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Em Fevereiro de 1519, Hernán de Cortés parte de Cuba para a invasão do território Azteca.
Doze anos mais tarde, Francisco Pizarro irá iniciar a invasão do Peru, saindo do Panamá.
Farão isso de forma cruel, pragmática, ou brilhante. Ajustam-se diversos adjectivos.
Passam 500 anos, e para os mexicanos não é muito claro o tom da comemoração.

Convém notar que os Aztecas e Incas não eram civilizações antigas.
Os Incas iniciaram o seu império em 1438. 
O Império Azteca começa em 1428, com a aliança das cidades Tenochtitlan, Texcoco e Tlacopan.
Passado um século, ambos estes impérios foram destruídos num ápice pelos espanhóis.

Quadro da conquista do México e Tenochtitlan por Cortés.
Portanto, quando Ceuta é conquistada (1415), e o Infante D. Henrique começa a tomar conta das explorações atlânticas, os impérios Azteca e Inca ainda não existiam. Estes impérios desenvolvem-se ao mesmo tempo que se desenrolam as explorações portuguesas no Atlântico, e vão cair quando Carlos V é sagrado imperador do Sacro-Império Germânico, em Janeiro de 1519, e inicia a sua expansão territorial além das Caraíbas.

Surge assim uma pergunta:
- Há alguma evidência de contacto anterior entre Incas ou Aztecas com europeus?
- Aparentemente, não.
Um argumento comum é que se tivesse havido um contacto anterior, as doenças que vitimaram muitos indígenas, teriam aparecido mais cedo.

Esse dado, normalmente aparece sem grande suporte objectivo.
Os indígenas teriam sucumbido às doenças trazidas pelos europeus, dando-se como exemplo mais comum a varíola. Aponta-se para este número uma redução de 90% da população indígena. 
Normalmente parece esquecer-se que também os europeus eram vítimas naturais desta doença, e que na Europa do Séc. XVIII foi contabilizada a morte de 400 mil pessoas por ano, até à invenção da vacina. Ou seja, a varíola não atingia só os indígenas, a novidade terá sido que passou a afectar também os indígenas. Também os europeus passaram a ser vítimas de novas doenças tropicais, de que antes tinham pouca notícia - por exemplo, a febre amarela.

Outra causa do decréscimo da população indígena pode explicar-se praticamente por um factor:
- Mestiçagem.
Este factor teve logo como exemplo a entrada de Cortés no México.
La Malinche foi oferecida como companheira de Cortés, e dela ele teve vários filhos. 

Este processo era o mais frequente porque as tripulações embarcadas de Espanha não levavam mulheres. As mulheres a que os espanhóis tinham acesso eram as indígenas, e aí não houve prurido de múltiplos acasalamentos. Rapidamente surgiu uma segunda geração mestiça, já afiliada a uma origem espanhola, ocidentalizada, que foi perdendo a ligação aos aztecas. Repetidamente, o processo levou a que se perdesse a língua e cultura dos antepassados, com a pressão do clero católico, extremamente cioso da pureza cristã e condenação da bárbara cultura pagã azteca.
A população nas cidades mexicanas poderia ser medida no seu nível social pela maior ou menor quantidade de sangue espanhol. Ao contrário do que veio a ocorrer depois com as colonizações britânicas ou holandesas, no caso espanhol ou português a mestiçagem foi crucial para o desaparecimento da cultura indígena. Por exemplo, o emblemático Mayflower partiu para a América com colonos - homens e mulheres - mas só nos séculos XVIII e XIX é que as colonizações portuguesa ou espanhola seriam mais feitas por famílias partidas do continente europeu. Apesar de haver alguma presença de mulheres e famílias nos navios que cruzavam os oceanos, esse número foi sempre contido ou reduzido ao estritamente necessário.
A facilidade de ligação com os indígenas nem sempre foi tão facilitada quanto no caso americano, sendo claro que no caso do contacto com populações chinesas ou japonesas, a miscenização foi uma prática muito residual, quase inexistente.

A rota de Cortés
O sucesso estrondoso de Cortés é pouco digno de ser reconhecido, porque ao mesmo tempo acaba por se ligar a um pragmatismo possível. 
Cinco centenas de espanhóis consegue, por meio de grande engenho e artimanha, fazer sucumbir em dois anos, um império ingénuo e cruel, que contava com milhões de habitantes.

Uma das razões do sucesso de Cortés foi o seu percurso até Tenochtitlan, de Abril a Novembro de 1519, onde com sucessivas alianças a tribos inimigas dos aztecas foi reunindo uma força invasora já muito considerável, com milhares de homens.
Para esse efeito contribuiu La Malinche, a concubina nahua oferecida a Cortés, que depois o ajudou não apenas na tradução, mas até a definir a estratégia de alianças. O termo "malinche" passou a designar a traição ao próprio povo... por incompreensão posterior.
Mais crucial terá sido a aliança com Tlaxcala, que após feroz guerra no início de Setembro, aceitaram negociações e aliança com os espanhóis contra os aztecas, seus inimigos. Os seus quatro chefes foram baptizados e ofereceram as filhas em casamento aos companheiros de Cortés. 

Parte da grande pirâmide de Cholula.
De forma mais importante, Tlaxcala deu um exército suplementar a Cortés, que o usou contra Cholula, a segunda cidade mais importante, e um grande centro religioso. 
Cholula tinha sido instruída pelo imperador Moctezuma para parar Cortés, mas a cidade era um ponto religioso, com fraco dispositivo militar. Acabou por acolher Cortés, e como a sua concubina acabou por revelar/descobrir um plano de assassinar aí os espanhóis, estes terão executado 3 mil (ou 30 mil) habitantes, e deitado fogo à cidade para servir de exemplo.
A partir daí, Cortés não teve maiores dificuldades em seguir até ao centro do império Azteca, a cidade de Tenochtitlan, e lago Texcoco, no que é hoje a Cidade do México.

Tenochtitlan no lago Texcoco, é hoje a Cidade do México.
Tenochtitlan teria, à chegada de Cortés, uma população estimada em 200 mil habitantes, e seria assim uma das maiores cidades do mundo à época, maior que as cidades europeias.
Além disso, a complicada construção de Tenochtitlan, no meio do lago Texcoco, faziam dela uma cidade comparável a Veneza, em diversos aspectos. Este enorme lago Texcoco foi completamente assoreado pelos espanhóis, o que permitiu depois a construção de uma Cidade do México cada vez maior, assente num lamaçal que resultou da construção feita sobre o lago (isto causa ainda problemas graves na propagação das ondas sísmicas, conforme se verificou no sismo de 1985).

Aztlan, Quetzalcoatl, Kukulkan e Viracocha
Moctezuma II recebeu com todas as honras Cortés e os seus homens, instalando-os no palácio que fôra de seu pai. Desde que desembarcara, emissários de Moctezuma enviavam saudações e presentes, procurando que ele não fosse a Tenochtitlan, mas os ricos presentes apenas serviram para mostrar que estava no caminho certo. 
Moctezuma prendeu-se à lenda Mexica-Azteca que colocava a origem do povo em Aztlan (note-se a semelhança com o termo Atlan, ou Atlas-Atlântico), um local indefinido a norte. Ligando Cortés à divindade Quetzcoatl, enquanto homem branco de barba, o imperador dava aos espanhóis um estatuto divino que facilitou a perdição azteca. A mesma lenda, que existia nos Maias e nos Incas, variando no nome - Quetzalcoatl era Kukulkan para os Maias e Viracocha para os Incas - serviu de grande facilitador para a conquista de Aztecas e Incas (os Maias, menos centralizados, resistiram mais tempo). 
Ao fim do segundo dia, e com o pretexto de erguer uma cruz e um altar à Virgem Maria, os espanhóis arranjaram pretexto para sequestrar Moctezuma, e mantê-lo como imperador fantoche. Fraco, esteve mais preocupado em não ser destronado, caso os espanhóis escolhessem o irmão Cuitlahuac, apesar dos protestos da sua corte. Moctezuma foi colaborando ao ponto de o avisar da chegada de um exército de Cuba, liderado por Narvaez, para o prender. 

Cortés, mais uma vez resolveu a situação pragmaticamente. Foi até Veracruz, onde derrotou Narvaez, e convenceu o exército que vinha no seu encalço a juntar-se a si, na conquista de Tenochtitlan. Quando regressou, a situação era ainda mais caótica, os Aztecas tinham-se juntado em torno do irmão de Moctezuma, após um massacre no grande templo ordenado por Alvarado (segundo no comando de Cortés). Cortés pede a Moctezuma que fale à população para a apaziguar, mas este acaba morto pela saraivada de pedras que recebe.
Com a morte de Moctezuma, os espanhóis são forçados a fugir de Tenochtitlan, mas reagrupam forças com os aliados de Tlaxcala. No final tudo se resume a convencer as cidades vizinhas a alinharem com o novo poder espanhol, e um cerco de dois meses à capital, que acabará por cair a 13 de Agosto de 1521.

Uma conquista que doutra forma poderia ter demorado séculos (o que aconteceu noutras paragens próximas, incluindo os Maias), acabou por se resumir, numa série de acasos favoráveis, e numa crença no cumprimento do mito de Quetzalcoatl. O engenho de Cortés, para coordenar os diversos balanços de poder, e tirar daí o melhor proveito, foi ainda mais notável.

Os Aztecas, e a sua Méxica, caíram sem grande dificuldade aos pés de Cortés.
Como já referimos, o nome "América" poderá ser um desvio de "A méxica", mas aqui também surge como interessante este mito ligado a "Aztlan", um nome demasiado próximo de "Atlan" para não ser ignorado. Aliás, a frequência dos nomes aztecas com o som "tl" não deixa de ser intrigante como relação do próprio nome de Atlas, com este continente perdido.

Curiosamente, até a descrição de Platão de uma cidade aquática atlante deixa algumas questões, pois isso teria ocorrido milhares de anos antes de ser construída. Ou seja, a lenda que levou os Mexica-Aztecas até ao lago Texcoco, procurando o símbolo da águia que bica a serpente junto ao cacto (símbolo da bandeira mexicana), serviu ainda para ajustar a pretensão de que a lenda parecia inspirada no cumprimento do relato de Platão no Timeu.

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publicado às 04:28


Paisagem no Estreito de Magalhães (Google Maps)

A hipótese que faz mais sentido, daquilo que conheço, relativamente à circumnavegação do globo, é a seguinte...

Entre 1482-88, o rei D. João II enviou diversas armadas para contornar o continente americano, que como é óbvio, era conhecido de quem fizesse navegações sistemáticas no Atlântico. 
O Infante D. Henrique sabia do assunto, mas ignorou-o, porque era tudo menos "navegador". A sua política era militar, tal como a da Ordem de Cristo, ou seja, a da herança templária, visando contornar a África e invadir a península arábica, chegando a Jerusalém. Essa política veio a ser concretizada por Afonso de Albuquerque que chegou a conquistar o Mar Vermelho até ao Suez. 
Ao contrário, o Infante D. Pedro, esse sim um viajante e explorador, seria a de navegar a América, ao ponto de tentar encontrar uma passagem no continente americano para chegar à Ásia.
Essas explorações continuaram no reinado de D. Afonso V, patrocinando a empresa privada de Fernão Gomes, mas deverá ter sido apenas no reinado do seu filho, D. João II, que foi descoberta a passagem. 

Como marco importante na tentativa de cruzar o continente americano, o ponto mais importante pelo Infante D. Henrique terá sido a descoberta do Rio Sagres - agora chamado Rio Chagres, no Panamá.
Aliás, à mesma latitude do rio Chagres 9º30' N encontramos o Cabo Sagres... em Conacri, Guiné.
Foi aí que terminou declarada a exploração do Infante D. Henrique. Foi também o Rio Chagres que acabou por servir para fazer o Canal do Panamá, porque com efeito esse era o ponto mais prático de passagem. Assim, a descoberta do Oceano Pacífico terá ocorrido uns 50 anos antes de Balboa.

Para efeitos de encontrar uma passagem a norte ou a sul, D. João II enviou sucessivamente armadas para latitudes árticas e antárticas, e nesse processo terá descoberto praticamente todo o globo. Não deu conhecimento disso, porque lhe interessava uma passagem mais rápida do que aquela que obteria circum-navegando a África. Ora, isso veio a revelar-se impraticável.

Nas expedições em que Diogo Cão andou supostamente "no rio Congo", o objectivo seria o de encontrar o Estreito de Magalhães. É provável que na primeira viagem de 1482 tenha apenas conseguido contornar o continente americano pelo Cabo Horn, e que só na segunda viagem de 1484-86 tenha encontrado a passagem pelo estreito. O Estreito de Magalhães terá sido descoberto pelo piloto João Afonso do Estreito, ou pelo menos assim o sugere o seu apelido... 
No entanto, a expedição seria comandada por Diogo Cão, e teve Martin Behaim como "companhia", que nessa altura terá feito o mapa da região. 
Depois, com base nos mapas de Behaim, João Afonso do Estreito terá proposto em 1487 navegar a Ocidente, em conjunto com o flamengo Fernando Dulmo, mas a expedição não terá tido retorno. Seria só em 1488 que Bartolomeu Dias, passando pelo cabo Horn, dito das "tormentas", teria feito a circumnavegação, regressando pelo cabo da Boa Esperança vindo por paragens australianas.

Essa teria sido a boa esperança que o rei viu - um caminho ocidental, contornando a América do Sul, ao invés de contornar a África, evitando entrar em conflito com os muçulmanos no Oceano Índico.
Entre 1488 e 1492, creio que D. João II se convenceu que haveria a passagem noroeste, que pouparia imenso tempo, evitando ir ao hemisfério sul. Para esse efeito contava com a experiência dos Corte Real na exploração da América do Norte, e também dos Gama. 
No entanto, a dificuldade dos gelos árticos em latitudes além do círculo polar não permitiriam uma passagem exequível para a carga. Os riscos seriam demasiados, mesmo que tal passagem fosse encontrada - e se tal foi conseguido, foi provavelmente depois, já no reinado de D. Manuel ou mesmo de D. João III.

A razão para isto ser mais certo do que mera especulação é a descrição que Pigafetta faz, quando Magalhães redescobre esse estreito:
E se non era el capitano generale non trovavamo questo stretto, perchè tutti pensavamo e dicevamo come era serrato tutto intorno: ma il capitano generale, che sapeva de dover fare la sua navigazione per uno stretto molto ascoso, come vide ne la tesoreria del re di Portugal in una carta fatta per quello eccellentissimo uomo Martin di Boemia, mandò due navi, Santo Antonio e la Concezione, che così le chiamavano, a vedere che era nel capo della baia. Relazione del primo viaggio intorno al mondo por Antonio Pigafetta.
[E se não fosse o capitão não teríamos encontrado este estreito, porque todos pensávamos e dizíamos o quanto era apertado: mas o capitão, sabia que tinha que navegar por uma passagem muito estreita, como vira no tesouraria do rei de Portugal num mapa feito pelo excelente homem Martim da Boémia, e enviou dois navios, Santo Antonio e Conceição, assim se chamavam, para ver o que estava ao cabo da baía.]
Pigafetta junta um mapa, que podemos comparar com o mapa que João de Lisboa tem:



A diferença entre o mapa de Pigafetta e o mapa de João de Lisboa, é a diferença entre um amador e um profissional. A diferença de tempo entre os dois mapas é pequena, sendo mais provável que o mapa de João de Lisboa seja mesmo anterior à viagem de Fernão de Magalhães. 
A referência ao nome "magalhães", como foi sugerido pelo David Jorge, pode referir-se à presença de pinguins que hoje são conhecidos por esse nome. Numa inclusão posterior, a tinta vermelha pode ler-se "estreito de fernão de magalhãis", mas a tinta preta e em destaque vemos apenas "estreito dos magalhãis", no plural.
De resto, para além das designações concordantes entre os dois mapas, o mapa de João de Lisboa tem muito mais informação e nomes em português que indiciam a sua nomeação anterior.
Em particular, note-se na ilha fictícia chamada "dos castelhanos", designação similar à existente ao largo de Madagáscar (ver postal anterior).

Coincidentemente, também em 1519 é dada autorização a Cortéz para desembarcar no México, e assim arrasar o império Azteca.
Passam 25 anos do Tratado de Tordesilhas, e a época de transição das descobertas de Portugal para a posse definitiva de Espanha, seria trabalhada entre D. Manuel e Carlos V.

Não foi à toa que uma grande parte da tripulação que Magalhães levou consigo era portuguesa.
Os portugueses simplesmente não queriam que acontecesse de novo o episódio de Colombo. Não queriam que a descoberta da passagem sul ficasse associada aos espanhóis, quando tanto sacrifício teria sido feito para conseguir aquela proeza. É nesse contexto que múltiplos portugueses se associam à expedição de Magalhães, incluindo João de Lisboa, que poderá ser João de Carvalho. 

A viagem teria assim uma particularidade de rebelião quase permanente, já que os castelhanos não entendiam e aceitavam mal o comando português. Uma parte da expedição regressa a Espanha sem sequer passar o Estreito. A restante prossegue, e após a morte de Magalhães será mesmo João de Carvalho a tentar tomar o controlo da expedição, mas os espanhóis já não o autorizam, e ficará Elcano a terminar a volta, já na parte conhecida da Ásia, onde a presença portuguesa estava estabelecida.

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publicado às 05:34

Cabo Canaveral, 16 de Julho de 1969 - há 50 anos saiu a Apollo 11.
Sevilha, 10 de Agosto de 1519 - há 500 anos saiu a expedição de Magalhães.

Vamos falar primeiro da Apollo 11.
Os 4 jovens que restam dos 12 que foram à Lua estão agora com mais de 80 anos.
Um projecto audacioso, onde partindo do nada, ou dos foguetes nazis, em menos de 10 anos, os americanos teriam conseguido desembarcar homens na Lua, ao contrário dos soviéticos, que nunca o fizeram. Essa paródia durou de 1969 até 1973, e desde aí acabou.
Como este planeta é um lugar estranho, os americanos agora se quiserem ir ao espaço têm que ser lançados do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, o cosmódromo soviético.

Questionar a ida à Lua seria ridículo nos anos 70, mesmo nos anos 80 ou 90 ainda poderia pensar-se nalguma contenção de custos. Porém, como é óbvio o dinheiro que falta para repetir viagens à Lua, segundo o argumento comum, não falta para enviar múltiplos engenhos, especialmente a Marte.
Assim, a prova que falta da ida à Lua é... repeti-la!

Em 2015, dois astronautas foram entrevistados em directo na Euronews, e o comandante Terry Virts saíu-se com esta:
The plan that NASA has is to build a rocket called SLS, which is a heavy lift rocket. It’s something that is much bigger than what we have today, and it will be able to launch the Orion capsule with humans on board as well as landers or other components to destinations beyond Earth orbit. Right now we only can fly in Earth orbit, that’s the farthest that we can go, and this new system that we’re building is gonna allow us to go beyond and hopefully take humans into the Solar System to explore. So the Moon, Mars, asteroids... there’s a lot of destinations that we could go to and we’re building these building-block components in order to allow us to do that eventually.
Quando algum pessoal ouviu isto, ou seja, dizer que actualmente o máximo que poderíamos fazer era estar na órbita da Terra, e que depois o plano era ir à Lua, a Marte, aos asteróides... achou, como é óbvio, que o homem tinha-se descaído, revelando que ainda não tinhamos saído da órbita terrestre, e assim que nunca teríamos ido à Lua.
É verdade que Terry não diz isso exactamente, mas qualquer um o pode entender assim.
Com outra vontade, poderia-se estar a referir à órbita da Terra à volta do Sol, e não acerca da órbita à volta da Terra... enfim, múltiplas justificações. Acharam por bem que o homem viesse esclarecer, e ele optou por dizer que se referia ao período actual 2015-18 e não aos anos 1960...
Ou seja, mais valia estar calado, porque argumentar que actualmente haverá menos tecnologia disponível é mais que ridículo!

Há sempre muitas perguntas que ficaram por fazer, e é preciso quem as faça!
Por exemplo, que tal encontrar um vídeo ou imagens do nascer ou pôr do Sol na Lua?
Foram lá tantas vezes, fizeram tudo o que havia a fazer, certamente que há.
Deveria haver, mas não há, ou não se encontra! Ou, melhor apresenta-se uma encenação feita pelo "Planetário do Curdistão" que até tem o astronauta com a sombra contrária... e a simulação é tão mázinha que mete dó.
Aliás fotos do Sol, tiradas da Lua (ou mesmo do espaço exterior) é coisa que não consta, e já falámos sobre as pretensas fotografias tiradas à Terra, na dissertação sobre NASA e NASmyth.

Radiação electromagnética - o visível é apenas uma estreita faixa 
após o infravermelho e antes do ultravioleta.
Para explicar o problema que ocorre, e pelo qual não é possível passar simplesmente uma cintura de partículas que rodeia a Terra, a chamada Cintura de Van Allen, basta compreender que a luz é apenas uma parte da radiação emitida pelo Sol.

Como é claro, o Sol não emite apenas radiação visível... e se abaixo do visível a radiação solar não é incomodativa, acima do violeta, começa a dar problemas de saúde.
Chega o Verão e começamos a ouvir os cuidados a ter com os raios ultravioletas, porque esses ainda são filtrados pela atmosfera, mas soube-se da permissividade na camada de Ozono.

OK. Muito bem. Mas acima dos ultravioleta, temos Raios X e Gama. O que impede que esses raios solares nos esturriquem, como se estivessemos sempre a fazer radiografias?
O que impede que esses raios cheguem à Terra é essa camada de partículas carregadas magneticamente, denominada Cintura de Van Allen, que foi descoberta aquando das primeiras viagens espaciais, em 1958. Miraculosamente essa camada magnética protectora impede até que a atmosfera seja destruída pelos "ventos solares".

A questão é que passando essa cintura, não apenas essa zona é perigosa (diz-se que a missão Apollo fazia os foguetões passar pelo buraco da agulha, para evitar a questão), como em todo o espaço, além dessa cintura que rodeia a Terra, estar-se-à sujeito a Raios X e Raios Gama, vindos do Sol, ou ainda ao vento solar.
Se achamos que a radiação solar pode ser muito quente, na parte visível, quando ainda tem que passar pela atmosfera, é uma questão de pensar o que acontece relativamente ao aquecimento, se juntarmos aí os Raios X e Gama. Pois, e não é assim à toa que se proclamam 200ºC na superfície lunar, que incomodaram pouco os astronautas... porque sim (já agora poderiam ter levado uma amostra de água para a ver evaporar...)

Imagem Raio-X da Lua em 1990.
Acontece que os Raios X vindos do Sol não são em pequena quantidade (e.g. The Sun as an X-ray Source), e além disso deveriam ser reflectidos pela Lua, nalguma quantidade. Ou seja, poderíamos ter imagens Raio-X da Lua, mas o máximo que está disponibilizado é esta foto de 1990 - ou seja, aparentemente ninguém se lembrou de fazer telescópios para Raios-X.
Será? É que curiosamente é conseguido sem dificuldade observar Raios-X de estrelas que nem sequer são visíveis...
Mesmo para outro tipo de radiação, as imagens da Lua em frequência não visível são menos que escassas, veja-se por exemplo aqui (Caltech).

Não é ridículo, é pior que isso. É total falta de vergonha misturada com incompetência.

Bom, para bem da continuação da ficção existe um filme de comemoração "Apollo 11", e esperemos que seja digno da realização de Kubrick.
É claro que também existem os adeptos da "Flat Earth", uma brincadeira provavelmente patrocinada por associados da NASA, mas a esses aconselha-se a fazer uma viagem de avião... ou de barco, como terá feito Magalhães - mas essa história fica para depois.

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publicado às 19:47

Os protagonistas da expansão portuguesa no Índico tiveram o arrojo de transformar o Índico num enorme lago dominado pelas naus portuguesas, conquistando ou colocando sob vassalagem diversos portos africanos, árabes, persas, indianos, e uma quantidade dificilmente mensurável de ilhas, que iam de Malaca até à Nova Guiné. 
Tudo isto não foi obra de Afonso de Albuquerque, mas ocorreu, ou consolidou-se, durante o curto período em que foi Vice-Rei da Índia, ou seja entre 1509 e 1515.
Afonso de Albuquerque
Vice-Rei da Índia, Duque de Goa
Panorama das possessões portuguesas em 1515, à data da morte de Albuquerque,
e comparação com as possessões espanholas à mesma data.

Nesta semana, a 16 de Dezembro, passaram 500 anos sobre a sua morte, ou seja, foram outros quinhentos, que mereceram um pequeno espaço em jornais, mas onde se nota de sobremaneira o esforço existente em esquecer os feitos do "César do Oriente".

A chegada a Timor, ocorrida durante este período, será até invocada pelos timorenses, mas sem qualquer presença assinalável da parte de representantes nacionais.
Estas comemorações ocorreram, sem praticamente serem notadas na imprensa jornalística nacional, um bichinho sempre muito bem amestrado, às ordens de quem manda.
Os petizes são obrigados a ler os Lusíadas, mas a esquecer a ausência oficial de memória nacional, no que diz respeito à passagem de meio milénio sobre as glórias e heróis aí mencionados.
Essas proezas já só têm espaço no contexto da poesia, e nunca esta nação se amesquinhou tanto para se identificar a tão pouco, independentemente do lacaio partidário que ocupe o palácio de S. Bento, ou da fraude que vegete em Belém, ou até de qualquer pretenso candidato ao cargo.

Se este país ainda lembra o seu passado, não é certamente nas suas instituições oficiais de governo ou militares, que não são mais do que uma anedota presente, vista a sua grandeza passada. E todos os rostos que ocupam cargos de destaque neste país, sejam eles cargos de governo, de presidência, ou militares, deveriam cobrir-se de vergonha por com isto pactuarem, sem uma frase pronunciarem, sem um movimento terem no sentido de relembrar a história da nação que representam. Se em 1998 foi diferente, se em 1999 ainda havia força para falar em nome de Timor, pois parece que alguns anos de integração europeia nos condenaram depois a uma auto-censura comemorativa. 
Quantos de nós suspeitariam que após a Expo 98, o país se anularia em comemorações de posteriores datas, igualmente importantes?

A hegemonia de Albuquerque não será consensual, nem o foi à época. Não tanto por via do pequeno conflito que teve na substituição de D. Francisco de Almeida, tendo acedido a que este vingasse o filho, Lourenço de Almeida, morto em Chaúl, na Batalha de Diu. 
Afonso de Albuquerque afastou-se, para que na Batalha de Diu, Francisco de Almeida fosse o único comandante vitorioso de uma coligação que envolvia não apenas os mamelucos árabes, mas também turcos e até as repúblicas cristãs de Veneza e Ragusa (Dubrovnik). 
Esse afastamento consentido, contribuiu para que acabasse preso, tendo sido só libertado quando o marechal do reino, forçou D. Francisco de Almeida a libertá-lo.

Se a sua chegada foi atribulada na substituição do vice-rei, também o foi pouco menos a sua própria substituição, algo inesperada, na chegada de Lopo Soares de Albergaria. Ainda em 1515 escrevera ao rei no sentido de tomar Meca, quando já tinha todo o Mar Vermelho sob seu poder, após ter conquistado a cidade do Suez. A sua morte no navio, quando acabava de ser substituído, e regressava a Lisboa, fez com que ainda fosse enterrado em Goa, só mais tarde sendo transladado para a Igreja de Nª Srª da Graça, onde estava sua mulher.

Após Albuquerque, só é digno de registo especial a chegada portuguesa ao Japão, pelo que é com Albuquerque que praticamente começa e acaba a grande extensão do império português no Oriente. 

Após 1511, a conquista de Malaca, permitiu passagem à navegação portuguesa, e o que não foi logo descoberto, foi simplesmente porque foi encoberto em Lisboa. Com a mesma facilidade que as naus chegaram às minúsculas ilhas de especiarias das Molucas, e até à Papua-Nova Guiné, também traçaram pelo menos os grandes contornos orientais. Albuquerque tanto saberia de Timor em 1512-1514, como saberia da Austrália, ainda antes disso. Tanto saberia da China em 1513, como saberia da Coreia e do Japão nos anos seguintes. Aqueles que pensarem doutra forma, limitam-se a papaguear as estórias de carochinha que lhes dão jeito.


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publicado às 22:26

"Outros Quinhentos" é uma expressão razoavelmente popular cuja origem parece algo incerta. Uma das várias explicações que vi apontava para uma coima por injúria à elite nobre.

Deveríamos ter entrado este ano com alguma comemoração relativa à primeira notícia da chegada a Timor. Essa notícia remetia para Janeiro de 1514, e portanto estão já quinhentos anos passados. 
Outros quinhentos anos passaram sobre a notícia da chegada à China de Jorge Álvares, em 1513.

Não houve comemoração significativa destes quinhentos, porquê? São precisos outros quinhentos?
É claro que se pode falar da "crise"... a tal crise selectiva que só afecta parte da estrutura, mas como é óbvio não há nenhuma crise económica que impedisse que se falasse abundantemente do assunto.
A menos, é claro, que tal crise impusesse uma qualquer chantagem que impedisse a menção desse período épico português. Bom, mas isso seria alinhar por uma daquelas teorias da conspiração - sei lá, que os judeus não esqueciam a expulsão ibérica, e que do muro das lamentações de Wall Street imporiam um enorme garrote financeiro. Qualquer coisa absurda desse género.
Ora, como isso não parece fazer sentido nenhum, resta a habitual incompetência e insensibilidade governativa... por acaso de um governo da ala mais ligada aos símbolos da história nacional.
Portanto, esta explicação também parece muito incompetente, e ficamos perdidos. 
Serão outros quinhentos?

É claro que se pode argumentar que a vice-regência de Afonso de Albuquerque foi muito traumática no Oriente, e conviria não hostilizar parceiros comerciais com "más lembranças"... mas dificilmente há herdeiros directos desses reinos, e o "politicamente correcto" não chegaria ao ponto de se evitar a comemoração intramuros. 
O "César do Oriente", como foi epitetado, estabeleceu de facto um domínio completo sobre o Índico, abrindo a comunicação directa à China após a conquista de Malaca em 1511, o que libertou a entrada no estreito. Podem-se questionar as datas a partir daqui... logo de seguida, os navios com bandeira portuguesa navegaram pelas diversas ilhas indonésias, até atingirem as Molucas e Timor. Pode ter sido um, dois ou três anos depois, mas é difícil de acreditar que a maioria das ilhas da Indonésia até à Austrália não foi pelo menos avistada, e em grande parte cartografada durante a regência de Afonso de Albuquerque. Quando Pedro Nunes refere que tudo tinha sido descoberto, desde a mais remota ilha ao simples penedo ou baixio, reporta mais de 20 anos depois, mas é natural que o conhecimento global já estivesse presente em 1514 como atesta o Globo do Mapa de Marinharia.

Apesar de haver quem esteja disposto a todo o folclore da negação (e é claro, com espaço de antena para isso), a chegada a Timor em 1514 (pelo menos) é confirmada por Armando Cortesão (Esparsos, Vol. 3, pag. 326, Acta Univ. Conimbrigensis, 1975), que diz o seguinte:
"Na Suma Oriental confirma Tomé Pires esta viagem do junco português à China, quando, escrevendo em Dezembro de 1513, ou começo de Janeiro de 1514, informa: «Lugares onde os nosso juncos e naus foram; as nossas naus a Java, a Banda, a China. Junco é a Pacee(?), a Paleacate(?); agora vão a Timor por sândalos, e vão a outras partes e foi já nosso junco a Pegú ao porto de Martaniane(?)» (fol. 177r) (118). A informação tem ainda o valor especial de nos dizer, de fonte bem autorizada e fidedigna, quem em 1514 foi um junco de Portugueses a Timor, em que iriam Portugueses, como foram nos outros (119).
Na nota (119) menciona-se uma carta de Rui de Brito que diz que não teriam então chegado a Timor, mas o próprio Cortesão esclarece que Brito fala do passado e Pires do presente, 1514. No passado mês de Fevereiro Xanana Gusmão esteve em Portugal, e como podemos ler, não houve menção a esse evento histórico na comunicação social.

Bom, mas este texto não é certamente sobre política, manipulação histórica, nem tão pouco para lamentar a falta de comemorações, sempre muito desligadas da população... Cada macaco no seu galho, e à racionalidade humana só compete distinguir naturais incertezas de evidentes contradições.

Este texto é sobre outros quinhentos: - Nan Madol.
 
Nan Madol - Micronésia (Ilhas Carolinas)

Por lapso, esqueci-me de juntar este conjunto monumental no texto Lemuria, onde referi a pedra-dinheiro de Palau... Foi agora num comentário de Maria da Fonte que relembrei que este monumento ainda não tinha aqui tido nenhuma referência, apesar de ser várias vezes falado nos comentários, ligado à ideia do continente perdido, Mu. 
Não vou falar sobre Mu, porque já de alguma forma foi mencionado no texto sobre a Lemuria, e penso tratar-se do mesmo mito. Há por vezes ideias sobre continentes de dimensões gigantescas, como se isso acrescentasse dimensão à civilização. Na realidade basta reparar na enorme superfície euro-asiática para perceber que é na sua maioria inabitada. O mesmo se passa na América, basta reparar na grande Amazónia ou no enorme Canadá. Mesmo com 6 biliões de pessoas, a nossa concentração dá-se em pontos muito particulares... e ilhas de dimensão menor, como o arquipélago do Japão, podem oferecer um grande desenvolvimento. Por isso, a ideia de continentes de grande dimensão apenas traria mais terra inabitada a um planeta que já tem muita terra inabitada.
Conforme referi no texto sobre Lemuria, o aumento do nível do mar terá submergido uma grande parte da região da Melanésia, então contígua da Malásia até às ilhas da Nova-Guiné. Essa parte era suficientemente extensa para corresponder ao afundamento de uma superfície semelhante à da Austrália, justificando-se perfeitamente essa associação mítica àquelas paragens.

O complexo monumental de Nan Madol não revela nenhum surpreendente esplendor técnico, mas é notável do ponto de vista megalítico, e remete mais uma vez para uma parte da história que parece ter submergido juntamente com Mu. Essa submersão não vem apenas de natural falta de dados, vem de propositada ocultação ou distorção. 

Damos um exemplo ilustrativo. O texto de Armando Cortesão foi encontrado ao procurar informação adicional sobre as Ilhas Carolinas. Essa descoberta é atribuída a Gomes de Sequeira em 1525 (ou Janeiro de 1526, ver pág. 320 de Esparsos, vol. III). Pelo menos a ilha de Palau deverá ter tido o nome de Sequeira, antes de passarem a ser nomeadas Novas-Filipinas, por Álvaro Saavedra em 1529, e depois Carolinas, por respeito ao imperador espanhol Carlos (V?). 
Esta nomeação de Carolinas é encontrada em quase todo o lado, mas há uma versão diferente. Numa tradução de Jacques Arago, viajante francês, lemos ("De um a outro pólo", pág. 177) numa nota de rodapé que afinal teria sido o espanhol Ponce de Léon (!!!) a descobri-las em 1512, e que o nome Carolinas era devido a Carlos IX, rei francês, é claro, e que o nome teria sido mantido por Carlos II, rei inglês. O facto dos nomes reais serem moda numa certa época permite estas variações, em que nomes similares servem vários propósitos ambíguos, só faltava um Karl germânico, para justificar Karolinen sob sua alçada. Só encontrámos na tradução do livro de Arago tal versão afrancesada, mas presumo que tenha origem noutra fonte. Isto mostra suficientemente como as tentativas de alterar o registo histórico foram constantes e tiveram frequentemente origem nas mesmas paragens europeias.

A contrario desta tentativa francesa, Cortesão procura provar que a viagem de Sequeira não teria chegado à Austrália, como entretanto foi pretendido, e dá uma justificação pelos relatos e pelos ventos... De facto a documentação existente não parece ter nenhuma referência directa à Austrália, até porque não seria assim nomeada à época, como é natural. Os mapas que Cortesão conhecia pareciam estar fora de uso para fazer prova. Não parecia haver nome, nem registo da navegação que teria permitido fazê-los. No entanto, esses mapas existem e mostram o conhecimento completo à época de D. Sebastião, pelo menos. Qualquer outra pretensão é apenas pura formalidade burocrática ou cegueira.


Nota adicional (01/04/2014):
Esta referência a Nan Madol foi colocada há já muito tempo num comentário de José Manuel, onde se refere a descoberta de Nan Madol por Pedro Fernandes Queirós e a sua associação à colónia de Nova Jerusalém, por vezes ligada também a Vanuatu.
Mapa de 1612 de Hessel Gerritsz onde se aponta a Australis Incognitae 
a uma descoberta de Queirós.
Este mapa é especialmente relevante por ser holandês...

Já tínhamos aqui mencionado o cartógrafo holandês Gerritsz, que em 1618, ou seja passados 6 anos, já poderá desenhar a costa australiana ocidental com toda a precisão... de Queirós, a Australia terá apenas herdado o nome com que a baptizara - Australia do Espírito Santo.
Qual a diferença entre 1612 e 1618?
Em 1618 é declarada a Guerra dos Trinta Anos, e a Holanda vai aparecer como autónoma reivindicando então o seu quinhão de descobertas, então ocultas, nomeadamente a Australia.

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