Na sequência de relações pascais, após a lavagem de mãos de Pilatos, ou da corona de espinhos, estamos em quarentena, inicialmente um período de quarenta dias (quadraginta, em latim).
Quarenta dias é também o tempo da quaresma, tempo de jejum cristão que medeia entre o Carnaval e hoje (domingo de ramos), um tempo pascal de crescimento do corona-vírus na Europa.
Consta que quarenta dias foram definidos por Veneza em 1377, em quarentena contra os navios de regiões contaminadas pela peste negra, remetendo os visitantes a um edifício chamado Lazareto, com raiz no nome de Lázaro, o morto-vivo ressuscitado.
D. João II decidiu o mesmo em 1490, definindo a Torre Velha do Castelo de Porto Brandão, depois Forte de S. Sebastião da Caparica, como ponto de acolhimento,
ou seja como Lazareto.
As instalações degradaram-se e foram recuperadas em 1869, passando a ser conhecido como Lazareto Novo de Lisboa, ou ainda, durante o Estado Novo, como Asilo 28 de Maio, mudando as funções para acolher a "criadagem" da província que "serviria" em Lisboa.
Actualmente está em ruínas, aguardando a possibilidade de funcionar como unidade hoteleira.
A sua estrutura semi-circular lembra o
panóptico de Bentham, onde de um ponto central se veriam as ramificações para os restantes edifícios, particularidade útil em estabelecimentos prisionais.
Será clara coincidência que estes períodos de quarentena, a que ficámos sujeitos, surjam durante os quarenta dias dedicados à quaresma, mas já estamos habituados a viver com coincidências nestes tempos.
Será ainda interessante notar que o número estimado de mortes, por vírus da gripe normal, costuma variar entre 290 e 650 mil pessoas. Assim, é estimado que tenham morrido este ano 125 mil pessoas, devido à gripe normal, um número que é o dobro das mortes associadas ao corona-vírus.
O final deste período está-se a aproximar, pois a Itália, a Espanha, e Portugal verão os números começarem a estabilizar até ao final desta "
semana santa", consumando-se o milagre de recuperação do mal dito vírus.
Na próxima semana, seguinte à Páscoa irão continuar os avisos, tentará colocar-se o drama para "
não embandeirar em arco", e todas crianças que jogam na Bolsa, ou na raspadinha, vão voltar a poder fazer as suas apostas.
Depois irá pensar-se que talvez tenha havido um exagero, mas o que irá faltar fazer é uma simples análise de entidades criminosas que propositadamente, ou incompetentemente, foram provocando um caos social, com o possível intuito de virem daí a tirar partido financeiro.
- Ao contrário dos exemplos de sucesso de Macau, Taiwan, Japão ou Coreia do Sul, a Europa foi aconselhada pelo OMS, e pelas organizações de saúde nacionais acólitas, a fazer de conta de que não se passava nada. Basta reler o que os responsáveis foram dizendo, o atraso da OMS em declarar a pandemia, etc...
- Ao contrário desses países, na Europa desapareceram máscaras protectoras ainda antes de haver procura delas. Se esses países asiáticos aconselharam a todos os cidadãos o uso de máscaras (a única forma efectiva de controlar a propagação - porque os espirros não seriam projectados), os esbirros nacionais europeus foram proclamando a falta de máscaras, o seu uso exclusivo por profissionais, etc.
- Para espanto de todos os viajantes na Europa, não existia nenhum controlo de passageiros, mesmo à chegada de países com casos descontrolados.
- Em Portugal a situação foi de tal forma grotesca que a DGS criticou o fecho de universidades e aconselhou a manutenção de escolas abertas.
- Toda esta incompetência deveria ser processada, porque há casos de negligência dolosa e propositada. No entanto, esta malta da OMS, e aqui da DGS, passará por ter feito um grande trabalho, e terá os louvores maçónicos de serviço.
- Empresas como a 3M, que foram alvo das críticas de Trump, com o pretexto de exportarem, não enviavam máscaras para ponto nenhum, consolidando a falta delas em todo o lado. Qualquer análise minimamente esclarecedora chegará à conclusão que houve uma vontade de causar dificuldades na distribuição de material protector.
Resta assistir às vantagens que muitos vão retirar desta suspensão da economia, com os estados a endividarem-se de novo, para controlar o caos na saúde pública. As dívidas públicas de Espanha e Itália serão provavelmente alvo de ataques especulativos.
Os que sabem que os mercados vão reabrir em força em Maio, preparam-se para comprar a baixo valor nesta altura, para depois retirarem dividendos dos investimentos.
Vislumbram-se já os abutres no ar...