andar, sem falar e só passado um montão de luas ficava autónoma, então bora fazer uma casa e viver juntos, depois o grande problema mesmo - "como eu provo que a casa e a terra é minha por herança"? Bora casar!
Há quem acredite que determinadas condições sociais foram impostas por certas instituições, até pode ter sido, mas se não fossem essas condições, independentemente de onde vieram, não estaríamos aqui a ler-nos.
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Estes textos seguem de conversação informal, que pode ser seguida no link
e também aqui...

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publicado às 16:25


11 comentários

De Alvor-Silves a 03.09.2014 às 06:10

Caro Bartolomeu,
respondo aqui à última parte dos seus comentários.

Começando ainda pelo oito, e pelo imperador Otto que considerou, convém notar desde já que "oto" é ainda um prefixo grego (genitivo "otos") de ouvido (grego: ous), reparando que a forma da orelha pode ser entendida como um 8.
Sei que não faz sentido misturar algarismos árabes com tempos gregos, mas eu aqui nem sempre sigo a história da carochinha... a gestação dos "8-manos", ou "otomanos", e o declínio e queda de Constantinopla, são demasiado enigmáticas para serem tomadas sem precaução.

De facto, o 8 recebeu uma carga sagrada considerável,
ligando-se ao símbolo de infinito 8 que também pode ser visto como um duplo zero OO.
Se entendo por que razão esse duplo zero pode ser ligado ao infinito, não vejo nenhuma razão especial para se escolher a quantidade de "oito" para o efeito. A melhor justificação que vejo é entender-se 8 = 2*2*2, colocando ênfase nas 2 direcções para cada uma das 3 dimensões espaciais. Outra hipótese mais simples diz respeito à soma das direcções cardeais na cruz clássica + com a as direcções diagonais da outra cruz X (chamada cruz de St. André, ou sautor, conforme a bandeira escocesa). Uma representando a soma e outra a multiplicação. De qualquer forma, esta soma de razões ainda não me satisfaz, e inclino-me mais para o 8 no "espírito santo de orelha", ou seja na transcendência das palavras representadas na sua audição.

Como a Maria da Fonte aqui costuma dizer, "nada é por acaso", mas a dúvida é saber se a origem se manifesta pela inteligência humana, ou se se manifesta pela própria inteligência intrinseca ao universo. Nem sempre é fácil distinguir a origem das coincidências.

De seguida, levanta várias questões pertinentes.
Creio que a pesca configura todo o aspecto de uma caça, e a sedentarização seria tão necessária quanto no nomadismo convencional - os clãs permaneciam num local onde houvesse alimento, ou acesso a ele. A primeira pesca terá sido de rio, depois costeira, e por isso só para aventuras em alto mar se justificaria uma melhor compreensão astronómica.
O ciclo solar é tipicamente algo associado à agricultura, mesmo a pastorícia não exigiria essa atenção na vida comum.

Parece abandonada, especialmente depois da Caverna de Chauvet, a ideia de que as cavernas seriam um habitat paleolítico. Os vestígios de habitação (restos de comida, ossos), têm sido associados a habitações posteriores - aí sim já talvez como refúgio.
Tem ficado claro que haveria um acampamento, provavelmente de construções em madeira, onde seria a base principal, e as cavernas seriam mais iniciação secreta sacerdotal.

Sobre o Aries (Y OvAries) volto a dizer que é uma notável observação... se houver tão boas sugestões para os outros símbolos do zoodíaco gostaria de saber.
Curiosamente o Y pode ajustar-se como letra a outros significados - o gama pequeno, e ainda hoje usamos "gama" para indicar um conjunto da mesma origem. O próprio G pode ser visto como uma seta de reciclagem, ou de ciclo. Ainda o Y, ipsilon ou upsilon, tem como próximo fonema "silo" - lugar onde se guardam as sementes (lembrando que sémen é noção igualmente usada na analogia agrícola).
Acresce que se oportunisticamente liguei ovários a "ov-aries", a palavra presta-se a outras decomposições, por exemplo ova-rios... algo que se adequa por mais que um motivo (o fluxo do óvulos, e a observação de ovas de peixe nos rios).
Não só, ainda temos Ó-vários, tendo em atenção que Ó diz respeito à gravidez (Srª do Ó).

De Alvor-Silves a 03.09.2014 às 06:10



Agora, é certo que algumas destas coincidências são do livro do homem e outras são do livro da natureza. Porque ainda que a linguagem seja produto humano, o homem nunca deixa de ser produto da natureza... e assim tudo obedece a uma intrinseca lógica natural.
As térmitas também podem reclamar a sua superior arquitectura e engenharia de montículos, e não é por isso que deixamos de entender tal coisa como uma programação natural da espécie.

A filosofia da "coincidência" é uma filosofia da ignorância.
Também em tempos antigos, os homens poderiam argumentar que a sucessão das estações era uma mera coincidência, até perceberem que não, pelo estudo do ciclo solar.
Por isso, sempre que argumentamos com coincidência, não é por que ela não exista, é porque somos ignorantes para estabelecer o elo entre as incidências. Certamente que seremos sempre ignorantes até um determinado nível, e por questão de sanidade mental é bom não pensar que tudo está ligado, mas a postura sistemática de recusa de elo perante evidências sucessivas, é simplesmente uma postura de ignorância assumida.

Assim, e indo ao seu ponto final, há uma etimologia conhecida na palavra "viril", onde o prefixo "vir" se aplica sucessivamente ao homem adulto... ou seja, após a puberdade que se caracterizaria justamente pela capacidade de se "vir". Por outro lado, o prefixo "gen" foi aplicado sucessivamente à reprodução feminina, como em "geniceu", e a própria palavra "gerar" deriva dessa capacidade reprodutora. Em português não se diz "generar" mas em inglês diz-se "generate", nós ficámos com esse traço latino em "regenerar".
E não creio que seja perda etimológica (porque o português e outras línguas latinas é que cultivaram o latim - e não o contrário), porque o "gerar" tem a parte primitiva que importava preservar o "Ge" de "Gea" ou "Gaia". Sendo que posso especular que este "Gea" ou "Geia" se ligue a "cheia", ainda a um primeiro sinal de gravidez.
Isto para notar se ligarmos "vir" a "gen" temos o signo actual - "virgen", e creio que a palavra se destinaria a representar o próprio acto sexual. A questão de ser ou não ser "virgen" seria assim o mesmo ponto, mas em sentido inverso.

A "maternidade" foi sem dúvida um ponto crucial no entendimento primitivo, notando que a própria palavra "matéria" se liga a "mater" - mãe. Vou aqui mais longe, pegando num exemplo que gosto - a "palavra na cultura" ligado a "pá lavra na cultura".
Porque "mater" e "pater" têm o sufixo "ter" que liga a "terra", não apenas à deusa Terra (equivalente a Gaia), pois como mencionou, o verbo "ter" ligou-se a ter "terra".

Estes são múltiplos aspectos de essência especulativa, mas que mostram algum nexo.
Irei ainda referir um aspecto que me pareceu crucial e que pode ter levado a uma mudança no sentido das sociedades matriarcais - o aspecto da guerra ligada à posse de terra.

Porque, do que entendo... antes do "ano" Solar, a marcação do tempo era de "ana", ou seja da Lua, da deusa Di-Ana, que se ligaria aos ciclos menstruais (ou mês-truais).

Mais uma vez, obrigado pelas diversas informações.

De Bartolomeu Lanca a 04.09.2014 às 02:01

Brilhante!
Depois de ver os nossos comentários aqui jogados (no sentido de jogo, de troca, de partilha), outros caminhos se me alumiam.

8
Também está no Caduceu (bastão de Esculápio), na serpente representativa do movimento da energia, num leitor de ondas magnético-eléctricas e na parábola gráfica da matemática.
Nas disciplinas mais avançadas de Kung Fu, a posição de onde parte o máximo de energia é de um corpo em "S" e é nessa forma que o lutador se deve colocar para estar sempre pronto perante a necessidade de empregar a força, a velocidade e a resistência.
Muito interessante a numerologia que apresentou sobre o 8. Sendo dois zeros o igual a dois todos, viajo na duplicidade de Hermes Trismegisto "O que está em cima é igual ao que está em baixo". O oito é verdadeiramente um número magnífico.
O zero, matematicamente falando, deve ter dado um momento de 'paragem' quando apareceu, já que é um número que permite por um lado um interminável avanço acrescentando ou retirando valor a todos os outros e sozinho nada vale.

Sobre a mistura.
Acredito ser de salutar, independentemente do valor ou sincretismo que daí possa resultar, estarmos certos ou errados parece-me apenas um juízo segundo as nossas limitações, não entendo ter de ser preto ou branco uma resposta ou conclusão e sim que daí seja uma de partida para outras construções.
Usando a analogia - usando o Kung Fu, que foi durante duas décadas uma das escolas que frequentei - das danças, especificamente o Flamenco, onde encontro todos os movimentos das práticas marciais do norte e do sul da china, as pernas e os braços, a expressão do guerreiro, a respiração, o bater de pés e mãos e até os ângulos da arte estão impregnados na beleza do espectáculo que admiramos e na energia que nos transmite. Encontrei estas variáveis quando penetrei nos ensinamentos mais densos da minha escola, fruto secular dos antigos guerreiros orientais quer para a destruição como para a cura. Acho que faz, sim, todo o sentido misturar os assuntos, como bem o fez.

Inteligência.
Tenho por hábito, afirmar que nós não somos inteligentes, mas que a inteligência existe e que podemos fazer uso dela.
Encontrei esta forma de me dirigir à inteligência quando trabalhei de muito perto com aquilo a que chamamos de natureza. Um dia em que observava pássaros numa actividade profissional, descobri os interessantes feitos de uma pequena ave que me fez ir até outra esfera, a Limosa Lapponica (ou Fuselo, que usa o território de Portugal nas suas viagens intercontinentais) faz voos de milhares de quilómetros do setentrião ao meio dia, sobre a terra e sobre o mar, de dia e de noite, sem paragens para descanso ou reabastecimento e em voo batido...UAU...e andamos nós à procura de uma fórmula para a eficiência energética das nossas máquinas, afinal ela já existe, mas nós ainda não temos acesso à dita. Esta ave tem o melhor índice, conhecido, do uso da energia no reino animal.

...(cont)

De Bartolomeu Lanca a 04.09.2014 às 02:03

A caça parece ser mais rudimentar que a pesca.
Da água vêm os moluscos (indicados terem surgido à cerca de 500 milhões de anos) e bivalves, que foram a base não só da alimentação como de outras actividades humanas, incluindo mitológicas - a concha de onde nasceu Vénus ou Afrodite, divindades da sexualidade, da beleza e do amor - e possivelmente os organismos responsáveis pela sedentarização antes da agricultura ou da pecuária, a sua idade é antiquíssima.
Não é possível juntar um cardume de peixes com recurso ao fogo como se fazia com cavalos e outros animais que se caçavam para comer, a técnica é outra, quanto a mim muito mais avançada e por isso anterior e primária - uso esta inversão neste campo como uso em referência à linguagem (sistema), que a dos símbolos se apresenta muito mais rica e eficaz, actuando de forma profunda e directa no entendimento até mesmo na consciência, do que a língua (código) ou a engenhosa invenção humana "pá lavra" (função).
A malacologia levou-me a descobrir que a Ostra é também um sinal da inteligência que de alguma forma se mostra superior ao entendimento que dela (inteligência) podemos fazer. É este simples ser um sinónimo de perfeição da economia, usa consumíveis nefastos (para se alimentar) produzindo proteína à volta de uma concha (para se proteger das agressões) em carbonato de cálcio e liberta 100% oxigénio com essa transformação. Perto das Ostras a vida floresce abundantemente e é fascinante observar o poder desta inteligência. Fica nas zonas estuarinas, ditas sapais de água interditais, o seu ambiente preferido por ser onde se reproduz e cresce com mais velocidade, são estas zonas a 'maternidade' dos oceanos, é onde por exemplo as Angulas vêm (referindo geograficamente Portugal) crescer depois de fazerem milhares de quilómetros numa viagem que tem início no Mar dos Sargaços para onde depois voltam e desovam.
O que me leva a crer, pela abundância, fertilidade (concentração de energia) e facilidade como vias de comunicação entre povos, que as zonas costeiras tenham sido as primeiras a serem povoadas, isto é, densa e alongadamente, onde as várias tecnologias foram sendo desenvolvidas. Também para onde os navegadores da Ordem de Cristo apontaram a expansão da Fé (embora isto se possa enquadrar noutros temas, é curioso observar os locais das suas missões).

...(cont)

De Bartolomeu Lanca a 04.09.2014 às 02:04

Cruz.
Posso lhe dedicar imensas atribuições, todas elas belíssimas e construtivas de uma plenitude de consciência, aquela que mais me induz, humanamente falando, é a representação do útero onde penetra o falo, acto de onde provém nascimento da matéria humana - o salvador da espécie, IHS.

Lua.
As fases da lua são 8.
O ano lunar difere do solar pelas estações, o primeiro não tem relação com estas, só o segundo.
A Lua produz um efeito sobre o MAr, mas não sozinha. Os movimentos (subida e descida) das MArés também sofrem influência do Sol porque este, mesmo estando ~400 vezes mais distante, é responsável pelo aquecimento ou arrefecimento. A TERra atrai a Lua, fazendo-a girar e como nos disse Einstein a Lua também atrai a TERra, mas de um jeito mais subtil, a atracção do satélite da TERra tem pouca influência sobre os continentes, que são sólidos, mas influi consideravelmente no comportamento da superfície dos oceanos devido à grande liberdade de movimento da água, a fluidez. Em cada dia, a influência Lunar provoca correntes MArítimas que geram 4 MArés (altas quando o oceano está de frente para a Lua e em oposição a ela, as outras duas baixas nos intervalos).
Quando a Terra, a Lua e o Sol fazem um alinhamento - em oposição ou conjunção - a acção gravitacional do astro e do satélite amplia ou mingua (mais produção, menos produção) o efeito na massa de água do planeta, observando-se nos diferenciais menores ou maiores das amplitudes, respectivamente. Maravilhoso universo!

Y
Ah belo mistério do X.
Cromossomicamente falando :-)


Muito boa leitura fiz da sua etimológica informação. Gratidão pela essência especulativa.
Resta-me saudar este espaço de interacção, à luz da transdisciplinaridade e por todos os temas que aqui são expostos, indicam mentes na busca de um esclarecimento grávido de amor.

Saudações.
B
"Quantos mais ignorantes, mais sábios."

De Alvor-Silves a 04.09.2014 às 18:45

Caro Bartolomeu,

de facto, esta dança de parada e resposta, pode ter tendência a crescer como bola de neve, e tenho por bom tentar não esquecer os pés quando liberto a cabeça. No entanto, dada a multiplicidade de observações de grande interesse que nos vai trazendo, fica um bocadinho difícil de resistir à tentação de não responder logo. Chegamos a um ponto em que a cabeça corre mais depressa que os dedos, e não será possível falar de tudo.

A história oficial vem na versão de "série". Cada episódio é-nos contado quase sem relação com outros, e até os anteriores. Por exemplo, a China ou a Índia são praticamente territórios inexistentes quando se fala do Império Romano. Como se o contacto indiano tivesse tido um interregno entre Alexandre Magno e Vasco da Gama, ainda que as fronteiras de um e outro se tivessem tocado, a menos de Medos ou Partos.

As chamadas "teorias da especulação" procuram transformar esta série de episódios numa novela, tentando ligar as pontas do novelo gordo, ou Górdio, cortado por Alexandre com o fio da espada. Se sabemos que a história terá que ser única, alguma escassez e confusão na informação acaba por permitir fazer um caminho de histórias alternativas. Quanto menos informação houver, mais fácil é inventar cenários, e isso alimenta a política dos "contos de reis", ao estilo das "mil e uma noites".

Portanto, começando pelo fim, a maior ignorância estimula uma criatividade desprendendo-a de parte da realidade. Esse é um aspecto. Outro, mais importante, e creio que foi o que quis sinalizar - é que só podemos progredir no conhecimento se procurarmos sempre a nossa ignorância - quem deixa de se reconhecer como ignorante, estagnou no seu conhecimento.

Dito isto, como os seus notáveis comentários são auto-explicativos, e concordando com a maioria deles, faço apenas algumas observações.
O que está em cima é igual ao que está em baixo... é verdade na superfície de ligação.
A forma do fundo do oceano é exactamente a mesma que a forma da terra que o define. Assim, entre quem pressiona e é pressionado estabelece-se a mesma superfície de contacto. Se o contacto for pontual sabemos pouco, um ponto aqui, outro ali, e há pouca transferência de informação. Porém quando o contacto se alarga essa transferência é bem maior. O que é diferente também é o que cada um carrega para além desse contacto. A terra carrega o oceano, e ainda que o oceano afecte a terra, quem tem o registo perene da superfície é a terra sólida e não o oceano líquido.

Sobre a mistura e inteligência, estamos de acordo. Excelente a afirmação - "a inteligência existe e podemos fazer uso dela" - é isso mesmo, não fomos arquitectos da nossa inteligência. Quando o observador é inteligente recebe apenas a inteligência prévia do observado. Há uma dança em que um passo se ajusta ao outro, e mais importante que a dança isolada é a dança tendo o exterior como parceiro. A prova de que as ideias válidas não são propriedade de ninguém, e são uma propriedade universal, é essa sua validade universal. Cada conjunto de térmitas pode elogiar mais a beleza do seu montículo, mas o princípio inteligente é o mesmo. Desconhecia o exemplo do Fuselo, mas é sem dúvida notável, não apenas energeticamente.

Acerca das conchas, é curioso, pois já fiz aqui uma novela que ia das pérolas da Oceania ao Caminho de Santiago:
http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/07/com-chas.html
... e sobre a pertinente ligação alegórica na função da palavra, estamos de acordo, e haverá muito a dizer.

De Alvor-Silves a 04.09.2014 às 18:45

E continuando na ligação do falo ao falo da fala:
http://odemaia.blogspot.pt/2014/03/questao-do-qu.html
ou da língua à linga (e aqui fui procurar o link e reparei que tinha deixado um rascunho esquecido...):
http://odemaia.blogspot.pt/2014/09/linga-falo.html

Sobre a Lua, vejo ainda a questão dos 9 meses de gestação que são 10 meses lunares. A viabilidade antiga do nascimento poderia começar mais cedo, talvez pelas 8 ou 9, sendo claro que as 11 luas são já perigosas/fatais para o bebé.
Neste caso, alinho para o 9, em que o nove é novo, novo ovo.

Quando falei em PaTer, acabei por não dizer que invocava en-terrar a pá na terra, no sentido de plantar a semente na terra, ou o semen no u-terro. Por isso, o fecho final foi também um en-terrar, um devolver à terra a semente que viveu.
Sobre MaTer não sei.. é muito bem pensado a dualidade Mar-Terra para "ma-ter", mas a ambiguidade deste "ma" é "Má" e fica-me um "mas" indecidivel, mesmo na especulação. Por exemplo, "mater" e "matar" são demasiado próximos, e temos "mata" ou "mato" para vegetação.
Nestes casos, é bom o exercício, mas é uma peça que serve vários encaixes... podemos ver em "a mater" - "ama ter" como ligação a ter ou a terra. E da mesma forma podemos ver "amar" como "a mar", numa ligação ao mar - é demasiado fluido, e parece bom não solidificar uma única raiz.

Acresce à sua observação sobre a "gravidade" da Lua, a própria "gravidez"... pelo que não deve ser excluído do significado essa interpretação das marés ligadas também à gravidade lunar. O pensamento complexo não é propriedade recente, e certamente que muito tempo antes de Newton foi pensada essa ligação grave da Lua ao Mar, observando um registo cuidado dos valores. Afinal não seria muito mais complicado que a dedução do ciclo de Saros para a previsão de eclipses, e mais útil para as populações costeiras - que de facto devem ter sido das primeiras fixações, pela iguaria de moluscos, do caranguejo, do polvo, da lapa, e outros espécimes.

Mais uma vez, os meus agradecimentos, pelas múltiplas informações e deduções importantes.
Abraços.

De Bartolomeu Lanca a 04.09.2014 às 20:59

Caro Alvor-Silves, admiro a sua capacidade analítica e de síntese.

Sobre Santiago e suas conchas, tenho uma especulação romance em que Portugal aparece como o projecto ideal para uma missão, que já tinha sido tentada e deu fracasso, também via marítima.

Uma única raiz parece difícil, ra iz :-)

MAma

abcs
B

De Alvor-Silves a 05.09.2014 às 16:27

Obrigado, Bartolomeu.
Pois, as conchinhas ou con-chinas, foram uma maneira de ilustrar os indícios de migração das conchichinas dos haplogrupos Y, e que acumulava nas ilhas oceânicas, por exemplo:
http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/07/pontas-da-lingua-3.html

É uma situação estranha ter 800 línguas diferentes numa ilha de caçadores de cabeças, como é a Papua-Nova Guiné.
Não são dialectos... é indicado que têm todas estruturas gramaticais diferentes.
Se faz sentido falar em castigo de Babel é na Nova Guiné.
Situação parecida parece ter ocorrido na região caucasiana... na antiga Cólquida, Colchis.

Portanto não há dica que radica num par Rá-Isis, mas há sinais de cultura comum - antas, múmias - que se estendem da Ibéria à Nova Guiné.
Sem dúvida que o plural de "ma" seria "mama" e não "mas".
Do "leite" da mama sairia a "lei" do varão - o primeiro a nascer era o primeiro a beber (é assim com os porcos).
E para o "bébé" o "beber" leite é crucial.
O "var" de vários está no "bar" aramaico-judaico que significa filho.
O primeiro "var" seria o varão, o barão... que foi um título que serviu para passar comerciantes a aristocratas.
Ainda hoje se usa a designação "vara" para um conjunto de porcos.

Agora, o que se poderá passado é que houve migrações distintas, das quais duas ou três dominantes, que acabaram por transportar as línguas que iriam para o caldeirão que temos.
A tentativa do latim foi uma espécie de esperanto, para aglutinar os desvios linguistas dos povos "celtas", que habitavam a Europa.
Assim, tal como o esperanto, sendo de essência artificial, acabou por ir definhando e desapareceu, ainda que tivesse sido por várias vezes tentado ser imposto uniformemente - especialmente por Carlos Magno.

A dúvida principal está em "Má" por contraponto a "Mâ"... digamos que é mais questão de acento ou assento, "mâter" faz sentido, mas "máter" nem tanto. Certamente que estou a complicar, e tem obviamente razão, o "ma" original está bem explícito em "mama".

Por exemplo, a palavra grega para fruto - maçã é "malo", e o pecado do conhecimento ficou associado à maçã, daí pode ser especulada a ligação do "mal" a "malo", à maçã. Acresce que a deusa romana para a fruta era chamada literalmente Puta.
Em grego, o mal era designado "kakos", e ainda usamos "cacos" para o efeito.

Por isso, sem dúvida que a etimologia é terreno movediço, porque assenta em muitas camadas, e presta-se a múltiplas possibilidades, sendo que sigo normalmente a regra da tribo... "tribo" é uma declinação latina de "três". Quando tenho 3 coincidências diferentes, começo a levar a coisa mais a sério.

Abraços.

De Anónimo a 11.09.2014 às 03:50

7 fatos interessantes sobre o Império Romano que você talvez desconheça
http://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42299-7-fatos-interessantes-sobre-o-imperio-romano-que-voce-talvez-desconheca.htm

Não pense que os romanos ficam nus sob as togas. Tanto homens como mulheres usavam uma peça de roupa chamada subligaculum que era usada como “tapa-sexo”. Esse adereço normalmente era feito de lã ou linho, embora também existissem versões mais requintadas e feitas de seda.

As mulheres às vezes usavam também uma espécie de top sem alças chamado mamillare ou strophium, e as mais jovens ainda tinham o costume de "prender" os seios firmemente com faixas de couro macio.

Famous "bikini girls" mosaic (found by archeological excavation of the ancient Roman villa near Piazza Armerina in Sicily), showing women exercising, running, or receiving the palm of victory and crown (for winning an athletic competition).

Bikini Mosaic
Villa Romana del Casale
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Casale_Bikini.jpg

Cpts.
José Manuel CH-GE

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