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Se quem se mete com rapazes amanhece borrado, como poderia eu ficar muito limpo metendo-me com Tripas! E que tirei eu a limpo de todos os meus combates? Livros, e livros, escritos, e escritos contra a Seita Pedreiral, um denodo, uma valentia a toda a prova na época em que a Veneranda com as mãos de fora, com a faca, e queijo na mão, partia e repartia muito à sua vontade, ataquei esta vil canalha, ou miserável cambada de gaiatos (...)
Mas, dificilmente encontramos uma denúncia tão explícita contra a Maçonaria:(...) nem os temi, quando os via de dia no Gabinete e de noite na Loja, e com arrojo tal que não há um bom Português, que quer dizer um bom Realista, que não conhecesse que a minha vida andava em perigo, porque ousei ser o mais franco Campeão da Pátria, das Leis, da Religião, do Trono, da virtude, e da verdade. Com tudo isto dei bom burro a dizimo! Acho-me com as mãos atadas. Boa recompensa! Ah Portugal, Portugal! Se eu me tivera lançado no partido infame dos Pedreiros Livres, teria em sua época chegado às honras, e ao fastigio das coisas humanas e menos pateta do que eles, ainda no mais eminente boleo, eu me saberia conservar seguro, e teria cravado hum prego de galiota na roda da fortuna. Mas seja embora o meu jantar uma sardinha, ou sardinha nenhuma, nunca farei nada bom, e nada mau, por paga, ou recompensa humana.
Está dito ate à saciedade, e mostrada até evidência, que um dos fitos da Pedreirada é o extermínio da Religião; a terra com os altares (e quando se consertarão muitos que eles agora demoliram?) Eles crêem tanto em Deus, como eu creio neles. Mesmo a frasezinha que trazem sempre no bico — O Supremo Arquitecto, o Grande Arquitecto, é uma irrisão manifesta. Tirado este principio da existência de Deus, e de Deus revelado, que Religião pode ter quem nega seu Divino Autor? Só para os Pedreiros há a Religião do Juramento, sendo um dos preceitos do Decálogo, é cousa para eles de zombaria, porque o anunciador do Decálogo - Moisés; é para os Pedreiros Livres um dos três Impostores, Moisés, Jesus Cristo e Maomé; e sendo para eles galhofa o Juramento, não há cousa em que estes patifes mais tenham insistido. Desde que apontou a Regeneração não temos feito mais que jurar, jurar, jurar, e para quê, ou porquê?Porque eles conhecem que a totalidade da Nação é sã, e querem segurar-se com a Religião do juramento que liga a consciência.
Converteram-se de Procuradores em Déspotas descarados. Proclamaram, a Soberania do Povo; mas este Povo não éramos nós, eram eles. Depois de extorquirem a maior parte das Procurações como nós sabemos, não nos deixaram mais acto algum de soberania, e fizeram irrevogáveis os poderes que lhe concedemos. (...)
O primeiro sinal do Despotismo, e da nossa desgraça foi a enorme força armada de que se fizeram continuamente cercados nossos Augustos, e Soberanos Procuradores. Com Bayonetas nos trouxeram a quimérica, e ilusória Regeneração, com Bayonetas nos ditam Leis com mais orgulho e soberania que o Sultão aos Eunucos do Serralho.
Chorai Povos, que morreu Manoel Fernandes! Quem não estoiraria de riso por, baixo, e por cima? Sairmos no outro dia de nossas casas cobertos de dó, alimpando os olhos, e respondendo aos que nos perguntassem porque chorávamos? Morreu o Manoel Fernandes . . . . E quem era esse Manoel Fernandes? Era o Patriarca .... De quem ? Dos patifes.
(...) que acarretaram toda a qualidade de males, e desventuras sobre este Reino; que nos reduziram à extrema indigência: que dissolveram todos os vínculos do estado social: que abrogaram todos os foros Nacionais: que nos venderam ou ajustaram vender aos Castelhanos, pois a união à Espanha era o seu ultimo recurso, como eles mesmos sem pejo declararam, não só em seus burricais discursos, mas em seus miseráveis escritos: que nos deram, e nos obrigaram a jurar a Constituição Espanhola mais abrejeirada (...)É especialmente interessante, e por muitos transponível para um discurso acusatório recente:
(...) que conceberam projectos de destruição, com especialidade no segundo Club Maçónico chamado, Cortes Ordinárias: que puseram um jugo de ferro a todo o Povo Português, fazendo-lhe a mais escandalosa traição que ainda se viu no mundo; que espoliaram o Real Erário, a que davam o nome de Tesouro Público, aumentando a Dívida Nacional até ao ponto de ser insolúvel por séculos.Pois, nota-se aqui um problema que parece herdar protagonistas com 200 anos de história, e que continua no modo:
(...) que reduziram à mendicidade inumeráveis famílias, privando os seus respectivos chefes de seus ordenados: que excluíram dos empregos os que legitimamente os tinham, e ocupavam, para introduzirem em seu lugar os adeptos da Maçonaria (...)
(...) que atropelaram todos os princípios da Justiça confíscando, prendendo, degradando, e expatriando homens beneméritos, conspícuos, e honrados, só por serem denunciados pelos Espiões, sem outra alguma forma de Processo, e só pela ridícula nomenclatura de Corcundas (...)
(...) porque tudo quanto se tratou no espaço de anos e meses se podia discutir, e resolver em oito dias (...)
(...) este Gebo Londrino é o ídolo dos Publicistas Regeneradores da infeliz Lusitania, e havia quem exigisse o busto de corpo inteiro, só para ter a feliz ocasião de lhe imprimir todos os dias ardentes beijos em sua parte posterior. Eu não sei o que eles liam de Jeremias Bentham? (...)
"- Oh! Questão importantíssima! Oh coluna firmissima da publica prosperidade! Quem há-de vender vinho aos quartilhos?"
Ah! Mandriões! (...) São Legisladores e encomendam as Leis a outros de fora? (...) Com que a Nação paga 4$800 diários a cada um de vocês para fazerem as Leis, e ainda em cima há-de pagar aqueles a quem vocês as encomendam, pois estão prometendo tantos, e mais quantos de prémios a quem fizer Códigos: e isto quando? Quando a Mãe Pátria anda a ponto de pedir uma esmola, ou em perigos de perder a sua honestidade, e flor, só para lhe meter na barriga a vocês Mandriões de alto bordo!!