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Prossigo a sequência do Estado da Arte com a observação de José Manuel acerca de um detalhe no vídeo de El Castillo, referente a losangos
Losangos na Caverna de El Castillo
... que, conforme notou, os losangos são também as formas encontradas na Caverna de Lena Hara, em Timor Leste. Basta para esse efeito lembrar a imagem que divulgou em 2011 no blog Portugalliae 
Losangos na Caverna de Lena Hara, em Timor Leste
Conforme o José Manuel fez questão de notar, o nome colonial de Tutuala, onde foram encontradas estas inscrições datadas entre 6 e 20 mil anos, era um sonante "Nova Sagres". Talvez o nome se devesse apenas à localização extrema, na ponta de Timor, oposta à outra Sagres... ou talvez não!


Melanésia... o outro lado da arte
Procurando um pouco mais acerca de pinturas rupestres em Timor, e para além dos petróglifos com caras humanas (com óculos?!) assinalados no Portugalliae, num blog 
https://musicwork.wordpress.com/2010/12/09/rock-art-near-tutuala/
há uma interessante colecção de imagens de um local adjacente a Lena Hara, chamado Ile Kere-Kere.
Para além de serem vistos barcos (recentes?) e mãos (antigas?) - que sou forçado a deixar "sem comentários", por não ter informação sobre possíveis datações...
 

... há uma estranha representação, que faria o gosto dos "teóricos dos deuses-astronautas":

Mas sobre esta estranha representação, cito directamente o autor do blog, que descreve o assunto com uma piada monumental:
I disgraced myself with this one by asking why a picture of a TV antenna has been included among the rock art. Maleve (one of the TImorese people with us) groaned and stared at me incredulously. “It’s a head-dress!” he said emphatically. 
Lá está... uma ilustrativa questão de contexto!
Enquanto o "homem branco" conjectura, pensa em ovnis, em antenas de TV, (ou fazendo auto-crítica ao meu texto anterior... pensa em mapas), o habitante inserido na cultura local vê ali um ornamento decorativo, uma espécie de chapéu.

Chapéus...
No entanto, focarei uma outra imagem que encontrei, que aparece apenas associada a Timor-Leste
"Pintura rupestre em Timor-Leste"
imagem do blog "asfolhasardem.wordpress.com" 
Porque, não se tratando de Bugs Bunny, estas imagens evidenciam duplas protuberâncias na cabeça - talvez a imitar chifres, e mais uma vez damos o salto - agora de Timor para Portugal e Espanha.

Uma das raras inscrições rupestres conhecidas em território português é a Lapa dos Gaviões, onde são representadas três figuras... eu diria semelhantes, na ornamentação da cabeça:
Lapa dos Gaviões - Portugal (daqui)
E como umas coisas vão dar a outras, há uma colecção impressionante de imagens rupestres, feita por um punhado de fotógrafos amadores, num repositório do flickr:https://www.flickr.com/groups/pinturasrupestres/pool/... e que por si daria para uma série de "estados de arte" interminável. Um outro igualmente interessante é este:https://www.flickr.com/groups/bestofruins/pool/

Mas, continuando, se a legenda fala numa existente interpretação como "bovídeo, rinoceronte e javali", nunca me tinha ocorrido pensar em ver as figuras como projecção horizontal... tudo bem, mas mesmo assim dificilmente conseguiria ali vislumbrar tais bichos.

Por isso, socorro-me da mais abundante expressão existente em Espanha, que parece não ter grandes dúvidas sobre a orientação das suas pinturas. Ou seja, mais concretamente falo do "Brujo", na Cueva de Los Letreros, que teve direito a uma escultura significativa para promoção turística:
Cueva de Los Letreros - "O Bruxo" - (ver aqui)
Esta imagem icónica está degradada (ver original), mas é possível ver claras representações noutras cenas, onde aparece com os característicos chifres, ou com o "chapéu correspondente":
Cueva de Los Letreros (de comarca de los velez)
Portanto, parece-me mais natural ver representações antropomórficas que evidenciam talvez bruxos, conforme sugerido pelos espanhóis, atendendo ainda por cima à proximidade geográfica... com Timor a questão é mais complicada.
E, por outro lado, pode complicar-se mais ainda se atendermos a que há semelhanças nestas cenas com as inscrições na Serra da Capivara, no Brasil, sendo que o bruxo parecia acompanhar-se de uma bolsa, e isso já foi abordado como uma questão de moda das Bolsas da Capivara, bolsas que podem ter antecedido as mais modernas, em que as flutuações do mercado nas Bolsas nos vai ao Bolso. 
Em contraponto, o bruxo apresenta ainda uma ou duas foices, algo mais comunista e menos capitalista, mas que devemos entender no contexto saturniano mais lato - ou seja, como a foice adamantina de Cronos, castradora de Urano.

Universalidade
Mais icónico ainda do que o bruxo, na zona da Cueva de Los Letreros, em Almeria (Andaluzia), o símbolo da região é o Indalo (entendido como Mensageiro dos Deuses, ou seja um Hermes... mas não das bolsas, ou ainda que sim, Hermes-Mercúrio era associado ao comércio). 
Este Indalo é uma representação que se diria logotipo moderno, próprio de uma qualquer empresa com ambições globais:
Indalo - Cueva de Los Letreros, Almeria (Espanha)

Em Almeria vendem-se porta-chaves com este ícone, mas há alguma imprecisão na cabeça, porque se repararmos bem, o disco não se une ao corpo, sugerindo ao mesmo tempo uma forma de olho, e não apenas um homem num certo abraço universal (ou talvez, simplesmente, a saltar à corda...).

Porém há um o ponto de universalidade, que se observa nas pinturas, que vai desde Timor, de toda a Melanésia, até à Europa, e não só... prolonga-se ao continente americano, não apenas no Brasil, mas a sítios tão remotos quanto a Cueva de Las Manos, na Patagónia Argentina, conforme já aqui tinhamos salientado... ou ainda mais, a ilhas chilenas do Estreito de Magalhães, como a Ilha de Madre Dios:
Ilha da Madre Dios - região do Estreito de Magalhães. (imagens)
Primeiro, a enorme caverna (vejam-se os homens na seta vermelha) onde foram encontradas.
Segundo, as pinturas nessa caverna, com o mesmo tipo de ilustrações e tinta.

A caverna, onde foram encontradas as inscrições rupestres da Ilha de Madre Dios, é gigantesca, a ponto de terem mesmo sido encontrados ossos de baleia numa plataforma a 30 metros de altura, acima do mar. Nessa caverna vemos as inscrições com o aspecto característico de quase todas as pinturas rupestres.

A questão é que quando temos estes símbolos enigmáticos, ou mãos pintadas na rocha, não estamos a falar de culturas sem qualquer ligação entre si. Há pontos comuns de uma parte à outra do globo, e são tão distantes no tempo quanto a competição para as mais antigas se coloca nos 40 mil anos, quer nas ilhas Celebes na Indonésia, quer na Espanha. 
Por muito que os actuais bruxos tentem menosprezar ou desligar umas e outras manifestações, considerá-las casualidades naturais, não há muito de natural na presença global de uma cultura antiga de bruxos ou xamãs, dos quais os actuais são herdeiros.

Seria natural a diferentes culturas aspergirem as suas mãos para as deixarem impressas na rocha?
Então e por que não deixar também os braços, os pés, ou outra parte do corpo?
A técnica e a representação era invariante, mas não havia nenhum traço unificador, passado de geração em geração? Percebemos que seja conveniente evitar esta "teoria global", porque ela sugere uma herança global, e este tipo de "conspiração" é facilmente metido na caixa de "teorias da conspiração"... mas o traço comum está aí, e só não o vê quem não quer que seja visto.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 06:41


Prossigo a sequência do Estado da Arte com a observação de José Manuel acerca de um detalhe no vídeo de El Castillo, referente a losangos
Losangos na Caverna de El Castillo
... que, conforme notou, os losangos são também as formas encontradas na Caverna de Lena Hara, em Timor Leste. Basta para esse efeito lembrar a imagem que divulgou em 2011 no blog Portugalliae 
Losangos na Caverna de Lena Hara, em Timor Leste
Conforme o José Manuel fez questão de notar, o nome colonial de Tutuala, onde foram encontradas estas inscrições datadas entre 6 e 20 mil anos, era um sonante "Nova Sagres". Talvez o nome se devesse apenas à localização extrema, na ponta de Timor, oposta à outra Sagres... ou talvez não!


Melanésia... o outro lado da arte
Procurando um pouco mais acerca de pinturas rupestres em Timor, e para além dos petróglifos com caras humanas (com óculos?!) assinalados no Portugalliae, num blog 
https://musicwork.wordpress.com/2010/12/09/rock-art-near-tutuala/
há uma interessante colecção de imagens de um local adjacente a Lena Hara, chamado Ile Kere-Kere.
Para além de serem vistos barcos (recentes?) e mãos (antigas?) - que sou forçado a deixar "sem comentários", por não ter informação sobre possíveis datações...
 

... há uma estranha representação, que faria o gosto dos "teóricos dos deuses-astronautas":

Mas sobre esta estranha representação, cito directamente o autor do blog, que descreve o assunto com uma piada monumental:
I disgraced myself with this one by asking why a picture of a TV antenna has been included among the rock art. Maleve (one of the TImorese people with us) groaned and stared at me incredulously. “It’s a head-dress!” he said emphatically. 
Lá está... uma ilustrativa questão de contexto!
Enquanto o "homem branco" conjectura, pensa em ovnis, em antenas de TV, (ou fazendo auto-crítica ao meu texto anterior... pensa em mapas), o habitante inserido na cultura local vê ali um ornamento decorativo, uma espécie de chapéu.

Chapéus...
No entanto, focarei uma outra imagem que encontrei, que aparece apenas associada a Timor-Leste
"Pintura rupestre em Timor-Leste"
imagem do blog "asfolhasardem.wordpress.com" 
Porque, não se tratando de Bugs Bunny, estas imagens evidenciam duplas protuberâncias na cabeça - talvez a imitar chifres, e mais uma vez damos o salto - agora de Timor para Portugal e Espanha.

Uma das raras inscrições rupestres conhecidas em território português é a Lapa dos Gaviões, onde são representadas três figuras... eu diria semelhantes, na ornamentação da cabeça:
Lapa dos Gaviões - Portugal (daqui)
E como umas coisas vão dar a outras, há uma colecção impressionante de imagens rupestres, feita por um punhado de fotógrafos amadores, num repositório do flickr:https://www.flickr.com/groups/pinturasrupestres/pool/... e que por si daria para uma série de "estados de arte" interminável. Um outro igualmente interessante é este:https://www.flickr.com/groups/bestofruins/pool/

Mas, continuando, se a legenda fala numa existente interpretação como "bovídeo, rinoceronte e javali", nunca me tinha ocorrido pensar em ver as figuras como projecção horizontal... tudo bem, mas mesmo assim dificilmente conseguiria ali vislumbrar tais bichos.

Por isso, socorro-me da mais abundante expressão existente em Espanha, que parece não ter grandes dúvidas sobre a orientação das suas pinturas. Ou seja, mais concretamente falo do "Brujo", na Cueva de Los Letreros, que teve direito a uma escultura significativa para promoção turística:
Cueva de Los Letreros - "O Bruxo" - (ver aqui)
Esta imagem icónica está degradada (ver original), mas é possível ver claras representações noutras cenas, onde aparece com os característicos chifres, ou com o "chapéu correspondente":
Cueva de Los Letreros (de comarca de los velez)
Portanto, parece-me mais natural ver representações antropomórficas que evidenciam talvez bruxos, conforme sugerido pelos espanhóis, atendendo ainda por cima à proximidade geográfica... com Timor a questão é mais complicada.
E, por outro lado, pode complicar-se mais ainda se atendermos a que há semelhanças nestas cenas com as inscrições na Serra da Capivara, no Brasil, sendo que o bruxo parecia acompanhar-se de uma bolsa, e isso já foi abordado como uma questão de moda das Bolsas da Capivara, bolsas que podem ter antecedido as mais modernas, em que as flutuações do mercado nas Bolsas nos vai ao Bolso. 
Em contraponto, o bruxo apresenta ainda uma ou duas foices, algo mais comunista e menos capitalista, mas que devemos entender no contexto saturniano mais lato - ou seja, como a foice adamantina de Cronos, castradora de Urano.

Universalidade
Mais icónico ainda do que o bruxo, na zona da Cueva de Los Letreros, em Almeria (Andaluzia), o símbolo da região é o Indalo (entendido como Mensageiro dos Deuses, ou seja um Hermes... mas não das bolsas, ou ainda que sim, Hermes-Mercúrio era associado ao comércio). 
Este Indalo é uma representação que se diria logotipo moderno, próprio de uma qualquer empresa com ambições globais:
Indalo - Cueva de Los Letreros, Almeria (Espanha)

Em Almeria vendem-se porta-chaves com este ícone, mas há alguma imprecisão na cabeça, porque se repararmos bem, o disco não se une ao corpo, sugerindo ao mesmo tempo uma forma de olho, e não apenas um homem num certo abraço universal (ou talvez, simplesmente, a saltar à corda...).

Porém há um o ponto de universalidade, que se observa nas pinturas, que vai desde Timor, de toda a Melanésia, até à Europa, e não só... prolonga-se ao continente americano, não apenas no Brasil, mas a sítios tão remotos quanto a Cueva de Las Manos, na Patagónia Argentina, conforme já aqui tinhamos salientado... ou ainda mais, a ilhas chilenas do Estreito de Magalhães, como a Ilha de Madre Dios:
Ilha da Madre Dios - região do Estreito de Magalhães. (imagens)
Primeiro, a enorme caverna (vejam-se os homens na seta vermelha) onde foram encontradas.
Segundo, as pinturas nessa caverna, com o mesmo tipo de ilustrações e tinta.

A caverna, onde foram encontradas as inscrições rupestres da Ilha de Madre Dios, é gigantesca, a ponto de terem mesmo sido encontrados ossos de baleia numa plataforma a 30 metros de altura, acima do mar. Nessa caverna vemos as inscrições com o aspecto característico de quase todas as pinturas rupestres.

A questão é que quando temos estes símbolos enigmáticos, ou mãos pintadas na rocha, não estamos a falar de culturas sem qualquer ligação entre si. Há pontos comuns de uma parte à outra do globo, e são tão distantes no tempo quanto a competição para as mais antigas se coloca nos 40 mil anos, quer nas ilhas Celebes na Indonésia, quer na Espanha. 
Por muito que os actuais bruxos tentem menosprezar ou desligar umas e outras manifestações, considerá-las casualidades naturais, não há muito de natural na presença global de uma cultura antiga de bruxos ou xamãs, dos quais os actuais são herdeiros.

Seria natural a diferentes culturas aspergirem as suas mãos para as deixarem impressas na rocha?
Então e por que não deixar também os braços, os pés, ou outra parte do corpo?
A técnica e a representação era invariante, mas não havia nenhum traço unificador, passado de geração em geração? Percebemos que seja conveniente evitar esta "teoria global", porque ela sugere uma herança global, e este tipo de "conspiração" é facilmente metido na caixa de "teorias da conspiração"... mas o traço comum está aí, e só não o vê quem não quer que seja visto.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 06:41

Depois de ter escrito o texto anterior, encontrei um bom documentário da BBC sobre Arte Rupestre, apresentado por Nigel Spivey, da Universidade de Cambridge.

Prehistoric Europeans. People who invented Art.


O documentário tem o mérito de dar ênfase a questões importantes, ainda que depois tenda a concentrar-se numa conjectura como resposta - ou seja, o que seria desenhado nas cavernas seriam descrições de estados de transe dos xamãs.

Bom, mas este assunto da pintura tornou-se numa questão de um milhão de dólares, valores atingidos nos leilões de pinturas abstractas desde o início do Séc. XX. Ignorando pertenças de ídolos, raramente encontramos outros objectos, sem ser quadros, cujo valor de mercado é astronomicamente superior ao valor dos materiais ou dos processos utilizados na construção. 

Uma das revelações feitas neste documentário, e que foi para mim uma surpresa, foi a história de um turco, no início do Séc. XX, que não associava o animal à pintura realista de um cavalo. Ou seja, para esse turco, fundamentalista, de uma religião islâmica que proíbe a representação em pinturas, a pintura do cavalo, por mais realista que fosse, nada tinha a ver com o animal. 
O animal era tridimensional, e a pintura era apenas um boneco bidimensional.

Mas vejamos um caso mais concreto.
Em Espanha não há só Altamira, e em El Castillo podemos encontrar um esboço numa parede:
Cave de El Castillo (Espanha, perto de Altamira)

Será que o pintor troglodita, num certo estilo minimalista de Picasso, procurou evidenciar a cabeça de um auroque, usando apenas dois traços? Ou ainda melhor, será que todas as pessoas vêem naqueles dois traços uma cabeça bovina, ou haverá quem, tal como o personagem turco, não associa aqueles traços a nenhuma representação animal. De facto, olhando novamente para a imagem, a curva à esquerda poderia ser um traço em forma de 2 ou de Z. 
Portanto, é preciso um certo clique de contexto... Em pinturas rupestres, evidentemente as letras estão excluídas, e os nossos olhos procuram figuras que sugiram animais, sendo essa associação feita. 
Noutro contexto não seria assim... e por isso uma certa surpresa é entender que precisamos de alguma educação para associar às imagens o que elas representam, por muito realistas que possam parecer.


PLANTAS
El Castillo é uma gruta muito interessante, até porque a datação oficial têm-na colocado como uma das mais antigas, anterior até às grutas francesas, com cerca de 40 mil anos... ou seja, mais em épocas de Neandertais do que Homo Sapiens, levantando algumas interrogações sobre se seriam esses os autores originais das pinturas (nesse ponto, de remeter algumas das pinturas a Neandertais tem-se destacado J. Zilhão - ver por exemplo o artigo Spanish cave paintings world’s oldest says new dating tech ).

Talvez o mais surpreendente em El Castillo consiste em representações com pontilhados e "estruturas quadrangulares", conforme podemos ver nas figuras e vídeo seguintes:



Estas imagens foram retiradas do vídeo sobre El Castillo

Texnai Digital Archive (empresa japonesa)

Desconheço se a Nigel Spivey também se ofereceria interpretar estas estruturas como resultado da representação de imagens vistas em estados de transe. Ainda que essa ideia possa fazer algum sentido nalguns casos, está muito longe de servir como panaceia, parecendo servir mais como tentativa de reduzir toda a pintura rupestre a estados de alucinação sem significado especial.
Não negligencio de nenhuma forma o papel que os xamãs tiveram na evolução humana, como já aqui abordei, simplesmente não considero que parou em tempos remotos... transformou-se mas nunca se alterou a essência desse controlo ou influência sacerdotal nas decisões políticas, mesmo actuais.

Voltando aos quadrados de El Castillo, esses lembram outros quadrados, e avançamos muitos milhares de anos para Çatal Huyuk (ainda assim reportada com mais de 8 mil anos):



Çatal Huyuk - possível planta da cidade - figuras originais e desenho
(imagens daqui e daqui)

A questão é que em Çatal Huyuk, por muito que se tenha tentado desprezar o significado deste mural (a esse propósito, consultar Portugalliae), verificou-se que os quadrados apresentados correspondiam muito bem à planta dos edifícios da própria cidade desenterrada, ou citando directamente M. Tomczak: "A wall painting from one of the shrines, dated to 6200 BC with an error margin of less than 100 years, depicts the plan of the city and corresponds very accurately to the arrangement of the houses as they were excavated."

Bom, o que isto tem a ver com as pinturas de El Castillo?
Lá está... falta-nos o contexto explicativo, e cada um pode ver o que quiser. Se forem os "alienados" do Canal História, certamente que podem ali ver planos de dispositivos ou veículos espaciais! Pelo lado do documentário da BBC, talvez sejam representações de visões de xamãs em estados de transe.

Está já clara qual é a minha opinião - poderiam bem ser representações de estruturas habitacionais, provavelmente em madeira, onde os pontos seriam meras pessoas. Ou seja, poderia ser uma simples planta dos edifícios existentes, ou simplesmente planeados.

O problema é que, dada a profunda ocultação a que fomos sujeitos educacionalmente, tendemos a ver mapas e plantas como um produto recente, como se as construções antigas não requeressem um planeamento igualmente ponderado e colocado no "papel", antes de ser levado a efeito.

Não estou a pretender que é a única hipótese com sentido. Também poderia fazer sentido pensar-se que as cavernas funcionavam como prisões, e cada ponto representava um dia preso, ou que aquilo era uma espécie de tabuleiro do jogo do galo, que iam jogando para passar o tempo... tudo isso, e mais uma centena de possibilidades.

A questão que coloco é simples.
Tinham ou não os romanos uma planta de Roma, ou os atenienses uma planta de Atenas, etc.?
Se tinham, já alguém as viu?


Plantas romanas (Museu da Cidade de Roma)


Existiam de facto plantas de Roma em pedra, em mármore... e pergunto, quantas cidades de hoje tem a sua planta gravada em mármore, ou em pedra?
No entanto, como vemos, o que chegou dessa obra monumental de 18 x 13 metros em mármore, foram minúsculos fragmentos partidos. Para além disso, quantas pessoas têm a noção de que os romanos faziam plantas como hoje fazemos? Por que razão esta informação fica perdida num recanto de um museu, sem qualquer destaque?


Horror-a-mapas
Horror a mapas foi a manifestação de uma doença que consumiu a humanidade, e cujos principais doentes estão longe de estar curados. Destruir plantas de cidades foi só um dos muitos aspectos, mas na sua fase mais crítica levou à destruição de todas as imagens que representassem não apenas deuses, mas também imagens da realidade circundante.
Basta atendermos às directivas judaicas ou islâmicas na arte, para compreendermos a forma brutal como foram reprimidas todas as manifestações de imagens, o que levou então ao exemplo caricato do sujeito turco que não associava o cavalo à imagem do cavalo. Grandes pintores árabes ou judeus, antes do Séc. XX estavam proibidos de exercer... e mesmo os outros só começaram a poder recuperar o fino traço da Antiguidade, depois do Renascimento.
Portanto houve ordens... dos "deuses", ou "astronautas", ou mais simplesmente de alguns magos ou xamãs de serviço, para que fossem reprimidas e destruídas todas as representações, especialmente por imagens. Ainda hoje essas ordens são levadas a sério pelos radicais islâmicos... mas está longe de ser só aí que está a doença, que é mais profunda. Afinal, uma das maiores forças do poder pretende ser negar uma correcta informação sobre o passado.

Dito isto, ouso dizer, sem grandes problemas, que em nada me espantaria encontrar um bom mapa da Europa pintado numa caverna com 10 ou 20 mil anos... é claro que não seria bem desta Europa, porque o nível do mar não seria o mesmo.

Mas isso é outra conversa... de qualquer forma, lembro que foi a pequena Maria que sinalizou os "touros" de Altamira. O pai, o Marquês Sautuola, foi depois ridicularizado no Congresso de Pré-História, realizado em 1880, em Lisboa. Um dos principais opositores, Cartilhac, seria eleito curador da Academia dos Jogos Florais... a célebre academia Occitana, que referimos no texto anterior.
Na sua região occitana, uma outra pequena Bernadette ficara famosa uns anos antes, em Lourdes, pelas visões numa gruta, onde seria erguido um dos maiores monumentos ao culto mariano. Alguns anos mais tarde, também numa região de muitas grutas, outros jovens com outras visões marianas, e um novo local de culto, Fátima.
Curiosamente, e serve isto para fazer esse reparo, tirando as gravuras de Foz Côa, que mal se vêem, conheço apenas em território nacional uma inscrição pintada na Lapa dos Gaviões, e outra na Gruta do Escoural. Devo dizer que já entrei em grutas não abertas ao público, quando era mais jovem, e também nunca vi nada... Aparentemente, o desígnio artístico deve ter perdido ímpeto quando se passava a fronteira de Espanha para Portugal.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 06:59

Depois de ter escrito o texto anterior, encontrei um bom documentário da BBC sobre Arte Rupestre, apresentado por Nigel Spivey, da Universidade de Cambridge.

Prehistoric Europeans. People who invented Art.


O documentário tem o mérito de dar ênfase a questões importantes, ainda que depois tenda a concentrar-se numa conjectura como resposta - ou seja, o que seria desenhado nas cavernas seriam descrições de estados de transe dos xamãs.

Bom, mas este assunto da pintura tornou-se numa questão de um milhão de dólares, valores atingidos nos leilões de pinturas abstractas desde o início do Séc. XX. Ignorando pertenças de ídolos, raramente encontramos outros objectos, sem ser quadros, cujo valor de mercado é astronomicamente superior ao valor dos materiais ou dos processos utilizados na construção. 

Uma das revelações feitas neste documentário, e que foi para mim uma surpresa, foi a história de um turco, no início do Séc. XX, que não associava o animal à pintura realista de um cavalo. Ou seja, para esse turco, fundamentalista, de uma religião islâmica que proíbe a representação em pinturas, a pintura do cavalo, por mais realista que fosse, nada tinha a ver com o animal. 
O animal era tridimensional, e a pintura era apenas um boneco bidimensional.

Mas vejamos um caso mais concreto.
Em Espanha não há só Altamira, e em El Castillo podemos encontrar um esboço numa parede:
Cave de El Castillo (Espanha, perto de Altamira)

Será que o pintor troglodita, num certo estilo minimalista de Picasso, procurou evidenciar a cabeça de um auroque, usando apenas dois traços? Ou ainda melhor, será que todas as pessoas vêem naqueles dois traços uma cabeça bovina, ou haverá quem, tal como o personagem turco, não associa aqueles traços a nenhuma representação animal. De facto, olhando novamente para a imagem, a curva à esquerda poderia ser um traço em forma de 2 ou de Z. 
Portanto, é preciso um certo clique de contexto... Em pinturas rupestres, evidentemente as letras estão excluídas, e os nossos olhos procuram figuras que sugiram animais, sendo essa associação feita. 
Noutro contexto não seria assim... e por isso uma certa surpresa é entender que precisamos de alguma educação para associar às imagens o que elas representam, por muito realistas que possam parecer.


PLANTAS
El Castillo é uma gruta muito interessante, até porque a datação oficial têm-na colocado como uma das mais antigas, anterior até às grutas francesas, com cerca de 40 mil anos... ou seja, mais em épocas de Neandertais do que Homo Sapiens, levantando algumas interrogações sobre se seriam esses os autores originais das pinturas (nesse ponto, de remeter algumas das pinturas a Neandertais tem-se destacado J. Zilhão - ver por exemplo o artigo Spanish cave paintings world’s oldest says new dating tech ).

Talvez o mais surpreendente em El Castillo consiste em representações com pontilhados e "estruturas quadrangulares", conforme podemos ver nas figuras e vídeo seguintes:



Estas imagens foram retiradas do vídeo sobre El Castillo

Texnai Digital Archive (empresa japonesa)

Desconheço se a Nigel Spivey também se ofereceria interpretar estas estruturas como resultado da representação de imagens vistas em estados de transe. Ainda que essa ideia possa fazer algum sentido nalguns casos, está muito longe de servir como panaceia, parecendo servir mais como tentativa de reduzir toda a pintura rupestre a estados de alucinação sem significado especial.
Não negligencio de nenhuma forma o papel que os xamãs tiveram na evolução humana, como já aqui abordei, simplesmente não considero que parou em tempos remotos... transformou-se mas nunca se alterou a essência desse controlo ou influência sacerdotal nas decisões políticas, mesmo actuais.

Voltando aos quadrados de El Castillo, esses lembram outros quadrados, e avançamos muitos milhares de anos para Çatal Huyuk (ainda assim reportada com mais de 8 mil anos):



Çatal Huyuk - possível planta da cidade - figuras originais e desenho
(imagens daqui e daqui)

A questão é que em Çatal Huyuk, por muito que se tenha tentado desprezar o significado deste mural (a esse propósito, consultar Portugalliae), verificou-se que os quadrados apresentados correspondiam muito bem à planta dos edifícios da própria cidade desenterrada, ou citando directamente M. Tomczak: "A wall painting from one of the shrines, dated to 6200 BC with an error margin of less than 100 years, depicts the plan of the city and corresponds very accurately to the arrangement of the houses as they were excavated."

Bom, o que isto tem a ver com as pinturas de El Castillo?
Lá está... falta-nos o contexto explicativo, e cada um pode ver o que quiser. Se forem os "alienados" do Canal História, certamente que podem ali ver planos de dispositivos ou veículos espaciais! Pelo lado do documentário da BBC, talvez sejam representações de visões de xamãs em estados de transe.

Está já clara qual é a minha opinião - poderiam bem ser representações de estruturas habitacionais, provavelmente em madeira, onde os pontos seriam meras pessoas. Ou seja, poderia ser uma simples planta dos edifícios existentes, ou simplesmente planeados.

O problema é que, dada a profunda ocultação a que fomos sujeitos educacionalmente, tendemos a ver mapas e plantas como um produto recente, como se as construções antigas não requeressem um planeamento igualmente ponderado e colocado no "papel", antes de ser levado a efeito.

Não estou a pretender que é a única hipótese com sentido. Também poderia fazer sentido pensar-se que as cavernas funcionavam como prisões, e cada ponto representava um dia preso, ou que aquilo era uma espécie de tabuleiro do jogo do galo, que iam jogando para passar o tempo... tudo isso, e mais uma centena de possibilidades.

A questão que coloco é simples.
Tinham ou não os romanos uma planta de Roma, ou os atenienses uma planta de Atenas, etc.?
Se tinham, já alguém as viu?


Plantas romanas (Museu da Cidade de Roma)


Existiam de facto plantas de Roma em pedra, em mármore... e pergunto, quantas cidades de hoje tem a sua planta gravada em mármore, ou em pedra?
No entanto, como vemos, o que chegou dessa obra monumental de 18 x 13 metros em mármore, foram minúsculos fragmentos partidos. Para além disso, quantas pessoas têm a noção de que os romanos faziam plantas como hoje fazemos? Por que razão esta informação fica perdida num recanto de um museu, sem qualquer destaque?


Horror-a-mapas
Horror a mapas foi a manifestação de uma doença que consumiu a humanidade, e cujos principais doentes estão longe de estar curados. Destruir plantas de cidades foi só um dos muitos aspectos, mas na sua fase mais crítica levou à destruição de todas as imagens que representassem não apenas deuses, mas também imagens da realidade circundante.
Basta atendermos às directivas judaicas ou islâmicas na arte, para compreendermos a forma brutal como foram reprimidas todas as manifestações de imagens, o que levou então ao exemplo caricato do sujeito turco que não associava o cavalo à imagem do cavalo. Grandes pintores árabes ou judeus, antes do Séc. XX estavam proibidos de exercer... e mesmo os outros só começaram a poder recuperar o fino traço da Antiguidade, depois do Renascimento.
Portanto houve ordens... dos "deuses", ou "astronautas", ou mais simplesmente de alguns magos ou xamãs de serviço, para que fossem reprimidas e destruídas todas as representações, especialmente por imagens. Ainda hoje essas ordens são levadas a sério pelos radicais islâmicos... mas está longe de ser só aí que está a doença, que é mais profunda. Afinal, uma das maiores forças do poder pretende ser negar uma correcta informação sobre o passado.

Dito isto, ouso dizer, sem grandes problemas, que em nada me espantaria encontrar um bom mapa da Europa pintado numa caverna com 10 ou 20 mil anos... é claro que não seria bem desta Europa, porque o nível do mar não seria o mesmo.

Mas isso é outra conversa... de qualquer forma, lembro que foi a pequena Maria que sinalizou os "touros" de Altamira. O pai, o Marquês Sautuola, foi depois ridicularizado no Congresso de Pré-História, realizado em 1880, em Lisboa. Um dos principais opositores, Cartilhac, seria eleito curador da Academia dos Jogos Florais... a célebre academia Occitana, que referimos no texto anterior.
Na sua região occitana, uma outra pequena Bernadette ficara famosa uns anos antes, em Lourdes, pelas visões numa gruta, onde seria erguido um dos maiores monumentos ao culto mariano. Alguns anos mais tarde, também numa região de muitas grutas, outros jovens com outras visões marianas, e um novo local de culto, Fátima.
Curiosamente, e serve isto para fazer esse reparo, tirando as gravuras de Foz Côa, que mal se vêem, conheço apenas em território nacional uma inscrição pintada na Lapa dos Gaviões, e outra na Gruta do Escoural. Devo dizer que já entrei em grutas não abertas ao público, quando era mais jovem, e também nunca vi nada... Aparentemente, o desígnio artístico deve ter perdido ímpeto quando se passava a fronteira de Espanha para Portugal.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 06:59

Estado da Arte

27.07.15
"Estado da Arte" é uma expressão usada normalmente para dar conta da situação em que se encontra uma certa parte do conhecimento, geralmente designada como "arte".
Iremos procurar dar aqui sentido a uma outra interrogação, que não tem nenhuma resposta conhecida... pelo menos que faça sentido.

O maior problema que aqui ficou por resolver, é ilustrado assim:
Pintura Rupestre na Caverna de Font-de-Gaume, datada com 20 mil anos.

Se as restantes pinturas rupestres são notáveis, esta composição evidencia uma sensibilidade e um grau de abstracção surpreendentes. Os chifres não foram desenhados para corresponder a uma realidade observada, as pernas são estreitas e demasiado curtas, e sobretudo é uma cena que só uma alma muito insensível pode associar a "caçadas"... 
Diz-se que Picasso, depois de visitar a Caverna de Altamira terá dito: 
- Depois de Altamira, tudo é decadência...
A questão é muito simples. 
Depois de se atingir os píncaros da pintura, o que fazer nos 20 milhares de anos seguintes?

Tal como Font-de-Gaume, Lascaux, Chauvet, etc... uma grande parte dos mais notáveis registos de pintura rupestre estão na região Occitana, que em tempos romanos foi designada Aquitânia
Durante a Guerra dos Cem Anos, uma parte chegou a ser designada como Guyenne, ou Guiana, província que chegou a mãos dos Lancastre, e já aqui mencionámos que esse nome poderá ter sido corrompido em português para Guiné, pelos filhos de Filipa de Lencastre. 

Parte da região é conhecida como Languedoc, "langue d'Óc", em occitano "lenga d'Óc"... o que de certa forma corresponde a dizer "língua de Ó" - ou abreviadamente "linguadó", como alternativa ao nome Romance (designação das línguas românicas). 
Porquê o linguado? - Falamos da parte vocal, e não da parte bocal, do Romance. 
Podemos ver esse peixe como uma versão camuflada de uma raia (sendo que já falámos de Cronos e Raia... no contexto, da Raia miúda!)
Linguado usando o mimetismo como camuflagem na superfície.

Esta língua do Ó, ou dos Ós (ou ainda, se quisermos, língua de Oz) seria muito provavelmente a raiz de onde saíram as restantes línguas "latinas"... o que nem é especular coisa nenhuma, já que se assume o desvio das restantes num certo "Romance", a língua provençal.
E sim, estou a entrar moderamente em "jogos florais", porque foi em Toulouse criada a primeira Academia em 1323... a Academia dos Jogos Florais, em resposta à brutal repressão contra o movimento cátaro na Occitânia. 

Esta técnica do "jogos florais" não é bem como ler ao contrário "amor" em "roma", até porque por via das dúvidas, de "roma" sai também a palavra "romance"... que não é bem amor. Seria mais gerar-se aqui uma discussão entre escrever palavras "occitanas" ou "oxitanas". 
A querela poderia parecer minudência.
Por exemplo, procurar rebuscada relação com o osso occipital, na retaguarda do crânio... sabendo que os Neandertal, habitantes das paragens occitanas, tinham esse osso bem mais saliente. 
Noutra versão, oxitanas" poderia ler-se como uma manifestação política grega actual, no sentido de "Oxi, o tanas!"... entendendo que o "não-oxi" no referendo grego foi uma farsa! Convém relembrar que Tanas é a divindade primitiva, de onde derivam os nomes como "lusi-tana", "mauri-tana", etc.

Eram assim os jogos florais, alimentados por poetas, onde uns liam uma coisa, e outros, outra. Coisas próprias de tempos em que a chama ardente era mesmo a das fogueiras inquisitórias contra os cátaros occitanos. Mas, as coisas são como são, e não me é difícil ver muitas mais relações florais... porque afinal com dois Ós (oo) faz-se um oito (8), ou "octo" na língua de óc. E por aí adiante, com oc-culto, com oc-cidente, com mais ou menos óculos (que é como quem diz oc-olhos), e tantas outras palavras formadas com o prefixo latino "oc", entendido como "por razão de...". E, é claro, todo este jogo floral pode ser entendido como oco.

Para o que interessa, toda a região do sul de França teve um papel activo nas Cruzadas, sendo o porto de La Rochelle a base naval dos Templários, antes da sua extinção... sendo ainda mais significativa a própria Cruzada Albigense contra os Cátaros, levada a cabo pelo rei de França, que arrasou a ideia de cisão do Deus do Antigo Testamento, Jeová, do Deus do Novo Testamento, Jesus. Isto seria uma ideia particularmente mal vista pelos judeus, já que os cátaros remetiam o mal para o pai Jeová, e o bem para o filho, Jesus.

Madalenas
Não falamos de Maria Madalena, nem dos bolos a que se chamam madalenas, cujo formato é uma significativa vieira, de inspiração antiga no culto de Vénus.

A questão principal são os 20 mil anos, que separam os traços dos pintores trogloditas, dos traços dos pintores modernos.
Se em tempos remotos foi lançado o desafio aos pintores futuros... o Estado da Arte pareceu não ter evoluído de sobremaneira.
Alguém foi capaz de desafiar na pintura, os cervos de Font-de-Gaume?
Quando a técnica atingiu o apogeu, o que restou aos pintores modernos?
- Passaram do impressionismo aos movimentos mais abstractos, tornaram o traço mais grosseiro, menos realista. Mas será que alguma dessas tendências seria novidade, com efeito?
O que vemos nas pinturas rupestres não são também muitas vezes temas abstractos?
E os rostos humanos?
Por que razão escapavam de tema os rostos humanos, a quem com segurança desenhava de forma notável os animais que via?
Será que não houve nenhum pintor, durante todos esses milhares de anos, que não pintou sequer um rosto humano, com a mesma perícia com que desenhava bisontes e cervos?
Poderia ser proibido, certo, mas mesmo assim... haveria tal proibição capaz de impedir um rapaz de pintar a cara da sua amada, quanto mais não fosse por saudade, ou para impressioná-la?
Durante milhares de anos, em tantas grutas descobertas, e não se encontra um esboço?
De vestígios humanos pintados, só encontramos mãos impressas?
Pois, uma coisa é encontrar... coisa completamente diferente é conseguir divulgar a descoberta, nos nossos dias de ocultação. Se tal coisa existe, ou foi passada a ácido, ou ainda está bem escondida.

Bom, mas o que aconteceu aos habitantes das cavernas? Desapareceram?
O que é interessante é que nessa mesma região do Sul de França, restam habitações "trogloditas"... ou seja, algumas casas que foram feitas aproveitando as saliências da rocha.
É o caso do "Abrigo da Madalena", que acabou por dar nome a toda a Cultura Magdaleniana, associada aos Cro-Magnons no período final da Idade do Gelo.
Abri de la Madaleine - Sul de França (Tursac, Dordogne)

Talvez o caso mais bem conservado será a "Casa Forte de Reignac"

Esta "casa forte", só teve janelas abertas no final da Idade Média, e só recentemente passaram a autorizar a visita a uma sala e a um quarto. Apesar da habitação ser denominada "troglodita", porque se traça permanência humana até aos tempos paleolíticos, esta casa certamente vedaria o acesso a um interior de grutas pré-históricas, só possível de concretizar mediante autorização dos proprietáriso.

Certamente que a população muito mudou, mas não se poderá pensar que alguns dos habitantes da região poderiam traçar as suas origens a épocas perdidas na noite dos tempos?
- Afinal, nem os romanos levaram todos os gauleses como escravos, e sabe-se dessa contínua permanência de habitantes, desde tempos remotos.
É claro que isso se poderia afirmar para todos os povos... mas quando se mantêm casas na rocha, cujo acesso interior leva certamente a cavernas e galerias usadas desde o Paleolítico, estamos com uma continuidade, e preservação do local de habitação, a tempos da Idade do Gelo.

Entre o Estado da Arte, em que ficaram as pinturas rupestres, será que não podemos ser levados a pensar num outro "estado", num estado em que à arte era dada uma importância crucial, e que se poderá ter mantido em continuidade, desde a Cultura Magdaleniana até aos nossos dias... mantida por Magos e Magdas?
Claro que não há nenhuma evidência concreta nesse sentido... tirando uma propositada história de continuada ocultação, permanecendo em quase todas as civilizações de que nos chegou registo.

E nem tão pouco podemos dizer que cenas com fauna animal, como a de Fonte-de-Gaume, tenham desaparecido da pintura. Aliás, encontramos até exemplos disso nos Romanos.
Frescos romanos (1)

... no entanto, estes fragmentos de frescos, são apenas alguns dos múltiplos registos, que podemos encontrar entre os romanos, e cuja qualidade lembram tempos mais recentes da pintura:
Frescos romanos (2)

A maior parte encontram-se hoje em pedaços, mas alguns que restaram, dão-nos ideia de qual foi a força erosiva que esteve em presença, quando se tratou de apagar registos antigos
Frescos romanos (3)

... ou seja, numa boa parte dos casos, a força erosiva em presença, não foi nenhuma ruína natural - foram apenas homens munidos de escopros! E essa mesma força, continua a mandar no Estado da Arte.

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publicado às 07:49

Estado da Arte

27.07.15
"Estado da Arte" é uma expressão usada normalmente para dar conta da situação em que se encontra uma certa parte do conhecimento, geralmente designada como "arte".
Iremos procurar dar aqui sentido a uma outra interrogação, que não tem nenhuma resposta conhecida... pelo menos que faça sentido.

O maior problema que aqui ficou por resolver, é ilustrado assim:
Pintura Rupestre na Caverna de Font-de-Gaume, datada com 20 mil anos.

Se as restantes pinturas rupestres são notáveis, esta composição evidencia uma sensibilidade e um grau de abstracção surpreendentes. Os chifres não foram desenhados para corresponder a uma realidade observada, as pernas são estreitas e demasiado curtas, e sobretudo é uma cena que só uma alma muito insensível pode associar a "caçadas"... 
Diz-se que Picasso, depois de visitar a Caverna de Altamira terá dito: 
- Depois de Altamira, tudo é decadência...
A questão é muito simples. 
Depois de se atingir os píncaros da pintura, o que fazer nos 20 milhares de anos seguintes?

Tal como Font-de-Gaume, Lascaux, Chauvet, etc... uma grande parte dos mais notáveis registos de pintura rupestre estão na região Occitana, que em tempos romanos foi designada Aquitânia
Durante a Guerra dos Cem Anos, uma parte chegou a ser designada como Guyenne, ou Guiana, província que chegou a mãos dos Lancastre, e já aqui mencionámos que esse nome poderá ter sido corrompido em português para Guiné, pelos filhos de Filipa de Lencastre. 

Parte da região é conhecida como Languedoc, "langue d'Óc", em occitano "lenga d'Óc"... o que de certa forma corresponde a dizer "língua de Ó" - ou abreviadamente "linguadó", como alternativa ao nome Romance (designação das línguas românicas). 
Porquê o linguado? - Falamos da parte vocal, e não da parte bocal, do Romance. 
Podemos ver esse peixe como uma versão camuflada de uma raia (sendo que já falámos de Cronos e Raia... no contexto, da Raia miúda!)
Linguado usando o mimetismo como camuflagem na superfície.

Esta língua do Ó, ou dos Ós (ou ainda, se quisermos, língua de Oz) seria muito provavelmente a raiz de onde saíram as restantes línguas "latinas"... o que nem é especular coisa nenhuma, já que se assume o desvio das restantes num certo "Romance", a língua provençal.
E sim, estou a entrar moderamente em "jogos florais", porque foi em Toulouse criada a primeira Academia em 1323... a Academia dos Jogos Florais, em resposta à brutal repressão contra o movimento cátaro na Occitânia. 

Esta técnica do "jogos florais" não é bem como ler ao contrário "amor" em "roma", até porque por via das dúvidas, de "roma" sai também a palavra "romance"... que não é bem amor. Seria mais gerar-se aqui uma discussão entre escrever palavras "occitanas" ou "oxitanas". 
A querela poderia parecer minudência.
Por exemplo, procurar rebuscada relação com o osso occipital, na retaguarda do crânio... sabendo que os Neandertal, habitantes das paragens occitanas, tinham esse osso bem mais saliente. 
Noutra versão, oxitanas" poderia ler-se como uma manifestação política grega actual, no sentido de "Oxi, o tanas!"... entendendo que o "não-oxi" no referendo grego foi uma farsa! Convém relembrar que Tanas é a divindade primitiva, de onde derivam os nomes como "lusi-tana", "mauri-tana", etc.

Eram assim os jogos florais, alimentados por poetas, onde uns liam uma coisa, e outros, outra. Coisas próprias de tempos em que a chama ardente era mesmo a das fogueiras inquisitórias contra os cátaros occitanos. Mas, as coisas são como são, e não me é difícil ver muitas mais relações florais... porque afinal com dois Ós (oo) faz-se um oito (8), ou "octo" na língua de óc. E por aí adiante, com oc-culto, com oc-cidente, com mais ou menos óculos (que é como quem diz oc-olhos), e tantas outras palavras formadas com o prefixo latino "oc", entendido como "por razão de...". E, é claro, todo este jogo floral pode ser entendido como oco.

Para o que interessa, toda a região do sul de França teve um papel activo nas Cruzadas, sendo o porto de La Rochelle a base naval dos Templários, antes da sua extinção... sendo ainda mais significativa a própria Cruzada Albigense contra os Cátaros, levada a cabo pelo rei de França, que arrasou a ideia de cisão do Deus do Antigo Testamento, Jeová, do Deus do Novo Testamento, Jesus. Isto seria uma ideia particularmente mal vista pelos judeus, já que os cátaros remetiam o mal para o pai Jeová, e o bem para o filho, Jesus.

Madalenas
Não falamos de Maria Madalena, nem dos bolos a que se chamam madalenas, cujo formato é uma significativa vieira, de inspiração antiga no culto de Vénus.

A questão principal são os 20 mil anos, que separam os traços dos pintores trogloditas, dos traços dos pintores modernos.
Se em tempos remotos foi lançado o desafio aos pintores futuros... o Estado da Arte pareceu não ter evoluído de sobremaneira.
Alguém foi capaz de desafiar na pintura, os cervos de Font-de-Gaume?
Quando a técnica atingiu o apogeu, o que restou aos pintores modernos?
- Passaram do impressionismo aos movimentos mais abstractos, tornaram o traço mais grosseiro, menos realista. Mas será que alguma dessas tendências seria novidade, com efeito?
O que vemos nas pinturas rupestres não são também muitas vezes temas abstractos?
E os rostos humanos?
Por que razão escapavam de tema os rostos humanos, a quem com segurança desenhava de forma notável os animais que via?
Será que não houve nenhum pintor, durante todos esses milhares de anos, que não pintou sequer um rosto humano, com a mesma perícia com que desenhava bisontes e cervos?
Poderia ser proibido, certo, mas mesmo assim... haveria tal proibição capaz de impedir um rapaz de pintar a cara da sua amada, quanto mais não fosse por saudade, ou para impressioná-la?
Durante milhares de anos, em tantas grutas descobertas, e não se encontra um esboço?
De vestígios humanos pintados, só encontramos mãos impressas?
Pois, uma coisa é encontrar... coisa completamente diferente é conseguir divulgar a descoberta, nos nossos dias de ocultação. Se tal coisa existe, ou foi passada a ácido, ou ainda está bem escondida.

Bom, mas o que aconteceu aos habitantes das cavernas? Desapareceram?
O que é interessante é que nessa mesma região do Sul de França, restam habitações "trogloditas"... ou seja, algumas casas que foram feitas aproveitando as saliências da rocha.
É o caso do "Abrigo da Madalena", que acabou por dar nome a toda a Cultura Magdaleniana, associada aos Cro-Magnons no período final da Idade do Gelo.
Abri de la Madaleine - Sul de França (Tursac, Dordogne)

Talvez o caso mais bem conservado será a "Casa Forte de Reignac"

Esta "casa forte", só teve janelas abertas no final da Idade Média, e só recentemente passaram a autorizar a visita a uma sala e a um quarto. Apesar da habitação ser denominada "troglodita", porque se traça permanência humana até aos tempos paleolíticos, esta casa certamente vedaria o acesso a um interior de grutas pré-históricas, só possível de concretizar mediante autorização dos proprietáriso.

Certamente que a população muito mudou, mas não se poderá pensar que alguns dos habitantes da região poderiam traçar as suas origens a épocas perdidas na noite dos tempos?
- Afinal, nem os romanos levaram todos os gauleses como escravos, e sabe-se dessa contínua permanência de habitantes, desde tempos remotos.
É claro que isso se poderia afirmar para todos os povos... mas quando se mantêm casas na rocha, cujo acesso interior leva certamente a cavernas e galerias usadas desde o Paleolítico, estamos com uma continuidade, e preservação do local de habitação, a tempos da Idade do Gelo.

Entre o Estado da Arte, em que ficaram as pinturas rupestres, será que não podemos ser levados a pensar num outro "estado", num estado em que à arte era dada uma importância crucial, e que se poderá ter mantido em continuidade, desde a Cultura Magdaleniana até aos nossos dias... mantida por Magos e Magdas?
Claro que não há nenhuma evidência concreta nesse sentido... tirando uma propositada história de continuada ocultação, permanecendo em quase todas as civilizações de que nos chegou registo.

E nem tão pouco podemos dizer que cenas com fauna animal, como a de Fonte-de-Gaume, tenham desaparecido da pintura. Aliás, encontramos até exemplos disso nos Romanos.
Frescos romanos (1)

... no entanto, estes fragmentos de frescos, são apenas alguns dos múltiplos registos, que podemos encontrar entre os romanos, e cuja qualidade lembram tempos mais recentes da pintura:
Frescos romanos (2)

A maior parte encontram-se hoje em pedaços, mas alguns que restaram, dão-nos ideia de qual foi a força erosiva que esteve em presença, quando se tratou de apagar registos antigos
Frescos romanos (3)

... ou seja, numa boa parte dos casos, a força erosiva em presença, não foi nenhuma ruína natural - foram apenas homens munidos de escopros! E essa mesma força, continua a mandar no Estado da Arte.

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publicado às 07:49

Se fosse pretendido fazer-se um estudo conclusivo e minimamente sério sobre migrações, ele teria que tomar em consideração vários aspectos, nomeadamente incluir as migrações animais e das plantas.
A evolução genética das plantas cultivadas permitiria sem grande dúvida seguir o traço da agricultura.
A maioria da informação é herança cultural, que nos diz que o milho e a batata vieram da América, o arroz da Ásia, etc... porém, era muito conveniente fazer-se o traço genético completo para perceber se assim foi.

mt-DNA caprino
Um dos poucos estudos que encontrei no sentido complementar de estudar as migrações humanas diz respeito... a cabras, ao Haplogrupo mt-DNA das cabras domésticas!

Aparentemente há o grande domínio de um haplogrupo A, e quase todos os outros são razoavelmente minoritários. O sucesso desse haplogrupo A está bem evidenciado nos mapas que se seguem.

Haplogrupos da Cabra doméstica
 (Distribuição do Haplogrupo A e restantes) 
 
Naderi S, Rezaei H-R, Taberlet P, Zundel S, Rafat S-A, et al. (2007) 
Large-Scale Mitochondrial DNA Analysis of the Domestic Goat Reveals Six Haplogroups with High Diversity.
PLoS ONE 2(10): e1012. doi:10.1371/journal.pone.0001012



(Árvore de descendência, dominada pelo Haplogrupo A)


O artigo em questão, de Naderi et al., fala numa domesticação de há aproximadamente 10 mil anos, na zona do Crescente Fértil (... uma hipótese conservadora, dada a história oficial).
Portanto, seria a partir de um ponto algo impreciso no Médio Oriente que teríamos o desvio restante.

Haverá várias interpretações, e por isso focamos uns pontos objectivos:
i) Há um domínio quase total do A, em especial na zona ibérica e mediterrânica.
ii) Esse domínio só não existe na zona malaia-indonésia, onde domina o B. Este B descende do A.
iii) Há uma ascendência comum do B e C, e o C está essencialmente na zona europeia.
iv) Uma parte do B surge na África do Sul.

As razões para isto podem ser várias, desde a adaptação dos animais ao gosto dos humanos.
No entanto, podemos considerar uma hipótese interessante. A primeira domesticação do A deu-se a ocidente, tendo migrado para oriente onde sofreu uma transformação para B na zona indonésia. Essa transformação teve elementos C que acompanharam nova migração em direcção à Europa, e espalhou elementos B pela Ásia. Para além da chegada a Madagáscar, devemos considerar uma chegada dos humanos de haplogrupo O (austroasiáticos, chineses) mesmo à África do Sul. As variações D e G são directas do A, mas a variação B e C tem a mesma origem, e podemos pensar ligar o grupo C a uma migração do haplogrupo humano R em direcção à Europa (encontra-se em zonas semelhantes). 

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publicado às 14:11

Se fosse pretendido fazer-se um estudo conclusivo e minimamente sério sobre migrações, ele teria que tomar em consideração vários aspectos, nomeadamente incluir as migrações animais e das plantas.
A evolução genética das plantas cultivadas permitiria sem grande dúvida seguir o traço da agricultura.
A maioria da informação é herança cultural, que nos diz que o milho e a batata vieram da América, o arroz da Ásia, etc... porém, era muito conveniente fazer-se o traço genético completo para perceber se assim foi.

mt-DNA caprino
Um dos poucos estudos que encontrei no sentido complementar de estudar as migrações humanas diz respeito... a cabras, ao Haplogrupo mt-DNA das cabras domésticas!

Aparentemente há o grande domínio de um haplogrupo A, e quase todos os outros são razoavelmente minoritários. O sucesso desse haplogrupo A está bem evidenciado nos mapas que se seguem.

Haplogrupos da Cabra doméstica
 (Distribuição do Haplogrupo A e restantes) 
 
Naderi S, Rezaei H-R, Taberlet P, Zundel S, Rafat S-A, et al. (2007) 
Large-Scale Mitochondrial DNA Analysis of the Domestic Goat Reveals Six Haplogroups with High Diversity.
PLoS ONE 2(10): e1012. doi:10.1371/journal.pone.0001012



(Árvore de descendência, dominada pelo Haplogrupo A)


O artigo em questão, de Naderi et al., fala numa domesticação de há aproximadamente 10 mil anos, na zona do Crescente Fértil (... uma hipótese conservadora, dada a história oficial).
Portanto, seria a partir de um ponto algo impreciso no Médio Oriente que teríamos o desvio restante.

Haverá várias interpretações, e por isso focamos uns pontos objectivos:
i) Há um domínio quase total do A, em especial na zona ibérica e mediterrânica.
ii) Esse domínio só não existe na zona malaia-indonésia, onde domina o B. Este B descende do A.
iii) Há uma ascendência comum do B e C, e o C está essencialmente na zona europeia.
iv) Uma parte do B surge na África do Sul.

As razões para isto podem ser várias, desde a adaptação dos animais ao gosto dos humanos.
No entanto, podemos considerar uma hipótese interessante. A primeira domesticação do A deu-se a ocidente, tendo migrado para oriente onde sofreu uma transformação para B na zona indonésia. Essa transformação teve elementos C que acompanharam nova migração em direcção à Europa, e espalhou elementos B pela Ásia. Para além da chegada a Madagáscar, devemos considerar uma chegada dos humanos de haplogrupo O (austroasiáticos, chineses) mesmo à África do Sul. As variações D e G são directas do A, mas a variação B e C tem a mesma origem, e podemos pensar ligar o grupo C a uma migração do haplogrupo humano R em direcção à Europa (encontra-se em zonas semelhantes). 

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publicado às 14:11

O grupo protege e esmaga o indivíduo.
"Há pelo grupo" significa aqui que "o indivíduo existe pelo grupo", pelo povo, pela espécie.
Conectar "haplogrupo" a "há pelo grupo" não é certamente etimológico, é simples visão ou cegueira, consoante os olhos inquisidores.
Até que cada indivíduo consiga equilibrar-se ao grupo, numa relação de igual para igual, a luta da potência contra a impotência não tem fim previsto. O apego à potência é apenas um prolongar infantil do medo da incontornável impotência. Ninguém domina o processo que leva da vontade de erguer o braço ao efectivo erguer do braço, e no entanto há quem julgue dominar tudo em seu redor... enfim, são visões ou cegueiras!

Com o lançamento de dados sobre haplogrupos haverá múltiplas hipóteses sobre a migração humana, a maior parte das quais apontam a clássica saída de África, com a dispersão sempre feita na zona entre o Cáucaso e Himalaias. Tenho insistido numa outra migração, saída da Oceania-Melanésia, e vou retomar esse assunto com alguns esquemas gráficos mais elucidativos.
O assunto é complexo, difícil de juntar, sujeito a ser questionado por vários detalhes, mas o meu objectivo foi apenas procurar dar um nexo que fosse consistente com as informações que tenho. Como é óbvio, não cuidará dos detalhes de informações que não tenho...

Y-DNA
Primeiro pelo lado Y-DNA, de que já tinhamos falado.
Encontrei no Dienekes' Anthropology Blog um mapa muito bom que está na Wikipedia, e conforme se diz, representa um grande esforço de representar o panorama actual, com a versão "mais consensual" para as migrações:

Como as letras dos haplogrupos são pouco informativas, irei arriscar usar nomes... não arbitrariedades como já foi feito, em que um H serve para Helena... 
A ideia será que o nome reflicta objectivamente a ascendência. 
O remoto ascendente adâmico seria um certo A perdido, dos quais houve variantes umas que se encontram em África, que designaremos por Á. Ao descendente que originou todos os restantes chamaremos Ã... e quase todos os nomes irão terminar em "ã" para reflectir essa ascendência (a letra pequena significa o rasto perdido). O negrito nas letras indica a sua designação simples actual, e usarei letras "u,y" para indicar elos perdidos.

(0) Temos uma separação Á e "ã" ainda em África.
(1) A descendência de "ã" serão Bã (África) e "cã" (todo o mundo).
(2) Desse "cã" perdido surgem "ucã" e "ycã" ambos perdidos, mas que originam:
   -- Ducã (Ásia), Eucã (dominante em África), Cycã (Austrália, Sibéria), Fycã (resto do mundo).
(3) Há aqui um salto e Fycã irá originar Gu-Fycã (Europa-Cáucaso) e outro elo perdido yu-Fycã.
   Este último origina Hyu-Fycã (Dravidiano), e ainda a outro elo perdido vyu-Fycã.
(4) Será desse novo elo perdido que surgem dois novos elos perdidos: u-vyu-Fycã e y-vyu-Fycã.
   Do primeiro aparecem Iu-vyu-Fycã (Escandinavo-Balcã) e Ju-vyu-Fycã (Semita).
   O restante dá novo elo perdido uy-vyu-Fycã surgindo então:
   Kuy-vyu-Fycã e um wuy-vyu-Fycã que gerará Twuy-vyu-Fycã e Lwuy-vyu-Fycã (India). 
(5) Surge a descendência dominante Kuy-vyu-Fycã, que dá SKuy-vyu-Fycã, e ainda mais dois elos perdidos (designamos x e y). 
   Um "x" terá como "netos" Nyx-Kuy-vyu-Fycã e Oyx-Kuy-vyu-Fycã.
   Outro "y" terá My-Kuy-vyu-Fycã e Py-Kuy-vyu-Fycã, como "filhos"...
   ... e finalmente QPy-Kuy-vyu-Fycã e RPy-Kuy-vyu-Fycã, como "netos".

Esta nomenclatura é estranha, mas não é mera "invenção" - por exemplo, reflecte o parentesco entre os haplogrupos M,N,O,P,Q,R,S que remete ao K, todos aqui com o nome comum Kuy-vyu-Fycã. Mostra que estão distantes das letras D, E, com quem já só partilham a terminação "cã" em Ducã e Eucã. A única "invenção" que aqui fazemos é usar as letras u, y,... para indicar os elos perdidos, e pouco mais. 
O comprimento do nome reflecte a maior diversidade de variações, e não terminaria aqui. 
Interessa aqui seguir de novo a possível história destas "famílias"...

Começamos pelo Quadro 1 em que vemos basicamente a linha primordial, que tem basicamente duas linhas que nunca saíram de África (A e B), essas irão manter-se ali até ao fim. 
O que vai mudar é um c, "", que será eneavô dos restantes saídos de África...

Supomos uma primeira separação "ucã" presa em África, pelo fim da passagem no Mar Vermelho, que irá gerar Ducã e Eucã (letras DE), por oposição aos restantes "ycã", que ficam na Ásia, ou seja Cycã e Fycã (letras CF).

Para abreviar, no Quadro 2 temos logo a descendência alargada destes "Fycã". 
Supomos que os Fycã terão dominado, empurrando uma divisão da restante população Cycã, uma para a Sibéria, Mongólia (C1,C3) e outra para a Oceania (C2, C4). Haverá uma reentrada na Ásia de parte da população retida antes em África, os Ducã
Um primeiro evento de subida de águas (diluviano) remeterá esses Ducã às montanhas do Tibete ao Japão (Ainos). Pelo lado dos dominantes Fycã, o evento diluviano leva uma parte Gu-Fycã a refugiar-se no Cáucaso, outra parte Hyu-Fycã, nas montanhas do Sul da Índia e Ceilão (população dravidiana e cigana). Finalmente, a parte restante vyu-Fycã (mencionada na figura 2 como IJK) será sujeita a novas variações ao refugiar-se nas montanhas que vão da Birmânia, Tailândia e Vietname até à Indonésia e Oceania. 

Passamos então ao Quadro 3. 
Nesta fase, a descida das águas permitirá a expansão da população dravidiana (Hyu-Fycã) pela Índia, que deverá ter dominado o sul asiático. Pelo lado africano, parte da população Eucã (berbére, moura), terá entrado na Europa, sendo notável ainda a percentagem elevada E3 na Grécia, havendo vestígios no restante sul da Europa. Nesta fase quase toda a África é dominada por essa população Eucã (E1), e assim se irá manter. 

Por via da descida de águas, uma parte da população vyu-Fycã, remetida às montanhas da Birmânia irá tentar regressar às planícies indianas. É natural ter havido um conflito com a população dravidiana Hyu-Fycã, e nesse conflito migrante alguns, vistos como gigantes, foram repelidos das paragens indianas. Esses "gigantes" iriam contornar o Cáucaso em direcção à Europa, os Iu-vyu-Fycã (antecessores de escandinavos ou croatas), enquanto que outros iriam para a península arábica os Ju-vyu-Fycã (antecessores de árabes, semitas... e romanos!). Assinalamos essa direcção migratória com as setas saindo dos IJ, que fica explícita no quadro 4, bem como a passagem Cycã para a América, talvez movidos por pressão dos Ducã (a influência de tibetanos em mongóis ainda hoje se mantém no aspecto religioso).

No Quadro 4 assinalamos ainda uma propagação europeia dos Gu-Fycã, com alguma ligação neandertal. Finalmente, há uma parte restante dos IJK que fica na Indonésia-Oceania, serão os Kuy-vyu-Fycã, ainda que se possa falar de novas tentativas de ingressão na Índia - populações Lwuy-vyu-Fycã e Twuy-vyu-Fycã (estas populações não estão assinaladas, porque não se constituíram como dominantes, tendo mantido alguns pontos de dominância em partes da Índia, os T podem ter acompanhado os R1b na migração seguinte, talvez denotando uma origem da mesma ilha oceânica)

Entre o Quadro 3 e 4 falamos circa 30 a 15 mil a.C., de acordo com a datação convencional à entrada no continente americano:
Migração Homo Sapiens (vermelho), Erectus (verde), Neandertal (amarelo). [Wikipedia]

Terminámos o Quadro 4 com a migração dos Kuy-vyu-Fycã para a Nova-Guiné, onde constituem a população SKuy-vyu-Fycã. A evolução em ilhas separadas irá trazer maior diversidade, sendo todos estes novos elementos da família Kuy-vyu-Fycã, vamos apenas designá-los pelo "primeiro nome"... SMy (Nova-Guiné), Nyx (turcos-siberianos), Oyx (chineses), QPy (índios-americanos), RPy (indo-europeus).

Nota: A presença específica de antecedentes comuns na Nova-Guiné faz-me ser difícil conceber outra qualquer hipótese que não coloque a origem naquelas paragens. Outras teorias migratórias não têm qualquer cabimento com um final só naquela ilha. Esta é a única possibilidade "natural" que vejo, sem entrar com outras considerações mirabolantes ou simplistas (que em última análise poderiam conter uma intervenção global externa feita por alienígenas). Os novos dados sobre tradições na Nova-Guiné, que envolvem mumificações, antas, etc. suportam esta hipótese.

Podemos já passar ao Quadro 5, que mostra como esta família Kuy-vyu-Fycã se pode ter movimentado.
Já falámos sobre os S e My que terão ficado na Nova-Guiné. De ilhas adjacentes... em que os candidatos podem ser Java, Bornéu, Sumatra, Timor, Celebes, ou tantas outras, terão partido os Py que depois de se estabelecerem na zona da Tailândia-Birmânia, tendo migrado por um lado em direcção à zona chinesa (os QPy), e por outro à zona indiana (os RPy). No entanto, pela mesma época terão partido, doutra ilha, os Nyx, também em direcção a paragens chinesas, tal como fariam por fim os Oyx. Se os Nyx já teriam empurrado os QPy, mais o fizeram com a nova pressão dos Oyx, tendo como resultado a migração dos QPy para a América, conforme se vê já no Quadro 5, e ainda mais no Quadro 6:

O Quadro 6 pretende apenas tornar clara a situação de evolução da migração/conquista com a entrada dos indo-europeus R na Índia, antes da sua migração para a Europa. Na zona europeia colocámos nestes quadros uma presença menos dominante dos G, já que há maior vestígio dos I e J

Nota: Aproveito para assinalar um problema de datação típico. O grupo G tem sido atribuído c. 17000 a.C. enquanto I e J chegam a ser colocados em 30000 a.C. No entanto, como fica explícito pela extensão do nome, a parte comum é o elo u-Fycã do qual G era "filho" e os I, J seriam "trisnetos". Qual a razão para colocar o "filho" 15000 anos mais novo que um "trisneto"? É claro que pode haver variações a qualquer altura, partindo dos existentes... mas teriam que ser minimamente justificadas, algo que tem parecido ser desnecessário. A teoria actual parece dar a ideia de que a população estaria em hibernação e mutações no Cáucaso, e de vez em vez uns saiam para passear... Esse problema é tanto mais notório quando se liga Cro-Magnon a R1b. Simplesmente as datações não batem certo umas com outras!

Adiante, passamos ao Quadro 7, que antecede, e ao Quadro 8, que tem a distribuição populacional actual. O domínio da população oceânica Oyx é completo no território do sudeste asiático, remetendo os Nyx para paragens siberianas numa ligação tartára que se estenderia depois à Turquia.
Da mesma raiz oceânica, os Q ficam dominantes na América, e os indo-europeus R iniciam a invasão europeia, provocando uma divisão dos I numa parte escandinava (I1) e balcã (I2), o mesmo se passando com os R1a e R1b, por virtude diluviana que estabeleceria o continente europeu como ilha. Os G passam a residuais na Europa, remetidos à origem caucasiana. Os R1a manteriam a ligação indo-europeia, enquanto que os R1b definiriam uma civilização atlântica (ou atlante...). Este seria o panorama à época diluviana, circa 9000 a.C. (ou bem menos...). 

mt-DNA
Vamos agora ver o que se passa pelo lado mitocondrial de transmissão feminina. Este aspecto será mais relevante em sociedades matriarcais. Só agora me refiro a esta análise porque há muito menos mapas, e a informação parece muito menos clara.
De qualquer forma, o panorama não é muito diferente no início... começa também em África, mas há logo uma separação em dois haplogrupos principais "m" (mais asiático) e "n" (mais europeu-oceania).

É interessante ver que os nomes aqui serão muito mais curtos... a variação genética pela herança mitocondrial parece ser muito menor.

Há variações do L, mas para seguir a mesma linha que fizémos para o Y-DNA, atribuímos o nome "Lã" às companheiras de "cã" na migração fora de África.

(1) As "filhas" de "Lã" são MLã e NLã.
(2) De MLã surgem D'MLã, E'MLã, G'MLã, Q'MLã, Cy'MLã e Zy'MLã.
      De NLã surgem A'NLã, S'NLã, R'NLã, I'NLã, W'NLã, X'NLã, Y'NLã.
(3) Restam apenas as descendentes de R'NLã, que são
BR'NLã, FR'NLã, PR'NLã, UR'NLã e ainda elos: aR'NLã, eR'NLã
(4) KUR'NLã descende de UR'NLã, e as restantes descendências são:
- HaaR'NLã e VaaR'NLã;
- JaeR'NLã e TaeR'NLã.

Como vemos, o nome mais comprido pelo lado mt-DNA envolve apenas 7 ascendências, enquanto no caso Y-DNA se verifica o dobro.

As letras agora mudam, e vou usar minúsculas nos quadros seguintes para não confundir com as de cima.
Começamos pelo quadro i). A hipótese é que um ramo L  teria-se separado em M e N, já na Ásia.
Esta separação bate certo com uma "situação diluviana", ligando MLã aos Cycã, e NLã aos Fycã.
A grande variação ocorrerá nessa altura por isolamento insular.
Uns ficam na zona caucasiana, outros na zona himalaia e na parte tailandesa-indonésia. 
Passamos à nova divisão, que apresentamos no Quadro ii), que é muito mais complexa.
Mais complexa, porque há várias subdivisões do n e várias subdivisões do m, algo que não acontecia no outro caso. 
Para explicar tal efeito, mais uma vez recorrerei à questão das ilhas asiáticas em situação diluviana - para evoluções diferentes. Mas com um carácter distintivo face ao Y-DNA masculino, ou seja, não haveria eliminação drástica da população feminina nos confrontos, permitindo a sobrevivência dessa diversidade. Ou seja, um grupo "masculino" poderia acompanhar-se de dois ou mais grupos "femininos", simplesmente pela imposição sobre as populações, sem aniquilação da componente feminina.

Inicialmente a população "m" estendia-se pela zona asiática oriental, atingindo as ilhas oceânicas. Pela separação a que os Fycã forçaram os Cycã, uma parte destes (mongóis-esquimós), que rumou à América, levou duas populações filhas D'MLã e Cy'MLã... mas não na totalidade, pois uma maior parte dessas filhas manteve-se em território asiático. Outras variações ficaram em territórios insulares da Ásia-Pacífico, por exemplo, E'MLã (Bornéu, Filipinas), Q'MLã (Papua).
Por aqui termina praticamente a história da migração pelo lado descendente MLã.

A história de NLã é mais complicada, envolvendo uma separação entre filhas caucasianas W'NLã e I'NLã, provavelmente associadas a uma inicial povoação europeia, e todas as restantes a, r, s, x, y, que voltamos a remeter à zona da Oceania. Note-se que NLã é ainda elemento dominante nos aborígenes australianos.

Fazemos isso também porque A'NLã e X'NLã são levadas numa segunda migração em direcção às Américas, algo que só tem correspondente masculino na migração dos QPy-Kuy-vyu-Fycã ou eventualmente numa migração parcial dos Nyx-Kuy-vyu-Fycã. De qualquer forma, são já migrações tardias. Na zona da Oceania, vão ficar R'NLã e S'NLã (a outra variante australiana).

É agora de R'NLã que vão surgir todos os descendentes seguintes, e mais uma vez a presença da ligação filha PR'NLã na Nova Guiné não deixa muitas outras escolhas quanto à origem de onde partiram.
Passamos então ao Quadro iii), onde apontamos a nova migração das filhas R'NLã, que podem ter acompanhado a primeira migração dos Iu-vyu-Fycã Ju-vyu-Fycã (escandinavos e semitas), com UR'NLã, HaaR'NLã, VaaR'NLãmas certamente acompanharam depois a migração dos RPy-Kuy-vyu-Fycã (indo-europeus), com TaeR'NLã e JaeR'NLã.
No Quadro iv) temos já essa situação final, conforme ocorre nos dias de hoje, e que reflecte a outra parte da descendência oceânica. 
Da mesma origem de R'NLã surgem FR'NLã e BR'NLã, na zona do sudeste asiático e Oceânia (já tinhamos referido PR'NLã), o que reforça essa origem oceânica, mas, mais que isso há um povoamento de BR'NLã que é tipicamente migração marítima, ligada a uma migração que os Oyx-Kuy-vyu-Fycã levaram até Madagascar, e que se estendeu até às Américas, muito provavelmente associada à migração dos QPy-Kuy-vyu-Fycã.


Conclusão: 
Bom, o retrato anterior é confuso no detalhe, mas esse mesmo detalhe permite algumas conclusões mais verosímeis que outras. 
Uma delas, que me parece clara, e em que tenho insistido, é numa mesma origem dos indo-europeus, chineses e índios-americanos, na mesma zona oceânica, ligando directamente à Papua-Nova-Guiné, e que de alguma maneira é justificável pela competitividade extrema que se atingiu naquelas paragens insulares. 

Há sempre outras justificações, e podemos apontar detalhes num sentido ou noutro.
Também podemos pensar que do Cáucaso apareciam de vez em vez autênticos Adónis masculinos que seduziam todas as mulheres da redondeza... mas enfim, ainda que Genghis Khan sozinho tenha deixado uma grande prole ainda hoje visível, parece que há umas coisas mais prováveis que outras. Ainda que tenha muito de mito, a consanguinidade agrava problemas biológicos, e não é muito claro que uma simples família tenha dado origem a toda uma raça. As ilhas surgem assim como o ambiente natural para a diversidade.

Posteriormente, pelo efeito de sedentarização, houve um outro fenómeno que provocou divisões suplementares, de que aqui não falámos. Basta ver que só dentro do R1b temos as linhas:
R1b1a2a1a2 (a,b,c,d,e) - (ibérico, gaulês, norte-atlântico, nórdico, britânico),
o que mostra como as variações de DNA não se esgotam nos grupos e é claro definem os indivíduos!
A sedentarização, o isolamento de aldeias, é já uma característica posterior, e tem aspectos semelhantes ao isolamento em ilhas... mas isso só ocorreu com civilizações já bem estabelecidas, onde a agricultura se tornava a actividade dominante. O que é interessante é que estes estudos mostram uma maior proximidade genética nuns casos, e uma maior distância noutros... quando isso não era suspeitável pelo simples aspecto físico.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:56

O grupo protege e esmaga o indivíduo.
"Há pelo grupo" significa aqui que "o indivíduo existe pelo grupo", pelo povo, pela espécie.
Conectar "haplogrupo" a "há pelo grupo" não é certamente etimológico, é simples visão ou cegueira, consoante os olhos inquisidores.
Até que cada indivíduo consiga equilibrar-se ao grupo, numa relação de igual para igual, a luta da potência contra a impotência não tem fim previsto. O apego à potência é apenas um prolongar infantil do medo da incontornável impotência. Ninguém domina o processo que leva da vontade de erguer o braço ao efectivo erguer do braço, e no entanto há quem julgue dominar tudo em seu redor... enfim, são visões ou cegueiras!

Com o lançamento de dados sobre haplogrupos haverá múltiplas hipóteses sobre a migração humana, a maior parte das quais apontam a clássica saída de África, com a dispersão sempre feita na zona entre o Cáucaso e Himalaias. Tenho insistido numa outra migração, saída da Oceania-Melanésia, e vou retomar esse assunto com alguns esquemas gráficos mais elucidativos.
O assunto é complexo, difícil de juntar, sujeito a ser questionado por vários detalhes, mas o meu objectivo foi apenas procurar dar um nexo que fosse consistente com as informações que tenho. Como é óbvio, não cuidará dos detalhes de informações que não tenho...

Y-DNA
Primeiro pelo lado Y-DNA, de que já tinhamos falado.
Encontrei no Dienekes' Anthropology Blog um mapa muito bom que está na Wikipedia, e conforme se diz, representa um grande esforço de representar o panorama actual, com a versão "mais consensual" para as migrações:

Como as letras dos haplogrupos são pouco informativas, irei arriscar usar nomes... não arbitrariedades como já foi feito, em que um H serve para Helena... 
A ideia será que o nome reflicta objectivamente a ascendência. 
O remoto ascendente adâmico seria um certo A perdido, dos quais houve variantes umas que se encontram em África, que designaremos por Á. Ao descendente que originou todos os restantes chamaremos Ã... e quase todos os nomes irão terminar em "ã" para reflectir essa ascendência (a letra pequena significa o rasto perdido). O negrito nas letras indica a sua designação simples actual, e usarei letras "u,y" para indicar elos perdidos.

(0) Temos uma separação Á e "ã" ainda em África.
(1) A descendência de "ã" serão Bã (África) e "cã" (todo o mundo).
(2) Desse "cã" perdido surgem "ucã" e "ycã" ambos perdidos, mas que originam:
   -- Ducã (Ásia), Eucã (dominante em África), Cycã (Austrália, Sibéria), Fycã (resto do mundo).
(3) Há aqui um salto e Fycã irá originar Gu-Fycã (Europa-Cáucaso) e outro elo perdido yu-Fycã.
   Este último origina Hyu-Fycã (Dravidiano), e ainda a outro elo perdido vyu-Fycã.
(4) Será desse novo elo perdido que surgem dois novos elos perdidos: u-vyu-Fycã e y-vyu-Fycã.
   Do primeiro aparecem Iu-vyu-Fycã (Escandinavo-Balcã) e Ju-vyu-Fycã (Semita).
   O restante dá novo elo perdido uy-vyu-Fycã surgindo então:
   Kuy-vyu-Fycã e um wuy-vyu-Fycã que gerará Twuy-vyu-Fycã e Lwuy-vyu-Fycã (India). 
(5) Surge a descendência dominante Kuy-vyu-Fycã, que dá SKuy-vyu-Fycã, e ainda mais dois elos perdidos (designamos x e y). 
   Um "x" terá como "netos" Nyx-Kuy-vyu-Fycã e Oyx-Kuy-vyu-Fycã.
   Outro "y" terá My-Kuy-vyu-Fycã e Py-Kuy-vyu-Fycã, como "filhos"...
   ... e finalmente QPy-Kuy-vyu-Fycã e RPy-Kuy-vyu-Fycã, como "netos".

Esta nomenclatura é estranha, mas não é mera "invenção" - por exemplo, reflecte o parentesco entre os haplogrupos M,N,O,P,Q,R,S que remete ao K, todos aqui com o nome comum Kuy-vyu-Fycã. Mostra que estão distantes das letras D, E, com quem já só partilham a terminação "cã" em Ducã e Eucã. A única "invenção" que aqui fazemos é usar as letras u, y,... para indicar os elos perdidos, e pouco mais. 
O comprimento do nome reflecte a maior diversidade de variações, e não terminaria aqui. 
Interessa aqui seguir de novo a possível história destas "famílias"...

Começamos pelo Quadro 1 em que vemos basicamente a linha primordial, que tem basicamente duas linhas que nunca saíram de África (A e B), essas irão manter-se ali até ao fim. 
O que vai mudar é um c, "", que será eneavô dos restantes saídos de África...

Supomos uma primeira separação "ucã" presa em África, pelo fim da passagem no Mar Vermelho, que irá gerar Ducã e Eucã (letras DE), por oposição aos restantes "ycã", que ficam na Ásia, ou seja Cycã e Fycã (letras CF).

Para abreviar, no Quadro 2 temos logo a descendência alargada destes "Fycã". 
Supomos que os Fycã terão dominado, empurrando uma divisão da restante população Cycã, uma para a Sibéria, Mongólia (C1,C3) e outra para a Oceania (C2, C4). Haverá uma reentrada na Ásia de parte da população retida antes em África, os Ducã
Um primeiro evento de subida de águas (diluviano) remeterá esses Ducã às montanhas do Tibete ao Japão (Ainos). Pelo lado dos dominantes Fycã, o evento diluviano leva uma parte Gu-Fycã a refugiar-se no Cáucaso, outra parte Hyu-Fycã, nas montanhas do Sul da Índia e Ceilão (população dravidiana e cigana). Finalmente, a parte restante vyu-Fycã (mencionada na figura 2 como IJK) será sujeita a novas variações ao refugiar-se nas montanhas que vão da Birmânia, Tailândia e Vietname até à Indonésia e Oceania. 

Passamos então ao Quadro 3. 
Nesta fase, a descida das águas permitirá a expansão da população dravidiana (Hyu-Fycã) pela Índia, que deverá ter dominado o sul asiático. Pelo lado africano, parte da população Eucã (berbére, moura), terá entrado na Europa, sendo notável ainda a percentagem elevada E3 na Grécia, havendo vestígios no restante sul da Europa. Nesta fase quase toda a África é dominada por essa população Eucã (E1), e assim se irá manter. 

Por via da descida de águas, uma parte da população vyu-Fycã, remetida às montanhas da Birmânia irá tentar regressar às planícies indianas. É natural ter havido um conflito com a população dravidiana Hyu-Fycã, e nesse conflito migrante alguns, vistos como gigantes, foram repelidos das paragens indianas. Esses "gigantes" iriam contornar o Cáucaso em direcção à Europa, os Iu-vyu-Fycã (antecessores de escandinavos ou croatas), enquanto que outros iriam para a península arábica os Ju-vyu-Fycã (antecessores de árabes, semitas... e romanos!). Assinalamos essa direcção migratória com as setas saindo dos IJ, que fica explícita no quadro 4, bem como a passagem Cycã para a América, talvez movidos por pressão dos Ducã (a influência de tibetanos em mongóis ainda hoje se mantém no aspecto religioso).

No Quadro 4 assinalamos ainda uma propagação europeia dos Gu-Fycã, com alguma ligação neandertal. Finalmente, há uma parte restante dos IJK que fica na Indonésia-Oceania, serão os Kuy-vyu-Fycã, ainda que se possa falar de novas tentativas de ingressão na Índia - populações Lwuy-vyu-Fycã e Twuy-vyu-Fycã (estas populações não estão assinaladas, porque não se constituíram como dominantes, tendo mantido alguns pontos de dominância em partes da Índia, os T podem ter acompanhado os R1b na migração seguinte, talvez denotando uma origem da mesma ilha oceânica)

Entre o Quadro 3 e 4 falamos circa 30 a 15 mil a.C., de acordo com a datação convencional à entrada no continente americano:
Migração Homo Sapiens (vermelho), Erectus (verde), Neandertal (amarelo). [Wikipedia]

Terminámos o Quadro 4 com a migração dos Kuy-vyu-Fycã para a Nova-Guiné, onde constituem a população SKuy-vyu-Fycã. A evolução em ilhas separadas irá trazer maior diversidade, sendo todos estes novos elementos da família Kuy-vyu-Fycã, vamos apenas designá-los pelo "primeiro nome"... SMy (Nova-Guiné), Nyx (turcos-siberianos), Oyx (chineses), QPy (índios-americanos), RPy (indo-europeus).

Nota: A presença específica de antecedentes comuns na Nova-Guiné faz-me ser difícil conceber outra qualquer hipótese que não coloque a origem naquelas paragens. Outras teorias migratórias não têm qualquer cabimento com um final só naquela ilha. Esta é a única possibilidade "natural" que vejo, sem entrar com outras considerações mirabolantes ou simplistas (que em última análise poderiam conter uma intervenção global externa feita por alienígenas). Os novos dados sobre tradições na Nova-Guiné, que envolvem mumificações, antas, etc. suportam esta hipótese.

Podemos já passar ao Quadro 5, que mostra como esta família Kuy-vyu-Fycã se pode ter movimentado.
Já falámos sobre os S e My que terão ficado na Nova-Guiné. De ilhas adjacentes... em que os candidatos podem ser Java, Bornéu, Sumatra, Timor, Celebes, ou tantas outras, terão partido os Py que depois de se estabelecerem na zona da Tailândia-Birmânia, tendo migrado por um lado em direcção à zona chinesa (os QPy), e por outro à zona indiana (os RPy). No entanto, pela mesma época terão partido, doutra ilha, os Nyx, também em direcção a paragens chinesas, tal como fariam por fim os Oyx. Se os Nyx já teriam empurrado os QPy, mais o fizeram com a nova pressão dos Oyx, tendo como resultado a migração dos QPy para a América, conforme se vê já no Quadro 5, e ainda mais no Quadro 6:

O Quadro 6 pretende apenas tornar clara a situação de evolução da migração/conquista com a entrada dos indo-europeus R na Índia, antes da sua migração para a Europa. Na zona europeia colocámos nestes quadros uma presença menos dominante dos G, já que há maior vestígio dos I e J

Nota: Aproveito para assinalar um problema de datação típico. O grupo G tem sido atribuído c. 17000 a.C. enquanto I e J chegam a ser colocados em 30000 a.C. No entanto, como fica explícito pela extensão do nome, a parte comum é o elo u-Fycã do qual G era "filho" e os I, J seriam "trisnetos". Qual a razão para colocar o "filho" 15000 anos mais novo que um "trisneto"? É claro que pode haver variações a qualquer altura, partindo dos existentes... mas teriam que ser minimamente justificadas, algo que tem parecido ser desnecessário. A teoria actual parece dar a ideia de que a população estaria em hibernação e mutações no Cáucaso, e de vez em vez uns saiam para passear... Esse problema é tanto mais notório quando se liga Cro-Magnon a R1b. Simplesmente as datações não batem certo umas com outras!

Adiante, passamos ao Quadro 7, que antecede, e ao Quadro 8, que tem a distribuição populacional actual. O domínio da população oceânica Oyx é completo no território do sudeste asiático, remetendo os Nyx para paragens siberianas numa ligação tartára que se estenderia depois à Turquia.
Da mesma raiz oceânica, os Q ficam dominantes na América, e os indo-europeus R iniciam a invasão europeia, provocando uma divisão dos I numa parte escandinava (I1) e balcã (I2), o mesmo se passando com os R1a e R1b, por virtude diluviana que estabeleceria o continente europeu como ilha. Os G passam a residuais na Europa, remetidos à origem caucasiana. Os R1a manteriam a ligação indo-europeia, enquanto que os R1b definiriam uma civilização atlântica (ou atlante...). Este seria o panorama à época diluviana, circa 9000 a.C. (ou bem menos...). 

mt-DNA
Vamos agora ver o que se passa pelo lado mitocondrial de transmissão feminina. Este aspecto será mais relevante em sociedades matriarcais. Só agora me refiro a esta análise porque há muito menos mapas, e a informação parece muito menos clara.
De qualquer forma, o panorama não é muito diferente no início... começa também em África, mas há logo uma separação em dois haplogrupos principais "m" (mais asiático) e "n" (mais europeu-oceania).

É interessante ver que os nomes aqui serão muito mais curtos... a variação genética pela herança mitocondrial parece ser muito menor.

Há variações do L, mas para seguir a mesma linha que fizémos para o Y-DNA, atribuímos o nome "Lã" às companheiras de "cã" na migração fora de África.

(1) As "filhas" de "Lã" são MLã e NLã.
(2) De MLã surgem D'MLã, E'MLã, G'MLã, Q'MLã, Cy'MLã e Zy'MLã.
      De NLã surgem A'NLã, S'NLã, R'NLã, I'NLã, W'NLã, X'NLã, Y'NLã.
(3) Restam apenas as descendentes de R'NLã, que são
BR'NLã, FR'NLã, PR'NLã, UR'NLã e ainda elos: aR'NLã, eR'NLã
(4) KUR'NLã descende de UR'NLã, e as restantes descendências são:
- HaaR'NLã e VaaR'NLã;
- JaeR'NLã e TaeR'NLã.

Como vemos, o nome mais comprido pelo lado mt-DNA envolve apenas 7 ascendências, enquanto no caso Y-DNA se verifica o dobro.

As letras agora mudam, e vou usar minúsculas nos quadros seguintes para não confundir com as de cima.
Começamos pelo quadro i). A hipótese é que um ramo L  teria-se separado em M e N, já na Ásia.
Esta separação bate certo com uma "situação diluviana", ligando MLã aos Cycã, e NLã aos Fycã.
A grande variação ocorrerá nessa altura por isolamento insular.
Uns ficam na zona caucasiana, outros na zona himalaia e na parte tailandesa-indonésia. 
Passamos à nova divisão, que apresentamos no Quadro ii), que é muito mais complexa.
Mais complexa, porque há várias subdivisões do n e várias subdivisões do m, algo que não acontecia no outro caso. 
Para explicar tal efeito, mais uma vez recorrerei à questão das ilhas asiáticas em situação diluviana - para evoluções diferentes. Mas com um carácter distintivo face ao Y-DNA masculino, ou seja, não haveria eliminação drástica da população feminina nos confrontos, permitindo a sobrevivência dessa diversidade. Ou seja, um grupo "masculino" poderia acompanhar-se de dois ou mais grupos "femininos", simplesmente pela imposição sobre as populações, sem aniquilação da componente feminina.

Inicialmente a população "m" estendia-se pela zona asiática oriental, atingindo as ilhas oceânicas. Pela separação a que os Fycã forçaram os Cycã, uma parte destes (mongóis-esquimós), que rumou à América, levou duas populações filhas D'MLã e Cy'MLã... mas não na totalidade, pois uma maior parte dessas filhas manteve-se em território asiático. Outras variações ficaram em territórios insulares da Ásia-Pacífico, por exemplo, E'MLã (Bornéu, Filipinas), Q'MLã (Papua).
Por aqui termina praticamente a história da migração pelo lado descendente MLã.

A história de NLã é mais complicada, envolvendo uma separação entre filhas caucasianas W'NLã e I'NLã, provavelmente associadas a uma inicial povoação europeia, e todas as restantes a, r, s, x, y, que voltamos a remeter à zona da Oceania. Note-se que NLã é ainda elemento dominante nos aborígenes australianos.

Fazemos isso também porque A'NLã e X'NLã são levadas numa segunda migração em direcção às Américas, algo que só tem correspondente masculino na migração dos QPy-Kuy-vyu-Fycã ou eventualmente numa migração parcial dos Nyx-Kuy-vyu-Fycã. De qualquer forma, são já migrações tardias. Na zona da Oceania, vão ficar R'NLã e S'NLã (a outra variante australiana).

É agora de R'NLã que vão surgir todos os descendentes seguintes, e mais uma vez a presença da ligação filha PR'NLã na Nova Guiné não deixa muitas outras escolhas quanto à origem de onde partiram.
Passamos então ao Quadro iii), onde apontamos a nova migração das filhas R'NLã, que podem ter acompanhado a primeira migração dos Iu-vyu-Fycã Ju-vyu-Fycã (escandinavos e semitas), com UR'NLã, HaaR'NLã, VaaR'NLãmas certamente acompanharam depois a migração dos RPy-Kuy-vyu-Fycã (indo-europeus), com TaeR'NLã e JaeR'NLã.
No Quadro iv) temos já essa situação final, conforme ocorre nos dias de hoje, e que reflecte a outra parte da descendência oceânica. 
Da mesma origem de R'NLã surgem FR'NLã e BR'NLã, na zona do sudeste asiático e Oceânia (já tinhamos referido PR'NLã), o que reforça essa origem oceânica, mas, mais que isso há um povoamento de BR'NLã que é tipicamente migração marítima, ligada a uma migração que os Oyx-Kuy-vyu-Fycã levaram até Madagascar, e que se estendeu até às Américas, muito provavelmente associada à migração dos QPy-Kuy-vyu-Fycã.


Conclusão: 
Bom, o retrato anterior é confuso no detalhe, mas esse mesmo detalhe permite algumas conclusões mais verosímeis que outras. 
Uma delas, que me parece clara, e em que tenho insistido, é numa mesma origem dos indo-europeus, chineses e índios-americanos, na mesma zona oceânica, ligando directamente à Papua-Nova-Guiné, e que de alguma maneira é justificável pela competitividade extrema que se atingiu naquelas paragens insulares. 

Há sempre outras justificações, e podemos apontar detalhes num sentido ou noutro.
Também podemos pensar que do Cáucaso apareciam de vez em vez autênticos Adónis masculinos que seduziam todas as mulheres da redondeza... mas enfim, ainda que Genghis Khan sozinho tenha deixado uma grande prole ainda hoje visível, parece que há umas coisas mais prováveis que outras. Ainda que tenha muito de mito, a consanguinidade agrava problemas biológicos, e não é muito claro que uma simples família tenha dado origem a toda uma raça. As ilhas surgem assim como o ambiente natural para a diversidade.

Posteriormente, pelo efeito de sedentarização, houve um outro fenómeno que provocou divisões suplementares, de que aqui não falámos. Basta ver que só dentro do R1b temos as linhas:
R1b1a2a1a2 (a,b,c,d,e) - (ibérico, gaulês, norte-atlântico, nórdico, britânico),
o que mostra como as variações de DNA não se esgotam nos grupos e é claro definem os indivíduos!
A sedentarização, o isolamento de aldeias, é já uma característica posterior, e tem aspectos semelhantes ao isolamento em ilhas... mas isso só ocorreu com civilizações já bem estabelecidas, onde a agricultura se tornava a actividade dominante. O que é interessante é que estes estudos mostram uma maior proximidade genética nuns casos, e uma maior distância noutros... quando isso não era suspeitável pelo simples aspecto físico.

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publicado às 21:56


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