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Uma das simples questões que não tem uma resposta simples, é por que razão houve tribos que não evoluíram, e praticamente ficaram estagnadas no Paleolítico? - É daquelas questões em que o "politicamente correcto" aconselha a não responder, porque arriscamos a ser mal entendidos.

Um caso particular, diz respeito a uma tribo completamente isolada, no Oceano Índico, no Arquipélago Andamão, tribo que terá entre 50 a 400 pessoas, e que domina a pequena ilha Sentinela Norte, com uma área pouco superior à ilha do Porto Santo.

Desde 1880 foi registada a primeira tentativa de contacto, com o desembarque de um navio inglês, mas com infrutíferos resultados, um contacto nunca foi estabelecido -  ou porque a resposta era extremamente violenta (na maioria dos casos), ou porque os indígenas desapareciam na floresta, quando um desembarque era feito. Há alguns vídeos que ilustram respostas agressivas, e em 2006 dois pescadores acabaram por ser mortos. Aparentemente, o tsunami de 2004 não os afectou, e quando um helicóptero avaliava os danos, foi recebido a tiro de flechas. 


A Índia que administra a ilha, organizou um contacto mais amistoso em 1991, e acabou por decidir declarar a zona proibida, deixando os nativos à sua sorte... conforme terá acontecido nos últimos milhares de anos.  

Não é caso único... e há uma lista razoável de mais de uma centena de tribos que resistem ao contacto "civilizacional", muitas das quais no Brasil, na selva amazónica.

De um modo geral, estas tribos chegaram pelo menos ao estado fulcral que determinou o ascendente humano face ao meio-ambiente - o arco e a flecha. Mesmo sendo desconhecida, todas as tribos têm alguma espécie de língua, têm habitações rudimentares, mas no caso da Sentinela, não têm agricultura e julga-se que nem sequer dominam o fogo.

Fim da Evolução...
O problema que se coloca nestas tribos é a ausência de passo seguinte... foi como se tivessem atingido um estado de harmonia com a natureza, e entre si, que lhes prescindiu evoluir.
O problema que se coloca, em oposição, será perceber se a evolução civilizacional, que se desenvolveu na restante parte do mundo, teria ocorrido?
- É aqui que se coloca uma resposta simples, tão típica do Séc. XIX, que argumentaria que nem todas as raças estariam predispostas a uma evolução civilizacional.
Não me parece que essa abordagem simplista seja minimamente satisfatória.

Para chegar ao estado estável do "arco e flecha", que permitiu viver com considerável desembaraço, houve razoáveis passos evolutivos, e não haveria razão aparente para terminar ali a "evolução".
Mas a pergunta surge de outra forma - haveria então razão para continuar a "evoluir"?

No caso da ilha da Sentinela, sendo esta suficientemente rica para fornecer sustento a uma centena de habitantes, que assim entraram em equilíbrio no ecossistema, o problema maior seriam as relações dos habitantes entre si. Tendo desenvolvido um conjunto de tradições culturais, que resolvessem de forma satisfatória esses problemas entre si, a situação poderia ficar estável. Tanto mais que, por razões de espaço numa pequena ilha, não havia propriamente possibilidade de desenvolver dois clãs, que se opusessem. A economia ainda que hierárquica, seria comunitária, de completa partilha familiar - sendo certo que todos os elementos seriam pelo menos primos entre si.

Ou seja, é perfeitamente aceitável considerar que a evolução da tribo parasse quando não tinha razão objectiva para exigir novos desenvolvimentos tecnológicos. Como isso ocorreu em diferentes tribos, de diferentes raças, não parece que tivesse qualquer motivo genético profundo. Aliás, também nos anos 60, com certas comunidades hippies, se desenvolveu uma ideia anti-evolutiva, no sentido de comungar em sintonia com a natureza, em economia de partilha.

Tradição
O aspecto crucial que determinaria a necessidade de continuar, ou não, a evoluir, seria uma tradição enraizada na sociedade. Para um aglomerado pequeno, com uma história de sucesso na sua sobrevivência, como no caso da ilha Sentinela, a tradição impor-se-ia de forma determinante, e as inovações seriam vistas como novidades ameaçadoras ao equilíbrio alcançado. A educação dos jovens seria feita nesse pressuposto, e por exemplo, uma expansão para além da ilha seria possivelmente vista como indesejável.
Assim, apesar da criatividade ser possivelmente educada como inconveniente, isso não significaria que os elementos da ilha não tivessem possibilidade de exibir a sua criatividade, fora das circunstâncias tradicionais em que tinham sido educados. 
Aliás, não é difícil associar os períodos de maior estagnação criativa exactamente aos períodos em que a educação social era mais dirigida ou condicionada por uma tradição dominante. Aconteceu isso durante o período medieval, quer ocidental, quer oriental, na China.

O fim de uma evolução não é necessariamente marcado por uma imposição contra as pessoas, é sobretudo conseguido numa forma de acomodar as ambições da população ao que estas podem obter na sociedade.
Quando as ambições eram limitadas à ilha de Sentinela, uma pequena população familiar pode satisfazer e limitar os seus desejos áquele espaço abundante, mas quando as ambições ultrapassam o pequeno cenário familiar, então a Terra foi-se revelando um pequeno espaço para tanta ambição, e a evolução teve que prosseguir sem limites.

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publicado às 06:04


17 comentários

De Anónimo a 07.04.2018 às 19:00

what can we read into this.......?

Six Brain-Damage Scourges that Cripple IQ in Sub-Saharan Africa

https://ieet.org/index.php/IEET2/more/pellissier201... Proxy Destaque

7 Mar 2012 ... Why do academic tomes like Wealth and the IQ of Nations insist that the average Sub-Saharan African's IQ is 30-40 points lower than an East Asian's IQ? How can that book give Hong Kong an IQ of 106 and Equatorial Guinea a mere 59?
IQ of Sub-Saharan Africa – The Alternative Hypothesis

www.thealternativehypothesis.org/index.php/2016/04/... Proxy Destaque

15 Apr 2016 ... The disadvantage is that these tests are not technically IQ tests. Lynn and Wicherts can give estimates for IQ, but there is dispute as to what studies to include. International Test scores from Sub-Saharan Africa: “TIQ” stands for test IQ and is just the raw score converted to a rank order number in the same ...
A systematic literature review of the average IQ of sub-Saharan ...

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S... Proxy Destaque

IQ and global inequality. Augusta, GA: Washington Summit Publishers.] concluded that the average IQ of the Black population of sub-Saharan Africa lies below 70. In this paper, the authors systematically review published empirical data on the performance of Africans on the following IQ tests: Draw-A-Man (DAM) test, ...
IQ and Global Inequality - Wikipedia

https://en.wikipedia.org/wiki/IQ_and_Global_Inequality Proxy Destaque

Hunt argues that in their argumentation they both made the basic mistake of assigning causality to a correlation without evidence, and that they made " staggeringly low" estimates of Sub-Saharan African IQs based on highly problematic data. He considers that by their negligence of observing good scientific practice Lynn ...
Low IQs are Africa's curse, says lecturer | UK news | The Guardian

https://www.theguardian.com/uk/2006/nov/05/highered... Proxy Destaque

5 Nov 2006 ... Researcher accused of promoting racist stereotype wins backing from LSE.
The average IQ of sub-Saharan Africans - Institute for Applied ...

www.iapsych.com/iqmr/fe/LinkedDocuments/lynn2010.pdf Proxy Destaque

21 Oct 2009 ... samples on tests other than the Progressive Matrices give a sub-Saharan Africa IQ of 69; studies of the most satisfactory representative samples on the Standard Progressive Matrices give an IQ of 66; studies of 23 acceptably representative samples on the Colored Progressive Matrices give an IQ of 71.
Estimating the average IQ of sub-Saharan Africa | Pumpkin Person

https://pumpkinperson.com/2015/07/05/estimating-the... Proxy Destaque

5 Jul 2015 ... I have previously complained that some scholars overestimate the average IQ of black Africa by using samples that have access to a lot more schooling than many people in the region. A commenter suggested I do my own estimate of the average IQ of sub-Saharan Africa by correcting for this problem.

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